quinta-feira, 28 de maio de 2009

OUTROS PAPEIS - Nada de Novo - PAULINHO DA VIOLA





NADA DE NOVO, é a minha música preferida, de todas as que o Paulinho da Viola compôs!




E era, também, a música de preferência do violonista, Benedito César de Farias (fevereiro de 1918/outubro de 2007), seu pai.
Que saudade da risada gostosa, de boca e olhos verdes, do Benedito, como Júlia (sua mãe), meu pai e, todos os amigos de juventude, o chamavam.

Quanto a mim, tive direito à uma audição especial, desse maravilhoso músico e amigo, no dia de aniversário dos meus vinte anos, só para a família. Muitas vezes, Benedito cantava e se acompanhava ao violão. Ele iniciou sua carreira artística como cantor. Tenho algumas fitas gravadas em entrevistas, gentilmente, concedidas por ele.
Voltando ao samba do Paulinho,preferido por nós dois, acontecia comigo um lapso que até hoje não decifrei. Mentalmente, eu nomeava o samba, por Papéis Picados! De onde tirei o codinome para samba tão lindo e inspirado? Sei lá, coisas dos anos 70!
Vamos ouvir?
Beijos

Maysa






ANTES QUE ESTE MAIO ACABE






Receita de Maios



Andei aqui, espalhando lembranças de alguns maios de minha vida... Este, de 2009 está indo embora. Que se vá com alegria, promessas de novos encontros e descobertas pelo ano afora.

Maio das flores, das noivas, das mães, de 68, já foram nossos comentários. Deixei as impressões do atual maio para conversar agora .

Desejos misturados às lembranças...dentro de mim.

Garotas, ainda, queremos crescer rápido e ficar mocinhas. O nosso espelho é
nossa mãe. Seus vestidos, sapatos, jóias - nos tempos de hoje, bijuterias - nos atraem e a imitação é inevitável. Em primeiro lugar, desejamos ser nossas mães.

Em pequenas, lhes devotamos admiração integral.Crescemos, as mães envelhecem, algumas partem cedo e de modo definitivo, por abandono ou morte. Deixamo-nos lá atrás, apenas, como recordações de infância.

Aproveito o mes, diante de recentes acontecimentos, para arrumar minhas gavetas. De diferentes conteúdos e tamanhos, uns volumosos outros magrinhos... mas no
mesmo armário, fui reorganizando tudo, meus papéis e seus significados.

Comecei ,com muito cuidado, pelo primeiro que tive em minha vida e já não
mais existe de fato, só de alguns direitos e lembranças...Filha.

Os outros foram vindo, e de forma suave, atenta, como quem embrulha ou desfaz os
embrulhos das louças, na mudança, revisitei-os... sem espanto e com saudade.

O de neta coloquei-o na gaveta ao lado do de filha; pensei em juntar, nesta mesma gaveta, o de sobrinha; tais as semelhanças e alegrias. Mas, desisti. Eram apenas parecidas e bem juntinhas estavam aguardando um lugar mais amplo e merecido.

Então resolvi: Daqui prá frente, coisa boa fica guardada num espaço de destaque, abri a terceira gaveta sobrinha e, coloquei todos os guardados de tias, afinal foram quatro e três moravam distante.

Quando aqui cheguei herdei: Pai e mãe, tia-avó e avó materna, um avô emprestado, e uma tia. Todos, no Rio. Duas tias e um tio, em Recife, com seus maridos , mulher e filhos - duas primas e um primo. Não nasci sozinha!

Fui, tentando entender a arrumação. Até considerar como cada papel chegou, uns num tempo diferente de outros, muitas vezes em distintos lugares. Alguns juntos, mesma cidade, espaços próximos, mas interesses variados.

Por exemplo, o de irmã foi fácil organizar... meu único irmão, chegou dois anos e sete meses depois ... Organizo, todo dia, essa gaveta inusitada e, todo dia, aparece desarrumada ! Desconfiem do singular quando forem arrumar papéis em gavetas.

A gaveta de prima estava uma bagunça total, levei muito tempo para me situar.
Prima que nasceu antes de você agora é, dez anos, mais nova! Gaveta que coloca tempos e lugares bem misturados. Perde até lembranças! É uma surpresa atrás da outra. Quase um local de achados e perdidos.

Ah, finalmente, etapa concluída. Nada havia quebrado, saldo positivo na mudança inventada. Lugares e tempos arrumados, lembranças revisitadas.

Mas vocês , não queiram imaginar a trabalheira que dá, só de pensar,
nas gavetas que, ainda, tenho para abrir espaço e arrumar.
Será preciso muita paciência, calma e ajuda. Sabedoria para não continuar a embaralhar papéis.

Esposa, mulher, companheira, mãe, nora, cunhada, tia, sogra,avó, profissional, amiga. Prá não falar do país e época em que nasci ! Ufa! São muitos!

Para alguns já é necessário abrir gaveta: papéis arquivados.

E, como a realidade embaraça a gente, não custa nada sonhar um pouquinho com
uma pequena e mimosa gaveta com a etiqueta: Bisavó.

Oh! Maio por que te escolhi um mes diferente?

Bjs

Maysa

PS: O texto dedico, com carinho e amor, às minhas três netas e neto.



quarta-feira, 27 de maio de 2009

Nada Por Mim - Composição de Paula Toller - Interpretação Renato Russo

Paulinha Toller compôs e gravou. Muitas outras gravações, dessa música, são incríveis, tem até uma do Nelson Gonçalves mas, esta interpretação do Renato Russo é a que mais me apaixona!
podem conferir!
Bjs Maysa



segunda-feira, 25 de maio de 2009

CECÍLIA MEIRELES - CÂNTICOS



Em setembro de 2003, descobri uma preciosidade, no Salão Nacional do Livro Infanto Juvenil (FNLIJ), que costumo frequentar, e nessa época se realizava, no galpão anexo ao Museu de Arte Moderna.

Um pequeno livro de capa cinza, feito em brochura, fino, de uma beleza discreta e misteriosa. O tratamento editorial cuidadoso. À capa, de Moema Cavalcanti, um desenho de lírios, em delicados traços brancos, no alto à direita . Um pouco abaixo, à esquerda, o nome da autora, em fonte de cor branca , com fundo vermelho: Cecília Meireles.

O nome do livro: CÂNTICOS

A oferenda Teu nome é liberdade

A edição , terceira, traz ao lado de cada poema, o manuscrito da autora, reproduzido em fac-símile. Duas ilustrações da própria Cecília estão no livro. Poemas inéditos. Dele, um dos cânticos que mais aprecio.


III


Não digas onde acaba o dia.

Onde começa a noite.

Não fales palavras vãs.

As palavras do mundo.

Não digas onde começa a Terra,

Onde termina o céu.

Não digas até onde és tu.

Não digas desde onde é Deus.

Não fales palavras vãs.

Desfaze-te da vaidade triste de falar.

Pensa, completamente silencioso.

Até a glória de ficar silencioso,

Sem pensar.


Cecília Meireles, in Cânticos, 3a edição, Editora Moderna.



Beijos
Maysa


Dica:

O próximo Salão Nacional do Livro Infanto Juvenil , acontecerá durante os dias 10 à 21 de junho, no Centro Cultural Ação da Cidadania, no bairro da Saúde, aqui no Rio. Mais informações aqui.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

OLHAI COMO O TEMPO PASSA




A vida , numa cidade como o Rio de Janeiro, é corrida. No seu dia-a-dia, o contato humano muitas vezes, se dá quando v. esbarra nos desconhecidos, igualmente, empilhados nos vários transportes de massa.


Moro num bairro tranquilo do Rio, Santa Teresa, aqui, ao invés de multidão , nos penduramos num sobe e desce entre as ladeiras, ruelas e travessas, muitas com calçamento da época do império. Se o bonde não faz o seu caminho, você pode vislumbrá-lo, com o encanto de criança, serpenteando, barulhento pelos trilhos.
Não, não é uma volta ao passado, aqui,você entra em acordo, ou não, com o tempo. Um outro tempo.
Tempo interior, mais que cronológico. Os apelos do entorno, quase sempre, não são invasivos, apenas, sugeridos, percebidos, usufruidos.
Sim, você pode escolher, entre viver, lá embaixo, a disputa pelo centímetro de calçada, as supresas constantes e desagradáveis,com os ruídos em decibéis acima do permitido. A multidão apressada e com frequência deseducada...problemas decorrentes do tipo de urbanização ,diz o meu lado de socióloga, mas, o meu melhor argumento para morar aqui, é o prazer com que renovo minha vida todos os dias.
Tenho tempo, para me encantar com as flores singelas, algumas hoje - raras na cidade grande- surgem no jardim do meu minúsculo quintal. Brindo suas presenças como quem prova a qualidade de um vinho, com apelação respeitada.
Meus olhos e ouvidos percorrem paisagens e sons bucólicos. Bons para o apaziguamento e elevação da alma.
Viver aqui precisa de um ritual diário entre a sensibilidade e a paisagem, o clima, as pessoas.
Por isso, contrapondo-se à precária presença e baixa conservação pelo poder público no bairro, mais que um acaso, viver por aqui, é uma escolha.
Tem em seus aspectos difíceis: o acesso, por transportes coletivos, não coberto em muitos trechos; ruas com iluminação precária ou inexistente, escadas imensas sem manutenção, apoios ou corrimãos.
É ,uma forma de vida arrastada e saboreada ,por seus moradores, anos a fio.
Amo o meu bairro. Paixão de criança, de quando visitei, com mãe e avó, uma prima vinda do Maranhão.
Voltando para nossa casa, em Botafogo, à tardinha, dentro do bondinho, vi a bela Baía de Guanabara, soberana, do alto do morro, alí bem perto , no Largo dos Guimarães, onde termina a rua Cândido Mendes.


Bjs
Maysa

terça-feira, 19 de maio de 2009

VILLA LOBOS -BIDÚ SAYÃO - Bacchiana n. 5



20 DE MAIO DE 2009

Ouçam junto comigo a bela voz de BIDÚ SAYÃO, nessa comovente peça do Maestro Heitor Villa-Lobos.

Beijos


Maysa






POR CAUSA DE VOCÊ - TOM JOBIM / DOLORES DURAN







Este mes de Maio flagrou a minha veia nostálgica.Mas, beleza é.
Em qualquer quilate, meridiano ou temperatura.
Procurando uma música - melodia e letra - que me deixou apaixonada desde que a ouvi pela primeira vez... achei POR CAUSA DE VOCÊ .
Espero que gostem e, se discordarem, avisem que é prá eu saber com que ando compartilhando preferências!
Bjs

Maysa





domingo, 17 de maio de 2009

FESTA LITERÁRIA DE SANTA TERESA - MAIO 2009








LYGIA BOJUNGA, a autora homenageada.
Na programação do evento um café da manhã em sua companhia. Ótima idéia, mas o encontro, logo a seguir, com seus leitores foi inesquecível. Amorosa, vibrante, conversadeira, uma criatividade desconcertante, generosa, educadora na ativa. Notável presença de mulher, também moradora do bairro. Passei todo o tempo, ouvindo-a comovida. Um luxo existencial.
A equipe de professores do CEAT-Centro Educacional Anísio Teixeira - os criadores; seus alunos, os intérpretes.



FERREIRA GULLAR, o autor sempre festejado. Suas histórias irônicas, tempos passados revisitados com sabedoria, simplicidade e bom humor. O público, apaixonado.
ONDJAKI, a " fala " sensível e madura de um autor jovem.
A 1a Festa Literária de Santa Teresa, foi um sucesso.Estive lá.

Encontros prazerosos entre autores e leitores, público atento, alegre. Gerações de mestres e alunos, pais e filhos, moradores e visitantes.Uns, atraídos pela primeira vez buscando, no prazer de ler e ouvir histórias, o fio longo das diversas linguagens literárias. Outros, flanando pelo bairro de Santa Teresa, amado e descoberto de várias maneiras.
A única livraria,Largo das Letras, ponto de referência de alguns lançamentos, oficinas de ilustração e contação de histórias, troca de livros.
Os doces portugueses de Alda Maria , no platô da livraria. A própria doceira servindo suas delícias na barraquinha.
Ateliês abertos,restaurantes superlotados, exibindo filas civilizadas. Música,poesia, grupos jovens, estrangeiros curiosos , brasileiros de tantos lugares e sotaques.
De tudo um pouco acontecia.
Alí, no Largo dos Guimarães, ainda pela manhã, presenciei cena de disputa explícita, por um ponto de mendicância, entre uma mulher decidida e um homem acuado. Ela, vociferava sobre a ocupação do lugar e ele, contrapunha envergonhado, a garra e o espaço já perdidos.
Apresentações, parcialmente, interrrompidas por insólitos ruídos cotidianos do bairro.
A adaptação do livro "A Bolsa Amarela" , de L. Bojunga, com os alunos do CEAT, recebeu primorosa ajuda de sonoplastia, contundente e regular, na decolagem dos aviões do Aeroporto Santos Dumont . As repetidas manobras dos motorneiros dos bondes, no Museu do Bonde , local da encenação, contribuiu do mesmo modo, para testar a atenção e a capacidade auditiva da platéia .
No Centro Cultural Laurinda Santos Lobo, a voz intimista de Ferreira Gullar, por algumas vezes foi abafada pelo pregão da paçoca num megafone possante e, por latidos fortes de um cachorro incomodado com os passantes. Enquanto isso, o poeta discorria sobre a poesia neo-concreta, o exílio, as arbitrariedades das ditaduras, a urgência em fazer o Poema Sujo - "que já nasceu com nome". Santa é assim...
O público só ficava inquieto quando não conseguia entrar nas salas lotadas dos encontros.

Neste ponto,cabe sugestão à coordenação do evento. No próximo, não se furtem, ao colocar na recepção, pessoas da equipe que encaminhem e possam orientar na organização das filas de entrada, de autógrafos. Protagonizei um tombo prosaico, e bastante dolorido, para conseguir um ambicionado autógrafo. Nem o autor nem a leitora precisavam do constrangimento causado pelo fato inesperado(!).
Pensando no conforto do público leitor e do autor, a acomodação de ambos, nos espaços escolhidos tanto quanto a organização das filas é " organização de cidadania".
Este ano, adultos, com alguma frequencia, não deram aos jovens o melhor exemplo.
Vi muita coisa que ainda estou digerindo, deliciosamente, como os "bem-casados "de Alda Maria.
Os musicos de partido alto,Tantinho da Mangueira e Marquinho China , dando um show de malícia e "repente" nos versos improvisados do desafio musical, no lançamento do livro " Na ponta do verso: Poesia e improviso no Brasil", de Alexandre Pimentel e Joana Correa.
À noite, também no Jasmin Manga, o grupo Balaio Carioca, encantava e empolgava a plateia, com alegria , ritmo, afinação e a bela interpretação de Agenor, do pandeiro, alí, cantando um samba de raiz, e depois Vika Barcellos, soltando a voz e a beleza , num repertório brasileiro de primeira. Estavam todos no paraíso!


A 1a Festa Literária de Santa Teresa valeu. Parabéns. Os que lá estiveram vão querer voltar no próximo evento. Daqui há dois anos? Isso não foi revelado.
Bjs
Maysa



Um último presente inspirado na FLIST, um poema de ONDJAKI.

“intimidar o poema a ser raiz”


era um poema lateral aos sentidos.
ganhava formato ébrio
ao nem ser escrito.
longe dos pensamentos
imitava uma pedra
[aí as palavras drummondeavam].
longe das lógicas
– com tendência vagabunda –
o poema driblava lados avessos
de noites
e animais
[aqui as sílabas manoelizam, barrentas].
mas uma estrela nunca brilha
tão solitária;
encarece-se também de luuandinar,
miar à couto,
esvair-se para guimarães...
era um poema carente de afectar-se
a ramos gracilianos.
assim alcançava
o estatuto
de raiz.
cheirado, emitia brilhos tímidos
– fosse um pirilampo.

sábado, 16 de maio de 2009

MAIOS DE ONTEM E HOJE II









Maio de 74, levou minha mãe. Curioso, ela partiu bem no mes em que tanto louvou a graça de Maria. Talvez, por isso mesmo tenha ido, à chamado da imaculada, tomar assento eterno num céu sem nuvens plúmbeas, sem tempestades, sem violência.
Maio de 79, levou jovem ainda, uma querida amiga.
Imagino, carneirinhos inocentes e muita gente boa ao lado delas, gente não ... anjos que um dia passaram aqui num trem rápido.

Vinte oito maios depois ,recebo um presente lindo, diferente. Emoção e amor renovados.
Me vi alí, repetida.
Para sempre inscrita nesta vida: uma menina e... trouxe, em seu belo nome composto, o nome de Maria . Essa benção é minha primeira neta, a primogênita companheirinha.
Passados mais quatro maios, chega uma pirilampa agitada, sempre ligada, esperta,doce .
Assim ,vi devolvida parte importante de minha alegria com 2 netas, nascidas nesse mes mágico.

Felicidade, como tudo o mais, sempre vem acompanhada . Para completar um quarteto ganhei um casal de netos gêmeos. Ao todo 3 netas e um neto. Experiência de paixão à primeira vista.
Outros maios mágicos hão de chegar , estou preparando a emoção e o espírito.
Bjs
Maysa

quinta-feira, 14 de maio de 2009

MAIOS DE ONTEM E HOJE











copyright Tine Soares
rosas.jan 09




Maio chegou ! este de 2009 já está quase a meio, duas semanas corridas, e meu tempo é ...agora.


Sim, faço-o como um exercício de reflexão sobre as histórias de ontem e as que estão acontecendo.
As primeiras lembranças da minha infância, remetem à Maria, imaculada, aos cânticos doces e emocionados em seu louvor.
Mãe e tia, católicas praticantes,filhas de Maria... os rituais religiosos recontados por elas mas não seguidos pela menina quase agnóstica, que fui.
Minha emoção, no entanto, volta inteira, ao ouvir os cânticos. Acho-os lindos. Um delicado olhar humano para saudar a figura, também delicada, serena, apesar do sofrimento, de Maria.
Desconfio ser possível existir em cada mulher,um lugar de doçura e amor incondicional, inexpugnado! A cultura construiu-o para muitas gerações antes da nossa.

Almejar esse impregnado e inatingível estado de ser do "feminino", aqui na terra será delírio, êxtase?

Os tempos, são bem outros. Do Maio, mes de Maria e das Noivas, ao Maio de 68.
Primeiras manifestações coletivas, nos jovens da França, depois no mundo todo.

Esse tempo do Proibido Proibir, mudando comportamentos e criando outras esperanças.
Desse maio, que a história recente conta e reconta, temos muitas evidências e sabemos bem da sua importância.
Mudou a cara do mundo.A relação entre jovens e as gerações que os antecederam. Faz parte do imaginário de todos que o viveram e dos que viram e ouviram os resultados. Nas artes, nos relacionamentos, nos sonhos e nas decepções.
Há, ainda, no mes de maio, o Dia das Mães, hoje, absolvido por quase todos, do apelo comercial, da estratégia de vendas que o originou.
Mãe é mãe, pelo menos assim se pensava, enquanto Freud tratava os sintomas e as causas de tanta dor humana.
Hoje, o que significa o singelo mes de maio, para um coletivo cada vez maior de pessoas, nesse mundo globalizado?

Não sei, para mim ainda sinto o perfume das rosas... que vieram de abril.

Bjs

Maysa








sábado, 9 de maio de 2009

DIA DAS MÃES - Maio de 2009



Unanimidade, entre mulheres de muitas gerações, tem o músico Paulinho da Viola.
Converso com as jovens estudantes e profissionais, ouço suspiros, elogios. Todas as mulheres mais velhas e, queridas, da minha família "foram apaixonadas" pela música do Paulinho.O verbo está no tempo passado porque elas já se foram.
Nossos pais conheceram-se na juventude, cultivaram a amizade,deixando-nos como testemunho, um sentimento surpreendente,duradouro perdurando por toda a vida dos dois, César e Manoel.
Neste Domingo, D. Paulina, mãe do cantor é a única sobrevivente do grupo originário de amigos.Para ela, minha singela homenagem, neste DIA DAS MÃES.
Amiga e mãe dedicada, uma benção tê-la por perto. Os que a conhecem sabem do quilate.

Reproduzo, aqui, a sua música preferida, composta pelo filho famoso: Coisas do Mundo Minha Nêga. Aproveitem a delícia de voz , a suavidade do encontro letra e música.
Saudades de minhas queridas ancestrais: Mãe, avó, tia. E das amigas que já partiram, Emilita,Regina,Marina, Júlia e muitas mais.



Bjs

Feliz Dia das Mães

Maysa

sexta-feira, 8 de maio de 2009

CRY ME A RIVER - Diana e Julie

Músicas,as que gostamos, lembram algum lugar, uma situação, pessoas...Das que gosto há mais tempo,todas, vêm de minha infância e do incrível fascínio por música que minha mãe teve e passou prá mim.Uma criança não esquece jamais.
Escolhi, Cry me a River, tocada e cantada por Diana Krall, versão contemporânea excelente. Mas, encontrei a primeira que me encantou, com Julie London , resiste ao tempo como um bom vinho. Provem, são duas safras excelentes. Garanto.

Bjs

Maysa

DIANA KRALL




JULIE LONDON

terça-feira, 5 de maio de 2009

HECKEL TAVARES - PENAS DO TIÊ II







A criação e produção de uma revista eletrônica,como o blog, traz inúmeros desafios mas,prazeres e descobertas imprevisíveis.Recomendo.É sobretudo, exercício e criação constantes.
O Ninho e a Tempestade está longe, ainda, de alcançar minha meta de trabalho e lazer.
O ninho real está pronto, mamãe passarinha escolheu o galho, a árvore, o quintal (o meu), faltam os filhotes abrindo o bico atrás de comida...A tempestade afugentou-os.

O Ninho virtual segue... engatinho, ando, paro, caio...volto não, necessàriamente, nessa ordem.
Sonho, com um espaço sempre acolhedor, que traga coisas, ideias e representações da cultura, sem passar correndo pelas escolhas...Quero-o também dinâmico, moderno, melhor dizendo, contemporâneo. Parecido comigo nas coisas boas, se aproximando do desconhecido desejo, do outro, que também é meu.

Estou apaixonada pelas possibilidades e dedico minhas tentativas aos amigos que pacientes ensinam e tiram minhas dúvidas, aos que simplesmente passam e lêem, alguns deixam sugestões. Tem até os que elogiam ... ah! esses não são desse mundo, mesmo! Sou a todos grata. Merci.

Por serem múltiplos os olhares, as emoções -volto hoje- com a canção Penas do Tiê, interpretada por Maria Betânia e Omara Portuondo. Show em SP, março de 2008.
Betânia, assisti pela 1a vez, na sua estreia no Teatro Opinião, no Rio, substituindo Nara, ela tinha 17 anos. As nuances que imprimem à essa canção são tão distintas quanto igualmente lindas.

O autor de Penas do Tiê é Heckel Tavares (1896/1969),
clique aqui e v. estará no Dicionário Cravo Albin, de Música Popular Brasileira, onde encontrará dados da biografia e obra, deste alagoano, músico com formação erudita e popular.Compositor, regente,pianista e folclorista. Dele também: Azulão, Funeral de um Rei Nagô, Casa de Caboclo. Parceiros como Ascenso Ferreira, Luiz Peixoto, o poeta Olegário Mariano.


Beijos

Maysa

Sometimes I' m happy, sometimes I'm blue - Nat King Cole




Felizmente, há impressões do prazer indeléveis.Essa música cantada por Nat King Cole é uma.
Estou só começando - O lado A dos anos sessenta- Poesia em melodia e imagem.

Spring 1957. Nat, e seu trio: John Collins, Joe Confort e Lee Young.
Se gostarem é só clicar e bis.
O lado B daqueles anos ... deixa prá lá.

Bjs


Maysa

domingo, 3 de maio de 2009

ANO DA FRANÇA NO BRASIL


Acompanho alguns eventos comemorativos, aqui no Rio, sobre a relação cultural franco-brasileira. Designou-se o ano de 2009, ANO DA FRANÇA NO BRASIL.
Pretendo durante o período, continuar trazendo aspectos da cultura e arte francesas que tanto me emocionam. A programação de mostras de cinema, artistas das mais várias áreas, apresentações imperdíveis, para quem - como eu - é amante da cultura francesa.
Percebe-se o declínio da hegemonia que a fez representante, no mundo pré- globalizado, do novo para muitos povos.
Em nosso convívio,observo, nem sempre de igualdade, fraternidade mas, de paixão intensa e liberdade criadora, alguns fatos históricos estão ainda intocáveis, quando não deveriam.

Desde Villegagnon e seu sonho de uma França Antártica, fundando em 1555, nosso primeiro núcleo urbano - Henriville - localizado entre o Rio Carioca e o Morro da Glória, os contatos dos indígenas, habitantes que aqui viviam e os franceses foram, predominantemente, amistosos.
Àquela, pode ter sido uma tentativa para a criação de uma sociedade utópica, idealizada nos trópicos,com a principal característica da ajuda mútua entre seus membros.

Moro bem próximo desse belo canto da cidade do Rio de Janeiro, hoje, compreendendo parte dos bairros do Flamengo, da Glória e no alto, a soberana presença, de Santa Teresa,bairro mirante, de todas as épocas.
É região com um acervo histórico, político e social, contendo patrimonio cultural inestimável.
O bairro da Glória é lugar de memória à céu aberto, inúmeros vestígios importantes, de nossa história estão, ainda que precariamente, alí ,atestando etapas da construção cultural, social e política de nosso país e não só da cidade maravilhosa.
Não preciso ressaltar o abandono em que permanece, relegado pelas autoridades públicas, nas esferas federal, estadual e municipal, quanto à sua pertinência e testemunho de épocas imemoriais .
Destaco-o como mais referente, neste momento de confraternização histórico-cultural França e Brasil, pois aqui está a colina onde ficou situada a Cidade de Henri, de 1555`a 1560, sede da França Antártica.
Acredito, que o fatos falem mais que as versões . Os acervos de nossos museus dimensionam e registram o fato histórico como ação de corsários. Inevitável à ótica colonial...mas quanto a nós?
Quem tiver interesse acesse os sites do museu histórico, da biblioteca nacional, do arquivo nacional, do arquivo geral da cidade. Gastei tempo e adquiri experiência, mais uma vez.

Um cartão postal e político merece toda a atenção dos que governam para serem avaliados na posteridade. O bairro da Glória abriga esse valioso postal.
Um dia quem sabe, assim como Villegagnon foi absolvido do papel exclusivo de pirata e, queiram ou não, criou o primeiro núcleo urbano da região, deixando marcas significativas de sua passagem...alcaides futuros, moradores do presente, turistas curiosos e estudiosos de sempre valorizem e cuidem desse mágico e primevo lugar.

Renovo as esperanças de que todo o patrimônio referido, memorial e imemorial, seja tratado com a visão integrada dos profissionais e políticos para essas áreas públicas. Que a população ame-o , respeite e defenda.
Nada parecido com a recente e equivocada reforma municipal, do alcaide anterior, na principal rua do devastado bairro, outrora primeiro núcleo que nos constituiu.
Quem sabe uma campanha , ainda nesse ano de 2009, salva o lugar e reconta essa história de forma mais próxima da que os fatos nos apontam.

Bjs

Maysa

sábado, 2 de maio de 2009

PENAS DO TIÊ de HECKEL TAVARES com NARA e FAGNER

Essa música,com Nara Leão e Fagner me delicia.
Desculpem pela sucessão de imagens,associadas, algumas beirando o brega, que o " pacote" impõe, mas fiquemos com a doçura e afinação da voz de Nara que tudo pode!
O compositor Heckel Tavares, bem merece a homenagem que a gravação registra.




Beijos
Maysa