quinta-feira, 21 de agosto de 2014

POEMETOS - Maysa Machado






POEMETOS


I - Pedra da Lua

                      Maysa Machado

... Por entre cristais
Rescende o rubro vinho
Em silêncio escolhido
Tecemos o espírito...
Amor e paz.
Santa Teresa, 21 de agosto de 2014.


 II - TOPÁZIO AZUL

                       Maysa Machado.

Beleza e mistério
Andam juntos.
Quer a fantasia enriquecer
Sonhos, ilusões
O cotidiano não deixa.
O coração sabe disso
E dá seu jeito.

Santa Teresa, 21 de agosto de 2014.

III – CÁLICE                                  

                                  Maysa Machado

Sóbrios nos calamos
O tempo escorre
Pela garganta molhada
Nos muitos vinhos sorvidos
Antes do amor...
Depois, o silêncio continua...
Vida a fora.


Santa Teresa, 21 de agosto de 2014

Um dia bom e alegre pra todos nós. Amor e paz.
Maysa

quarta-feira, 20 de agosto de 2014









SÓ PARA OS QUE VIVERAM OU VIVEM UM GRANDE AMOR



                                                                               Maysa Machado



Como deixar distante essa fonte de poesia que nos explica tanto a solidão, quando nos despedimos de um amor? Hoje, o sentimento é revestido por camada áspera, dura, cortante, na maioria das vezes fica a solidão de si.
Quase ninguém no individualismo como denominador comum, dos dias atuais, se entrega com a intensidade de antes. Parafraseando o bruxo do Cosme Velho... Mudou o amor ou mudamos nós?
A resposta está implícita na pergunta. Vinicius, mais que poeta, foi intérprete de toda uma época. E quem nos interpreta?
A universalidade da condição humana está na singularidade que é suprimida, negada e agredida pela visão massificada, e esta produzida culturalmente, repetida à exaustão.
 As pessoas se perdem de si.
Escasseia a reflexão imprescindível para que nos tornemos, de forma efetiva, seres humanos únicos, apesar de fadados à extinção, mas passíveis de remanescermos por gerações, em longo prazo de validade sócio-cultural-afetiva.
A dúvida, o impasse, a fragmentação de que somos capazes, e a recuperação, o renascer em outro instante, ressurge em novas possibilidades e criaturas... Ah! Poeta que saudade da Elizeth e de você...

Santa Teresa, 20 de agosto de 2014.


"Ai, vontade de ficar mas tendo que ir embora
Ai, que amar é se ir morrendo pela vida afora "

http://letras.mus.br/vinicius-de-moraes/49286/


Um carinhoso abraço aos que passam.
Maysa

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

DO QUE SOMOS CAPAZES - Maysa Machado
















DO QUE SOMOS CAPAZES


                                               Maysa Machado


Um tempo comprido
Longo mesmo passou
Paciente, a vida deu voltas.
Construiu possibilidades
Alimentou sonhos
Deixou que a realidade
Invadisse momentos íntimos.
Mas foi você quem
Teceu sua desimportância.

Santa Teresa, 14 de agosto de 2014.

Ensaio reflexões sobre o possível e o impossível.
Abraço a todos que por aqui passam.
Maysa

terça-feira, 12 de agosto de 2014

A MOSCA AZUL QUE POUSOU NA MINHA SOPA - Maysa Machado
















A MOSCA AZUL QUE POUSOU NA MINHA SOPA





Maysa Machado

Anos a fio experimentando sensações novas e fugazes. Esperar pelo grande, único e derradeiro amor era simultâneo com “tentar”, pela última vez, acertar tesão inadiável com a constatação de estar viva e querer brindar ao prazer.
Verdade ou delírio foi ao que me propus. No entanto, nesse mundinho angustiado alguns propósitos ficam perdidos nas intenções.
Fico um período recolhida pra me abastecer com novas emoções, e num dia qualquer acordo decidida a me apaixonar. Assim de supetão. Vi que estava pronta de novo.
Sentei o pé na estrada, antes calculei a quilometragem vivida, e me disse: Vai. Dessa vez vai!
Emperrei. E, não é que deixei de sair por medo de encontrar a tal paixão derradeira...
Por essa mesma época comecei a morar só. Os filhos adultos estavam no mundo, e eu ali no meu quintal desconhecido.
Desafio foi transformar o, até então, espaço pequeno individual num jardim de imensas proporções, de gigantescas possibilidades terapêuticas, e, sobretudo, de grandes descobertas pessoais.
Afinal, ninguém lembrava mais que eu era tímida, porque o arcabouço sociopolítico era bem resolvido.
 Eu nunca me esquecera.
 Num tour de force peguei a caderneta de anotações manuais, aquele caderninho de telefones que todo mundo teve um dia, e folheei. Fui de A Z. Encontrei no Z, um tal José, ex amigo íntimo, boa gente, incapaz de matar uma mosca.
Liguei , misturando sentimentos quase aflita e bastante alvoroçada, pro número do moço. Não, não morava mais lá.
E quem deu a pista foi uma das irmãs, de visita à casa da mãe. Boazinha deu o número onde poderia encontrá-lo, naquele instante. Agradecida e desinformada sobre os fatos futuros fiz a segunda tentativa acreditando na conspiração positiva do universo.Ou quem sabe...uma mulher desconfiada seria a nova  interlocutora?
O moço atende estupefato pelo gesto da irmãzinha com quem, segundo ele mesmo, não nutria bom convívio.
Retomamos o caso morno que tínhamos começado na década anterior. A paixão me deu um ciao pra que eu aprendesse a usar o faro, e jamais confundisse zona de conforto com desafio.

(continua)

Notas da autora:
 1- Ficção e não.
 Retomo a história e o prazer em contá-la com a permissão do tempo e dos eventuais leitores.

2- 
Detalhes, sempre eles... mas como viver sem eles? A Venus de Urbino, do Tiziano, ainda, não me contou!
Abraço a todos. Aguardo os comentários.

Maysa

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

SABE AO TEMPO - Maysa Machado





















SABE AO TEMPO...

                               Maysa Machado

Sabe ao tempo passar...
Sabe ao meu coração amar.
Revestido em silêncios
Suave e denso mistério é viver.
Quando se tem pouco
Dá-se a importância
Do muito já havido.
Aquiesço contigo
Até mesmo desavinda de mim.


Santa Teresa, 1 de agosto de 2014

Aos queridos que por aqui passam  deixo carinhoso abraço.
Maysa