segunda-feira, 30 de agosto de 2010

ARTE DE PORTAS ABERTAS - SANTA TERESA



Recado do querido artista plástico DONY GONÇALVES , compartilho com as visitas:

Olá Pessoal

Segue o convite do ARTE DE PORTAS ABERTAS.
Aguardo vocês na Coletiva do Parque das Ruínas e no meu atelier,
Rua Paschoal Carlos Magno, 07, nos dias 4, 5, 11 e 12 de setembro de 11h às 18h.
Abraços.

PS1: Então, nos dois próximos fins de semana Santa Teresa ferve, ladeiras e escadas... abaixo, acima. Vamos? Eu vou!
Abraços
Maysa
PS2: Cliquem em cima do convite para lerem os detalhes!

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

"O POEMA DA GATINHA"

photo by cel/2009/NISE














Sobre O POEMA DA GATINHA, publicado aqui no domingo, 18 de julho, quem leu gostou.
A menina que o escreveu diz:
Tenho outros mais! e faz planos... com os olhinhos castanhos sonhadores deixando escapar no ar um jeito precoce e inteligente.
Imaginação não lhe falta e o caminhante é quem faz seu caminho.

AGORA O POEMA TEM CASA QUASE PRÓPRIA!
Está reproduzido em novo endereço:

http://gatinhasfofinhasoblogdamabi.blogspot.com/

A casa está em início de organização. Sua dona, com tempo, vai colocar tudo do seu jeito e no lugar. Aguardamos boas mudanças. Se gostarem da visita repitam.
Um abraço
Maysa

"Caminhante, não há caminho, o caminho se faz ao caminhar."Antonio Machado, poeta espanhol.

UMA ORQUÍDEA FLORESCE E DUAS DESAPARECEM

Maysa/foto by cel. set./2009



Moro num condomínio de casas, em Santa. Para quem passa por aqui: No bairro de Santa Teresa, no Rio, na cidade Maravilhosa.

Sou feliz no sossego e no silêncio de um lugar diferente e bucólico, cheio de artistas, pessoas que amam a vida. Alguns estrangeiros descobrem o jeito de cidade do interior e vão chegando. De uns tempos para cá tem ficado com cara de Capri, isso mesmo, aquele frisson de lojinhas e compras do ponto turístico italiano, tal e qual. Os preços triplicaram. Serão estimados em euros?
Visitei uma casa que até vinhedo tem...Aqui são inúmeras as surpresas; guarda, ainda, alguma semelhança com Montmartre.
Bem, antes de concordarem, pensem no descuido clássico que as nossas autoridades mantêm com as vias públicas. As escadarias são os acessos de pedestres. Nunca presenciei manutenção, conserto ou coisa que o valha para nossos degraus.
O Morro resiste à violência urbana e à precariedade dos serviços oferecidos.


Herdei, sem escolha, duas gatas de um filho, há dez anos. Hoje, só uma me tira o sossego, a liberdade, e tenta me fazer companhia. Não faz.
Sou do tipo incapaz de maltratar um animal, mas não dependo deles para amenizar solidão.
Solidão é um acontecimento especial, artigo raro, se bem cuidada e aceita. Um luxuoso estado de espírito, requintado e para poucos, como eu, apreciarem.
Não reclamo e até sinto falta...se a invadem. Bem estávamos na gata, que tal qual um adolescente, não me faz companhia e tira minha liberdade.
Pois é, no cotidiano apressado, me reabasteço com a variedade aqui de perfumes, formas, cores, sons. Gosto de plantas, de flores e folhagens. Estas sim me fazem falta.
Gosto dos pássaros livres, vindo nos visitar toda manhã e à tardinha. Destaco meu encantamento com os beija-flores que dispensam qualquer comentário.
Outro dia, pela manhã, ouvia uns sons inquietos, no pequeno jardim da frente, onde está a pitangueira. Acreditando ser um novo trinado olhei curiosa!...Eram saguis, enlouquecidos de alegria em movimento de galho em galho, de fio em fio. Dei risada pelo meu forte componente urbano.
Nesse instante descobri a orquídea, que havia algum tempo pendurado no tronco do jasminseiro, começando a floração. Está lá , soberana e plena em sua beleza imaculada.
O êxtase sentido prejudicado pelo desaparecimento, misterioso e insólito, de dois vasos da mesma espécie. Foram levados do lugar onde, o zelador e eu, colocamos para um tratamento especial de carinho, luminosidade e fortalecimento.Um estágio de cura, em área comum, reservada aos moradores.


Moro num condomínio de casas, em Santa... Dois vasos de orquídeas foram levados, por algum vizinho que, identificando na etiqueta da planta sua origem, ignorou o amor e o cuidado por mim dedicados. Tenho muita dificuldade em lidar com quaisquer tipos de abusos...Prefiro imaginar:
Um caso de amor à primeira vista do gatuno de orquídeas ...ou as plantas eram fujonas?


Se alguém encontrar subindo e descendo ladeira ou mesmo a escadaria quebrada as duas orquídeas, ainda sem flores, avisem aqui no Ninho.





Abraços


Maysa

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

POR FALAR EM INSPIRAÇÃO...













Escritora já consagrada CLARICE LISPECTOR iniciou-se como entrevistadora. Muitas foram as personalidades escolhidas por ela. A Ed. Rocco , em 2007, publicou um livro delicioso, "Entrevistas". São conversas de abrir o coração, faz uma falta danada, hoje em dia, esse diálogo sincero com alguém, para compartilhar nossa visão de mundo.
Destaco um trecho em que Chico Buarque, entrevistado por Clarice , a entrevista: (Pag. 100)
C.B. - E como é seu trabalho?
C.L. - Vem às vezes em nebulosa sem que eu possa concretizá-lo de algum modo.Também como você, passo dias ou até anos, meu Deus, esperando. E, quando chega, já vem em forma de inspiração. Eu só trabalho em forma de inspiração.
C.B. - Até aí eu entendo, Clarice. Mas a mim, quando a música ou a letra vêm, parece muito mais fácil de concretizar porque é uma coisa pequena. Tenho a impressão de que se me desse idéia de construir uma sinfonia ou um romance, a coisa ia se despedaçar antes de estar completa.
C.L. - Mas Chico, aí é que entra o sofrimento do artista: despedaça-se tudo e a gente pensa que a inspiração que passou nunca mais há de vir.
C.B. - Se v. tem uma idéia para um romance, você sempre pode reduzí-lo a um conto?
C.L. - Não é bem assim, mas, se eu falar mais, a entrevistada fica sendo eu.(...)

Essa entrevista, suponho, foi decisiva na vida do Chico escritor.
Um abraço
Maysa

domingo, 15 de agosto de 2010

Ah! juventude onde foi que v. se escondeu?









Ah! juventude...que mal lhe fiz prá você se distanciar tanto de mim e dos amigos mais antigos? onde v. se escondeu?
Não, não adianta culpar o tempo. Isso faz parte da história e, ele é democrático, quando o destino deixa passa igualzinho para todos.
Mortais, bem sabemos há coisa pior que envelhecer... morrer cheio de sonhos e ilusões. Não viver!
Entretanto, a vida continua sem nós, tanto faz assistir ao que se desejou ou não ... doses duplas de espantos, em dias que se alongam, noites que não amanhecem...
Um aspecto da solidão é pior que constatar as rugas indeléveis... A insatisfação consigo.
A maturidade, quando se apresenta vestida em serenidade, fica bondosa e acolhe - com gosto -as mudanças físicas, emocionais, existenciais. É para saborear.
Aceitar a passagem do tempo e ficar distante daquela juventude impetuosa pode nos levar à outras descobertas, algumas revigorantes e muitas com o viço das novas floradas.


Ah! juventude onde v. se escondeu? Passou por nós tão rápido que fomos obrigados a inventar novos sonhos e desafios. A vida...continuará a nos encantar nas coisas boas que recebemos e deixamos.



Santa Teresa, 15 de agosto de 2010


Um abraço


Maysa

terça-feira, 10 de agosto de 2010

A TERRA DOS MENINOS PELADOS - GRACILIANO RAMOS




A leitura é capaz de despertar mundos adormecidos, saberes esquecidos, alguns guardados na memória da infância.
Mas é possível que faça aflorar, em aprendizado insólito, lições perdidas pela vida à fora.
Reli, com muito saboreio, A terra dos meninos pelados, do velho Graça(1892-1953) referência carinhosa a que me acostumei, no tratamento dado pelos que com ele conviveram, parentes ou amigos.
Nesse livro, Graciliano Ramos, traz o tema da diferença.
"Havia um menino diferente dos outros meninos: tinha o olho direito preto, o esquerdo azul e a cabeça pelada. Os vizinhos mangavam dele e gritavam:
- Ó pelado!" (p.7)
A pungência da solidão humana é vista com os recursos da imaginação fértil , então, inventa um país: Tatipirun.
Aguardo, com certa ansiedade, o momento de sugerir essa leitura para meus netos.
As crianças irão aproveitá-la e saborear a narrativa peculiar de Graça. À começar por expressões e verbos empregados traduzindo o jeito nordestino de contar uma história universal.
A arte que tudo transforma, torna possível o sonho, abre caminhos para se acreditar num país onde a diferença não poderá jamais ser punida.
Impossível, deixar de revisitar minha infância, a de filha de pai alagoano. Aquele mesmo estranhamento provado pela menina urbana, ao ouvir os verbos "mangar, debicar, troçar, bolir, sapecar", aprendidos em casa, mas jamais ouvidos na escola.

"Isso é uma arenga besta!" (pag.54), no dizer de Caralâmpia, a menina princesa de Tatipirun. Homenagem de Graça feita à amiga e conterrânea Nise da Silveira, que tinha esse apelido na infância.
É a fala de sertanejo, apregoada e depreciada, tanto tempo, por caipira.
O inusitado prazer sentido ao reler as peripécias do menino Raimundo que inventa seus iguais. E deixa de ser olhado com desprezo, desconfiança.
Ou a troça com a velhice na fala da guariba paleolítica:

" - Como é, sinha Guariba? A senhora, com essa cara, deve conhecer história antiga. Espiche uns casos da sua mocidade.
- Eu não tive isso não, meu filho. Sempre fui assim.
- Assim coroca e reumática? estranhou Raimundo.
- Assim como vocês estão vendo.
- Foi nada! A senhora antigamente era aprumada e vistosa. Sapeque aí umas guerras do Carlos Magno.
-Eu sei lá! Estou esquecida. Sou uma guariba paleolítica.
- Paleo quê?
- Lítica "
(pag.59, 60)


O excelente projeto gráfico e ilustrações são de Roger Mello. Ed. Record, 37ª edição. 2008

Para os mais jovens deixo aqui como sugestão de bibliografia, sobre o autor, visitar o endereço: http://www.releituras.com/graciramos_bio.asp
Um carinhoso abraço
Maysa

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

O TEMPO... PASSA.

Tina Modotti- 1925-wires telephones











O TEMPO... PASSA. UM MES DEPOIS.








Maysa M.



Olhe em volta.
Movimentos atam e desatam.
Brotam, fecundam, ferem.
Mas desabrocham.

Sentimentos moldam felicidades
Recursos as conformam
... Ou tudo desaba.
É preciso começar do zero
Do zero?
Não acredite
Fica sempre algo escondido
Nos escombros
Sementes de vida...
Ou restos mortais de raiva.
Fato possível é ...
germinar uma nova
(... ) variada.
Lado direito e avesso
Tudo é
Tocar pra frente.
Acreditando ou não
Em parceria.
Como os fantasmas...
Só a gente insiste em desconfiar.



Santa Teresa, 24 de fevereiro de 2010


É ver para acreditar.
Um abraço

Maysa

quinta-feira, 29 de julho de 2010

URGENTE É A VIDA - ALCIONE ARAÚJO








Em 2005, a EMERJ Cultural ofereceu um Curso Livre." Eu - Mundo: A Aventura Poética da Descoberta". O escritor, dramaturgo e ensaísta ALCIONE ARAÚJO ministrou as quatro palestras, que durante o mes de outubro assistimos. Acabara de receber o prêmio Jabuti, na categoria Contos e Crônicas, com URGENTE É A VIDA.
Deste livro, retiro trechos da crônica A Vida é Urgente. Foram quatro encontros deliciosos, com traços da nossa cultura e diversos aspectos da condição humana, selecionados pelo escritor mapeando elementos da relação homem-mundo.

"A vida é urgente. Não se pode deixar escapar nenhum instante de prazer, de alegria, de humor. Sobretudo, não se pode perder nenhuma migalha de amor. Esses instantes nunca vão se repetir da mesma maneira, com as mesmas pessoas, no mesmo clima. Se é que se repetirão. Pode ser que sejam os últimos. A vida é urgente porque é finita.
Enredado nos seus paradoxos, o homem faz de tudo para se esquecer da morte. Sobretudo da própria morte. O adolescente ou o adulto jovem nem se consideram mortais. Falar de morte com eles é como falar de algo longínquo, incerto, quase desconhecido. A volúpia e a alegria da vida e a roda-gigante dos sonhos são tão intensas que eles se sentem eternos. E mais: sentem que podem ser o que escolherem, que podem ter o que quiserem, que podem, enfim, abraçar o mundo com as pernas. Nessa fase da vida,parece que não há limite nem limitação. É belo, emocionante e legítimo que se sintam assim. Afinal, suas vidas são constituídas de uma matéria chamada futuro. E o futuro ainda é uma folha em branco. Tudo poderá acontecer.
O problema surge quando, mais tarde, o adulto passa a esconder de si mesmo a própria morte. Finge que não sabe que a vida é urgente e finita.
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Admitir a própria morte é difícil, quase impossível. Mas, enfim, é tratá-la como parte da vida. Revela a maturidade dos que já se perguntaram:" Afinal, o que é a vida?".....................................


In: " Urgente é a vida" , de Alcione de Araújo, Editora Record.2004. pgs 159/160

Selecionei uma entrevista do autor, se quiserem lê-la, é só clicar aqui.
Um carinhoso abraço
Maysa

quarta-feira, 21 de julho de 2010

SER... CARIOCA! EU SOU.



O que é ser carioca? Eu sou. Nasci aqui, não basta!
Vivo aqui, não basta!
Alguns passam por aqui, se apaixonam, não basta!

Aceitar a vida aqui na alegria e na dor, talvez seja o caminho...Mas ser carioca é como amar, não há definição que baste!

É para ser alegre ou triste... o intuito Guimarães Rosa já nos revelou (...) O coração mistura amores. Tudo cabe (p.204)

Ou (...) Somente com a alegria é que a gente realiza bem, mesmo até as tristes ações. (p.434)


Então? Vamos amar nosso Rio com os traços de alegria e tristeza aparecidos nas belezas perdidas; uma delas a tranquilidade de passear, de ir e vir. E voltar...e voltar. E ficar!
Queria que a cidade - e porque não todo o estado? - tivessem governantes cuidadosos, agindo mais que mal se apoiando em discursos falsos.
As ruas limpas , os jardins ...jardins, os corpos suados ou cansados sem perder os gestos educados e os sons... ah! esses sim, como seria bom parar... ouvir o canto dos pássaros.
Prá que buzina minha gente? E ainda por cima estridente!!
Motoristas atentos profisionais ou amadores, cedendo a vez , respeitando a velocidade permitida pelas leis.
Quanto às festas familiares: Não precisam mais comemorar aniversário ...dentro do sono do vizinho!
Sejamos felizes com a felicidade possível do outro!
Ah! Eu sou carioca, mas ando encontrando poucos!
(...)Viver é descuido prosseguido.(p 86)
Abraços
Maysa
PS: As citações de João Guimarães Rosa,em Grande Sertão Veredas, foram tiradas do catálogo da Instalação Grande Sertão:veredas, concebida por Bia Lessa para a inauguração do Museu da língua portuguesa, S.Paulo, março de 2006

domingo, 18 de julho de 2010

POEMA DA GATINHA - MABI RYFF










POEMA DA GATINHA


Mabi Ryff


Toda vez que acordo, escuto:
miau, miau, miau.
É a gatinha ronronando
querendo leite e mingau.
Tudo que ela quer pede miando.
Só não pede para tomar banho.
Quando saio é um grude
que não acaba mais...
Se meto o pé fora
ela corre atrás


Barra, 15.07.2010


PS: A autora do poema tem 8 anos. Adora escrever, ler , contar e ouvir histórias. Perguntou-me se podia publicar no blog seu Poema da Gatinha.
Com prazer e muito feliz , aqui, o trancrevo .

Abraços para quem passar.

Maysa