Quebro um jejum de meses sem placa de som, esquecida (!) na hora de reinstalar o computador! Inquietante não poder ouvir, logo eu que adoro música!
sábado, 19 de fevereiro de 2011
MELODY GARDOT -WORRISOME HEART
Quebro um jejum de meses sem placa de som, esquecida (!) na hora de reinstalar o computador! Inquietante não poder ouvir, logo eu que adoro música!
sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011
VOCÊ, TU...NEM SEI...
Você, Tu... Nem sei...
Maysa Machado
Tua palavra impregnada
Em perfume almiscarado
Seduz-me os sentidos.
Mistério ronda o perto
De mim.
És máscara ancestral
E não te permites mostrar a face.
Espelho sem aço
Espectro quebrado
Sem reflexo.
Teu gemido
Sincero e partido
Ronda minha solidão.
Sei de tua ferida...
Quer nexo.
É dor que não passa
Quer sexo.
Nada tens...
Esquecido estás de ti!
Rondas teu mistério
Exalas todo perfume. Amor há!
O sopro,o pulsar de vida.
Aceitas imitação.
Constróis lacunas
Simples em teu despudor
Qualquer beijo
Sem afeto
Te basta.
Teu mar de ansiedade quer beber oceanos
Você, Tu... Nem sei... De mim
Nós emaranhados.
Santa Teresa, 18 de fevereiro de 2011
Aos que passam pelo Ninho e suas tempestades...Com abraço e afeto.
Maysa
quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011
LACUNAS, SÍNCOPES, DESMAIOS DO SER
LACUNAS
Maysa Machado
Lacunas... É sempre possível preenchê-las!
As minhas tento com a poesia. Os amigos,os afetos!
Há quem já não possa. O que fazer?
Reconhecer a impermanência das coisas e das pessoas!
O resto são aprendizagens, e vôos solos, em liberdade!
Ah! lembrem-se das síncopes, que na música significam o prolongamento do som.Isso só acontece, entre notas iguais...
Não esqueçam o deslocamento da acentuação do som, no contratempo, é ouvido nas pausas.
Viver é tentativa maravilhosa de ser! É vertigem! É desmaio! É ritmo peculiar.
Um afetuoso abraço
Maysa
terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
LAVOURA ARCAICA - RADUAN NASSAR
O Rio é uma cidade tão especial... Se examinarem essa afirmação, ela será confirmada, em vários aspectos. A programação cultural invade o nosso dia-a-dia.
Habituada a ler o Caderno PROSA E VERSO, aos sábados, n’O GLOBO, encontrei maravilhada a proposta de um ciclo de leitura com o crítico e colunista do Caderno, José Castello e a psicanalista Maria Hena Lemgruber.
A obra a ser lida, em voz alta – LAVOURA ARCAICA, de Raduan Nassar, está entre as mais expressivas da literatura brasileira do século XX.
No Espaço SESC, em Copacabana, começou – ontem – esta aventura coletiva: A oficina literária EXTREMOS.
Um mergulho profundo, angustiante e cheio de beleza, através do texto de Raduan. Poesia em prosa.
Ritmo vertiginoso que ponteia o texto lírico e cortante.
O público atento parece bastante variado tanto em sua origem profissional quanto nas faixas etárias.
O livro é contado na primeira pessoa, por um narrador – André, o personagem principal. A dureza do tema fica almiscarada nas metáforas poéticas que permeiam o texto.
Ontem, páginas foram lidas e comentadas, a platéia participando com interesse e tecendo conjeturas, sobre as possíveis marcas autobiográficas, escavadas no texto.
Hoje tem mais, amanhã e na quinta também.
Fica no ar a pergunta: O que é a literatura?
Programa comovente e inteligente!
Das nossas angústias existenciais sobre o tempo, a vida, a morte, a sexualidade, a fé... Fazemos, enquanto lemos um balanço crítico e bem honesto! Espero.
A oficina tem entrada franca e acontece dos dias 14 a 17 de fevereiro. No período de 19 h 22 h.
Um abraço
Maysa
Lavoura arcaica
De Raduan Nassar - Ed. Companhia das Letras, 3ª edição revista pelo autor pp.194. 1989
Prêmios Recebidos:
-'Coelho Neto' da Academia Brasileira de Letras;
-'Jabuti' da Câmara Brasileira do Livro
-'Revelação' da Associação Paulista dos Críticos de Arte.
Foi feita uma adaptação cinematográfica em 2001.
sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011
MEU MAR DE CRIANÇA - MAYSA MACHADO
MEU MAR DE CRIANÇA
Contaram-me que em todo amor
tem o tempo da espera
do desespero
da desesperança.
Inda assim
deixa eu te amar
serena e, fundamente
como o mar ...
de meus dias de criança.
Distante e perto mistério
por ele, por ti,
vivo atraída.
Tão fundo sentimento
Até parece verdadeiro.
Quimera?
Inda assim não fujas!
Conversas tolas
não existem... São só apelos!
São vielas para deixar
a essência do amor ficar.
Dias, noites, lembranças
entregas, desejos
miragens misturadas
à esperanças.
Barra, 11 de fevereiro de 2011
Um abraço carinhoso
Maysa
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
4 ESTAÇÕES - WILSON JEQUITIBÁ
foto maysa/rio/2010
4 Estações
Nas estações do tempo descobri que o cantar faz o sol e os ventos se olharem mais, que as estrelas têm dentro de si camaleões que as tornam invisíveis de dia. Na primavera percebi que o cheiro das nuvens lembra a minha infância, um lugar repleto de cores, sensação de pés descalços e sabores de frutas.
No verão, senti o que era calor, mas isso não deixava os dias ruins. Nesse tempo aprendi a nadar, abraçava o mar e ele me abraçava também, assim, não afundava nunca. O grande segredo para saber nadar bem é abraçar muito bem a água.
No outono, vi que o céu tinha mais cores ao entardecer. Cores e mais cores que lembravam os sorvetes que Seu Pedro vendia na cantina. Depois, aprendi com a professora - cujo nome me escapa - um nome bem bonito para isso, lusco-fusco. Desde então, olhar o céu a cada outono é, para mim, deliciar-me com gostos de sorvetes, os mais variados e exóticos, beterraba com chocolate, berinjela com limão e assim por diante, estranhos em combinação, mas deliciosos de sabor.
No inverno, pude aprender a importância da palavra “afeto”, de tanto receber carinho enquanto ouvia as mais belas histórias sobre heróis da mitologia, monstros do mar e do céu. Percebi também a ausência das formigas em meu quarto durante as brincadeiras de construir castelos. Não havia mais nenhum habitante em meu reino! Só depois entendi por que elas tinham sumido, coisa de ciências, de documentário científico, aqui não cabe explicar...
Wilson Jequitibá, autor deste texto, é um homem sensível, estudioso. Jovem com muitos planos e sonhos. É, mais que tudo, um artista e um pesquisador. Faz oficinas de Arteterapia ,e nos conhecemos participando de grupo, ano passado, numa Oficina sobre Literatura Infanto-Juvenil. Desejo,ardentemente, que ele desenvolva todas as suas potencialidades criativas.
segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011
DESEJOS INESPERADOS!
domingo, 6 de fevereiro de 2011
QUEM INVENTOU O AZUL?
sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011
REFLEXÕES E ABSINTO
REFLEXÕES E ABSINTO
Maysa Machado
Muita vez é melhor não encarar a dor! Como fugir? Gemendo ora! Gema alto proteste e siga, não desista! Não morreu se fortaleceu.
Aceite as notícias tristes, perdas e silêncios... A vida é tecida assim! Ausências de fora e de nós, em nós. Tramas cruas, fortes.
Ah! Vida... Melhor seguir tirando, ensinando e nos fazendo de eternos aprendizes! Cada instante não se repete mesmo. A exaustão, só frases!
Vida com muitos sentidos, e muita vez sem nenhum significado!
Amarga e tóxica como o absinto!
Prá em outro tempo ser leve, doce, amável.
Em qual frasco a gente encontra a essência de vida?
Sempre única e fugaz.
Percepções que Maria, a protagonista de Último Tango em Paris, em sua morte prematura deixa à nossa geração, que a viu nua, jovem, triste e bela nas telas, com Brando.
Nudez longe de ser apenas imagem de beleza palpitante, incluía a vida, a morte, a dor. O medo de amar.
Bertolucci ao dirigí-los narrava em off, sem prever, os destinos trágicos dos dois atores para além de seus personagens.
Indagações coloquiais pungentes assaltaram nosso existir clamando por mais independência e liberdade, bem acima dos padrões da cultura ocidental da época.
A identidade dos amantes, nunca revelada, continuava a fervilhar como um vazio, um buraco que nunca se completaria.
Até hoje amor e sofrimento disputam na velocidade dos acontecimentos, e na parcimônia dos afetos, um só lugar.
A nós, que remanescemos, cabe nova indagação... A cada dia, e nenhum remanso.
Um abraço
Maysa
quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011
IEMANJÁ - RAINHA DO MAR
Esta manhã caminhando por rua do Centro do Rio, próxima ao Passeio Público, ouvi cânticos e os sons de atabaques.
Surpresa não atinei logo. Coincidiu com o bater dos sinos da velha Igreja de NSª do Carmo, da Lapa.
A data e sua festividade têm manifestação recente em ruas de nossa cidade. A maior expressão do culto à Rainha do Mar se dá, como todos sabem, na despedida do Ano. Os adeptos do candomblé e todos que admiram a beleza comparecem.
O frenesi, o entre e sai em todas as praias, quando as oferendas são entregues é mesclado com a devoção respeitosa e doce que IEMANJÁ desperta.
Tentei uma espécie de reciclagem mental... Matinal.
Teria eu me transportado para Salvador? A imagem desfilava em carro aberto, feito os dos trios elétricos! Um pequeno cortejo de pessoas vestidas de branco acompanhava e cantava, oferecia flores.
A última badalada do sino me situou, auxiliada pelo relógio digital que informava em exatos minutos e segundo: 11 horas.
O Rio ainda é bucólico! Por átimos, mas é...
A singela manifestação cativou meu coração distraído, porém atento aos momentos em que o uso do espaço urbano é exercido, com descontrole, muitas vezes recebendo o apoio das autoridades.
O cortejo seguia bem diferente sim, pois não costuma assolar quarteirões, não trazem ônibus fretados nem milhares de pessoas acorrendo aos locais aprazados. Há uma suavidade em sua constituição. IEMANJÁ - A MÃE DOS ORIXÁS - É DOCE E SERENA.
Nada contra religiões em suas diversidades e representações aqui na terra. Os macro-cultos orquestrados por homens, poderosos formadores de opinião pública, bem poderiam ser tocados por esta singeleza que me tocou!
O planeta e os viventes nas grandes cidades nas horas de oração precisam de muito pouco, quase nada. Além do silêncio que é uma forma de oração...
Flores, cânticos, ritmos e alegria de estar vivo nesse mundo, apesar dos homens gananciosos que nela habitam.
Ah! Um pequeno detalhe que poderá ajudar a exaltar o ambiente de momentâneo júbilo:
Buzinas são os sinais da impaciência das grandes cidades! Ouçam os sinos.Não as usem. Guardem-nas na próxima homenagem à IEMANJÁ.
Ela é a Rainha do Mar passeando em seu dia de Festa!
Um carinhoso abraço a todos
Maysa