terça-feira, 8 de março de 2011

CARNAVAL , MANTRAS E DIA INTERNACIONAL DA MULHER

foto Maysa M./ Regina Van Der Veid à esquerda e Alaíde Pereira Nunes, no centro/MFPALD*/Rio,11março 2010.








O Carnaval passou por mim suave, na alegria escondida dos olhos que supõem, vêem... E não concluem nada... Acho que só não levitei... Faltou bem pouco, mas consegui relaxar, e quase meditei em plena Avenida Rio Branco, no centro do Rio, tomada pelo encantamento dos grupos alegres, gentis, coloridos, criativos, muitos jovens. Zen estávamos! Eu e um casal de amigos.

Pitoresco o número incrível de homens vestidos de mulher... Bailarinas, ciganas, negas malucas, pinups, gatinhas, oncinhas. Ri muito desse sacrifício todo, erguido em saltos finos e altos, naqueles tornozelos sarados e peludos! Não me refiro aos transexuais ou gays, não! Eram rapazes com suas namoradas, ao lado, e empatando o brilho das mesmas. No quesito criatividade.

Alguém se habilita a uma interpretação psicológica?

Um atrapalhado com a saia de filó, que pinicava suas coxas, queixou-se a mim... Era um belo homem! Tive dó quando olhei o tamanho do salto em que se equilibrava... Mal, e que não fora objeto do queixume. Aquele corpo já não lhe pertencia, por solidariedade elogiei a saia, o tutu de tule. E bem no íntimo sua coragem de se colocar no lugar do outro!

Chamou minha atenção um de peito desnudo, semi encoberto com paletó escuro de executivo, aberto. A cara triste, só... Perdido, talvez, de algum grupo de amigos ou da companheira, vagava fazendo, sem ser gênero, uma figura de amargura em pleno reinado de Momo. Outro, ainda, bem alegre de pirata com um papagaio no ombro, esse sim estava exultante, leve em visível pacto com a felicidade. Sua vigilante namorada, também!

No café da manhã, de domingo para segunda, estive acompanhada por duas de minhas netas, e da agitação da mais nova surgiu-me a idéia de entoar um OMMMMMMMM. O mantra deu certo! Acalmou o momento da curiosa e especial netinha, e bem relaxadas fomos para o fogão fazer um brigadeiro de colher!

A pequenina, então, apurou seus conhecimentos culinários ajudando-me a preparar um prato árabe para a mais velha! O prazer está em muitos lugares e, sobretudo na companhia que nos escolhe ou escolhemos. O resto é criar e fazer junto!

Bom final de carnaval! Nesta terça-feira gorda, e também DIA INTERNACIONAL DA MULHER, que está sendo homenageada em muitos blocos.

Algumas dicas:

1-Para quem ainda escolhe programa de rua:

Hoje, sugiro que sigam o bloco Maria Vem Com As Outras, concentra nos Arcos da Lapa, e sai pelas redondezas, às 16 horas. A bateria Fina Batucada é composta só por mulheres,duzentas, e regida por Mestre Riko, mestre mesmo de percussão nos 365 dias do ano, lá na Escola de Música Villa-Lobos.

O bloco parte do Circo Voador, segue em direção à Sala Cecília Meireles, e retorna ao ponto de concentração. Acho que vou!

2-Para quem vai ficar em casa:

Que tal uma passada no blog da Marta Bellini? Cacarecos da Marta - é super! Em seu perfil encontrei estes dois versos de Maria Esther Maciel: Onde estou não é sempre/ E o que sou é por um triz.

Ainda lá destaco a entrevista com Rose Marie Muraro, dada à Folha de S. Paulo.

http://blogdamartabellini.blogspot.com/2011/03/rose-gente-decente-no-brazil.html

3- Para semana que vem:

Uma festa cheia de carinho, amor e alegria! A aniversariante é Cecília, mulher de destemida coragem, perseverança e coerência política. Foi minha colega nos tempos da FNFI. Agitava nas assembléias da Faculdade Nacional de Filosofia. Querida, nunca subiu em saltos hipotéticos, nem nos do sofrimento! É uma referência, para nós do GTNM-RJ, e para todos que militam pela causa dos Direitos Humanos.

Ao longo das últimas décadas conciliou trabalho, os alunos da psicologia na UFF, dedicação e crescimento profissional com a luta cotidiana pelos Direitos Humanos e as Liberdades Democráticas; várias vezes à frente dos grupos do GRUPO TORTURA NUNCA MAIS-RJ.

Cecília nos convida. Curtam suas palavras:

"Convido a todos para comemorar a Vida em suas expressões mais belas e potentes: o amor, a amizade e a solidariedade.

Como não quero excluir ninguém e não tenho grana para arcar com todas as despesas desta festa, o consumo ficará por conta de cada um.

Será um “happy-hour” (dizem que é assim), dia 16 de março do corrente (4ª feira), das 18 horas às 24 horas no Restaurante Antigua Sapore, à Rua Gomes Freire, 217. A casa estará fechada para a festa e haverá música, dança e mais o que vocês quiserem, puderem e bolarem... Espero por todos e todas!”

Estarei lá no aniversário da Cecília Coimbra, presidente do GTNM-RJ.

Pela Vida, pela Paz, Tortura Nunca Mais.

Mais um abraço de Colombina! O penúltimo deste carnaval de 2011!

Maysa



* MFPALD -Movimento Feminino pela Anistia e Liberdades Democráticas. O depoimento Alaíde dá, Regina a assiste e também é a anfitriã, aqui no Rio. Há quase um ano para a Universidade Federal do Ceará.

sexta-feira, 4 de março de 2011

HOJE É CARNAVAL -BLOCO DAS CARMELITAS SAI






O Carnaval apresenta oportunidades para cada um diferentes. Há os que se programam o ano inteiro para brincar. Os que sonham como os dias do tríduo de Momo, em nossos dias mais do que três, para ler e descansar, talvez até quem saiba namorar com tranquilidade.

Eu confesso nunca estive entre os primeiros... Rsrsrs

Existem os descansados que não se programam à priori para nada, mas podem se envolver com um bloco simpático - existe muitos por aqui - dançar, pular, ou encontrar uma alma gêmea por três ou quatro dias, apenas...

Desejo a todos um bom Carnaval. Curtam a alegria, encontrem Almas Correlatas e nem pensem na Quarta-Feira de Cinzas... Hoje é Carnaval! Não me levem a mal! Já escolhi algumas máscaras! Lindas!

Vou dar uma espiada no bloco do meu bairro, Sta. Teresa! O bloco das CARMELITAS está saindo, ouço as músicas, aqui, da minha torre encantada...

Bom Carnaval e sigam as dicas que o Jornal on line BAFAFÁ enumera:

FOLIÃO ESPERTO - DICAS DO BAFAFÁ ON LINE

http://www.bafafa.com.br/site.php?area=lerMaterias&codigo=76


Um abraço de colombina para todos

Maysa


quinta-feira, 3 de março de 2011

MANOEL DE BARROS - POESIA


Experimentando a Manhã dos Galos

... poesias, a poesia é

- é como a boca
dos ventos
na harpa

nuvem
a comer na árvore
vazia que
desfolha a noite

raíz entrando
em orvalhos...

floresta que oculta
quem aparece
como quem fala
desaparece na boca

cigarra que estoura o
crepúsculo
que a contém

o beijo dos rios
aberto nos campos
espalmando em álacres
os pássaros

- e é livre
como um rumo
nem desconfiado...


COMPÊNDIO PARA USO DOS PÁSSAROS, 1961,
in Gramática Expositiva do Chão,
Editora Civilização Brasileira, 1990.


Um presente para a alma.

Meu abraço

Maysa

terça-feira, 1 de março de 2011

JORGE MELÍCIAS NA LIVRARIA DA TRAVESSA- CENTRO

Hoje, à tarde, estive no REAL GABINETE PORTUGUÊS DE LEITURA para um encontro, promovido pelo Polo de Pesquisa sobre Relações Luso-Brasileiras, com o prestigiado poeta português JORGE MELÍCIAS, radicado em Coimbra, e que dá aulas de Poética no Porto. Estavam entre os presentes o poeta e professor Luiz Maffei (UFF), a profª Gilda Santos, Vivian de Fátima S. Pereira da Silva.

O poeta estará amanhã , na Livraria da Travessa, no Centro do Rio, às 18 hs, para o lançamento do livro A poesia do excesso rumo às vísceras de Jorge Melícias, de Daniel Oliveira Gomes. Algo me diz que neste novo encontro seremos embalados e acordados pela forte poesia de Jorge. Leiam esta! Encontrei-a aqui

UM POEMA DO POETA JORGE MELÍCIAS

O poema são fogueiras levantadas na garganta

ou um sono inclinado sobre as facas.


Alguém diz, a prumo

todos os nomes queimam,

e há uma deflagração assombrosa,


a palavra acende-se

com uma árvore de sangue ao centro.

Jorge Melícias

in A Luz nos Pulmões

Palavras de Jorge que guardei de nosso encontro à tarde: Todo ato poético é um ato político, de resistência!


Um abraço afetuoso para os que aqui me visitam.

Maysa

MARILENA RAMOS _ MESTRE EM HISTÓRIA

foto maysa/ato na ABI/dez 2009






MARILENA RAMOS

Quando alguém parte para sempre, deixa aqui, entre nós, mais que lembranças e saudades, deixa sementes de uma vida que vão germinar acolá! Em tempos próximos, assim desejamos!

Abram suas janelas, e se puderem novas frestas em suas mentes. Recebam parte do patrimônio, do que esta rara brasileira, carioca, digna,construiu e nos legou. Vamos continuar! Amar as pessoas, como bem maior, o Brasil, lutar por uma sociedade fraterna, justa. Estudar e compartilhar.

Tristemente, ficamos órfãos de uma amiga querida. O Brasil também, pois ela professora de história dedicada, e culta se especializou no período Vargas, no trabalhismo, no Governo João Goulart. Mestre em questões do nacionalismo brasileiro em sua difícil trajetória. Poucos nestes nossos dias se preocupam - como ela se ocupou - em deslindar àquele tempo. Aqueles desígnios políticos. Lecionou na UERJ, acompanhou teses com vivo interesse, e generosidade. Contribuiu para formar consciências políticas.Uma das fundadoras do Grupo Tortura Nunca Mais, GTNM-RJ

Marilena tinha tanto, ainda, a nos ensinar. Amiga, companheira, alegre, um lado adolescente no meio daquela seriedade toda acadêmica. Seus muitos alunos devem estar órfãos, tanto como nós – seus muitos amigos - se sentem!

Ai! Porque viemos para partir, e nem sempre concluímos o que nos inquieta, apaixona? Porque nosso transitório é tão fugaz?

Querida amiga-mestra vai serena, agora, teus alunos, é o que fortemente desejamos, hão de prosseguir... Terão aprendido a continuar teu precioso e amoroso trabalho.

Entender o Brasil e contá-lo para as futuras gerações! Transformar cada um em outro. Abrir-lhes portas e janelas para a cidadania, a consciência política, que alguns de nós aprendemos com nossos mestres, lá na FNFi, nos idos do século passado.

Saudade, só isso.

Um trecho sobre a questão do nacionalismo aqui em entrevista dada a TV comunitária

1 de março de 2011


Maysa Machado



segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

PALAVRAS ME TRANSFORMAM - Maysa M.

foto Vio/Cataratas/2009


PALAVRAS ME TRANSFORMAM.
Maysa Machado

Palavras me transformam.
Em que?
Flor, nuvem, pássaro...
Abóbora, besouro, pôr-do-sol
Caracol ou lesma! Tanto faz...
Afronta confundi-los.
Ambos são lerdos.
Um, não nos repugna
O que à outra cabe
Com seu rastro viscoso
...De desprezível brilho.

Cultura. Ócio. Amor.
O que mais?
Prazer. Música. Vinho...
Eu mesma nem sei... Imprevidente
Sou onda. Sou espuma.

Fujo... Agora, ontem
Aos nãos fatais
Recusas bestiais
E abjuro, sempre
Os sins celestiais.
Acertos interiores
Conversas finais.

Palavras me transformam.
Silêncios... Só alguns
É que me devoram.

Santa Teresa, 28 de fevereiro de 2011

LÁ SE FOI MOACYR...









Lá se foi Moacyr... Com seus olhos claros, de um olhar arguto, sorriso doce, e generosidade tamanha para ler... Incentivar, aconselhar aos que amam escrever. Saudade em mim profunda. Relembro seu prazer em falar sobre a escrita, de todos os gêneros percorridos em sua obra.

Conhecemo-nos, ele professor eu aluna, numa oficina de Crônica, na Estação das Letras. Tivemos esse privilégio. Talvez o horário, ou resultado de pouca divulgação éramos três inscritas. Tímida e trêmula li meus textos... Atento ele destacava pontos positivos; preciosos para mim esses momentos de convívio e aprendizagem. Jamais o esqueci, jamais vou esquecê-lo. Ali, em sala de aula, recuperou com entusiasmo o gênero de um texto de minha autoria, admitido tempos antes, por mim, e a contragosto, como crônica. Ele me fez feliz ao afirmar: - Isto aqui é um conto, introspectivo, um conto! ... Prossiga.

Leio triste e orgulhosa, a dedicatória deixada em seu livro - Manual da Paixão Solitária- seu “recado” fala na dimensão humana. Simples, apaixonado e pulsante, vivo, criativo, mordaz.

Dimensão de sua alma rica, gentil, que a fama não alterou hábitos nem propósitos. Dedicado leitor... Dedicado escritor.

Reproduzo, aqui, o belo texto de José Castello, escritor e colunista, do Caderno Prosa e Verso, do jornal O Globo - UM ESCRITOR COM AS LUVAS DA FANTASIA - com extrema sensibilidade nos conta um pouco sobre a vida e a obra de Moacyr Scliar.

E, aqui, para os que tiverem curiosidade reproduzo uma crônica lida por mim, para ele, em nossa oficina.

Com pesar, porém agradecida, abraço a todos.

Maysa

sábado, 26 de fevereiro de 2011

CORA CORALINA - CORAÇÃO DO BRASIL -NO CCBB







Cora Coralina Cristalina


É doce!Calda em ebulição fervilha... Falta mesmo ao olfato a gama de odores, a memória dá conta desse recado.É água! Borbulhas e espumas se alternam em movimentos rápidos e renovados. Pedras brutas, agora amaciadas, lisas, úmidas, ainda, escuras sob tanta luz cristalina... São muros, muitos... tanto formato de colocar pedra sobre pedra. Pedras, açúcar, receitas preciosas; letra em caligrafia antiga, caprichada salta dos cadernos de Cora. Comentários precisos e apetitosos.

São meus sustos diante de tanta beleza e simplicidade, de tanta sabedoria e humildade. A poesia escorre como água fresca, borbulha como o doce que está alcançando o ponto. Entra em nós, passeia em nossas lembranças, e não faz menção de sair. Chega-me a profunda saudade da avó verdadeira, dos seus doces, do seu bordado, da sua sabedoria... Do seu cheiro de alfazema, dos cabelos lisos, macios e alvos na tez morena. Avozinha tão querida...

Flor de pedra

Espuma é...

Vem no movimento

Que é vida

Passagem

Alquimia

Transformação.

Os sons misturados

Cristais, cristais

Riquezas interiores

Não mais...

Poesia vida é.

Saio do devaneio...

(Maysa)


Descubro na travessura de menina, ainda Ana, o caso do prato... Deixou de ser prato e virou poema, antes de virar colar: O prato azul pombinho!

Era um enlevo o canto da minha meninice!

Cuidado com esse prato

Foi o último de noventa e dois!

E mais adiante:


Entre pedras que

me esmagavam

levantei a pedra

rude dos

meus versos.

E mais...


No acervo do perdido,

no tanto do ganhado,

está escriturado:

Perdas e danos,

meus acertos.

Lucros, meus erros.


Cora também pode ser ouvida e vista num vídeo contando suas histórias. Ali, sua forma de ver o mundo, seu olhar nos alcança e deixa em nós perguntas sem respostas, caminhos para outro olhar e entendimento... O poema de Carlos Drummond de Andrade, bem na saída, religa nossa imaginação. Poesia é isso, um tempo que não se explica, nem se esvai... Fica.

Um carinhoso abraço cheio de poesia.

Maysa

PS:No Centro Cultural do Banco do Brasil , até 13 de março.

NISE DA SILVEIRA- SENHORA DAS IMAGENS






Nise da Silveira, alagoana, médica, continua sendo de imensa importância para o pensamento de várias gerações de brasileiros. Sua vida e dedicação ao tratamento dos esquizofrênicos contribuíram para a efetiva mudança da relação médico X cliente psiquiátrico. NISE está sendo contada por Mariana Terra, atriz, dirigida, em espetáculo multi- mídia, por Daniel Lobo. Na Caixa Cultural- Rio.

Assisti comovida a apresentação de sexta-feira. Aprendi novas lições para uma história que, desde pequena, acompanho. Filha de pai alagoano, nossa família e a de Drª Nise têm parentesco afim. Sinto grande admiração pela Dra, por sua vida e obra.

A peça NISE- SENHORA DAS IMAGENS desencadeia emoções intensas. Ao evocar NISE, Mariana Terra, a atriz, incorpora e entrega mil NISES para nós, a platéia. Aberta, despojada, doada é sua arte de interpretar,viver o personagem. A estética do espetáculo ousada e dinâmica transborda em poética contestadora e lírica. A Dra, para quem a conheceu, e a criada por Mariana integram-se em seus múltiplos aspectos humanos, do processo de reflexão à ruptura com os papeis institucionais dos hospitais psiquiátricos. Primeira lição para os que assistem o desenrolar da ação cênica: A emoção de lidar traça a linha de atuação, está presente todo o tempo no palco. Nos captura, para lugares recônditos, mergulhos sem escafandros. Somos parte dessa experiência subjetiva, alquímica, transportados através da técnica e magia da arte de representar. Nosso imaginário sai agradecido: Namastê

Outra lição, bem humorada e sábia da Doutora, entre tantas narradas: Não se curem totalmente! Fica chato, insuportável. Insuportável como os rótulos, as posturas autoritárias; insuportável como as verdades definitivas. Reaprendo que viver é perceber a emoção de lidar, é caminhar passo a passo, cada dia! É olhar olho no olho.

NISE nos ensina - até hoje- a respeitar o diferente, a conquistar sua inclusão, cabe-nos transformar esta sociedade, torná-la menos desigual e injusta. E para contar essa experiência de vida, de vidas Mariana Terra, atriz, reconta NISE. Experimenta a emoção de lidar com a perda, a dor, a descoberta e o que se pode fazer ou não com tudo isso. Bastões, escafandros, máscaras, mergulhos, poesia, afetos, loucura. O Outro será sempre o intérprete de nossos insondáveis mistérios. Acabado o espetáculo, saímos mais conectados com esses mistérios do SER. A ternura provocada pelo afeto, talvez seja, o íntimo reduto da esperança.


Dedico esse comentário à poetisa Beatriz Bandeira, amiga e companheira de Nise na cela 4 ( hoje com 101 anos); à Martha Pires Ferreira,artista plástica e astróloga, amiga,seguidora do compromisso assumido por Nise com os clientes na Casa das Palmeiras. E a Mariana Terra, uma excelente atriz que se doa, de forma comovente, ao papel.

Um abraço aos que passam!

Reservem seus ingressos, com desconto, através dos nº de telefone registrado ou

envie email paraconvite.teatro@gmail.com e pague R$15,00.


Maysa



O PÚBLICO APLAUDE!

"A peça é maravilhosa. A interpretação da Nise é mediúnica. Final corajoso e emocionante." Benilton Bezerra Jr.

"Espetacular!" Glória Chan, Museu de Imagens do Inconsciente

"Um convite aos sonhos da imaginação!" Martha Pires Ferreira, Casa das Palmeiras

"Um espetáculo que entorpeçe a gente, de tanta emoção.'' Dora Alvarenga

"A Atriz é excelente e o texto comovente." Bete Calligaris

"Bellissimo spettacolo! Scambia con l'immaginario dello spettatore. Un mare disensazioni." Bruno Donati

"Belas imagens, leitura lúdica da Nise. Mariana está fantástica!" Luciana Lucena

"Uma viagem no tempo!" Tania Feital


Com Mariana Terra - Dramaturgia e Direção: Daniel Lobo
Coreografia: Ana Botafogo * Trilha sonora original: João Carlos Assis Brasil
Participações especiais de Carlos Vereza como "A Voz do Inconsciente" e Ferreira Gullar (vídeo)


De Quarta a Domingo às 19 horas - Até 20 de março de 2011
* Sessão especial terça, 01 de março.


CAIXA CULTURAL RIO (TEATRO DE ARENA)
Av. Almirante Barroso 25 - Centro (Esquina Av. Rio Branco)
Reservas: (21) 9607-9593





quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

AMOR DESFEITO - Maysa Machado



Te perdôo/Por fazeres mil perguntas/Que em vidas que andam juntas/

Ninguém faz/Te perdôo/Por pedires perdão/Por me amares demais.

MIL PERDÕES - CHICO BUARQUE

Se quiser acompanhar a letra na íntegra é aqui



Amor desfeito

Maysa Machado


Desatam-se em nãos, em nós

Despedidas doídas

Do amor desfeito.

Lembranças do que não foi dito

Vãos escusos, desusos

Para um amor mal repartido.

Sóis e luas adormecidos

Entre tuas mãos

Acordam meus ouvidos

Sussurrando canções

Tão tristes... Atemporais

De teus silêncios

E meus longos suspiros.

Afetos ao desabrigo.

Quem sabe as tempestades

Fizeram tudo?

Talvez apenas

Meus medos quase infantis

Teus silenciosos temporais...

Santa Teresa, 23 de fevereiro de 2011


Aos que passam meu abraço carinhoso

Maysa