domingo, 18 de novembro de 2012

CHUVA - Maysa Machado



















Chuva
                                      Maysa Machado



Encharcada por águas torrenciais

Fictícias ou reais

Qual folha verde, no depois...

Minha alma lavada brilha

Por entre os vãos...

Onde a solidão

Se instala.


Santa Teresa, 18 de novembro.


Um abraço de Domingo.

Maysa

sábado, 17 de novembro de 2012

Poemeto Hibiscus Amarelo - Maysa Machado


Hibiscus Amarelo


                                                                     Maysa Machado




E dá pra viver sem?

Amo as flores, todas.

Perfumadas ou não.

Como as cores...

Tom sobre tom.

A vida pulsa discreta e exagerada

entre territórios efêmeros e tênues.



Santa Teresa, 17 de novembro de 2012


Beijos Maysa








quarta-feira, 14 de novembro de 2012

AMAR ALGUÉM - Maysa Machado


    Rio, novembro de 2012-foto Marcos Estrella












    AMAR ALGUÉM



    Maysa Machado



    Ficar nas nuvens é uma expressão corriqueira e indicativa de sair do ar, desligar o cotidiano e embarcar na fantasia. Nem sempre isso acontece.
    Por nenhum motivo especial, ou todos os que você preferir, a vida destila poções mágicas que a gente bebe, se perfuma ou se encharca e flutua... E aí, nuvens macias, flocos imaginários, um pouco acima de nossas cabeças, criam o clima.

    “Amar alguém” uma canção toca, com jeito delicado, problemas fundos e reaprendo: Amar alguém só pode fazer bem!

    A chuva caindo à tarde, se prolonga até a noitinha. A precisão de sair adia a vontade de ficar em casa. Vamos. Ah! Com atraso, à maneira carioca, rsrsrs.

    Difícil pegar um taxi; na volta, da Rua Jardim Botânico pra Santa Teresa, pra lá de impossível.

    Faróis, poças, pessoas apressadas, impacientes nãos de taxistas. Acomete-me um desânimo paralisante. Do nada, você surge. O céu desce e me envolve. No início apenas uma silhueta, sob um guarda-chuva, pulôver cinza, cabisbaixo, olhando pros perigos do chão. Seus cabelos, agora, totalmente brancos... Em nada mudam meu olhar de antes. Revejo, em flashback, os fios negros compondo com a barba um rosto masculino, também especial. Logo ali no passado.

    Não acredito que você esteja apanhando a mesma chuva, porque minutos atrás, no boteco brega- chique costumeiro inventava sua imagem chegando. Era mais que imaginação. Um desejo de ser feliz e alegre, de rever-te. Em tempo tão curto a saudade ficou de plantão.

    Eu me dizia: Acorda, é passado, bem recente, mas é passado.

    Então pedi ao garçom a sobremesa, aquela que recusara no dia em que nos reencontramos. Um ritual instintivo pra te trazer pra perto. E agora... Tua presença física. Assusto-me com a imponderável nova poção oferecida pela vida. Sorvo ou me encabulo? Fico desconcertada. Acho que você, também.

    A vida nos surpreende com mais esse acaso. Nada, sonho algum é impossível.

    Você fica feliz, espantado, mas se concentra em me ajudar a conseguir o taxi. Somos envolvidos. Um misto de alívio e pena. Apressados nos despedimos. É a chuva!

    Comovida com o carinhoso gesto entro no carro e peço: Liga pra mim!

    Santa Teresa, 13 de novembro de 2012.

    Um abraço carinhoso aos que passam.

    Maysa

    terça-feira, 6 de novembro de 2012

    ESCRITOS SEM TÍTULO - Maysa Machado

    Tina Modotti - cana de açúcar - 1925-26

    Escrevo, escrevo e volta e meia descubro entre papéis e cadernos de anotações coisas assim! Não estão escondidas, como alguns sentimentos, talvez, perdidas nos emaranhados dos dias.

    1-  Sem título

    Entre o sonho
    e a vigília
    ainda te
    espero!

    _._._._._._._._._.

    2- Sem título

    Eu sofro
    de desamor.
    Des... amas-me
    Por que?


    Santa Teresa 11 de março de 2011

    3- Sem título


    Cor da areia molhada...
    Lembra as pinturas do Guinard
    ..................................
    É assim minha pele.
    O mar, quando olho
    o mar de penhascos, ondas altas
    é imensidão em movimento.

    É captura!
    Magnetizada pelo mar
    mistério, deslumbre!
    É como amar!

    Santa Teresa, 14 de março de 2011


    Aos passantes pacientes, retalhos sensíveis e meu abraço.

    Santa Teresa,  06 de novembro de 2012
    Maysa


    sexta-feira, 2 de novembro de 2012

    ALGODÃO DOCE, RIO - Maysa Machado


        foto marcos estrella- rio
    Foto


    ALGODÃO DOCE


                                          Maysa Machado


    Algodão doce , Rio.
    Em nevoas e nuvens
    tudo se desfaz e refaz.
    Amores...
    Cores da paixão
    dores da saudade.
    Eternidade que mora em nós.
    Consola-nos a beleza daqui.
    Não é passageira como quase tudo
    O que nos rodeia.
    Há um mistério permanente...
    Podemos chamá-lo: Vida.

    Santa Teresa, 2 de novembro de 2012.

    Um abraço solidário na data de hoje.
    Maysa

    quarta-feira, 31 de outubro de 2012

    DIA D.- O Dia de Drummond

    escultura de bronze do poeta na praia de copacabana/rio

    DIA D.

    Hoje, 31 de outubro de 2012, transcorre mais uma data de aniversário de Carlos Drummond de Andrade - 110 ANOS .
     O Instituto Moreira Salles, no Rio, guarda o acervo do poeta, e criou a homenagem . Quem mais quiser saber, dá uma chegada no site:
    http://diadrummond.ims.uol.com.br/

    Por aqui, no Ninho postei  os poemas lincados abaixo. Sempre bom sentir o  que paira entre nós e a poesia de  Drummond

    1- http://oninhoeatempestade.blogspot.com.br/2009/03/enleio-carlos-drummond-de-andrade.html


    2 - http://oninhoeatempestade.blogspot.com.br/2010/12/as-sem-razoes-do-amor-carlos-drummond.html

    Grande abraço.

    Maysa

    terça-feira, 30 de outubro de 2012

    ODES e OUTROS POEMAS - Parte II- Ricardo Reis
















    Assim,  atravessada pelo difícil que reside nos dias sem projetos ou nos que passam e deixam as coisas incompletas...Descubro outros sentidos. Manhã que raias sem olhar a mim... ( Ricardo Reis)


    Manhã que raias sem olhar a mim,
    Sol que luzes sem qu’rer saber de eu ver-te,
          É por mim que sois
          Reais e verdadeiros.
    Porque é na oposição ao que eu desejo
    Que sinto real a natureza e a vida.
          No que me nega sinto
          Que existe e eu sou pequeno.
    E nesta consciência torno a grande
    Como a onda, que as tormentas atiraram
          Ao alto ar, regressa
          Pesada a um mar mais fundo.

    23 - 11 - 1918

    In Poesia , Assírio & Alvim, ed. Manuela Parreira da Silva, 2000



    Um abraço aos que passam.

    Maysa

    quinta-feira, 25 de outubro de 2012

    UM MAR DE SONHOS...Maysa Machado

    foto rio/marcos estrella
















    UM MAR DE SONHOS...


    Maysa M.



    A cidade do Rio de Janeiro é inesquecível para os viajantes que por aqui chegam, passam, e, sobretudo para aqueles que ficam. Adjetivos expressam o encanto que lhes desperta: Maravilhosa.


    A alegria de seu povo simples, descontraído e acolhedor desfruta esse cenário. Compartilha seu amor, entoando marchas, canções e sambas.


    Há os que a fotografam. Quase sempre poetas. Uma homenagem a todos que clicam recantos e encantos da divina cidade.


    As fotos do Marcos Estrella ilustram bem esse amor pelo Rio. Admirem essa.
    Um mar de sonhos, embrulhados em nuvens... E Ele cuidando de tudo e todos.


    Um abraço


    Maysa

    terça-feira, 9 de outubro de 2012

    DESAPEGO - Maysa Machado


    Árvore iluminada. I.M.Salles- Rio/ Maysa Machado
















    DESAPEGO

                                                 Maysa Machado


    Que lugar é esse?
    O do esquecimento, o mais distante?
    Que lugar me cabe?
    Um recanto ou um canto?
    Passo desapercebida ou espanto?
    E o que sei da vida...
    Que não vivemos juntos?
    Espaçamos, dia a dia, noite a noite.
    Inquietações, afetos.
    Vazios e êxtases.
    Ternuras e rejeições.
    Tormento é não descobrir
    O que nos acontece e modifica tanto.
    O que nos atravessa... Irremediável.
    Se inda fosse um jeito tímido
    Ou desajeitado no amor...

    Santa Teresa, 09 de outubro de 2012.

    Com muita saudade voltando para esse canto e recanto. 
    Abraços 
    Maysa

    sábado, 6 de outubro de 2012

    NUVEM PASSAGEIRA - Maysa Machado




















    Do mundo nada se leva.
    Enquanto ficamos por aqui, há os encantamentos da nuvem que passa, sonhos, anseios, esperanças...
    e uma tal felicidade que se transforma em amor ou dor!

     Santa Teresa, 04 de outubro de 2012.
    Maysa