quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

ANO NOVO... NOVO OLHAR... AS COISAS, AS PESSOAS ESTÃO EM QUE LUGAR? E NÓS ONDE ESTAMOS? - Maysa Machado

ANO NOVO... NOVO OLHAR... AS COISAS, AS PESSOAS ESTÃO EM QUE LUGAR? E NÓS ONDE ESTAMOS? - Maysa Machado




ANO NOVO... NOVO OLHAR... AS COISAS, AS PESSOAS ESTÃO EM QUE LUGAR? E NÓS ONDE ESTAMOS?
Maysa Machado
Comprei palmas de Santa Rita para enfeitar a casa. Brancas, no jarro de vidro rosa pálido, da ėpoca de menina. Encantava-me o auto relevo de flores e pássaros. Entretida ia rabiscando o contorno com lápis preto, e ganhava bronca pela repetida ação.
Lembrança antiga das alegrias e preparativos de fim-de-ano na casa da infância.
As pessoas queridas partiram, umas cedo, algumas tiveram tempo de envelhecer. 
Eu, menina, fui ocupando espaços papeis, cresci. Outras pessoas queridas chegaram e partiram.
A cada ano relembro a felicidade simples sentida e perdida, mas pra sempre capturada no vaso de flores e pássaros.
A cada ano renovo a esperança de construir o que precisa ser construído.
Amar a quem precisa ser amado. Deixar-me ser amada, por poucos.
Aceitar que novas pessoas , como o ANO NOVO, assumam papeis, busquem e troquem cumplices afetos comigo.
O ANO NOVO VEM COM A COSTUMEIRA ESPERANÇA. FELIZES DIAS!
Santa Teresa, 30 de dezembro de 2014.





domingo, 21 de dezembro de 2014

MAR - Maysa Machado


fotos by cel maysa machado
  


MAR

                                                                   Maysa Machado



Amo o mar!
Da menina atraída por mistérios
Sabidos e desconhecidos
Medos.
O mar é templo
Pra se aquietar.
Caminho e aventura
Contemplo.
Êxtase, vaievem
Marolando na praia.
Areia molhada morena
Conchas e sonhos
Castelos que o vento desfaz.
Acalma o mar
As tristezas da terra.


Santa Teresa, 18 de dezembro de 2014

A todos que passam por aqui, um verão maravilhoso.
Abraços
Maysa

domingo, 23 de novembro de 2014

BUSCAS - Maysa Machado


foto by cel/ maysa machado outubro de 2014


















BUSCAS


                              Maysa Machado

Prepara-te.
A vida oferece-nos
Batalhas e bonanças
E todos os ventos
Tornam-se arautos...
Quer do amor ou da dor.

Vindos da manhã alta 
O colorido casal de beija-flor 
Espalha alegria em meu coração.
Nesse alvoroço furta-cor 
Beijocaram as brancas florezinhas
Do solitário pé de café.

Voos rasantes, farfalhantes asas
Em canto matinal e sutil
Onde cabe quase toda
Expressão inusitada do amor.


Santa Teresa, 23 de novembro de 2014.


Um Domingo benfazejo a todos que pr aqui passam.
Abraço
Maysa

sábado, 11 de outubro de 2014

RECEITA - Maysa Machado

foto maysa machado/ outubro de 2014


















      RECEITA

                                 Maysa Machado




Um pouco de alegria, muita paz
trinado ou gorgeio de pássaros
junto com o desabrochar da flor.
Mais a brisa serena, em silêncio.
Acrescente, se tiver,  uma ou duas
Falsas Íris do jardim das samambaias.
E por fim:
Sombras diluídas em gotas de luz.

Santa Teresa, 10 de outubro de 2014.

Aos que passam por aqui, deixo o abraço carinhoso.
Maysa

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

VIDA - Maysa Machado

foto maysa machado/árvore iluminada/ Instituto Moreira Salles/ Rio















                                    VIDA

                                                                                   Maysa Machado


Viajo na poesia
Nas lutas de todo dia.
S o b r e v i v o...
Move-me simples desejo
Ver cada mudança sonhada
Na juventude...
Aos tristes dias das despedidas
Resplandecer em beleza
Insuspeita do real.
Se nada é para sempre... Mal e Bem
Encontrados e acontecidos
Por certo fazem a vida aparecer como é:
Única e prenhe de risco.
Escolho ser prenhe
E... Correr o cotidiano risco.

Santa Teresa, 26 de setembro de 2014.

Aos amigos que passam deixo meu abraço carinhoso. Pra você, Marília Trindade Barboza, que inspirou as palavras ditas...Com seus comentários.
Maysa

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

SEM ECO - Maysa Machado











SEM ECO

                                  Maysa Machado

  
Essa tristeza funda
Aparece... Me visita
Não traz dor.
Só o nada, espelho do vazio.
Perplexa deixo - me encolhida
Quieta irá embora tal qual chegou
Espreito. Não sei o que sinto ou vejo
É um descolar da vista
Da vida. Nadica de nada pode explicar.

Santa Teresa, 1 de setembro de 2014.

Fugaz e perene cada instante de vida traz e leva possibilidades...
Abraço aos que passam por aqui.
Maysa


quinta-feira, 21 de agosto de 2014

POEMETOS - Maysa Machado






POEMETOS


I - Pedra da Lua

                      Maysa Machado

... Por entre cristais
Rescende o rubro vinho
Em silêncio escolhido
Tecemos o espírito...
Amor e paz.
Santa Teresa, 21 de agosto de 2014.


 II - TOPÁZIO AZUL

                       Maysa Machado.

Beleza e mistério
Andam juntos.
Quer a fantasia enriquecer
Sonhos, ilusões
O cotidiano não deixa.
O coração sabe disso
E dá seu jeito.

Santa Teresa, 21 de agosto de 2014.

III – CÁLICE                                  

                                  Maysa Machado

Sóbrios nos calamos
O tempo escorre
Pela garganta molhada
Nos muitos vinhos sorvidos
Antes do amor...
Depois, o silêncio continua...
Vida a fora.


Santa Teresa, 21 de agosto de 2014

Um dia bom e alegre pra todos nós. Amor e paz.
Maysa

quarta-feira, 20 de agosto de 2014









SÓ PARA OS QUE VIVERAM OU VIVEM UM GRANDE AMOR



                                                                               Maysa Machado



Como deixar distante essa fonte de poesia que nos explica tanto a solidão, quando nos despedimos de um amor? Hoje, o sentimento é revestido por camada áspera, dura, cortante, na maioria das vezes fica a solidão de si.
Quase ninguém no individualismo como denominador comum, dos dias atuais, se entrega com a intensidade de antes. Parafraseando o bruxo do Cosme Velho... Mudou o amor ou mudamos nós?
A resposta está implícita na pergunta. Vinicius, mais que poeta, foi intérprete de toda uma época. E quem nos interpreta?
A universalidade da condição humana está na singularidade que é suprimida, negada e agredida pela visão massificada, e esta produzida culturalmente, repetida à exaustão.
 As pessoas se perdem de si.
Escasseia a reflexão imprescindível para que nos tornemos, de forma efetiva, seres humanos únicos, apesar de fadados à extinção, mas passíveis de remanescermos por gerações, em longo prazo de validade sócio-cultural-afetiva.
A dúvida, o impasse, a fragmentação de que somos capazes, e a recuperação, o renascer em outro instante, ressurge em novas possibilidades e criaturas... Ah! Poeta que saudade da Elizeth e de você...

Santa Teresa, 20 de agosto de 2014.


"Ai, vontade de ficar mas tendo que ir embora
Ai, que amar é se ir morrendo pela vida afora "

http://letras.mus.br/vinicius-de-moraes/49286/


Um carinhoso abraço aos que passam.
Maysa

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

DO QUE SOMOS CAPAZES - Maysa Machado
















DO QUE SOMOS CAPAZES


                                               Maysa Machado


Um tempo comprido
Longo mesmo passou
Paciente, a vida deu voltas.
Construiu possibilidades
Alimentou sonhos
Deixou que a realidade
Invadisse momentos íntimos.
Mas foi você quem
Teceu sua desimportância.

Santa Teresa, 14 de agosto de 2014.

Ensaio reflexões sobre o possível e o impossível.
Abraço a todos que por aqui passam.
Maysa

terça-feira, 12 de agosto de 2014

A MOSCA AZUL QUE POUSOU NA MINHA SOPA - Maysa Machado
















A MOSCA AZUL QUE POUSOU NA MINHA SOPA





Maysa Machado

Anos a fio experimentando sensações novas e fugazes. Esperar pelo grande, único e derradeiro amor era simultâneo com “tentar”, pela última vez, acertar tesão inadiável com a constatação de estar viva e querer brindar ao prazer.
Verdade ou delírio foi ao que me propus. No entanto, nesse mundinho angustiado alguns propósitos ficam perdidos nas intenções.
Fico um período recolhida pra me abastecer com novas emoções, e num dia qualquer acordo decidida a me apaixonar. Assim de supetão. Vi que estava pronta de novo.
Sentei o pé na estrada, antes calculei a quilometragem vivida, e me disse: Vai. Dessa vez vai!
Emperrei. E, não é que deixei de sair por medo de encontrar a tal paixão derradeira...
Por essa mesma época comecei a morar só. Os filhos adultos estavam no mundo, e eu ali no meu quintal desconhecido.
Desafio foi transformar o, até então, espaço pequeno individual num jardim de imensas proporções, de gigantescas possibilidades terapêuticas, e, sobretudo, de grandes descobertas pessoais.
Afinal, ninguém lembrava mais que eu era tímida, porque o arcabouço sociopolítico era bem resolvido.
 Eu nunca me esquecera.
 Num tour de force peguei a caderneta de anotações manuais, aquele caderninho de telefones que todo mundo teve um dia, e folheei. Fui de A Z. Encontrei no Z, um tal José, ex amigo íntimo, boa gente, incapaz de matar uma mosca.
Liguei , misturando sentimentos quase aflita e bastante alvoroçada, pro número do moço. Não, não morava mais lá.
E quem deu a pista foi uma das irmãs, de visita à casa da mãe. Boazinha deu o número onde poderia encontrá-lo, naquele instante. Agradecida e desinformada sobre os fatos futuros fiz a segunda tentativa acreditando na conspiração positiva do universo.Ou quem sabe...uma mulher desconfiada seria a nova  interlocutora?
O moço atende estupefato pelo gesto da irmãzinha com quem, segundo ele mesmo, não nutria bom convívio.
Retomamos o caso morno que tínhamos começado na década anterior. A paixão me deu um ciao pra que eu aprendesse a usar o faro, e jamais confundisse zona de conforto com desafio.

(continua)

Notas da autora:
 1- Ficção e não.
 Retomo a história e o prazer em contá-la com a permissão do tempo e dos eventuais leitores.

2- 
Detalhes, sempre eles... mas como viver sem eles? A Venus de Urbino, do Tiziano, ainda, não me contou!
Abraço a todos. Aguardo os comentários.

Maysa