quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

CARLOS LYRA e CHICO BUARQUE - ESSA PASSOU



Para alguns, neles me incluo, só a música cura a dor de amor, paixão recolhida ou mal resolvida.
Um dia, felizmente, a gente pode exclamar: ESSA PASSOU!
Ou talvez: Passei por essa... e saí viva.

Se não aprendessemos com CHICO e com CARLOS jamais iríamos descobrir que nossa dor correu sete léguas e a sede (de amor?) fez-nos beber sete litros de mar!

Essa Passou

Composição: Carlos Lyra - Chico Buarque

Foi ela que me convidou
Fui eu que não soube chegar
Foi ela que me castigou
Fui eu que não soube chorar
Andei sete léguas de amor
Chorei sete litros de mar
Mas ela não se saciou
Mas ela não soube esperar
Foi ela que me condenou
Sou eu que vou lhe perdoar
Foi ela que tanto pecou
Sou eu que vou me confessar
Foi ela que se ajoelhou
Sou eu que vou ter que rezar
Foi ela que me arruinou
Sou eu que vou ter que pagar
Foi ela que me incendiou
É fogo na roupa contar
É mais um história de amor
Que outro me tome o lugar
Não está mais aqui quem chorou (bis)
Um outro que venha chorar(bis)
É mais uma história vulgar
Mas se ela bater faz entrar
É mais um história de amor
Mas se ela chamar diz que eu vou
Correr sete léguas de dor
Beber sete litros de mar
Pra ela dizer que acabou
Pra ela dizer que acabou
Pra ela dizer que não está
Pra ela dizer que não está
Prá ela dizer que cortou
Prá ela dizer que cortou
Pra ela dizer que não dá
Prá ela dizer que não dá
Pra ela dizer que gorou
Prá ela dizer que gorou
Pra ela dizer que vá lá
Pra ela dizer que vá lá
Pra ela dizer que pifou
Pra ela dizer que pifou
Pra ela dizer que pifou


Album de CARLOS LYRA -" E no entanto é preciso cantar", selo Phillips, com participação de CHICO BUARQUE.



Um cordial abraço.
Maysa

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

O TEMPO

Foto Maysa M.














O TEMPO

Maysa M.

A diferença, não está nos outros, encontra-se em teu peito acalentado ou sofrido.
O tempo escorre por entre os dedos. Ouço a expressão, desde pequenina, aplicada para outras preciosidades como fortuna, sorte, amor, beleza.
Para mim, só agora faz sentido... O tempo acaba.
Feito água da chuva, não se pode reter, nem com a mão cheia. Escorre... Escorre.
Feito ducha quentinha saída do chuveiro. Nada além do prazer. Termina-se o banho. A toalha seca à nossa espera. Enxuga-se o quê?
O minuto que acabou de acabar e jamais retornará? A vida escoa silente e não dá outra chance, nem...
Na infância sequer nos apercebemos que o tempo corre célere. Igual para todos é democrático, em parte de seu percurso. No momento derradeiro, não. Onde está o fim? Envolto em mistério, outra história e outro deus, lá no Olimpo.
Se fosse possível escolheria como envelhecer... Feito uma árvore solitária em que a fronde sustenta tempestades e ninhos.
Na condição humana a mais insistente companhia é um tipo de solidão que fragiliza sem apreços ou parcerias qualquer desavisado coração.Tentem esvaziá-lo de expectativas de paixão.
Tentem, tentem. Continuem tentando...e procurem pela boa solidão. Ela existe.
Digo e repito, em silêncio, contrapondo o final feliz dos contos de fadas: Eles nunca foram felizes, para sempre!
Eles? Só eles não. Nós não fomos, não somos.
Então? Nada é para sempre.
Viver pode ser afirmar que sob o manto do tempo, tudo se transforma, destrói, degrada... Mas se reconstrói. Descobre-se.


Ah! O TEMPO brinca...! Escorre, esgueira.
Camaleão transforma ...! Brinca com ele se puderes
Engana-o, vai ser divertido!
Ficar mudo, por um tempo... Ajuda!
O próximo passo é não ouvir, nem voz interior.
Cala-te, não digas quase nada!
Deixa que o mar fale e, se for bravio, esbraveje.
Deixa que o rio corra, por entre matas, forme cascatas e um lago.
Deixa que o silêncio te descubra te aceite e, te encubra dos males desta vida.
Não por tua omissão.
Deixa que o amor fugaz te faça feliz, apenas por um minuto.
...O que já é bom.
Deixa que o vento se dome, e somente, para te agradar
se transforme em brisa.
Deixa que as lembranças balancem , venham, voltem
Esmaeçam, apareçam de surpresa.
Adormece tranqüilo, tu podes ter dormido ou morrido.
É TEMPO de ver!

Santa Teresa, este texto foi escrito em 20 de setembro de 2009


Um abraço a todos.
Maysa

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

SÓ PRÁ LEMBRAR A POESIA de PAULO LEMINSKI






É tudo que sinto


Inverno
É tudo o que sinto
Viver
É sucinto.

x x x x x

Amei em cheio
Meio amei-o
Meio não amei-o

x x x x x

Nem toda hora

É obra

Nem toda obra

É prima

Algumas são mães

Outras irmãs

Algumas

Clima

x x x x x

Vazio agudo

Ando meio

Cheio de tudo


Quem quiser ler mais é só clicar e viajar na poesia do poeta curitibano


Abraço quem por aqui passar.

Maysa

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

FUTUROS AMANTES - CHICO BUARQUE







Futuros Amantes


Não se afobe, não
Que nada é pra já
O amor não tem pressa
Ele pode esperar em silêncio
Num fundo de armário
Na posta-restante
Milênios, milênios
No ar

E quem sabe, então
O Rio será
Alguma cidade submersa
Os escafandristas virão
Explorar sua casa
Seu quarto, suas coisas
Sua alma, desvãos

Sábios em vão
Tentarão decifrar
O eco de antigas palavras
Fragmentos de cartas, poemas
Mentiras, retratos
Vestígios de estranha civilização

Não se afobe, não
Que nada é pra já
Amores serão sempre amáveis
Futuros amantes, quiçá
Se amarão sem saber
Com o amor que eu um dia
Deixei pra você

PS: O amor renova cada dia e a vida inteira.

Abraço

Maysa




quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

MEU RIO DE JANEIRO





Amo minha cidade. Um amor alegre, quase infantil, solto, leve. Cotidiano.

Também incondicional. Amor com lado de paixão que a gente esconde "prá não dar bandeira".
Cultivo e guardo toda minha emoção neste pedaço de Brasil em que nasci. Desde as ruas, de Botafogo, percorridas na infância às poucas moradas do passado, nos bairros da Urca, Leblon e, hoje, Santa Teresa.

Caminhadas, com ou sem destino, dadas ou que ainda vão acontecer. Esquinas e lembranças frequentes tomam meu coração e o assaltam, algumas são boas outras dolorosas e mesmo cruéis.
Moro aqui desde que nasci. Acompanho a transformação para o bem e para o mal, da minha querida cidade maravilhosa. Testemunho governos e povo numa suspeita união! Já observaram os políticos que nosso povo elege para cuidar da cidade?
Ruas esburacadas, sujeira, falta de educação, pobreza, descaso institucional. Omissão, desinformação.
Comportamentos hostis nos trazem inusitadas situações. À exemplo, fica a pergunta: Por que , predomina, nos homens de todas as idades, o hábito deselegante de urinar nas vias públicas?No período de carnaval que se aproxima vamos usar tapa narinas misturando-os, nas ruas, aos tapa - sexos momescos?

Minha cidade também é uma cidade de passagem! E com frequencia acomete as pessoas num estado de deslubramento e medo.
Espio como os transeuntes a tratam em suas incursões pelos espaços. Será que é amor produzir e jogar lixo em áreas públicas, bueiros, encostas?
Será que é sinal de pertencimento, presença, de expressão criadora pichar muros?
Nada contra os grafiteiros que ilustram, registram.
E o que pensar dos moradores desta linda e aprazível baía que, nas praias, deixam resíduos, detritos para saudarem a natureza bela e acolhedora?
Esqueceram dos donos de cachorros? AH! os animais não são mal educados ... O que comentar sobre seus inocentes e descuidados donos?

Sonho sim com uma cidade limpa, cheirosa, ajardinada por muitos Burle Marx...Tenho a fórmula: Basta que, cada um de nós, aprecie a obra de amor à vida e à beleza que os jardins do mestre entoam! Os pássaros já agradecem, as flores também! E nós fazemos o quê ?


Queria que no peito de cada carioca batesse o amor tão forte que sinto , mas que bate calado, desafinado, como na canção, por que estou só no meu amor.
Só ? Pode ser exagero!
Eu não ando só, só ando em boa companhia, com meu violão, minha canção e a poesia! O carioca, Vinicius de Moraes, já nos ensinou.
De fato tenho companhia.
Quero campanhas muitas! Promovidas por nós cariocas.
Cuide de seu Rio com amor, com carinho. Sorria para o seu Rio.
Quem ama não maltrata!
Só ,assim , até você que não nasceu aqui, mas quer - e pode - se transformar num CARIOCA adotivo, será mais um entre nós. Adote então a nossa cidade com muito AMOR e AÇÃO.

O tal falado Estado de Espírito, certidão de nascimento de alguns habitantes como investidura para ser Carioca precisa de muito amor pela cidade escolhida para viver, amar , passear ou envelhecer e morrer.


Vamos cuidar bem do Rio como cuidamos de quem se ama? Quem sabe , assim, arrancamos as flechas do peito de S. Sebastião?


Abraços carinhosos de uma carioca apaixonada por sua cidade.


Maysa





sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

NINHO






NINHO

(Maysa M.)




Ninho.
Apenas um ninho
Vazio de passarinho
Vazio...
Ninho vazio é ninho
Ou é percepção, indício?

O Senhor Tempo dá destino
À gente, bicho, coisa e...
Até ninho.
Tudo que é ... às vezes não é
Outras, deixa transparecer
O que até, então, procurava ser.
Apareceu. Está aqui, ali.
Escondido em mim em você.
A Tempestade capturou
O breve destino daquele ninho.
As nossas capturam o quê?

Ninhos vazios de passarinho.
Resta-nos a beleza da forma
O símbolo em construção
Abrigo... Origem.
Um outro caminho
Ou um destino travado
Destituído de movimento e intenção.
Desejo confinado no Se...
Eis a nova questão!


Santa Teresa, 21.03.09
(Revisto em 15.01.2010).
Abraços a quem por aqui passar.
Maysa

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Narciso Yepes - Estudio 1 de Villa-Lobos

É só ouvir e sentir!Além do que é bom compartilhar a música de Mestre Villa Lobos!


quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

DIA DE REIS














Estas imagens têm ou não têm gosto de infância?

É DIA DE REIS hoje!

É dia de renovar a esperança, deixar o amor emergir e afagar nosso peito e o de quem está perto!
Renove-se amando ! acredite que o fugaz pode ser eterno. A vida é chama os poetas ensinam.


O MENINO DEUS
VISITADO POR TRÊS REIS
NOS DÁ FÉ,PAZ,AMOR!

Haicai - Maysa M.



Abraço cada um que por aqui passa.
Maysa


AINDA O VERÃO




















Vem muso verão
sol, chuva, amor, desilusão
Benvinda estação!


Haicai - Maysa M.



Muito amor, saúde, admiração pela poesia dessa vida
Um abraço para quem por aqui passar1

Maysa

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

A BRINCADEIRA







A BRINCADEIRA


Maysa M.


Cão e gato, gato e rato
Brincadeira antiga.
Perdida no tempo
E, em toda ilusão.

Cão corre atrás...
Gata se esconde.
Treme o focinho
Arrepia o pelo.
Espera...
Nenhuma pata se vê.
Quatro então...
Desistiu?

Gato e rato
Brincadeira deliciosa
Rato veloz debocha do gato.
Nem saiu do buraco!
Se espreguiça o bichano...
Sai do sossego...
Só engorda e traz preguiça!
Muuuiiitaaa....
Miaaaauuuu!

Gente e gente
Brincadeira antiga
Deliciosa.
Esconde, esconde...
Sumiu!
Pode ser doída...
Tem perdedor?
Os dois repetem
Ou se repetem?

Cão corre atrás...
Gata se esconde
Rato veloz
Vence a preguiça...
O gato ronrona
Na almofada macia.
Perdida no tempo
E, em toda ilusão.

Até parece igual!
Tudo continua.
Lá fora...

Santa Teresa, 29 de setembro de 2009.


A poesia é um jeito de brincar com a dor .

FELIZ
2010!
MUITA SAÚDE, ALEGRIAS e SUCESSO !

Um abraço de ANO NOVO

Maysa