domingo, 5 de agosto de 2012

SENTIMENTO ESMAGADO - Maysa Machado













     Começo de manhã. Leio desatenta as notícias do jornal.
Um prédio ameaça cair em Niterói. Ganância? Falta de conservação? Perplexidade e temor nos poucos depoimentos lidos...e o espanto.
Termino a leitura, de coração triste.




SENTIMENTO ESMAGADO

                                                   Maysa Machado

Ferros expostos
Concreto esmagado
Construção e(m) risco.
A casa cai?
Ameaça cair.
Espanto.
A dor não sai no jornal
- disse o poeta.
Um coração a mais
Partido. Banal.
Um coração.
Desiludido poeta?
Ninguém conhece
Sentimento alheio.
Nem pensamento...
É perverso
Do jeito que tudo acontece.
Existência posta ao lado
Dentro da sombra...
Até solidão desconhece.
O outro desconhece.
Entrego-me, busco afago.
A troca nunca é possível.
Sombra e solidão são testemunhas.
Construo-me no risco.
Sob o espanto de um fingimento.
O amor esmagado no concreto
Nervos expostos.                                            


Santa Teresa, 05 de agosto de 2012.

Forma e sentimentos andam juntos, por vezes. Um abraço de Domingo.
Maysa

sábado, 4 de agosto de 2012

Breve comentário sobre a exposição : A Arquitetura Portuguesa no Traço de Lúcio Costa - Maysa Machado

















Breve comentário sobre a exposição: 
A Arquitetura Portuguesa no Traço de Lúcio Costa

                                                                                         Maysa Machado


  A exposição A Arquitetura Portuguesa no Traço de Lúcio Costa - Bloquinhos de Portugal, está na Caixa Cultural do Rio de Janeiro. É comovente.
  Para mim bastou entrar na galeria, seguir olhando, lendo, ouvindo. Assistir ao pequeno vídeo, e um súbito encantamento assoma nos registros recuperados das duas viagens, 1948 e1952, feitas pelo arquiteto, há mais de sessenta anos.
  Aos que, por distração ou falta de oportunidade, ainda não foram... Corram, é só até Domingo. Para os que não residem no Rio posso afirmar: Perderam momentos de fina sensibilidade.
O traço despojado, preciso, leve de Lucio Costa (1902-1998) reproduz volumes, côncavos e convexos, saídos da pedra, madeira, ferro... Percursos e buscas resgatados com técnica e poesia, nos cinco bloquinhos.
  Em instante comovido senti o transpassar do tempo que separa o momento inaugural, aquele do olhar e do fazer, desse da fruição do olhar, e, tudo, ainda, tão marcante.
  Essa busca, esse encontro, detalhes de sua obra, através de um tempo que mantém, esquece ou modifica lugares, pessoas e hábitos.
Debruçado, solitário, há sessenta anos indaga, pesquisa sobre as raízes da Arquitetura no Brasil. Cria.
 Perdem-se os bloquinhos e nunca mais, Lucio, os reencontra. Depois de sua morte a entrega, o compartilhar para cada observador. Graças à dedicação das filhas, Maria Elisa e Helena, e do curador José Pessoa, que refaz o roteiro das viagens em 2011.

A belíssima mostra fala da escolha, da pesquisa sobre as origens, e descobre a autenticidade em nossas soluções arquitetônicas.  Consagra essa releitura a legitimidade, com intensa poesia e precisa tecnologia.
  O olhar contemporâneo se debruça diante do solitário olhar de Lúcio, e agradece.

Insisto não percam.

Grande abraço

Santa Teresa, 2 de agosto de 2012.
Maysa

domingo, 29 de julho de 2012

ELA ESPIA E CEIFA - Maysa Machado









Não há nada que possa remediar a perda de um amigo querido. O tempo, talvez, costure as feridas, uma às outras, e apresente a ilusão de curar o sofrimento. Perdas são provocações definitivas. Esse jogo entre a vida e a morte será que nos força ao crescimento constante? Há que conviver com perdas irremediáveis.
Num átimo o fim arranca, ceifa toda conquista afetiva, soma de uma vida inteira.



ELA ESPIA E CEIFA

                                           
Maysa Machado


                                Dedicado à AC.


A tristeza arisca avança
Fria ausência de troca e afeto.
Mãos que se vão para sempre.
Mãos afetuosas desfeitas.
Desaparecendo no espaço...
O que se vê ou se toca.
Nada mais é.
Ausente o gesto.
Mãos, agora, intocáveis.
Ausência sem forma de mão.
Nem mais abraço.
Possível só a lembrança.
O sentimento brota.
Por que tanta partida?
Por que o fim se explica
E não é aceito?

O fim definitivo para tudo e todos
...Mas não é um.
Todo dia é mais um.


Santa Teresa, 29 de julho de 2012.
Último Domingo de julho de 2012.
Maysa 

domingo, 15 de julho de 2012

INVERNO CARIOCA - Maysa Machado


Tina Modotti - Glasses














Inverno Carioca


                                  Maysa Machado


Um dia vai passar essa insônia.
Essa agonia. Os dias vão ficar
cinza, sem brisa no ar.
Parados como a vida.
A que se esconde ao visitante
Ao curioso, ao passageiro.

Um dia vai acabar. Os tristes dias
de janeiro a dezembro,
sem folga nem folguedo,
escoam por fina areia. Calendário inquieto
como só a solidão pode traçar.

Buracos, vazios, medos, silêncios fora de hora.
Esperanças quebradiças, frágeis desejos.
O que mais nada transforma é, agora,
soberano.
Assume o poder de travar o amor e afugentar,
de vez, a alegria.

Santa Teresa, 15 de julho de 2012.


Refletindo sobre o inverno...
Abraço 
Maysa

quarta-feira, 27 de junho de 2012

DE ÃO EM ÃO...Maysa M.
















DE ÃO EM ÃO...
                               
                                                Maysa M.


Aumentativos às vezes
São menos que exageros.
E bem mais que quantidade.
Em outras nem aumentativos são.
Com ãos faço sonhos acontecerem.
Num simples juntar de mãos.

Experimento sons e surge a canção...
Faço o peito alegre e a leveza
 os pés saltarem ...do chão.
O que a vida nos traz
Ano após ano?
Tecendo fios prateados e rios de expressão...
Do bom e variado:
Suaves emoções. 
E inda assim, paixões de perdição.


Santa Teresa, 27 de junho de 2012


Abraço

Maysa

quinta-feira, 21 de junho de 2012

O INVERNO DO MEU TEMPO- CARTOLA E ROBERTO NASCIMENTO

Foto Marcelo Gonçalves - Ipanema outubro 2010















Saudando o inverno carioca.




Sabem todos que o Inverno começou, aqui no Hemisfério Sul. Adoro a estação. Contava minha mãe que nasci num Domingo , com sol luminoso... rsrs É desse comentário materno que encontro mil maneiras para buscar o sol no ...


O INVERNO DO MEU TEMPO, composição lírica de Cartola e Roberto Nascimento.Uma pérola para começar nosso inverno de 2012.


http://www.youtube.com/watch?v=MgufIRemMrc


Grande abraço e ótima fruição.
Maysa

terça-feira, 19 de junho de 2012

PERFORMANCE EM DEFESA DO MEIO AMBIENTE, DA VIDA - MARTHA PIRES FERREIRA







Para os Amigos do Face e do Blog O Ninho e a Tempestade:

Convido-os para ler, curtir e seguir! A Performance de Martha Pires Ferreira.



http://cadernoaquariano.blogspot.com.br/2012/06/performance-rio-20.html





"Onde estiver participe colocando TERRA nas Plantas A Mãe Natureza agradece ! "
martha

Grande abraço a todos

Maysa

sábado, 16 de junho de 2012

O SOM NOSSO DE CADA DESPERTAR - Maysa Machado





O SOM NOSSO DE CADA DESPERTAR

                                                                                               Maysa M.


As grandes cidades são barulhentas, impessoais e, quase sempre, é muito difícil encontrar um canto pra chamar de seu.
O lugar onde moro, ainda, é bucólico, mas está perdendo o sossego encantador que oferecia. O bairro de Santa Teresa já reflete a especulação imobiliária, e esta avança pela cidade, sobretudo do centro para a zona sul.
Obras por todos os lados, engarrafamentos no asfalto, buzinas por aqui, nas ladeiras, até bem pouco, com jeito de interior.
Não desperto mais! Há muito sou arrancada dos sonhos e travesseiros pela poluição sonora e sua prima irmã— a falta de educação do homem urbano.
Todos sabem que os carros, através de seus proprietários, disputam os espaços com os demais habitantes. Não adianta pagar os impostos, somos obrigados a constatar que nossos direitos não são respeitados, e mais que isso, são ignorados.
Estacionamentos irregulares, sobre calçadas, ou em áreas de manobra, dificultam o acesso, o ir e vir dos moradores. As ladeiras são íngremes e os carros, velhos ou novos, ocupam o lugar do indivíduo idoso ou recém nascido.
 O proprietário fecha a porta, guarda as chaves e o problema começa para o vizinho. O dele está resolvido.
É impressionante como, outra vez, essa categoria urbana relevante — os proprietários de carros— batem com força as portas e as malas de seus veículos. Nada os faz lembrar que seus vizinhos têm direito ao silêncio, nas primeiras horas da manhã e na alta madrugada; podem estar descansando, trabalhando.
Pense duas vezes se pretende morar em casa ... As garagens que os prédios possuem fazem toda a diferença!
Aos, excessivamente, barulhentos vem se juntar os DJs, nas casas de festas, muitas sem fiscalização por parte das autoridades do município. A ausência de tratamento acústico obriga os moradores ao suplício dos elevados decibéis. Não menos ruidosos são os operários da construção, ou os prestadores de serviços vários. Tudo é realizado aos berros.
A cidade sofre com os exageros de grande parte dos que acordam cedo, por obrigação.E  os pássaros batem asas para bem mais longe...
 Você é o prejudicado: Se calar ou reclamar. Os novos sem noção — irão sempre além, no quesito desrespeito.
Como faz falta a boa e velha educação das escolas primárias, da minha cidade. O ser urbano merece receber noções de cidadania e compartilhar boas idéias e maneiras.

Santa Teresa, 16 de junho de 2012.

PS: Cliquem aqui, para ler um pouco sobre o impacto da poluição sonora na sobrevivência das espécies. 

http://www.domtotal.com/noticias/detalhes.php?notId=440480


Grande abraço

Maysa








quarta-feira, 13 de junho de 2012

SANTO ANTONIO -




Santo Antônio - Carybé
Óleo sobre Tela 1982
34,5 X 24,0 cm


Em seu dia, Salve Antônio !
Os pensamentos dispersos, os problemas cotidianos não nos levam ao Convento de Santo Antônio. Lugar bonito que faz parte do meu caminho, bem defronte ao Largo da Carioca, no Centro do Rio. Mas a voz de Bethânia acentua o encanto e celebra o dia. Viva Santo Antônio!
Querem ouvir ?
Cliquem aqui:

http://www.youtube.com/watch?v=NT6qD-uflbY&feature=related


Abraço

Maysa

terça-feira, 12 de junho de 2012

DIA DOS NAMORADOS - Maysa Machado






 DIA DOS NAMORADOS
                                                                  Maysa Machado

  Hoje é mais um dia. Parece igualzinho aos outros, mas não é. Dentro do seu coração, se você é bem amada (o), há uma alegria que se mistura às novas expectativas.
 O mistério de cada instante é íntimo, perceptível para cada um... unicamente. Há uma preparação no ar. A vida todo dia repõe sua essência, a pressa nos faz ignorá-la.
  Dizem que do lado de fora, nos outros, estão os ensinamentos, parte só é verdade... Se você não se aplicar em se conhecer, vai custar a chegar ao outro. O caminho pode, e deve ficar livre de preconceitos e fórmulas rígidas. A vida, e nós mesmos, somos um desafio às regras desumanas para a convivência.
 Conheço um jeito que subverte qualquer desencanto e injustiça. Precisa atitude: Ame.
  Feliz Dia de Hoje. 

Um abraço com alegria.
Maysa