domingo, 22 de setembro de 2013

SE A PRIMAVERA FOSSE GENTE - Maysa Machado

orquídea de quintal/maysamachado/by cel/setembro de 2013




















SE A PRIMAVERA FOSSE GENTE


                                              Maysa Machado



Se a primavera fosse gente...
Seria mulher. Delicada, bela
Discreta, muito inteligente.
Traria consigo promessas e sonhos
Todos possíveis. Alguns, tão bons
Podiam ser sonhados, novamente.
Se a primavera fosse gente...
Seria forte. E permanente.
Atravessaria o deserto de afetos,
Os medos que povoam a vida
E assustam o coração da gente.
Se a primavera fosse gente...
Alcançaria com simplicidade e precisão do gesto
O desconhecido futuro e o traria para o presente.
Se a primavera fosse gente...
Guerras, dor e morte
Não sufocavam as noites insones.
Surpresas boas nasceriam juntas
Com o amanhecer dos dias.
Se a primavera fosse gente... Como a gente
As flores perfumadas, coloridas, diferentes
Após corte seriam exibidas em translúcidos cristais
Da beleza suntuosa ao destino efêmero
Dos buquês de noivas.
Ao choro contido das coroas fúnebres
Pranteando a partida.
A primavera, por absoluta necessidade, é estação.
Chega com data marcada, previsível.
Pródiga. É uma no hemisfério sul e outra no norte.
Aos afortunados é permitido viverem
Duas primaveras por ano.


Santa Teresa, 22 de setembro de 2013.

Meu abraço de Primavera.
Maysa

terça-feira, 10 de setembro de 2013

É TUDO PASSARINHO OU UM TRINADO, ATÉ AQUI, NUNCA OUVIDO - Maysa Machado

















É TUDO PASSARINHO OU UM TRINADO, ATÉ AQUI, NUNCA OUVIDO.

                                                                             Maysa Machado


Tempos de inquietude, incessantes ruídos, silêncio escasso. Quase sempre surgem nas manhãs, e nos despertam aos solavancos. Ah! Mas haverá alguma em que o canto de um pássaro te alcança primeiro.
Aconteceu, hoje, acordei com um trinado desconhecido, aí a vontade incrível de abrir a porta do quarto, que dá pra varanda do mundo, e ver o dono do som. Contive a inquietude, que dormira de véspera comigo, fiquei toda ouvidos, agradeci contrita o dom de, apenas, ouvir.
Outros trinados acordaram minhas manhãs e mais outros, com otimismo, aguardo. E esse canto, que nunca ouvira, trouxe, com ele, por inteiro, o frescor da vida.
 O novo desperta, em nós, a seiva que guardamos, por vezes, em lugares impróprios. Mal resolvidos, grávidos da rotina engendrada em mágoas, tristezas. Quase uma ressaca de viver e não conseguir aceitar a oferenda recebida.
Amo o silêncio. Amo os dons e sons da música, e suas pausas que falam; caminhos que constroem nova unidade, novo vir a ser. Quase toda subjetividade é amalgamada em sonhos, esperas, novos trinados para serem percebidos.


Santa Teresa, 10 de setembro de 2013.

Um abraço aos que por aqui chegam.
Maysa

foto: sanhaço comendo cereja  in http://marciliodiasdistrito.blogspot.com.br/2013_01_01_archive.html

domingo, 1 de setembro de 2013

O QUE BEBI DO AMOR...- Maysa Machado














Do amor... bebe-se em fonte limpa, bebe-se em torrente ou chuva fina. Do amor bebe-se o nectar do amado. A música aplaca perdas, te faz amar o amor de novo. Aqui, o que bebi... em António Zambujo.

O amor da avó para um menino, enquanto os pais trabalham. Um pouco do amor à mesa, na sala vazia, para um casal desconhecido.

Um primeiro amor roubado... "Samick se me estás a ouvir...Volta, tenho muitas saudades tuas!"
Tudo em "Primeira Pessoa"
http://www.youtube.com/watch?v=eCCwZ5iMIvg

Agora, o que senti ouvindo Quando Tu Passas por Mim, essa música linda do Vinícius e Antonio Maria, ficou mais definitivo, nítido ouvindo-a por António.

http://youtu.be/aEh4u8B4oWQ

Abraços
Maysa

sábado, 31 de agosto de 2013

DESPEDIDA - Maysa Machado

La Vierge, l'Enfant Jésus et sainte Anne/ by Leonardo da Vinci.



















À cada dia tem a vida sua agenda. A morte imita-a com perfeição.


DESPEDIDA

                                                      Maysa Machado

Sai morte. Desguia.
Já levastes quem queria.
Vai carpir noutro terreiro
Tua ronda de insucesso e dor.
Avança. Sem perdão
Avisa-nos o tempo.
Ah! Deus quanta arrogância
Em dado momento
A gente acreditar
Que tem a vida
Algum pertencimento
E dos seus se adonar.
Não há troca possível.
Sai morte. Desguia
Em teu glorioso dia.
Um ente querido parte
Empobrecida segue a rotina
 Através do espanto
Do sentimento doído.
Acostumar não há.
Quem ama a vida
Morrer não devia.
Inda mais em claro
E lindo dia.
De Azul inteiro celeste
 No inverno tropical
 ... Do Rio.
Santa Teresa, 31 de agosto de 2013.

Para aceitar a morte é preciso entender a vida. E estar pronto para a despedida.
Abraço
Maysa


domingo, 25 de agosto de 2013

SÁBADO À NOITE EM SANTA TERESA - Maysa Machado

foto maysa machado by cel./ Santa Teresa/agosto 2013



















SÁBADO À NOITE EM SANTA TERESA

                                                            
                                                                  Maysa Machado


Se aos sábados os embalos tardam, e colhem as madrugadas, nem sempre o som escolhido, ou o volume em que é ouvido, merece aplausos.
Dá pra concluir pelos altos decibéis, necessários à quase toda manifestação de euforia contemporânea, como as pessoas estão ficando surdas.
Estamos vivendo numa sociedade de surdos? Distraídos? Egoístas? Desmedidos?
A dúvida me inquieta. O que hoje é considerado de bom tom? Desculpem-me o trocadilho. O que está acontecendo com a espécie humana nas sociedades moldadas pelo verbo ter?
Arrisco: Perdeu-se o espírito festivo. Festa é festa, só pode alegrar, ou melhor, juntar alegrias. Pessoas em clima de comemoração, não deviam incomodar. Será que desaprendemos, por completo, o caminho do bem estar?
 Precisamos do exagero para sermos vistos. Carros, aparelhagem de som, muitos homens de preto fazendo segurança, buzinas, impaciência.
Ontem, passando um pouco das 23 horas, fiquei presa num engarrafamento na subida de Santa Teresa. Gente engarrafar na ladeira é mais desconfortável que em túnel. Conheço as duas modalidades.
Depois, descalça em casa, ansiosa para jogar o corpo no sofá da sala, ver um filmezinho na TV... O cheiro e a fumaça de churrasco brega das redondezas invade, junto com a voz de um comunicador festeiro distorcida por um alto falante, o precioso silêncio a que pensava ter direito.
Fecho rápido as janelas e portas naquela direção. Atravesso confiante até a sala. Assumo meu lugar no sofá, a programação da TV paga não oferece alternativa e, pelo flanco da área social da casa entra novo som, sem pedido de licença... Me impaciento , lembro do engarrafamento, das buzinas e... Admito que o  último som me é mais familiar, embora não escolhido.
Sucumbo. Acordo as três da madruga, entortada por dores e câimbras, com a coluna em péssimo estado.
 Fora embalada pelo rock pesado e autêntico dos anos 50, da outra festa, com altos decibéis e tudo, fazer o quê?
Agradeço em silêncio, subo para o quarto, e já no segundo andar, agradeço de novo. Clarice me espera com crônicas soberbas, em total silêncio aparente. Ajeito os óculos de leitura. Minha alma grita, chora, ri e aprende a ser feliz de qualquer maneira nos embalos de um sábado à noite.

Santa Teresa, 25 de agosto de 2013.

Com um abraço de Domingo.
Maysa

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

LUAR DE AGOSTO - Maysa Machado

foto de custódio coimbra/recortes do rio/ galeria tempo /2010














LUAR DE AGOSTO

                                                                       Maysa Machado


O brilho da lua invade minha janela, entra no quarto que não estava iluminado pela luz elétrica.
O momento mágico se instala no silêncio da noite, sorrio em direção à luz fria, suave, porém carregada de esplendor.
A lua está quase cheia, falta um “naquinho” de nada, para que a plenitude se complete. Amanhã brilhará em toda sua completude.
Raridade em nosso fragmentado mundo, mas uma demonstração inequívoca, que beira o espanto quando acontece.
Desde o nascimento convivemos com as noites de luar, e por mais que saibamos como são, não banalizamos a convivência. Parecem-nos sempre únicas.
Luar prateando o mar, clareando a mata, fazendo quadrados emoldurados pelas janelas nos chãos dos quartos, apontando caminhos para o desconhecido.
Inspirando poetas e enamorados. Luar que tece sonhos mais leves e arrefece brigas passageiras.
Essa pitada de magia não se repete, e nos visita a cada mês, e se anuncia.
Mudamos o humor, renovamos a esperança. Sonhamos de olhos abertos, desejamos alcançar na terra a magia presa aos céus.
Corro à janela, e me torno a mulher mais feliz do mundo naquele instante. É lua cheia.
Se estivesse próxima à praia dançaria feliz por entre as pequenas ondas que beijam a areia  tecendo, em relevo, um rendado de prata fina.


Santa Teresa, 21 de agosto de 2013.

Um abraço de plenilunio pra todos.
Maysa

Crédito: A bela imagem do Custódio Coimbra foi a foto de divulgação de sua exposição, Recortes do Rio, em 2010, na Galeria Tempo,Rio.
http://www.cultura.rj.gov.br/materias/recortes-do-rio-pelas-lentes-de-custodio-coimbra

terça-feira, 13 de agosto de 2013

AGOSTO... - Maysa Machado




















Um poema é assim chega devagar ou de súbito. Depende do dia, do tempo, da vida. Do sentimento.


Agosto...

                        
                              Maysa Machado



Inverno de folhas mortas
Brumas e lembranças.
Agosto... Dos Nós distantes
Do eu desperto.
Rosto. Mãos.
Por onde jorra a água fria
Passado o afeto
Um gélido vento
Algum perigo no ar?
Desde o claro da manhã.
Agosto de histórias
 E... História.
Um mês, um ano.
Qual o tempo
Do esquecimento?


Santa Teresa, 13 de agosto de 2013.


Um abraço para quem passa.
Maysa

quarta-feira, 24 de julho de 2013

DOMINGUINHOS - Maysa Machado




DOMINGUINHOS

"... E vamos ajeitando”.
                                                                       Maysa Machado

 Assim, com o pé no chão, na estrada com se diz, vindo no "pau de arara", conheceu e foi conhecido no país inteiro. O Brasil assistiu e aplaudiu a trajetória, conviveu com sua modéstia, e as artes que a sanfona lhe deu.
 Foi descoberto, aos 16 anos, por Luiz Gonzaga que "lhe ensinava, sem ensinar".
O menino Dominguinhos, não era bobo, aprendeu e acrescentando à sanfona seguiu encantador, cantador, compositor. Compartilhou com todos: Música e Alegria. Voz espalhando, por onde andou a fibra nordestina em seu jeito manso, recolhendo inspiração na bem sucedida história de vida viajante sertaneja.
Através da arte de Dominguinhos sertão e serrado, caatinga e roçado permanecem na lembrança e no dia a dia da multidão das cidades. Aprendeu com mestre, mestre se transformou.
Lá pelos anos sessenta, era comum ver-se o peão de obra, ao fim do dia, colado a seu radinho de pilha, assim podia acompanhar o som do zabumba, do triangulo amenizando a vida de rês desgarrada das entranhas, das origens. Era o operário, o anônimo nordestino construindo as cidades. As megalópoles continuam recebendo os migrantes. O cenário urbano mudou, e a luta nordestina para sobreviver continua.
Haja muito forró de pé de serra. Festa e ritmo de um Brasil profundo que segue arrastando o pé na cadência, no encontro com seu coração e identidade.
Parte mais um brasileiro amado de verdade por seu povo. Um artista. Sanfona e voz se calam, mas repercutirão em nossa cultura para sempre.
E quando se ouvir um xote, maracatu, xaxado ou baião Luiz Gonzaga e Dominguinhos, dois mestres, estarão formando outros, muitos outros, fazedores de alegria.
Um novo músico em sua vida de viajante, longe de casa e “andando por esse país pra ver se um dia descansa feliz”.

                                                 xxx


O vídeo selecionado foi sua última apresentação em público. You Tube. Vídeo ao vivo, show no dia 13 de dezembro de 2012, em NOVA JERUSALEM.  Homenagem ao Rei do Forró, Luiz Gonzaga, na data de seu aniversário, transformada em Dia do Forró.


Grande abraço
Maysa

terça-feira, 23 de julho de 2013

FÉRIAS DE JULHO - Dúvidas traduzidas em perguntas e um só desejo - PAZ - Maysa Machado



FÉRIAS DE JULHO

Dúvidas traduzidas em perguntas e um só desejo: PAZ

                                                                                         Maysa Machado


O sétimo mês vai se despedindo... Daqui, percebo um tempo de pouca celebração e alegria, isto porque, sabemos bem, algo mudou em solo carioca.
Manifestações populares justas, porém reprimidas com violência pelo Estado no qual nasci e vivo. Nossa cidade e seu povo acolhedor recebem visitantes alegres, surpresas devolvem. Podem crer, atualmente, nem sempre as melhores.
Queremos traduzir tudo em poesia. O Rio é lindo e generoso, igual a seu povo que, por mais sofrido, esbanja humor, alegria e simpatia. As praias, o futebol, o samba... Não dá pra viver de clichê.
O que sentirá um jovem peregrino encalhado numa fila quilométrica na Praça do Largo do Machado, para ver de perto a estátua do Cristo?
Se o meio de transporte aprazível e turístico funciona com preços caros e locais de vendas alternados... O que comentar dos meios regulares e de massa?
Os turistas internos, vindos para as férias de julho, pensarão o quê, ao serem obrigados a correr da polícia, que não trata bem seus habitantes, nem recebe com polidez seus visitantes?
E a leva dos turistas internacionais... Agendando a favela, em suas incursões para conhecer a cidade?

Somos ou não somos uma atração, predominantemente, turística? Temos um nome a zelar no cenário mundial.
A pergunta que inquieta: O que sentimos nós os cariocas com o inacreditável tumulto provocado pelo uso da violência de estado, e a desfaçatez de foco, dos governantes contrariados com as críticas e manifestações populares?

Nosso ir e vir está sendo desrespeitado, pelos atos violentos dos contingentes policiais - pagos pela população – em ações coordenadas pelas autoridades constituídas.
Férias de julho? Quem ficou por aqui sabe que não foram as férias a que tínhamos direito. Quem mora no Rio está intranquilo a cada esquina.
É tempo de reflexão, não provocada pela visita papal, mas, sobretudo, pelo destino das próximas urnas. O senhor governador não poderá se candidatar à reeleição? Será isso o que tanto o irrita? Onde estão os prováveis candidatos, quer estejam na situação, ou na oposição? O que fazem que não acorrem em defesa do Rio e de sua população? Serão os próximos governantes, indicados num processo democrático de fato e de direito. Por que o diálogo claro é evitado?
Por que os direitos humanos são violados? Estamos ou não aperfeiçoando juntos a democracia?
Que me desculpem perguntas tão ingênuas, porém necessárias.

Sou cidadã e eleitora. Nunca votei, nem votarei, em políticos vândalos que desrespeitam suas investiduras democráticas auferidas nas urnas.

Santa Teresa, 23 de julho de 2013.
Um abraço
Maysa.


PS:Ver aqui sobre a estátua do poeta Carlos Drummond de Andrade:
http://www.wikirio.com.br/Est%C3%A1tua_de_Carlos_Drummond_de_Andrade

domingo, 14 de julho de 2013

INSTANTE- Maysa Machado


















INSTANTE



                                                                                      Maysa Machado



Não perguntem a mim mais do que pude observar e sentir. O fato é que nesse começo de tarde do inverno carioca, nem frio nem quente, luminosidade aconchegante, solzinho discreto e preguiçoso... Eis que num instante, apenas num breve instante, percebi no ar sons que a natureza engendra para nos presentear, vida que gera êxtases... O beijo de dois beija-flores.
O trinado acoplado. Perguntas e respostas trocadas além dos finos bicos engatados, e na mesma velocidade do encontro, logo após, a distância imposta aos apaixonados. Razão imprescindível para continuar... A voar.
Ah! Não é à toa, o testemunho de tal idílio urbano, amor alado, breve como a vida, prenhe de significados.
Domingo é dia de descanso. Descanso da lida do operário mal pago, que mora longe e quando chega ao árduo trabalho, nas manhãs, faz um alvoroço que tento compreender, porém, insuportável.
Sou há meses arrancada do sono por tapas supersônicos! Como berram! Prá que? Qual o sentido de gritar e não dizer as palavras com precisão, como o velho Graça nos ensinou?
Os pássaros daqui, mais sabidos e livres do que eu, fogem, vão para outros lugares e só retornam ao fim das tardes, assim que os barulhentos operários e suas máquinas ensurdecedoras emudecem. Tenho observado. Mudamos. Acuados e expulsos de nosso antigo e modesto paraíso. O local é alvo da cobiça desmedida para ganhos rápidos, altos lucros, quanto menores os investimentos.
Há meses a obra irregular corre célere, desrespeitando os mínimos direitos – das gentes e animais-, gerando desequilíbrio ambiental.
 Pássaros mais novos caindo dos ninhos; árvores com folhas amarelecendo cobertas de grossa camada de poeira; saguis espertos, porém, indefesos e desnorteados, saindo das quedas com as pernas quebradas. Enquanto isso, também, nossa saúde fugia, os tombos surgiam, os diagnósticos assustavam.
Herdei de toda essa convulsão urbana, invadindo a travessa antiga do bairro, alguns sintomas desconfortáveis. Aliás, ficou muito desconfortável viver ao lado de uma obra, com as características negativas que essa tem.
E, por ser uma sobrevivente desse caos, provisoriamente, paralisado exultei ao receber o singelo, e hoje, raro presente da vida saudável que rolava por aqui.
Dois beija-flores a se beijar!
Um amor a dois! A perfeição do voo solo garantida. A liberdade de voar reconquistada.
Imagino sabedoria e delicadeza juntas. Novamente, no pequeno pedaço do meu escolhido ninho chega a esperança, trazendo o domingo acolhedor e suave pra se viver!

Santa Teresa, 14 de julho de 2013.

Abraço a todos
Maysa