sábado, 24 de novembro de 2012

MARCAS - Maysa Machado















Marcas



Maysa Machado



Vida vivida.

Só uma parte do dever cumprido.

Por entre retalhos não percebidos

Pedaços de sonhos, restos de ilusão.

Resistentes, ali.

Testemunhos eloquentes.

Inda assim, apenas pequenos retalhos.

Provas, lacunas, e vazios.

Em branco, totalmente, visíveis.

Rabiscos do querer e do não.

Manchas doloridas... Nódoas

Mais que simples borrão.

Diversas, difusas.

Marcas de todo o viver


... E de toda a paixão.


Santa Teresa, 24 de novembro de 2012.


Um abraço pra quem por aqui passa.

Maysa

domingo, 18 de novembro de 2012

CHUVA - Maysa Machado



















Chuva
                                      Maysa Machado



Encharcada por águas torrenciais

Fictícias ou reais

Qual folha verde, no depois...

Minha alma lavada brilha

Por entre os vãos...

Onde a solidão

Se instala.


Santa Teresa, 18 de novembro.


Um abraço de Domingo.

Maysa

sábado, 17 de novembro de 2012

Poemeto Hibiscus Amarelo - Maysa Machado


Hibiscus Amarelo


                                                                     Maysa Machado




E dá pra viver sem?

Amo as flores, todas.

Perfumadas ou não.

Como as cores...

Tom sobre tom.

A vida pulsa discreta e exagerada

entre territórios efêmeros e tênues.



Santa Teresa, 17 de novembro de 2012


Beijos Maysa








quarta-feira, 14 de novembro de 2012

AMAR ALGUÉM - Maysa Machado


    Rio, novembro de 2012-foto Marcos Estrella












    AMAR ALGUÉM



    Maysa Machado



    Ficar nas nuvens é uma expressão corriqueira e indicativa de sair do ar, desligar o cotidiano e embarcar na fantasia. Nem sempre isso acontece.
    Por nenhum motivo especial, ou todos os que você preferir, a vida destila poções mágicas que a gente bebe, se perfuma ou se encharca e flutua... E aí, nuvens macias, flocos imaginários, um pouco acima de nossas cabeças, criam o clima.

    “Amar alguém” uma canção toca, com jeito delicado, problemas fundos e reaprendo: Amar alguém só pode fazer bem!

    A chuva caindo à tarde, se prolonga até a noitinha. A precisão de sair adia a vontade de ficar em casa. Vamos. Ah! Com atraso, à maneira carioca, rsrsrs.

    Difícil pegar um taxi; na volta, da Rua Jardim Botânico pra Santa Teresa, pra lá de impossível.

    Faróis, poças, pessoas apressadas, impacientes nãos de taxistas. Acomete-me um desânimo paralisante. Do nada, você surge. O céu desce e me envolve. No início apenas uma silhueta, sob um guarda-chuva, pulôver cinza, cabisbaixo, olhando pros perigos do chão. Seus cabelos, agora, totalmente brancos... Em nada mudam meu olhar de antes. Revejo, em flashback, os fios negros compondo com a barba um rosto masculino, também especial. Logo ali no passado.

    Não acredito que você esteja apanhando a mesma chuva, porque minutos atrás, no boteco brega- chique costumeiro inventava sua imagem chegando. Era mais que imaginação. Um desejo de ser feliz e alegre, de rever-te. Em tempo tão curto a saudade ficou de plantão.

    Eu me dizia: Acorda, é passado, bem recente, mas é passado.

    Então pedi ao garçom a sobremesa, aquela que recusara no dia em que nos reencontramos. Um ritual instintivo pra te trazer pra perto. E agora... Tua presença física. Assusto-me com a imponderável nova poção oferecida pela vida. Sorvo ou me encabulo? Fico desconcertada. Acho que você, também.

    A vida nos surpreende com mais esse acaso. Nada, sonho algum é impossível.

    Você fica feliz, espantado, mas se concentra em me ajudar a conseguir o taxi. Somos envolvidos. Um misto de alívio e pena. Apressados nos despedimos. É a chuva!

    Comovida com o carinhoso gesto entro no carro e peço: Liga pra mim!

    Santa Teresa, 13 de novembro de 2012.

    Um abraço carinhoso aos que passam.

    Maysa

    terça-feira, 6 de novembro de 2012

    ESCRITOS SEM TÍTULO - Maysa Machado

    Tina Modotti - cana de açúcar - 1925-26

    Escrevo, escrevo e volta e meia descubro entre papéis e cadernos de anotações coisas assim! Não estão escondidas, como alguns sentimentos, talvez, perdidas nos emaranhados dos dias.

    1-  Sem título

    Entre o sonho
    e a vigília
    ainda te
    espero!

    _._._._._._._._._.

    2- Sem título

    Eu sofro
    de desamor.
    Des... amas-me
    Por que?


    Santa Teresa 11 de março de 2011

    3- Sem título


    Cor da areia molhada...
    Lembra as pinturas do Guinard
    ..................................
    É assim minha pele.
    O mar, quando olho
    o mar de penhascos, ondas altas
    é imensidão em movimento.

    É captura!
    Magnetizada pelo mar
    mistério, deslumbre!
    É como amar!

    Santa Teresa, 14 de março de 2011


    Aos passantes pacientes, retalhos sensíveis e meu abraço.

    Santa Teresa,  06 de novembro de 2012
    Maysa


    sexta-feira, 2 de novembro de 2012

    ALGODÃO DOCE, RIO - Maysa Machado


        foto marcos estrella- rio
    Foto


    ALGODÃO DOCE


                                          Maysa Machado


    Algodão doce , Rio.
    Em nevoas e nuvens
    tudo se desfaz e refaz.
    Amores...
    Cores da paixão
    dores da saudade.
    Eternidade que mora em nós.
    Consola-nos a beleza daqui.
    Não é passageira como quase tudo
    O que nos rodeia.
    Há um mistério permanente...
    Podemos chamá-lo: Vida.

    Santa Teresa, 2 de novembro de 2012.

    Um abraço solidário na data de hoje.
    Maysa