quarta-feira, 14 de julho de 2010

GALOS - Lições da Noite

Tina Modotti/Stair Case/México 1925
















Um galo canta
Quatro e vinte da madrugada
Não durmo não canto
Esquecimento abandono
Mais nada.

Santa Teresa, 12.07.10


A vida é assim, ora preenchida por lacunas,vazios, sins e nãos.
Mas tá tudo indo prá algum lugar ou vindo... saber, a gente não sabe, nunca antes!!!


Abraços
Maysa

terça-feira, 13 de julho de 2010

PAULO MOURA - CHORANDO BAIXINHO (17.02.33 - 12.07.10)




Com tristeza transcrevo a notícia da partida do grande músico PAULO MOURA.
Em inúmeras noites, fomos presenteados com suas interpretações espetaculares, na Estudantina, no Circo Voador, aqui no Rio. Melódico, perfeccionista, erudito e popular, o Maestro Paulo Moura era um músico completo.
Não vai ser esquecido por todos os que amam a música em sua dimensão mágica e transformadora, do popular ao clássico. Aqui para sempre nossa admiração!





" RIO - Morreu no fim da noite desta segunda-feira (12.07) o saxofonista e trompetista Paulo Moura, de 77 anos. O músico estava internado na Clínica São Vicente, no Rio, desde o dia 4 de julho com um linfoma (câncer do sistema linfático). Compositor e arranjador de choro, samba e jazz, Paulo Mouro é um dos maiores nomes da música instrumental brasileira, tendo tocado com Ary Barroso, Dalva de Oliveira, Elis Regina, Milton Nascimento e Sérgio Mendes.

Para Paulo Moura não existiam fronteiras. Com seus clarinete e saxofone, o músico - nascido em 17 de fevereiro de 1933, São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, e radicado no Rio desde o fim da adolescência - passeou com talento por muitos gêneros e formações. Tocou tanto em orquestras sinfônicas quanto de gafieira ou grupos de regional, rodando o Brasil e o mundo com sua arte.

De uma família de músicos, ainda em sua cidade natal, incentivado pelo pai, Pedro Moura, carpinteiro de profissão e clarinetista nas festas e nos fins de semana, Moura começou a estudar piano aos 9 anos, passando quatro anos depois para o clarinete. Ele tinha 17 anos quando a família se mudou para o Rio, radicando-se na Tijuca. Paulo Moura ingressou na Escola Nacional de Música estudando teoria, harmonia, contraponto, fuga e composição, enquanto, por pedido do pai, também aprendeu o ofício de alfaiate. A música falou mais alto e, em meio aos estudos - incluindo mestres como Guerra Peixe, Moacir Santos, Paulo Silva e Maestro Cipó -, começou a atuar em bailes e gafieiras. Junto a amigos da Tijuca como João Donato, Bebeto Castilho, Pedro Paulo, Everardo Magalhães Castro também formou um grupo de jazz influenciado pelo som da West Coast dos Estados Unidos.

Ainda nos anos 1950, começou a viajar o mundo, participando do grupo de Ary Barroso e de Zacarias e sua Orquestra. Nos estúdios, estreou num disco da cantora Dalva de Oliveira. E, em 1957, fez seu primeiro trabalho solo, "Paulo Moura e sua Orquestra para Bailes". Ainda este ano, fez uma gravação de "Moto perpétuo", de Paganini, que virou um clássico instantâneo. Dois anos depois, gravou "Paulo Moura interpreta Radamés", com alguns temas escritos por Radamés Gnatalli especialmente para esse disco.

Sempre trafegando entre a música clássica, o jazz e a música popular, o clarinetista e saxofonista também foi um assíduo frequentador do Beco das Garrafas, o reduto em Copacabana que concentrava os principais bares e clubes noturnos da bossa nova e do samba-jazz, no início dos anos 1960. Como instrumentista e arranjador, trabalhou com artistas como Elis Regina, Milton Nascimento e Sérgio Mendes (com este, no grupo Bossa Rio, participou em 1964 do clássico álbum "Você ainda não ouviu nada", um marco do instrumental brasileiro). A partir de fim dos anos 1960, liderou seus próprios grupos, gravando discos como "Fibra", "Mistura e manda", "Confusão urbana, suburbana e rural", que também fizeram escola no instrumental brasileiro, fundindo elementos do jazz com o choro e o samba.

Incansável, apaixonado pela música, nos anos 1980 dirigiu por dois anos o Museu de Imagem e do Som (MIS), no Rio.

As duas últimas décadas foram de muito trabalho, excursionando pelo mundo e gravando discos como, entre outros, "Dois irmãos" (em 1992, ao lado do violonista Raphael Rabello), "Instrumental no CCBB" (em 1993, com o saxofonista e flautista Nivaldo Ornelas), "Brasil musical" (em 1996, com o pianista Wagner Tiso), "Pixinguinha: Paulo Moura & Os Batutas" (de 1998), "Mood ingênuo" (em 1999, com o pianista americano Cliff Korman), "Paulo Moura visita Gershwin & Jobim" (em 2000), "El negro del blanco" (em 2004, com o violonista Yamandú Costa), "Dois panos para Manga" (em 2006, belo reencontro musical com um amigo de juventude, o pianista João Donato) e "AfroBossaNova" (em 2009, em dupla com o guitarrista e bandolinista Armandinho Macedo).

Em junho de 2006, durante as entrevistas de lançamento do disco com Donato, Paulo Moura sintetizou numa frase um dos segredos para o estilo de ambos:
- Nós começamos a tocar profissionalmente em gafieiras. E essa ligação com a dança nunca acaba mais. Art Blakey dizia que, quando a música é boa, as pessoas acompanham com os pés.

Em outra entrevista ao GLOBO, em 1999, para o músico Mario Adnet, Paulo Moura explicou como via a relação entre o jazz e o choro:
- Uma coisa que, hoje, não tenho mais nenhum pudor em apresentar é a aproximação do choro com o jazz, que na verdade existe desde os anos 40 e tem em K-Ximbinho seu maior expoente. As orquestras do Zacharias e do Fonfon, que foram dos nossos maiores bandleaders e que pouca gente ouviu falar, também faziam essa mistura. Tenho certeza de que tudo isso ainda virá à tona novamente para que se revele aos estudiosos da música brasileira a existência de uma tradição e uma continuidade, apesar da interferência de mercado, nesse choro orquestral que tem muito a ver com os recursos de improvisação emprestados do jazz. Esse gênero foi muito executado no tempo dos cassinos e dos dancings que possuíam as melhores orquestras da época. Tudo isso entrou em decadência com a mudança de capital para Brasília. Grande parte dos políticos da área federal que moravam no Rio era freqüentadora assídua desses lugares, principalmente dos dancings, que além das taxi-girls tinham os melhores músicos.

Paulo Moura era casado com a psicalinista Halina Grynberg, também sua empresária e produtora musical".

Fonte: 12/07 às 23h52 Vivian Oswald - O Globo

sábado, 10 de julho de 2010

JORGE MAUTNER e BANDA no SESC-GINÁSTICO




A produção do artista enviou o flyer que reproduzo aqui n'O Ninho e a Tempestade
Adoro Jorge Mautner. Sua obra é pontuada pela brilhante inteligência, irreverência sofisticada, filosófica. Além dessas observações sublinho que Mautner é um ser humano elegante e doce.
Numa noite, em comemoração ao Dia da Cultura, encontrei-o no saguão do Palácio Capanema, centro do Rio. Tive a alegria de conversar com o homem arguto, leve e bem humorado que é. Pura poesia.
Vamos assistí-lo no Ginástico?
Mas antes dê uma passada no site oficial do artista, você vai gostar tanto como eu!




DO KAOS AO REVIRÃO.

Dia 13 de julho, às 19 horas
horário da bilheteria: 13hs às 20hs
Telefone:2279-4027
www.sescrio.org.br


Um abraço carinhoso
Maysa

terça-feira, 6 de julho de 2010

FRIDA KAHLO






Frida Kahlo (1907-1954), Pintora Mexicana

1- A foto em p/b é de autoria da fotógrafa Tina Modotti. Registra no 1 de maio de 1929, cidade do México, o muralista Diego Rivera, Frida Kahlo, artistas e ativistas políticos mexicanos.
2- Um dos muitos autoretratos de Frida. Frida com Bonito , 1941
A história desta mulher notória é a de uma artista com vida e obra reveladas por todas as mídias.
Inspirou filmes, moda, livros. Cultuada na sociedade de massas e por movimentos sociais.
Aqui http://www.fridakahlo.com/ , você encontra mais sobre a pintora mexicana.
Hoje dia de aniversário de seu nascimento, com a foto de Tina Modotti - já selecionada para a homenagem, surprendo-me com a iniciativa semelhante do provedor e site de buscas mais importante. Em ícone pop Frida foi transformada, mas sua arte resiste, confira no site.
Abraços
Maysa

segunda-feira, 5 de julho de 2010

PHILIPPE JAROUSSKY - Opium (Mélodies Françaises)

O vídeo é um presente compartido pelo professor de Panorama Musical, da Escola de Música Villa-Lobos, Leandro Gregório - aos afortunados, como eu , que frequentam sua página.

Sensível e prá lá de especial o professor nos apresenta o maravilhoso intérprete. A programação registra doces canções francesas do período barroco e da belle époque.

O belíssimo registro de voz de Philippe Jaroussky, contratenor, nesta gravação é acompanhado por quatro dos principais instrumentistas franceses da nova geração.
Cello (Gaultier Capuçon), piano ( Reynaldo Hahn) primorosos, muito bom...sem ser demais! Ouçam e encontrem o céu alcançado através só da música!

Aos que têm interesse em ler sobre registros vocais, sugiro dar uma passada aqui

"Contratenor é um cantor masculino adulto que canta numa tessitura correspondente à do alto ou até mesmo à do soprano, adaptando normalmente a técnica do falsete. Apesar de as propriedades vocais variarem entre contratenores, é comum a todos eles o timbre, perceptivelmente, distinto da voz feminina, para um ouvido atento." ( fonte:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Contratenor)

Abraço

Maysa

domingo, 4 de julho de 2010

TINA MODOTTI - FOTÓGRAFA E ATIVISTA POLÍTICA

Tina Modotti - Easter Lily Bud- 1925







Surpreendam-se com a beleza definitiva desta foto. A autoria é da fotógrafa e ativista política TINA MODOTTI (Udine/Itália/1896- México/1942).
Em seus 46 anos de vida movimentou paixões arrebatadoras, participou das lutas do início do século XX e fez arte.
Primeiro nos Estados Unidos para onde foi, vinda de sua cidade natal Údine, depois no México, polo de grandes acontecimentos políticos e artísticos.
Deixou-nos arte tão plural em contraponto com sua curta vida. Fez arte engajada, arte sem adjetivações, como esta foto em que o lirismo transborda. A poesia comove sem abandonar o agudo olhar para as violencias de sua época. A foto do imaculado lírio permanece, atravessando este longo caminho onde sonhos, paixões e violência também estão.

Como presente de Domingo cliquem aqui para reverem ou conhecerem mais o trabalho dessa sedutora mulher e genial fotógrafa!



Um carinhoso abraço
Maysa

sexta-feira, 2 de julho de 2010

SAMSON FLEXOR, NO MAC EM NICTY

Samson Flexor (Soroca, 1907 — São Paulo, 1971) foi pintor, desenhista. Veio para o Brasil em 1948 e radicou-se na cidade de S.Paulo.


Abre amanhã, às 17 hs, no Museu de Arte Contemporanea, em Niteroi, nova exposição de Samson Flexor. Tempos atrás mencionado aqui neste blog.



O Museu exibirá algumas peças de Flexor, integrantes do seu acervo e, também, desenhos exibidos no Instituto Moreira Salles, aqui no Rio. A mostra vai de 3.07 à 22.08 de 2010.


Lembro aos que passam pelo Ninho que lá estarei, amanhã.
Aproveito para, em nome dos familiares do artista, estender o prazeroso convite a todos que curtem a arte de Flexor, a de Oscar Niemayer - o arquiteto criador do MAC de Nicty City.

Um abraço

Maysa

quinta-feira, 1 de julho de 2010

ISABEL ALLENDE CONTA HISTÓRIAS DE PAIXÃO

http://www.ted.com/talks/lang/por_br/isabel_allende_tells_tales_of_passion.html


Isabel Allende estará na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) para lançar seu novo livro “A ilha sob o mar”.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

O MAR, CAYMMI...MOREYRA... LEMBRANÇAS QUE EMBALAM A INFÂNCIA, JUVENTUDE e MATURIDADE.














"As Amargas Não..." ensinou-me, para toda a vida o escritor gaúcho Alvaro Moreyra(Porto Alegre, 1888 - Rio de Janeiro, 1964), em livro com o sábio título.

Recaídas, fragilidades próprias da condição humana, lembranças quem não as tem? Sonhos, quimeras...
Mas e daí? Levantar acontece ser melhor que ficar
chorando pitangas...
Então, chegamos ao último dia do mes de junho. Início do inverno de 2010 - ainda com cara de outono - coincidindo com o término do semestre.
Lembranças queridas renovadas com a nova idade, esperanças contidas, um vago olhar embalado pelo mar batendo nas pedras... supostas repetições da admiração primeira.

O mar desgovernando-se em espumas, sua forma mágica de não parecer diferente quando tudo, a nossa volta, é.

Horas de só olhar, ouvir e ver!

O que está a nossa frente ou o que a memória insiste em trazer por mero capricho. Viver é esquecer! prá depois lembrar, em novo contexto. Viver é parir sempre! Um novo instante mal chega se acaba com a promessa de um outro que está prestes a ser. Viver é enfim permitir a contemplação subjetiva e substantiva.
Mais um término de semestre,aulas e aprendizados se acomodam num vai e vem como as constantes ou erráticas ondas do mar...Daqui ou d'Além...
Abraços


Maysa

PS:
Dorival Caymmi, cantor, compositor baiano.(Nascido 30/04/1914, Salvador e morto a 16/08/2008, Rio de Janeiro).
Escolheu o Rio para viver, morar e influenciar sua obra à partir dos anos quarenta.As canções praieiras convivendo com a inspiração boêmia da cidade maravilhosa, cheia de encanto e glamour.

Curtiu depois a pintura,entretanto, não deixou de ser referência para muitas tribos musicais.

Todos que me conhecem sabem que admiro sua arte, a poética exuberante de suas letras e melodias. É amor antigo, de menina de pouco mais de 2 anos!

Como o mar ... ao que parece nem tudo mudou em mim, menos ainda esse gosto da infância.

As Amargas Não...

"...Das lembranças recolhidas pelo autor para formar o mosaico que lhe conta a vida, recortam-se cidades que marcam a vida pessoal e a vida literária de Alvaro Moreya: Rio de Janeiro, Paris e Porto Alegre. A primeira apresenta-se ora como espaço da memória, ora como espaço do presente, enquanto as últimas consagram-se tão somente como espaços da memória."
O RIO para muitos, é espaço só de memória, para outros tem sido espaço do presente. E que mudanças esse presente contém!





sábado, 26 de junho de 2010

Janet Baker: "Automne" by Gabriel Fauré

Repito: Nosso inverno carioca é generoso. Dias lindos, temperatura amena que nos brinda para afugentar as crises respiratórias... Raios doces de sol aconchegante. A vilã do nosso inverno é a umidade elevada!

Aproveito para lembrar que o outono, estação amada, sempre deixa saudade. Recordem... o que puderem!

E se a curiosidade ajudar cliquem aqui para recordarem de Janet Baker, mezzo soprano inglesa que interpreta Automne de Gustave Fauré.

Abraço

Maysa