Breve comentário
sobre a exposição:
A Arquitetura Portuguesa no Traço de Lúcio Costa
Maysa
Machado
A exposição A Arquitetura Portuguesa no Traço de Lúcio Costa - Bloquinhos de Portugal, está na Caixa Cultural do Rio de Janeiro. É comovente.
Para mim
bastou entrar na galeria, seguir olhando, lendo, ouvindo. Assistir ao pequeno
vídeo, e um súbito encantamento assoma nos registros recuperados das duas
viagens, 1948 e1952, feitas pelo arquiteto, há mais de sessenta anos.
Aos que,
por distração ou falta de oportunidade, ainda não foram... Corram, é só até
Domingo. Para os que não residem no Rio posso afirmar: Perderam momentos de
fina sensibilidade.
O traço despojado, preciso, leve de Lucio Costa (1902-1998) reproduz volumes, côncavos e convexos, saídos da pedra, madeira, ferro... Percursos e buscas resgatados com técnica e poesia, nos cinco bloquinhos.
O traço despojado, preciso, leve de Lucio Costa (1902-1998) reproduz volumes, côncavos e convexos, saídos da pedra, madeira, ferro... Percursos e buscas resgatados com técnica e poesia, nos cinco bloquinhos.
Em
instante comovido senti o transpassar do tempo que separa o momento inaugural, aquele
do olhar e do fazer, desse da fruição do olhar, e, tudo, ainda, tão marcante.
Essa
busca, esse encontro, detalhes de sua obra, através de um tempo que mantém,
esquece ou modifica lugares, pessoas e hábitos.
Debruçado, solitário, há sessenta anos indaga, pesquisa sobre as raízes da Arquitetura no Brasil. Cria.
Debruçado, solitário, há sessenta anos indaga, pesquisa sobre as raízes da Arquitetura no Brasil. Cria.
Perdem-se os bloquinhos e nunca mais, Lucio, os
reencontra. Depois de sua morte a entrega, o compartilhar para cada observador.
Graças à dedicação das filhas, Maria Elisa e Helena, e do curador José Pessoa,
que refaz o roteiro das viagens em 2011.
A belíssima mostra fala da escolha, da pesquisa sobre as origens, e descobre a autenticidade em nossas soluções arquitetônicas. Consagra essa releitura a legitimidade, com intensa poesia e precisa tecnologia.
O olhar
contemporâneo se debruça diante do solitário olhar de Lúcio, e agradece.
Insisto não percam.
Grande abraço
Santa Teresa, 2
de agosto de 2012.
Maysa
2 comentários:
Maysa, querida, que texto bonito ... texto cuidado, envolvido, e por que não dizer, tocado pelo trabalho tão bem feito dos curadores/especialistas. Espero poder ver a exposição publicada em um belo livro.
Ana
As coisas singelas e belas, surgidas no ato de criação,mesmo findas não passarão. Como disse CDA,
"...Mas as coisas findas
muito mais que lindas,
essas ficarão."
Beijo
Maysa
Postar um comentário