QUASE TODA POESIA
Maysa Machado
Quase toda poesia cabe no dia a dia.
Afasta a pressa que sufoca suspiros,
aprisiona sentidos e afetos.
A sociedade das máquinas e desejos rápidos
despeja-nos excessivos ruídos,
estes adoecem ouvidos e a alma da gente.
Não calam a poesia quieta e mansa
Da gota do orvalho.
Vem o silêncio curar tropeços,
disfarce de antigos medos
espremidos entre a ousadia e a recusa
de quem quer amar, mas não sabe vir por inteiro.
A poesia cala.
E só este silêncio não é dor, não é medo.
É tempo e pausa pra ver germinar
o que for verdadeiro.
Santa Teresa, 3 de junho de 2015.
Nessa manhã de outono, o Rio é mais lindo. Abraço carinhoso aos que passam. Maysa
Nenhum comentário:
Postar um comentário