Chique, não é tirar do pobre, do trabalhador, da classe média e emprestar para o FMI, não , presidente! Isso, de que o senhor se gaba , é outra coisa! mas, deixa prá lá se não azeda!
domingo, 5 de abril de 2009
QUE FLOR É ESSA?
Chique, não é tirar do pobre, do trabalhador, da classe média e emprestar para o FMI, não , presidente! Isso, de que o senhor se gaba , é outra coisa! mas, deixa prá lá se não azeda!
quarta-feira, 1 de abril de 2009
Ou Isto ou Aquilo - Cecília Meireles
Jardim da tia Ysa/ A.Paula/2009
Ou se tem chuva e não se tem sol,
ou se tem sol e não se tem chuva!
Ou se calça a luva e não se põe o anel,
ou se põe o anel e não se calça a luva!
Quem sobe nos ares não fica no chão,
quem fica no chão não sobe nos ares.
É uma grande pena que não se possa
estar ao mesmo tempo nos dois lugares!
Ou guardo o dinheiro e não compro o doce,
ou compro o doce e gasto o dinheiro.
Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo...
e vivo escolhendo o dia inteiro!
Não sei se brinco, não sei se estudo,
se saio correndo ou fico tranquilo.
Mas não consegui entender ainda
qual é melhor: se é isto ou aquilo.
Ou Isto ou Aquilo, 1964. In, Cecília de Bolso.org de Fabrício Carpinejar, L&PM Pocket. 2008
Cecília Meireles, é para uso interno e externo, sempre.
Ontem, li este poema que tanto me comove e, a tantos, aponta a inquietude humana.
Hoje, li ,ainda, uma entrevista com Bartolomeu Campos de Queiroz, autor mineiro,de belíssimos livros, para público de várias gerações, onde o mesmo poema é citado pelo o autor de: Até passarinho passa.
Releio e sinto-o. Foi escrito em 1964, ano também da morte de Cecília. Naquele ano conturbado, a jovem que eu era , ainda, não o conhecia. Escolhas , também, não podiam ser feitas impunemente. Nunca foi tão presente e imprescidível saber/sentir e ficar tranquilo: ou isto ou aquilo.
Hoje, 45 anos depois do Golpe de Estado, que vitimou muitos brasileiros e algumas gerações , a minha sobretudo, reflito sobre o tanto que se perdeu em sonho, alegria e coragem para transformar o país.
Para a Poesia, felizmente, sempre é tempo de descobrir e fazer.
Na violência e autoritarismo, o golpe foi contra a Nação e seu povo. O Estado Brasileiro , até hoje, reflete na falta de seriedade dos homens públicos, o compromisso rompido com os desejos mais legítimos de vida digna e igual para todos .
A Educação está entregue aos oportunistas, despreparados e descompromissados, os exemplos são muitos, salvo raríssimas excessões.Quem perde é o povo que, sem escolas gratuitas, democráticas, com professores capazes e valorizados, não pode aprender a escolher: Ou isto ou aquilo.
Onde fica a lucidez dos governantes? Ouçam essas vozes, como a densa poesia de Cecília, educadora desde os 16 anos.
A utopia de Darcy Ribeiro, que não pensava o Brasil dividido em quotas e sim amalgamado em suas singularidades.
Elas, continuam se multiplicando continuam ouvidas... dúvida , demasiado humana,que aponta nossa precária condição. Então, talvez acredite que tudo não foi em vão...
Não sei se brinco, não sei se estudo,
se saio correndo ou fico tranquilo.
Um bom mes de Abril para todos.
Bjos
Maysa
sábado, 28 de março de 2009
Ho Chi Minh - Diário de Prisão
segunda-feira, 23 de março de 2009
A 4ª Madrugada
solidão da vida
Na total solidão da madrugada
silêncios falam.
Então, gatos nos muros e telhados,
anunciam
o espetáculo do gozo prolongado.
Estridentes são os sons.
Confundem-se com o choro
de fome dos recém nascidos.
O mundo lá fora continua a correr
a partir... a deixar de ser...
sem vestígios ...
Onde um tempo mínimo
só para se bem viver?
O hoje, desfaz o ontem.
O dia seguinte amanhece
sem ter dormido como eu.
Não há sono, nem sonhos.
Não sei de você,
nem de mim.
Maysa
.../setembro / 2007
Madrugadas de insônia são mais frequentes do que se pode acreditar. Vá lá, tenho uma gaveta de papéis... amarrotados, que não devia mais ler! A insônia é uma prima distante do sono fujão, contei para minha netinha numa historia que inventamos juntas.
Bjs Maysa
sábado, 21 de março de 2009
April in Paris - Billie Holliday and ...
Finalmente, fui à exposição , no MAM, do Vik Muniz. Acaba Domingo. Pressa, muita pressa. Não dá prá perder!
Ele capturou tudo que o séc. XX destacou e produziu e o que este início do XXI já nos mostra. O imaginário de nossa época está lá (des) embrulhado e devolvido sob as mais várias formas, leituras, materiais e temas. Não deixem de observar bem a distribuição, das sucatas eletrônicas, realizada pelo artista, no espaço territorial do seu Mapa Mundi.
Agora, vou fiando uma conversinha bem despretenciosa ... e sobretudo com linguagem musical variada em torno de um só tema.
O próximo mes de abril é lindo em qualquer lugar! No Rio, em Paris...Aqui , outono, lá ...printemps.
Vou pedir aos amigos (as) e os que acompanham este blog para deixarem sua impressão sobre a estação !
O que tem de bom o Outono prá você? Já sabe ou não descobriu ainda?
Que tal acessarem este link?
http://www.youtube.com/watch?v=huNEW6lazvs
ou este?
http://www.youtube.com/watch?v=S6dKi-R6Vqcou ainda este?
http://www.youtube.com/watch?v=tsUDC80ieCo&NR=1
http://www.youtube.com/watch?v=3ZWYun6GzMo&feature=related
Eu gostei, muito dos quatro!
Bjs Maysa
sexta-feira, 20 de março de 2009
Outono: que estação é essa?
Dias claros,céu azul...azul -anil. Meu encantamento com a estação vem de longe! Fui descobrindo a beleza do Rio, cidade querida, onde nasci, com os outonos que já vivi.
Os primeiros, despertaram minha atenção e sensibilidade pela suavidade delicada dos dias... e que dias! Um frescor, uma luminosidade. Amo os dias de outono.
Creio, que nas manhãs vistas, do 5º andar, da Faculdade Nacional de Filosofia (saudosa Fnfi ,dos anos sessenta), na Avenida Beira-Mar, pude me especializar nos tons e nuances daqueles jovens outonos.
Engravidei, pela primeira vez, num belo mes de abril, início de estação! tenho, hoje, quase posso assim dizer: um filho do outono. O outro , convém mencionar: é filho da primavera!
Ah! mas, por que será que essa mudança da natureza nos afeta, nos modifica também?
Sinto melhor a beleza, as sutilezas da vida, nas pessoas, nos seus afazeres! Acreditem em mim, também, melhorei com os outonos !
Cheguei ao outono da vida. Não há lugar para a tristeza. É sinal que tenho muitas histórias...minhas , de amigas(os), amores vividos, belas viagens feitas...Os outonos mais recentes, presentearam-me com duas netas lindas!
Por quase tudo isso brindo, aqui, n'O Ninho o dia de hoje. Primeiro, do Outono de 2009
Viva a beleza, a criatividade, o amor, a sutileza e a esperança!
Viva o outono! Outros, muitos outros virão, assim desejo.
Beijos
Maysa
quinta-feira, 19 de março de 2009
Águas de Março - Antônio Carlos Jobim
Vocês não imaginam o que é um desejo não alcançado! Não falo de desejos impossíveis, irrealizáveis, que a gente precisa sublimar, não!
O que posso mais trazer para celebrar, ao som de Tom, as águas de março fechando o verão de 2009?
A belíssima letra trancrevi abaixo. O link para assistir ao vídeo no youtube,com Elis e Tom, é http://www.youtube.com/watch?v=jNpiORQtmSkCantarolem, cantem, assobiem...
É pau, é pedra, é o fim do caminho
É madeira de vento, tombo da ribanceira
é a chuva chovendo, é conversa ribeira
das águas de março, é o fim da canseira
passarinho na mão, pedra de atiradeira
Uma ave no céu, uma ave no chão
é um regato, é uma fonte
é o fundo do poço, é o fim do caminho
é um pingo pingando
é um peixe, é um gesto
é a promessa de vida no teu coração
É pau, é pedra, é o fim do caminho
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Beijos
Foto de A. Paula/ Jardim da Tia Ysa
Maysa
PS: volto à postagem antiga, no dia -2 de maio - para satisfazer um desejo, postar o vídeo de águas de março com Tom e Elis.
sábado, 14 de março de 2009
O Ninho e a Tempestade (II)
quarta-feira, 11 de março de 2009
Enleio - Carlos Drummond de Andrade
Que é que vou dizer a você?
Não estudei ainda o código
de amor.
Inventar não posso.
Falar, não sei.
Balbuciar, não ouso.
Fico de olhos baixos
espiando, no chão, a formiga.
Você sentada na cadeira de palhinha.
Se ao menos você ficasse aí nessa posição
perfeitamente imóvel, como está,
uns quinze anos(só isso)
então eu diria:
Eu te amo.
Por enquanto sou apenas o menino
diante da mulher que não percebe nada.
Será que você não entende, será que você é burra?
In, A Palavra Mágica, Coleção Mineiramente Drummond - Poesias. 10ª ed., Ed.Record, 2003