
Entre mim e mim, há vastidões bastantes
para a navegação dos meus desejos afligidos.
Descem pela água minhas naves revestidas de espelhos.
Cada lâmina arrisca um olhar, e investiga o elemento que a atinge.
Mas, nesta aventura do sonho exposto à correnteza,
Virei-me sobre a minha própria existência, e contemplei-a.
Minha virtude era esta errância por mares contraditórios,
e este abandono para além da felicidade e da beleza.
Ó meu Deus, isto é a minha alma:
qualquer coisa que flutua sobre este corpo efêmero e precário,
como o vento largo do oceano sobre a areia passiva e inúmera...
Viagem(1939), in Cecília de bolso, uma antologia poética,L&PM Pocket
ooooooooooooooooooo
Com poemas, celebro meu tempo interior, numa busca incessante de complementação e significados, para o ato de viver.
Todo dia
Apurar a palavra e o afeto.
Vestir uma sem despir o outro.
Jogar o supérfluo fora.
Revisitar o essencial
sem mágoas antigas
nem saudades remotas
do que não foi feito
do que esquecemos de dizer.
Cuidar p'ra respirar,
prazerosamente, a vida.
Se possível, fazer companhia à solidão
instalada debaixo da nossa janela
diante da nossa cara
dentro
bem dentro do nosso coração!
Rio.02.04.91
Maysa
Apurar a palavra e o afeto.
Vestir uma sem despir o outro.
Jogar o supérfluo fora.
Revisitar o essencial
sem mágoas antigas
nem saudades remotas
do que não foi feito
do que esquecemos de dizer.
Cuidar p'ra respirar,
prazerosamente, a vida.
Se possível, fazer companhia à solidão
instalada debaixo da nossa janela
diante da nossa cara
dentro
bem dentro do nosso coração!
Rio.02.04.91
Maysa
3 comentários:
Maysa!
Amei seu blogue!!!
Amei!!!
Assim que logar o meu, vou relacioná-la nos bons ventos!!
Beijos.
"Fazer companhia à solidão instalada debaixo da nossa janela"
Que imagem linda! Sua casa está uma gracinha. Bem acolhedora. Estou adorando ...
Maysa! Lindo o seu blog, adorei!
Um grande beijo.
Ricardo.
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