domingo, 3 de maio de 2009

ANO DA FRANÇA NO BRASIL


Acompanho alguns eventos comemorativos, aqui no Rio, sobre a relação cultural franco-brasileira. Designou-se o ano de 2009, ANO DA FRANÇA NO BRASIL.
Pretendo durante o período, continuar trazendo aspectos da cultura e arte francesas que tanto me emocionam. A programação de mostras de cinema, artistas das mais várias áreas, apresentações imperdíveis, para quem - como eu - é amante da cultura francesa.
Percebe-se o declínio da hegemonia que a fez representante, no mundo pré- globalizado, do novo para muitos povos.
Em nosso convívio,observo, nem sempre de igualdade, fraternidade mas, de paixão intensa e liberdade criadora, alguns fatos históricos estão ainda intocáveis, quando não deveriam.

Desde Villegagnon e seu sonho de uma França Antártica, fundando em 1555, nosso primeiro núcleo urbano - Henriville - localizado entre o Rio Carioca e o Morro da Glória, os contatos dos indígenas, habitantes que aqui viviam e os franceses foram, predominantemente, amistosos.
Àquela, pode ter sido uma tentativa para a criação de uma sociedade utópica, idealizada nos trópicos,com a principal característica da ajuda mútua entre seus membros.

Moro bem próximo desse belo canto da cidade do Rio de Janeiro, hoje, compreendendo parte dos bairros do Flamengo, da Glória e no alto, a soberana presença, de Santa Teresa,bairro mirante, de todas as épocas.
É região com um acervo histórico, político e social, contendo patrimonio cultural inestimável.
O bairro da Glória é lugar de memória à céu aberto, inúmeros vestígios importantes, de nossa história estão, ainda que precariamente, alí ,atestando etapas da construção cultural, social e política de nosso país e não só da cidade maravilhosa.
Não preciso ressaltar o abandono em que permanece, relegado pelas autoridades públicas, nas esferas federal, estadual e municipal, quanto à sua pertinência e testemunho de épocas imemoriais .
Destaco-o como mais referente, neste momento de confraternização histórico-cultural França e Brasil, pois aqui está a colina onde ficou situada a Cidade de Henri, de 1555`a 1560, sede da França Antártica.
Acredito, que o fatos falem mais que as versões . Os acervos de nossos museus dimensionam e registram o fato histórico como ação de corsários. Inevitável à ótica colonial...mas quanto a nós?
Quem tiver interesse acesse os sites do museu histórico, da biblioteca nacional, do arquivo nacional, do arquivo geral da cidade. Gastei tempo e adquiri experiência, mais uma vez.

Um cartão postal e político merece toda a atenção dos que governam para serem avaliados na posteridade. O bairro da Glória abriga esse valioso postal.
Um dia quem sabe, assim como Villegagnon foi absolvido do papel exclusivo de pirata e, queiram ou não, criou o primeiro núcleo urbano da região, deixando marcas significativas de sua passagem...alcaides futuros, moradores do presente, turistas curiosos e estudiosos de sempre valorizem e cuidem desse mágico e primevo lugar.

Renovo as esperanças de que todo o patrimônio referido, memorial e imemorial, seja tratado com a visão integrada dos profissionais e políticos para essas áreas públicas. Que a população ame-o , respeite e defenda.
Nada parecido com a recente e equivocada reforma municipal, do alcaide anterior, na principal rua do devastado bairro, outrora primeiro núcleo que nos constituiu.
Quem sabe uma campanha , ainda nesse ano de 2009, salva o lugar e reconta essa história de forma mais próxima da que os fatos nos apontam.

Bjs

Maysa

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