Sem Memória
Maysa Machado
O vento forte aqui não sopra, nem uiva.
Bate portas, janelas, derruba plantas
Quebra-as nos frágeis vasos.
Levanta poeiras, dobra centenárias palmeiras
Subjuga, captura e agita
Pássaros em seus vôos.
Diverte-se, e como vingança
Empresta asas às folhas.
Recolhe num único instante
desejos e sonhos de liberdade.
O vento paralisa anseios.
Ciclone ou qual nome tenha
Está lá para os lados do alto mar.
Meu coração engalfinha-se
Turbulência passageira?
Vem a mim teu rosto
Semblante apreensivo
Tua voz ...só melodia.
A tarde de sábado se aquieta
Nublada como meus sentimentos
Recebe o conhecido canto.
Ousados pássaros
Repetem solitários: Bem-te-vi.
O fim de tarde se apronta
Suave e manso sem memória
Nem tormento.
Santa Teresa, 30 de outubro de 2010
Aos que por aqui chegam, um abraço amigo
Maysa
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