HISTÓRIAS DE VÓ... VERDADEIRAS
Maysa Machado
Dos quatro netos abençoados que tenho só um menino reina no pedaço. As três mocinhas com seis, cinco e quase três revezam-se em me alegrar... Não fiz filhas mulheres.
Haja coração de vó, abuela, nonna!
Lá vou eu tocando a vida de descoberta em descoberta, de alegria, com as
crianças, em alegria e fôlego, muito, porque avó não pode ser só um nome, no
papel da certidão de nascimento. Tem que ter músculos, pernas, braços, cacunda
e, sobretudo, coração para o que der e vier!
Duvidam? Dois feriados na mesma semana, escolas fechadas, pais no
trabalho dando duro para sustentar a prole, crianças em casa... Avó apaixonada,
dando sopa. A mistura ideal está feita. Uma tarde com os netinhos no conforto
de sua casa.
Eles e você? Não, num play com jardins suspensos, árvores e quadras esportivas, cheio de crianças, babás, e nenhuma outra benemérita avó. Olhos atentos, numas e noutras. Tudo com o mais apurado e discreto olhar.
Eles e você? Não, num play com jardins suspensos, árvores e quadras esportivas, cheio de crianças, babás, e nenhuma outra benemérita avó. Olhos atentos, numas e noutras. Tudo com o mais apurado e discreto olhar.
Ao finalzinho da tarde, depois de acompanhar as brincadeiras, extasiada
com a energia crescente e inesgotável das crianças, juntei-me ao neto e saímos
explorando o lugar agradável e cheio de possibilidades para recreação.
Logo, logo uma inocente bola esquecida a um canto transformou-se, diante
dos olhos e mente fissurados em futebol do guri, em objeto mágico. E pasmem! Rolou
dos seus pés para os meus braços. Artilheiro, zagueiro, goleiro. Neto no ataque,
avó na defesa.
O lugar, como disse, era agradável, o espaço esplêndido e... Enorme! Tudo ia bem, nem estava tomando gol! Até, já começava a me orgulhar do próprio desempenho... Assim brincávamos felizes!
Mas, eis que, surge um garoto do mesmo porte, pequeno e, igualmente, fissurado.
É incrível ver a fisionomia, a garra desses pequenos craques!
E o garoto corria, a bola já sob domínio. Corria tanto... Ameaçando a zaga. Apavorei. Senti a iminência do gol!
O lugar, como disse, era agradável, o espaço esplêndido e... Enorme! Tudo ia bem, nem estava tomando gol! Até, já começava a me orgulhar do próprio desempenho... Assim brincávamos felizes!
Mas, eis que, surge um garoto do mesmo porte, pequeno e, igualmente, fissurado.
É incrível ver a fisionomia, a garra desses pequenos craques!
E o garoto corria, a bola já sob domínio. Corria tanto... Ameaçando a zaga. Apavorei. Senti a iminência do gol!
Então, meu universo interior foi invadido por um
grito, ainda de comando, mas já desesperado, que acompanhava a trajetória da
bola. Era meu neto de cinco anos.
NA MINHA AVÓ, NÃAOOO!!!!!
E junto com o chute certeiro, o menino se retesou
todo! Mas a bola... Já havia "entrado", numa trave imaginária e o gol real
feito!
Coisa pro Nelson Rodrigues levantar da tumba com uma crônica prontinha debaixo do braço. Pensei.
Coisa pro Nelson Rodrigues levantar da tumba com uma crônica prontinha debaixo do braço. Pensei.
E no exato momento em que o menino fazia seu golaço, eu, em
êxtase, descobri que avó legal não leva gol! Morou?
Descobri que meu neto é um cavalheiro e eu uma instituição!
Descobri que meu neto é um cavalheiro e eu uma instituição!
Bjs
Maysa
2 comentários:
Visitei seu blog e gostei muito do que você escreveu. Já está nos meus Favoritos!
Por isso, gostaria de convidar você a participar do blog “Duelos Literários”, no qual as pessoas criam textos sobre temas de sua escolha e os textos são postados no próprio blog.
Passe por lá e, se gostar da proposta, participe!
http://duelosliterarios.blogspot.com/
Um abraço, ótimo domingo e parabéns pelo seu blog!
Shintoni,
Estou lisonjeada com o convite, irei lá sim, depois dou notícias.
Um abraço e obrigada pelo estímulo.
Postar um comentário