ANO 2013 - MÊS JANEIRO - DIA 09.
Maysa Machado
Escavações prá lá de subcutâneas...
O que é isso? Envelhecer será contar meses, dias, minutos e segundos?
Ou não tê-los porque a vida é breve e o tempo passa rápido. Ou, ainda, por que não
aprendemos a lidar com o tempo real?
Desconfio sequer com
o imaginário, ambos breves, ao final das contas.
Sinto que meu tempo interior, de tão precioso, é burilado, requer muitas etapas, um trabalho com requinte. Aqui fora, tudo é fast!
Sinto que meu tempo interior, de tão precioso, é burilado, requer muitas etapas, um trabalho com requinte. Aqui fora, tudo é fast!
Envelhecer é como a vida um mistério insondável; por mais
que se viva e se aprenda; a lição maior não nos é dada. Um dia tudo a ver, o
outro cheio de porquês.
As dores e as limitações deixo pra lá. Vamos falar do que é
bom. A visão panorâmica alcançada por uns.
Esse panorama que descortinamos
ao atingirmos a maturidade, e mais ainda, quando se aproxima a década seguinte, em casos bem particulares, inquieta.
Jovialidade - Nada é mais necessário aos novos idosos. E quem
se considera um? Já vi gente se autodefinindo aposentado. Fico pasma. Idoso é difícil. Só na hora da fila ou
do banco laranja.
E aí? O que muda por dentro? Por fora, melhor não comentar.
E aí? O que muda por dentro? Por fora, melhor não comentar.
As esperanças não são mais as mesmas. Se antes almejávamos voos,
intrépidas conquistas, hoje, somos previsíveis. Queremos afeto, companheirismo
e leveza da vida. Se resistirmos às atuais mudanças estéticas, será que
convivemos com a ausência de formulações ideológicas críveis? Julgamos nossa visão
de mundo mais apropriada, mais criativa, mais bonita. Será?
Entre o gorjeio de um pássaro, à janela, e nossa precavida
aparição para conferir se já sabemos a quem pertence a sonora presença... Temos
que reconhecer: Ficamos diferentes. Dos movimentos aos interesses que nos
movem.
O que é viver, minha gente? É continuar sonhando e perceber
o que deixamos pelo caminho? Há o que juntar ou não dá mais?
Confiamos que nosso desfecho será diferente e mágico? Ou nos
encharcamos de realidade e sucumbimos. Onde ficaram nossas histórias de lutas?
Nossos acertos, nossos medos? O futuro, agora, sempre estará
mais próximo e, companheiramente, informo: Menor.
Quem sabe podemos trazer para o presente nossa ousadia antiga? Nos pequenos gestos, nos breves sonhos. Ainda a tempo de percebermos quem somos? O que queremos? E pra onde vamos?
Quem sabe podemos trazer para o presente nossa ousadia antiga? Nos pequenos gestos, nos breves sonhos. Ainda a tempo de percebermos quem somos? O que queremos? E pra onde vamos?
Vamos!?
É só acordar e
colocar o pé na estrada. Acompanhados
de uma profunda generosidade com a vida, nossa mestra maior.
Santa Teresa, 09 de janeiro de 2013.
Grande abraço inicial
Maysa
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