foto Ricardo Cosmo
UM DIA DE CHUVA: ENCANTOS E DESENCANTOS.
Maysa Machado
O cenário é o mesmo? O que muda num dia de chuva na paisagem
e em seu entorno?
Por aqui, além da impossibilidade de sair debaixo do temporal, fico vigiando o céu, que em vários tons do cinza não traz o sol, nem pista alguma para o fim da tempestade.
Como choveu esta madrugada no Rio. O barulho da chuva sempre me agradou, mas meteu medo esta noite.
O homem urbano fica refém das ruas alagadas, dos múltiplos perigos no espaço público, dos transportes precários. Os engarrafamentos costumeiros nas grandes cidades se transformam em impedimentos reais.
Por aqui, além da impossibilidade de sair debaixo do temporal, fico vigiando o céu, que em vários tons do cinza não traz o sol, nem pista alguma para o fim da tempestade.
Como choveu esta madrugada no Rio. O barulho da chuva sempre me agradou, mas meteu medo esta noite.
O homem urbano fica refém das ruas alagadas, dos múltiplos perigos no espaço público, dos transportes precários. Os engarrafamentos costumeiros nas grandes cidades se transformam em impedimentos reais.
O Rio, cercado pelo
relevo montanhoso, desperta entre as águas e estas provocam profundas mudanças em
sua topografia. E, sobretudo, as casas não parecem mais um abrigo tão seguro. Choveu tanto.
As águas estão rolando... Estas lavam, é verdade, mágoas, sujeiras.
Renovam e abençoam as plantas. Tão lindo, encontrar as folhas repletas de gotas
de chuva. Gordas gotas.
Tempestades castigam as subidas desmatadas e trazem perdas. Há
o grande perigo de vidas humanas à mercê da força das águas. Os homens públicos
não fazem política com o coração, com a utopia, fazem-na com gastos e dívidas vultosas,
e a população paga pela negligência desses governantes.
Falta tudo o que não
devia faltar nos períodos do verão carioca. Ano após ano.
Os serviços prestados à população encarecem, sem qualquer controle. Uma cidade com destino turístico. Nascidos ou moradores, no verão, são todos surpreendidos e tratados como visitantes. E o que querem os prestadores desses serviços se resume numa palavra: Dinheiro. No espaço de uma estação. Sonhos escondidos sob o colchão?
Os serviços prestados à população encarecem, sem qualquer controle. Uma cidade com destino turístico. Nascidos ou moradores, no verão, são todos surpreendidos e tratados como visitantes. E o que querem os prestadores desses serviços se resume numa palavra: Dinheiro. No espaço de uma estação. Sonhos escondidos sob o colchão?
No bairro de Santa Teresa
procure por uma farmácia. Uma padaria. Um supermercado. Um hortifruti. Sobram
restaurantes e lojas de souvenirs. Falta o bonde. Lá, embaixo, na cidade
encharcada experimente e peça um taxi para chegar a alguma das ruas do bucólico
bairro. Se você está de passagem se reprograma. Se for morador vai pegar
pneumonia.
No entanto, na manhã cinzenta, sou surpreendida de forma agradável,
com a chuva. Acompanho há dois dias um par de rolinhas que procura abrigo por
entre as folhas - agora pesadas - da pitangueira, que avança sobre o piso da
varanda do meu quarto. E como são queridas, bonitinhas. Porém, ariscas, pois é
o preço pago pela liberdade.
Santa Teresa, 22 de janeiro de 2013.
Um abraço para os que passam...rsrs
Santa Teresa, 22 de janeiro de 2013.
Um abraço para os que passam...rsrs
Maysa
3 comentários:
Lindo poema, tocou meus sentimentos, saudades de algo q passou, muito chique mesmo.
Maysa disse...
Anônimo
Por que anônimo? Apareça e vamos tomar um chá, uma taça de vinho, ouvir um poema ou cantar uma canção juntos!
Escreva novamente, e com seu nome se apresente para saborear a vida.
Maysa
22 de janeiro de 2013 17:12
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