domingo, 21 de março de 2010

GEORGES BRASSENS - Les Copains D'abord









Essa maravilha,ainda, não experimentei cantarolar por inteiro. Mas escuto com prazer, há muitos e muitos anos!



Les Copains D'abord

Georges Brassens


Non ce n'était pas le radeau de la méduse, ce bateau
Qu'on se le dise au fond des ports, dise au fond des ports
Il naviguait en père peinard
Sur la grande mare des canards
Et s'app'lait les copains d'abord, les copains d'abord
Ces fluctuat nec mergitur, c'était pas d'la littérature
N'en déplaise aux jeteurs de sorts, aux jeteurs de sorts
Son capitaine et ses mat'lots
N'étaient pas des enfants d'salauds
Mais des amis franco de port, des copains d'abord
C'étaient pas des amis de luxe
Des petits Castor et Pollux
Des genres de Sodame et Gomor, Sodame et Gomor
C'étaient pas des amis choisis par Montaigne et La Boétie
Sur le ventre ils se tapaient fort , les copains d'abord
C'étaient pas des anges non plus
L'évangile ils l'avaient pas lu
Mais ils 'aimaient toutes voiles dehors, toutes voiles dehors
Jean-pierre, Paul et compagnie, c'était leur seul litanie
Leur crédo, leur confiteore, aux copains d'abord
Au moindre coup de Trafalgar, c'est l'amitié qui prenait le car
C'est elle qui leur montrait le Nord, leur montrait le Nord
Et quand ils étaient en détresse, leur balançaient des SOS
On aurait dit des Sémaphores, les copains d'abord
Au rendez-vous des bons copains, il y avait pas souvent delapins
Quand l'un d'entre eux manquait à bord, c'est qu'il était mort
Oui mais jamais au grand jamais, son trou dans l'aune serefermait
Cent ans après coquin de sort, il manquait encore
Des bateaux j'en ai pris beaucoup mais le seul qui aie tenu lecoup
Qui n'aie jamais viré de bord, mais viré de bord
Naviguait en père peinard, sur la grande mare des canards
Et s'app'lait Les Copains d'abord, les copains d'abord
(... instruments ... )
Des bateaux j'en ai pris beaucoup,
Mais le seul qui aie tenu le coup
Qui n'aie jamais viré de bord, mais viré de bord
Naviguait en père peinard sur le grande mare des canards
Et s'app'lait les copains d'abord, les copains d'abord







Ainda bem que dá prá repetir certos gostos!
Et voilá! mon cadeau pour ce dimanche.

Meu carinhoso abraço
Maysa

sexta-feira, 19 de março de 2010

FADO DA SUGESTÃO - COIMBRA




Como adoro cantar vou, aqui, lembrando devagarinho minhas preferências.
Entre elas este fado de Coimbra, o da SUGESTÃO.
Quem me ensinou foi Rui Nazareth, um querido amigo, português de nascimento e, hoje, carioca de coração; pois aqui no Rio formou sua família e trabalha todos esses anos. Conhecemo-nos lá na Faculdade Nacional de Filosofia, na Av. Presidente Antônio Carlos. Ele fazia o curso de Física e eu o de Ciencias Sociais. Ficamos amigos. Frequentava minha casa, em Botafogo, e levava-me às festas em casa de uma família portuguesa, bem na esquina da Av. Rainha Elizabeth com Raul Pompéia, em Copacabana. Ainda hoje, sempre que passo por lá, olho com o olho de ver o prédio erguido em lugar daquela casa alegre, hospitaleira, musical.
As imagens dos pais, das filhas, do casal jovem misturam-se ao som das guitarras portuguesas, e essa lembrança é tão vívida que supera qualquer ruído que na rua, seus passantes, carros e transportes coletivos estejam produzindo.
Com saudade as risadas invadem meus ouvidos, a esquina, e não deixam nenhum lugar para as atuais estridentes buzinas.
Lá ouvi muitas vezes este fado. Meu amigo paciente a me explicar a diferença entre um fado de Lisboa e um de Coimbra.
Hoje, pela manhã, a conversa ocasional e prazerosa que tive com uma senhora portuguesa de 87 anos - D. Olga, fez-me lembrar de tudo isso e aqui estou, graças à tecnologia atual compartilhando mais uma melodia, uma poesia, uma lembrança boa que a vida e os anos não destruiram. Espero que gostem.

Abraço

Maysa



Fado da Sugestão


Não digas não dize sim,
Muito embora amor não sintas.
O não envenena a gente.
Dize sim, ainda que mintas.

Não digas não dize sim,
Sê ao menos a primeira.
Falta-me embora a verdade,
Não sejas tão verdadeira.

música: Alexandre Augusto de Rezende Mendes
letra atribuída à Edmundo Alberto Bettencourt





sábado, 13 de março de 2010

CARTOLA - ACONTECE




Adoro cantar, de preferência no banheiro, a acústica lá é melhor. Mesmo assim, fiquei anos inibida, os filhos adolescentes só queriam heavy metal e hard rock na veia.
Quando me ouviam cantarolando diziam : Pára maêêê! Eu parava.
Algum tempo depois começaram a gostar de chorinho, e dos melhores de nossa música popular: Cartola, Nelson Sargento, Paulinho da Viola.
Na casa de meu pai, em Botafogo, já referi muitas vezes, os bambas do bairro compareciam.

Com meus filhos atualizei os blues e aprendi a gostar do swing de Tim Maia, descobri o repertório de Marisa Monte, a guitarra do Gary Moore, com Phil Lynott - Parisienne Walkways (live) . O gosto do mais velho misturei ao do mais novo e namorei os hits que apontavam para o rock do Lynyrd Skynyrd. Amo música e meus filhos também.

Mas, em meu coração, é com o velho e amadíssimo Cartola que tudo Acontece.
Retomei um sonho dos meus vinte anos, agora.
Com essa música ACONTECE fiz minha entrevista de seleção para a Escola de Música Villa Lobos e a mestra não disse para parar não! ao contrário diz que tenho uma bela voz.
Tô acreditando! E vou fundo no aprendizado.
Um beijo de sábado
Maysa











domingo, 7 de março de 2010

NELSON CAVAQUINHO - JUÍZO FINAL






ARTE X MORTE

No constante duelo entre arte X morte, a segunda leva mas não acaba, não destroi, nem mata a primeira. A presença artística fica como referência.Temos lamentado, além da conta, demais para qualquer mortal, aqui, a perda recente de artistas no meio da música, espaço em nossa cultura popular, a que mais de perto nos dedicamos.
Salve o querido Johnny Alf! Qualquer hora posto uma das suas lindas canções.

Hoje resolvi trazer a voz, inusitada, a presença forte de Nelson Cavaquinho, que como todos podem provar não morreu em nossos corações! nem em nossa cultura.
Ponto pra vida, pra arte, pra beleza. Para poesia de seus versos e melodias. Quem conhece FOLHAS SECAS?

Quando eu piso em folhas secas
Caídas de uma mangueira
Penso na minha escola
E nos poetas da minha estação primeira
........................................

Neste Domingo penso e, compartilho, a arte do querido Nelson Cavaquinho. Tive o imenso prazer em conhece-lo, cantarolar junto e partilhar mesa no Lamas. Falamos a lingua dos apaixonados pelo samba, nós dois Mangueirenses.Valeu e valerá no meu juizo final!

Em 1986, ano que se encantou, a Mangueira tinha acabado de ser Campeã. Se quiser saber mais clique aqui.



Juízo Final
Nelson Cavaquinho
Composição: Élcio Soares / Nelson Cavaquinho
O sol....há de brilhar mais uma vez
A luz....há de chegar aos corações
Do mal....será queimada a semente

O amor...será eterno novamente
É o Juízo Final, a história do bem e do mal
Quero ter olhos pra ver, a maldade desaparecer

Repete a música 2 vezes:

O amor...será eterno novamente





Abraços

Maysa

quinta-feira, 4 de março de 2010

LÊDO IVO - Poeta preferido





Filha de pai alagoano, muito cedo senti atração, mesmo sem o convívio geográfico, com as Alagoas. O interesse e encanto pela obra de homens como Graciliano Ramos, Lêdo Ivo, e mulheres com o pioneirismo de Nise da Silveira, traduzem o vigor e a riqueza nordestinas.
Mostram minhas raízes de que mais e mais me aproximo.
Domingo assisti, num canal de TV paga, à belíssima entrevista feita pelo repórter Geneton de Moraes Neto com o poeta Lêdo Ivo a quem admiro desde meus vinte e poucos anos.
Semana passada dividimos a mesma calçada no Centro do Rio, tive desejo de pará-lo cumprimentá-lo e agradecer por sua poesia, mas deixei-o seguir quieto, com sua fisionomia tranquila e saudável, por inteira admiração. Os fãs dos poetas são diferentes dos fãs dos pop stars!
Transcrevo aqui trecho do encontro entre o repórter e o poeta, mais a poesia Queimada.
Sugiro, ainda, que leiam a matéria no site do Geneton.
....
GMN- Por que o senhor diz que detesta escritores que consideram a criação poética “um suplício” ? .
Ledo Ivo: “Tenho horror desses camaradas que passam o tempo todo dizendo que gemem e suam na hora de escrever. A minha criação literária é uma felicidade. Quando escrevo, parece que as coisas já vêm prontas,organizadas subconscientemente. Pensa que “capino” o meu texto. Mas o meu texto vem espontaneamente. Não tenho nenhuma simpatia por escritores que cortam. A minha simpatia maior é pelos escritores que acrescentam !
João Cabral uma vez me disse que passava noites acordado, com angústia. Eu dizia “Você só diz que passa noites acordado para ver se me causa inveja, mas não causa não!”.
GMN : Ao contrário do que dizia Carlos Drummond de Andrade,escrever não é “cortar palavras”, mas acrescentar ?
Ledo Ivo: “Um escritor francês disse que o bom escritor é aquele que “enterra uma palavra por dia”. Para mim,o bom escritor é o que desenterra uma palavra por dia ! Porque o escritor lida com um patrimônio lingüístico. De vez em quando o brasileiro ressuscita palavras esquecidas”.

...mais adiante

GMN : O que ficou da amizade com Manuel Bandeira ?
Ledo Ivo: “Minha ligação com Manuel Bandeira foi profunda. De todos os poetas, talvez o que mais me tenha marcado e ensinado foi Manuel Bandeira. Quando eu era menino, mandei poemas para ele. Recebi de volta um cartãozinho em que ele tocou em um ponto que ainda hoje permanece na poesia: “Há muita magia verbal em seus poemas”.
Depois percebi que, para mim, a operação poética é como se fosse um encantamento da linguagem – uma magia. Sou um poeta que acha que a poesia é o uso supremo da linguagem. Bandeira fez esta descoberta em meu momento inicial. Deu-me lições perenes : por exemplo,a de que o poeta deve ser um intelectual culto. Só a cultura tem condições de abrir caminhos. Ao poeta,não basta apenas ter talento e vocação. Por que o poeta deve ser realmente um homem culto ? Porque a poesia é um sistema milenar de expressão. É preciso conhecer os mestres. A criação poética não é,portanto,um problema só de sensibilidade. É um problema de cultura. Somente o vasto conhecimento da poesia e da literatura é que permite ao poeta exprimir-se.
A fidelidade à literatura deve ser o emblema do escritor. Devemos continuar segurando o estandarte. Vivemos um tempo de mudanças. Somos uma civilização de massas, uma civilização eletrônica, uma civilização consumista. Tudo alterou a posição do escritor e do poeta no Brasil.
Já não temos aqueles poetas populares de que Drummond foi o último grande exemplo.
O poeta vive hoje em uma época de anonimato. Os ícones são diferentes,os gurus são outros. A linguagem literária hoje compete com a linguagem eletrônica, o CD-Rom, o cinema,o disco . Mas,há alguma coisa que só a poesia tem condições de dizer. A poesia,então,existirá sempre,como linguagem específica,porque só ela pode dizer,sobre a condição humana,algo que não pode ser dito de nenhuma outra maneira. O cinema e a televisão lidam de uma maneira diferente”.
GMN : O poeta, então, deve se resignar a ser anônimo, nesse mundo dominado pela fama e pela mídia eletrônica?

Lêdo Ivo: “A função do poeta na sociedade é escrever poemas.A notoriedade é secundária”.

....

"A Queimada" :

"Queime tudo o que puder :
as cartas de amor
as contas telefônicas
o rol de roupas sujas
as escrituras e certidões
as inconfidências dos confrades ressentidos
a confissão interrompida
o poema erótico que ratifica a impotência
e anuncia a arteriosclerose

os recortes antigos e as fotografias amareladas.
Não deixe aos herdeiros esfaimados
nenhuma herança de papel.

Seja como os lobos : more num covil
e só mostre à canalha das ruas os seus dentes afiados.
Viva e morra fechado como um caracol.
Diga sempre não à escória eletrônica.

Destrua os poemas inacabados,os rascunhos,
as variantes e os fragmentos
que provocam o orgasmo tardio dos filólogos e escoliastas.
Não deixe aos catadores do lixo literário nenhuma migalha.
Não confie a ninguém o seu segredo.
A verdade não pode ser dita".


Para os que desejam saborear essa antológica entrevista de Geneton de Moraes Neto com o poeta LEDO IVO é só clicar aqui .
Alguns trechos da reprodução, deste feliz encontro, foram destacados, em itálico ,por esta blogueira.

O Rumor Da Noite é o novo livro de Lêdo Ivo.

Um abraço

Maysa

segunda-feira, 1 de março de 2010

RIO - 445 ANOS TEM NOSSA CIDADE MARAVILHOSA

Otto Stupakoff. Tom Jobim, 1957.




Primeiro de março para muitos que por lá passam é só um nome de rua, no centro antigo da cidade. Mas é também a data de fundação da muy leal cidade de S. Sebastião do Rio de Janeiro. Ah! cidade encantadora, bela, maravilhosa. O mundo inteiro se apaixona e comenta sua beleza. Natural só não! O povo que vive aqui é cordial , bonito, hospitaleiro. A paisagem embrulha tudo para presente! do Leme ao Pontal como o querido Tim Maia cantou. Mas uma letra de Vinicius eternizando música de Garoto, enaltece sua GENTE HUMILDE, dos suburbios com cadeiras baldias na calçada.
Ah! Você que só passou e que sonha voltar, um dia. Você que ,ainda, não veio conhecer de perto as belezas da cidade e o charme dos cariocas...Vai concordar: o Rio é um lugar lindo de se morar. Democrático na orla, no bar, no maraca, nos grupos de musica popular. Nos blocos de rua, mais de 500 neste carnaval!
Não sei de outro estado ou cidade em que o viajante chegue e uma semana depois já se considera da terra: carioca.
As vezes bate um ciúme em quem de fato nasceu aqui. Eu carioquinha, por exemplo, gosto de dias nublados ! mas a gauchinha fez uma linda canção e poetou que nós não gostamos... É hilário! Tá bom eu aceito: Ser carioca é mesmo um estado de espírito, o melhor, o bem humorado de ser brasileiro!
VIVA O RIO DE JANEIRO em seus 445 anos !

Beijos carinhosos de carioca
Maysa



domingo, 28 de fevereiro de 2010

WALTER ALFAIATE - O SAMBA DE BOTAFOGO ESTÁ DE LUTO






Paulinho da Viola, nascido com eu em Botafogo, reapresentou aos cariocas, em um show seu, o sambista Walter Nunes. O Walter Alfaiate, nome artístico dado pelo Da Viola e por Sérgio Cabral.
Transcorria meados dos anos 70. Nós, corríamos com os anos de chumbo. Alegria andava escassa por essa época.
O palco, até ali, do príncipe do samba ,de forma generosa e fraterna, foi oferecido para mais um bamba de nosso bairro querido.
Eu estava presente. Assisti a tudo! Junto de uma platéia entusiasmada, surpresa,e finalmente feliz! Tanto quanto o carinhoso anfitrião.
O palco refletiu a luz peculiar da alegria, essa do cotidiano, do homem comum brasileiro. Que é difícil tirar! O cinza chumbo transformou-se na vibração dos amarelos, dos verdes, vermelhos. Quem sabe sambar não enjoa. Dançando com elegancia o miudinho, reacendia esperanças.
Alfaiate, alegrou-nos por mais de três décadas desde àquela noite memorável.
Falar da tristeza que se sente ao ver um facho de luz se apagar é corriqueiro e repetitivo. É melhor compartir os momentos bons que ele deixou em nossos corações.
O seu batia apressado pelo nosso time Botafogo. Pela Portela. E abria num sorriso encantador para saudar as cabrochas que visse passar ou sambar.
O vi muitas vezes fora do palco, em família, em casa de amigos. Frequentou assíduo as rodas alegres da casa de meu pai - Manoel Machado, na rua S. Clemente, a mesma que dá nome à escola de samba de Botafogo. Na R. Real Grandeza, na casa de César, pai de Paulinho; em Laranjeiras na casa de meu irmão William.
Figura alegre, educadíssimo. " O Magnata Supremo da Elegância Moderna" partiu. E parece que, ainda, o estou ouvindo...na minha casa paterna, feliz, convidativo - sorriso escancarado - na hora em que o almoço estava para ser servido:
- Vamos ao buffet!

Essa música em ritmo sincopado foi criação do grande Ciro Monteiro. Ele a trouxe para nós, a garotada dos anos 70, que estava sem motivos para viver com alegria.
Mas a minha preferida sempre foi - A.M.O.R amor - de sua autoria.



Sacode Carola

Walter Alfaiate
Mexe e remexe com jeito, carola
E deixa o papai te aplaudir

(Oi)
Sacode carola
Faz aquele de babado
Faz mais um jogo de samba, carola
E mete o teu sapateado
(Oi de babado e coisa e tal)

(Oi)
Sacode carola
Que eu quero ver sacudir
Mexe e remexe com jeito, carola
E deixa o papai te aplaudir








Bom dia amigo, que a paz esteja contigo.

Um abraço a todos


Maysa

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

CUSTÓDIO COIMBRA - IMAGENS DO RIO- Fotos, exposição e livro.

fOTO CUSTODIO COIMBRA.2008
Um raio despenca sobre a imagem do Cristo. Num átimo o registro é eternizado pelo fotógrafo e jornalista Custódio Coimbra.
É de rara beleza . Dessas que faz o profisional experiente, o artista mais feliz e conhecido. Acrescenta à notoriedade nova emoção. A homenagem ao Rio não fica só na beleza reproduzida, tem exposição, livro e muito amor por nossa cidade.
Descobri esta pérola , no blog do Fernando Rabelo: Images&Visions, sugerido na lista dos meus preferidos ao lado.
Chequem os detalhes da informação aqui

Abraços

Maysa

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

CÉSAR FARIA - violonista




Inda agora, sob o calor intenso que faz em nossa cidade, debaixo de um abençoado chuveiro cantarolava - com o prazer de amadora - a canção TU, composição de Ary Barroso.
Aprendi-a com César Faria. Era meu aniversário de vinte anos! Na sala de estar em nossa casa, no bairro de botafogo, os acordes de seu violão apresentaram àquela menina a voz e a canção, numa interpretação intimista. Foi um dos melhores presentes ganhos por mim. César tinha um olhar doce, um sorriso maroto e uma delicadeza pessoal misturada à sofisticação do espírito.
Sem dúvida tanto ele quanto sua mulher, a querida Paulinha, povoam ainda as nossas vidas e são um prêmio bom de recordar.

Benedito César, violonista por mais de 70 anos, integrante do Conjunto de Jacob do Bandolim - Época de Ouro - partiu, há quase três anos. Deixa-nos muita saudade e a lembrança de suavidade, bom humor e dedicação.

O curioso, prá não dizer emocionante, é que em meio à cantoria do banheiro lembrei-me da data de seu aniversário, jamais esquecida em toda nossa amorosa convivência familiar.
Ontem, dia 24 de fevereiro estaria completando 91 anos.
E por mais de 40, aquela menina agradecia ao amigo querido sua melhor surpresa de aniversário. A voz suave e doce, a descoberta da canção romântica e o violão inconfundível comemorando os verdes vinte.

Liguei para Eliane, sua neta, confirmando a lembrança e sintonia.
Estamos aqui em casa, juntas, celebrando com alegria a data do aniversário de Benedito César para sempre em nosso afeto.


Um abraço,

Maysa


Eliane Faria é cantora desde o início dos anos 90. Filha de Paulinho da Viola, sobrinha do compositor Anescarzinho - do Salgueiro. Neta de Benedito César.Tem um Cd que vale conhecer e ouvir com emoção : ALMA FEMININA.
Se quiser mais sobre a cantora clica aqui



segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

PULSAÇÃO - Por enquanto poesia apenas.







Amo a vida com o meu mais total e devotado amor. Amo-a na alegria e na tristeza, na saúde e, porque não? Na doença ou na paixão. É tudo do mesmo. Ora! não é que tem amor que nos adoece? Então, tô casada com a vida.
Ela é a companhia mais imprevisível que conheço. Oferece surpresas, mimos. Também sabe ser dura e exigente, mas até aqui a gente se entende. Temos uma boa convivência!

Sair assim, em plena vibração, sintonizada com o que há de mais delicado e inteiro... é sorte, benção,aprendizado, um naco de vida reencontrada.
Pulsação é poesia apenas. Para celebrar a vida que me acolhe no olhar carinhoso dos amigos depois de um desencontro desamoroso. O que não trocava, não somava, não queria ser, agora, está renascendo e sendo em mim, de novo.
O sentimento sincero vai ficar. Eterno em meu viver, pois que o AMOR tem mesmo seus motivos para não morrer.
O que um dia,nasce as vezes renasce e ainda pode florescer.

Pulsação é também uma letra de música que fiz à pedido de um músico amigo. Sua melodia está nascendo...está vindo.




PULSAÇÃO


Maysa M.

Pulsa a vida e a canção
Bate e espera coração
Vem o amor sem parceria
Tardo, ardo em solidão.

Marca o surdo esta emoção
Abre – alas, oh! nostalgia
Traz o sonho e a traição
Acorda senhora ilusão

Pulsa a vida e a canção
Desfaz-se a dor e a paixão.
Desperta, clamo em alegria
Liberta toda minha fantasia.



( Ipanema, 25 de janeiro de 2010)