Ilusão inalienável
Ora, quero lá saber de chuva,
Do vento que uiva lá fora,
Do rio furioso que transborda,
Dos raios, dos trovões,
De todas as intempéries!
Quero antes aquecer ilusões
À lareira, todos os serões,
De portas e janelas fechadas,
Para que as chuvas ácidas
Que afogam este mundo estranho
No meu mundo nunca entre nada!"
Assim
Se perguntam como vou
Nem sei se saberia saber dizer
que vou assim
como sei ir
sem pressas cada vez menos
sem pressas de chegar
a lugar algum
que saiba saber dizer
assim cada vez menos com um fim
sem pensar
somente a ver
com todos os sentidos
e a gostar
a gostar
( Os dois poemas estão in vida veritas, inédito, 2007)
À sombra das inscrições
Há nas sombras de todas as inscrições
ocultos medos de segredos
que se revelam à superfície da escrita
(in não sei falar de mim, inédito, 2008)
ooo
Um poeta amigo levou-me até a poesia de Bárbara Pais, poeta portuguesa. Agradeço aqui seu carinhoso gesto. Escolhendo algumas descubro um caminho cheio de surpresas, desafios de encantamentos e desesperanças.
Um abraço e bom domingo para os que passam aqui n'O Ninho.
Que as chuvas ácidas fiquem suspensas, as tempestades se distanciem e o amor renasça e floresça dentro dos nossos corações amedrontados ...Aquecendo nossas ilusões .
Maysa
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