quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

4 ESTAÇÕES - WILSON JEQUITIBÁ


foto maysa/rio/2010











4 Estações




Nas estações do tempo descobri que o cantar faz o sol e os ventos se olharem mais, que as estrelas têm dentro de si camaleões que as tornam invisíveis de dia. Na primavera percebi que o cheiro das nuvens lembra a minha infância, um lugar repleto de cores, sensação de pés descalços e sabores de frutas.

No verão, senti o que era calor, mas isso não deixava os dias ruins. Nesse tempo aprendi a nadar, abraçava o mar e ele me abraçava também, assim, não afundava nunca. O grande segredo para saber nadar bem é abraçar muito bem a água.

No outono, vi que o céu tinha mais cores ao entardecer. Cores e mais cores que lembravam os sorvetes que Seu Pedro vendia na cantina. Depois, aprendi com a professora - cujo nome me escapa - um nome bem bonito para isso, lusco-fusco. Desde então, olhar o céu a cada outono é, para mim, deliciar-me com gostos de sorvetes, os mais variados e exóticos, beterraba com chocolate, berinjela com limão e assim por diante, estranhos em combinação, mas deliciosos de sabor.

No inverno, pude aprender a importância da palavra “afeto”, de tanto receber carinho enquanto ouvia as mais belas histórias sobre heróis da mitologia, monstros do mar e do céu. Percebi também a ausência das formigas em meu quarto durante as brincadeiras de construir castelos. Não havia mais nenhum habitante em meu reino! Só depois entendi por que elas tinham sumido, coisa de ciências, de documentário científico, aqui não cabe explicar...




Wilson Jequitibá, autor deste texto, é um homem sensível, estudioso. Jovem com muitos planos e sonhos. É, mais que tudo, um artista e um pesquisador. Faz oficinas de Arteterapia ,e nos conhecemos participando de grupo, ano passado, numa Oficina sobre Literatura Infanto-Juvenil. Desejo,ardentemente, que ele desenvolva todas as suas potencialidades criativas.

Aos que por aqui passam meu abraço suave.

Maysa

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