domingo, 20 de fevereiro de 2011

LA JAVANAISE - SERGE GAINSBOURG












Final dos anos sessenta, Serge Gainsbourg fazia enorme sucesso. Lembro dos tempos do C.PII ,um colega de turma cantava, pra nós, mocinhas boquiabertas uma canção francesa dele - L'Eau a la bouche. Delirávamos. Delírio saudável, adolescente. O curioso é que Serge não fazia o tipo galã que as mocinhas de todos os tempos amam.

Rompiam-se os paradigmas da beleza, só beleza, e entrava em nossas veias a importância do charme, do mistério , do sensual. Isso tinha Gainsbourg, Aznavour, Belmondo.

Voz tinha, e continua tendo, uma importância fundamental, em nosso imaginário erótico. Não na extensão, nem em colocação correta, mas no dizer intimista. Parecia que o mundo, daquela época, queria crescer prá dentro, prá perto, expor o sentimento, tocá-lo, inventar as relações.E queria.

O império americano, ainda, não era soberano em imagens nem fantasias na minha geração! Ainda bem! Então, ouvir Gainsbourg para mim é um pouco como Volver a los 17! É mágico.

Já que decidi colocar a letra original, aqui no blog, que me perdoem os que não falam ou entendem francês, decifrem o pequeno texto. A paixão nos leva a compreender quase tudo! ou intuir!

"L'amour galant, l'amour courtois, l'amour romantique, intime, personnel, secret, profondément intérieur, dans toute sa splendeur et sa richesse narratives, lorsqu'il n'était pas encore devenu une mécanique froide et organisée, un processus marchand scrupuleux et superficiel.

Aujourd'hui, l'on dit "je t'aime" comme on dirait une grossièreté. Le sens s'est échappé, s'est corrompu, est devenu science sociale...

E num arroubo de coragem (!) intento uma tradução/traição. Talvez em português seja assim:

O amor galante, o amor cortês, o amor romântico, íntimo, pessoal, secreto, profundamente interior,em todo seu explendor e sua riqueza narrativa, quando ainda não tinha se tornado uma mecânica fria e organizada, um processo escrupuloso e superficial.

Hoje , diz-se "eu te amo" como se costuma dizer uma grosseria. O sentido se perdeu, se corrompeu, tornou-se ciência social...



La javanaise

J'avoue j'en ai bavé pas vous

Mon amour

Avant d'avoir eu vent de vous

Mon amour

Ne vous déplaise

En dansant la Javanaise

Nous nous aimions

Le temps d'une chanson

A votre avis qu'avons nous vu

De l'amour

De vous a moi vous m'avez eu

Mon amour

Ne vous déplaise

En dansant la Javanaise

Nous nous aimions

Le temps d'une chanson

Hélas avril en vain me voue

A l'amour

J'avais envie de voir en vous

Cet amour

Ne vous déplaise

En dansant la Javanaise

Nous nous aimions

Le temps d'une chanson

La vie ne vaut d'être vécue

Sans amour

Mais c'est vous qu il'avez voulu

Mon amour

Ne vous déplaise

En dansant la Javanaise

Nous nous aimions

Le temps d'une chanson.

* A tradução está aqui



Um abraço carinhoso a todos

Maysa

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