sexta-feira, 27 de setembro de 2013

27 DE SETEMBRO - DIA DE COSME E DAMIÃO – E A TRADIÇÃO DE OFERECER BALAS ÀS CRIANÇAS. Maysa Machado










27 DE SETEMBRO - DIA DE COSME E DAMIÃO –
E A TRADIÇÃO DE OFERECER BALAS ÀS CRIANÇAS.

                                                                               Maysa Machado


Cuidado ao volante, motoristas, hoje é dia de Cosme e Damião!
Muita criança correndo pelas ruas, atrás de balas, doces. Então, atenção redobrada.
Nos subúrbios cariocas, e por outras zonas da cidade, surge alvissareira a agitação do bando colorido de crianças. Em sua grande maioria pobre, descalça, ávida por presentes.
O tempo da infância exige pressa. Cuidado motorista.
A bola corre para além dos pés ligeiros e ao longe desafia a retomada. O gol é, e sempre será, a meta.
No dia de Cosme e Damião, de novo, a criança corre atrás.
Das recordações longínquas, o grito maior tem volume, comando e coreografia:
— ‘Tão dando bala ali!
Dando bala, doces, e junto a ilusão, a imaginação escondida dentro do saco de papel, com a estampa colorida dos santos gêmeos.
O prazer de saborear as guloseimas, o prazer, simplesmente.
Ajudai-nos a criar nossas crianças com fantasia e alegria. Protegei nossa infância tão subnutrida, esquecida, desamparada.
Balas, doces, confeitos, ao invés, de balas perdidas, nas subidas e quebradas, da cidade Maravilhosa.
 Protegei oh! Cosme e Damião a criançada.

Santa Teresa, 27 de setembro de 2013.

Grande abraço aos devotos dos Santos Cosme e Damião.
Maysa

domingo, 22 de setembro de 2013

SE A PRIMAVERA FOSSE GENTE - Maysa Machado

orquídea de quintal/maysamachado/by cel/setembro de 2013




















SE A PRIMAVERA FOSSE GENTE


                                              Maysa Machado



Se a primavera fosse gente...
Seria mulher. Delicada, bela
Discreta, muito inteligente.
Traria consigo promessas e sonhos
Todos possíveis. Alguns, tão bons
Podiam ser sonhados, novamente.
Se a primavera fosse gente...
Seria forte. E permanente.
Atravessaria o deserto de afetos,
Os medos que povoam a vida
E assustam o coração da gente.
Se a primavera fosse gente...
Alcançaria com simplicidade e precisão do gesto
O desconhecido futuro e o traria para o presente.
Se a primavera fosse gente...
Guerras, dor e morte
Não sufocavam as noites insones.
Surpresas boas nasceriam juntas
Com o amanhecer dos dias.
Se a primavera fosse gente... Como a gente
As flores perfumadas, coloridas, diferentes
Após corte seriam exibidas em translúcidos cristais
Da beleza suntuosa ao destino efêmero
Dos buquês de noivas.
Ao choro contido das coroas fúnebres
Pranteando a partida.
A primavera, por absoluta necessidade, é estação.
Chega com data marcada, previsível.
Pródiga. É uma no hemisfério sul e outra no norte.
Aos afortunados é permitido viverem
Duas primaveras por ano.


Santa Teresa, 22 de setembro de 2013.

Meu abraço de Primavera.
Maysa

terça-feira, 10 de setembro de 2013

É TUDO PASSARINHO OU UM TRINADO, ATÉ AQUI, NUNCA OUVIDO - Maysa Machado

















É TUDO PASSARINHO OU UM TRINADO, ATÉ AQUI, NUNCA OUVIDO.

                                                                             Maysa Machado


Tempos de inquietude, incessantes ruídos, silêncio escasso. Quase sempre surgem nas manhãs, e nos despertam aos solavancos. Ah! Mas haverá alguma em que o canto de um pássaro te alcança primeiro.
Aconteceu, hoje, acordei com um trinado desconhecido, aí a vontade incrível de abrir a porta do quarto, que dá pra varanda do mundo, e ver o dono do som. Contive a inquietude, que dormira de véspera comigo, fiquei toda ouvidos, agradeci contrita o dom de, apenas, ouvir.
Outros trinados acordaram minhas manhãs e mais outros, com otimismo, aguardo. E esse canto, que nunca ouvira, trouxe, com ele, por inteiro, o frescor da vida.
 O novo desperta, em nós, a seiva que guardamos, por vezes, em lugares impróprios. Mal resolvidos, grávidos da rotina engendrada em mágoas, tristezas. Quase uma ressaca de viver e não conseguir aceitar a oferenda recebida.
Amo o silêncio. Amo os dons e sons da música, e suas pausas que falam; caminhos que constroem nova unidade, novo vir a ser. Quase toda subjetividade é amalgamada em sonhos, esperas, novos trinados para serem percebidos.


Santa Teresa, 10 de setembro de 2013.

Um abraço aos que por aqui chegam.
Maysa

foto: sanhaço comendo cereja  in http://marciliodiasdistrito.blogspot.com.br/2013_01_01_archive.html

domingo, 1 de setembro de 2013

O QUE BEBI DO AMOR...- Maysa Machado














Do amor... bebe-se em fonte limpa, bebe-se em torrente ou chuva fina. Do amor bebe-se o nectar do amado. A música aplaca perdas, te faz amar o amor de novo. Aqui, o que bebi... em António Zambujo.

O amor da avó para um menino, enquanto os pais trabalham. Um pouco do amor à mesa, na sala vazia, para um casal desconhecido.

Um primeiro amor roubado... "Samick se me estás a ouvir...Volta, tenho muitas saudades tuas!"
Tudo em "Primeira Pessoa"
http://www.youtube.com/watch?v=eCCwZ5iMIvg

Agora, o que senti ouvindo Quando Tu Passas por Mim, essa música linda do Vinícius e Antonio Maria, ficou mais definitivo, nítido ouvindo-a por António.

http://youtu.be/aEh4u8B4oWQ

Abraços
Maysa