quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

HARMONIA, COMUNHÃO E SILÊNCIO
















HARMONIA, COMUNHÃO E SILÊNCIO


Preparo o ANO NOVO dentro de mim! 2011 não me conta, absolutamente, nada do que nos trará!

Não sussurra, nem vocifera. Está se aprontando, tal qual uma folha em branco, à espera!

Nós agiremos, em conjunto. Ativos, dispostos ou paralisados pelo medo, cansaço. Com descrença não mexeremos palha alguma... É melhor ter perseverança.

Procuro as lembranças, momentos alegres vividos e agradecidos. Deixo prá trás o que não carece ser bagagem.

As dores e decepções humanas são como tudo, passageiras. É só entoar um mantra e louvar a paciência, dizem.

- Invente o seu! Escolha-o.

Ensinou-me uma sábia amiga, dia desses em que meu coração, sensível, amargava a dor infindável de amor.

2010 vai. Saudemos 2011. Há esperanças, muitas. Renovadas! De lá prá cá modifiquei tanta coisa em mim!

Descobrir sozinha não descobri... Contei com ajudas preciosas, pedi licença, fui à luta.

A poesia é minha madrinha. É um jeito de brincar com a dor.

Foi com Carlos, Cecília, Manoel, Mário, Gilka, Ana Cristina, Bárbara, Flor Bela.

A música “meu bálsamo benigno” com Vinícius, Tom, Villa, Dorival, Bidu.

Foi com Nise, Cândido, Graciliano, Rosa.

É com Beatriz, Alaíde, Oscar, Chico, Paulinho, Mautner.

Assim em Janeiro:A poesia de Paulo Leminski, a intensa Futuros Amantes de Chico, Narciso Yepes interpretando Villa-Lobos. Crônicas, poemas, alguns de minha autoria, foram chegando.

Fevereiro:Rendi homenagem à carioquice de Valter Alfaiate que nos deixava, lembrei do aniversário de César Faria, do seu violão tão preciso quanto suave. Deslumbrei com a foto de Custódio Coimbra, aquela do raio rabiscando o céu bem acima do Redentor! Seus trabalhos foram brindados com um livro e uma exposição nesse mês. Iluminei o Ninho com a voz de Elizeth cantando manhã de Carnaval, de Luiz Bonfá.

Março:Miou-Miou, uma gatinha linda, foi embora no final do verão, prometi nunca mais sofrer com animais de estimação. Lembrei muito de Dra Nise, e postei o título A Emoção de Lidar, para traduzir aquela dor. Tenho, ainda, comigo a xará da Doutora, rajada, pelo curto.

Pela Páscoa um poema - A enseada e o Rio- expressou a ressurreição sentida.

Trouxe para o Ninho a poesia de Lêdo Ivo, alagoano como meu pai e tantos que por aqui destaco.

Como adoro música fiquei na boa companhia de Georges Brassens, do Fado da Sugestão, de Coimbra, aprendido desde minha época jovem, na universidade. Chamei Cartola, Nelson Cavaquinho. Celebramos os 445 anos da Cidade Maravilhosa.

Abril:A voz de Bidu Sayão ajudou-me a saudar a vida na Semana Santa, Paixão e Páscoa. Fui à feira de domingo na Glória, com amigos queridos. Revivi o cinema de Eric Rohmer. Aqui, já perceberam, brindo sempre ao amor, em todas as suas expressões.

Creio mesmo que viemos ao mundo para celebrar a vida e o amor! O resto é conseqüência.

A poeta Adélia Prado sublinha:

Minha mãe achava estudo a coisa mais fina do mundo. Não é. A coisa mais fina do mundo é o sentimento...

Maio: Foi um mês plural: alegrias, tristezas, surpresas. Gente nova cantando bonito com a cantante Núria Pucci, a poesia de Ana Cristina César que partiu há tanto tempo e tão cedo... As lembranças saudosas da mãe, as alegrias com os netos.

Junho: Embalei-me na paz simbolizada em uma pomba branca que fotografei ao sol do meio dia, na pista de correr da Lagoa (Rodrigo de Freitas).

Julho: Recordei com Alcione Araujo que Urgente é a Vida, escrevi Lições da Noite, em Galos. Um galo canta/Quatro e vinte da madrugada/ Não durmo não canto /Esquecimento abandono/Mais nada. Mais nada.
Postei com alegria o Poema da Gatinha -primeiro poema da Mabi, minha neta de oito anos.

Compartilhei as belas fotos de Tina Modotti, fotógrafa e ativista política.

Agosto: Graciliano nos relembra que “... Isso é uma arenga besta!” (pag.54), no dizer de Caralâmpia, a menina princesa de Tatipirun. Homenagem de Graça feita à amiga e conterrânea Nise da Silveira, que tinha esse apelido na infância.

Transformo em crônica um fato inusitado, entre a vizinhança e orquídeas.

Setembro: Dores no estômago quase provocam um estrago, não fosse a chegada da primavera e a descoberta bucólica que faço!Rsrs.

Mãos gulosas, sensações passageiras...

Outubro: Trago novos temas em poemas - Sem Memória, Instantes.

Novembro: A Canção do Amor Fugaz é selecionada num concurso de poesias... Fico feliz. Escrevo Ipê Amarelo, a partir de uma foto dourada, esplendorosa, com sombras especiais.

Dezembro: Está em seu último dia.

Amanhã 2011 chega! Querem refletir sobre o amanhã?

Ante ontem, colocando meu neto para dormir, e ao concluir- com ele- as narrativas do dia, senti uma intensa sensação, uma forma diferente de paz.

Inundou-me a plenitude do instante, a harmonia, a comunhão, e o silêncio combinado com o amado pequeno.

Para os que estiverem em minha cidade sugiro: procurem o Teatro Municipal e, após verem os painéis GUERRA E PAZ de PORTINARI, desejem ardentemente que a PAZ nos guarde a todos!

Para os amigos distantes insisto: abracem os próximos, amem, desejem essa paz entre todos nós, forte e necessária.

Um FELIZ NOVO ANO!

A todos meu carinhoso abraço.

Maysa


quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

QUEREM REFLETIR SOBRE O AMANHÃ?







O Ano Novo se aproxima!

Querem refletir sobre o amanhã? Ou só precisam olhar pela fechadura e descobrir o que está do outro lado da porta?
Eu me contento em "inventar" o hoje, em deixar a vida me levar, no caso... o blog me levar. É, lendo o Liberatinews, façam junto comigo a travessia:

"Acontece, meus amigos, que esse tempo chegou! Esse futuro está batendo nas nossas portas e parece que ninguém ainda se tocou. Espiem pelo olho mágico e verão uns cientistas japoneses sorridentes, pois acabaram de criar um camundongo que pia como se fosse um passarinho. Isso foi notícia em todo o mundo - deu até no Jornal Nacional . Eu pensei, pronto, chegou o tempo das doideiras!"
Mais adiante:
" Tenho medo do passado voltar nesse futuro maluco. Tenho medo de me deparar com um híbrido, por exemplo: um "Michael Jackson do Pandeiro". "

Entre " " e " " o endereço em que o rato já piou é:

Carinhoso abraço
Maysa

Ps: Meu especial e carinhoso abraço ao Bruno Liberati, ser humano e artista de prima!

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

PORTINARI- PAINEIS GUERRA E PAZ NO TEATRO MUNICIPAL







O ano de 2010 está dando as boas novas ao 2011!!


Acabo de visitar a mostra , um espetáculo emocionante: Os painéis Guerra e Paz , de CÂNDIDO PORTINARI, exibidos ao público no Teatro Municipal, do Rio de Janeiro.
Impressiona encontrar a fila estendendo-se da entrada do teatro até à Av. Alte. Barroso. Pessoas de todas as idades, aparências e com os semblantes de interesse, alegria. Muitos jovens.
Após duas horas em pé na fila, já acomodados a emoção toma conta de todos quando tem início o documentário sobre o pintor e sua obra; a voz de Fernanda Montenegro, tão nossa familiar, firme e grave, traz-nos as palavras sobre a urgência da PAZ.
Os painéis, ainda, não revelados estão ao fundo. A música de Villa-Lobos entoa em nossos corações a emoção de sermos parte daquela arte, de sermos parte daquele empenho criador, que num corpo frágil, abatido pela doença, sublima a fragilidade e cria, compartilha, doa.
Finalmente, sobem as cortinas os painéis em sua pujança de beleza e horror entram , definitivamente, em nossas vidas.
Somos muito gratos ao filho do artista, Prof. João Cândido Portinari, parte única daquele empenho.
Este professor devota toda sua vida para ofertar, a todos os brasileiros, a obra de seu pai.

Desde o início d'O Ninho e a Tempestade selecionei o link do PROJETO PORTINARI como expressão de minha admiração a esse trabalho, sugiro abaixo que o visitem , basta clicar , se quiserem começar pelos painéis, cliquem no endereço abaixo


Quem, ainda, não foi assistir à visitação pública que o faça já! Viverão momentos de intensa emoção como os que vivi, hoje.
A mostra foi prorrogada até o dia 06 de janeiro de 2011.

Um abraço a todos
Maysa

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

AS SEM-RAZÕES DO AMOR - CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

cacto da laura paiva





As sem-razões do Amor







Eu te amo porque te amo.
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.

Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.

Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.

Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.

In A Palavra Mágica, Poesia. Coleção Mineiramente Drummond, pg 55, editora record, 10ª edição, 2003


Poesia é desvendamento de alma e corpo. Em C.D.A é pura essência aliada a vivência de cada leitor.

Um abraço carinhoso.

Maysa

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

POEMA DE NATAL - VINICIUS DE MORAES




Poema de Natal


Para isso fomos feitos:

Para lembrar e ser lembrados

Para chorar e fazer chorar

Para enterrar os nossos mortos

Por isso temos braços longos para os adeuses

Mãos para colher o que foi dado

Dedos para cavar a terra.

Assim será nossa vida:

Uma tarde sempre a esquecer

Uma estrela a se apagar na treva

Um caminho entre dois túmulos

Por isso precisamos velar

Falar baixo, pisar leve, ver

A noite dormir em silêncio.

Não há muito o que dizer:

Uma canção sobre um berço

Um verso, talvez de amor

Uma prece por quem se vai

Mas que essa hora não esqueça

E por ela os nossos corações

Se deixem, graves e simples.

Pois para isso fomos feitos:

Para a esperança no milagre

Para a participação da poesia

Para ver a face da morte

De repente nunca mais esperaremos...

Hoje a noite é jovem; da morte, apenas

Nascemos, imensamente.


Natal é essa imensa possibilidade de ficarmos alegres na tristeza e tristes na alegria...

Um Natal sereno e profundo.

Meu abraço

Maysa

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

VERÃO DE 2010

Foto Mossa Mendes
Ipanema/Rio/2010








VERÃO DE 2010

As festas de final de Ano, sobretudo o Natal, sempre me perturbaram.

Delas gosto e não gosto.

Entretanto, sinto a leveza que paira, insiste em ficar, colada ao burburinho, à pressa da multidão, assim feito um anjo protetor que te aconselha a não entrar na insana correria, a respirar e buscar os lugares tranquilos que a cidade, de forma acolhedora, nos oferece.

Aprendo a buscar o amigo suave, o companheiro amoroso que está em algum lugar, bem perto do meu coração.

Também percebo ondas de saudade, encontro um pouco da tristeza que paira, lado a lado, com os festejos, as luzes, as surpresas e os afetos declarados. Há muita dor e solidão desprezados. Vale recordar que o que é bom dura pouco e o que não é, também. Breve é a vida.

Melhor assim, sentir toda a energia que o momento produz.

Alternar alegria, encantamento com um jeito de olhar circunspecto, solene.

Cada Natal é tão diferente do outro... Em nossas vidas pessoas chegam, partem, somem, riem, desconversam. Há as que fazem chorar, rompem, assustam-nos com a frieza que trazem escondida.

Há as que adiam, deixam para o ano que se aproxima a lida de seus projetos... E interferem nos nossos!

Cada Natal é diferente do outro, é único. Nunca mais se repetirá.

Aproveito bem os Natais saborosos, com ensinamentos e vivências atravessam os anos seguintes.

Este Natal agradeço aos que a vida aproximou de mim e me deixaram um sorriso, um poema, uma lágrima escondida, uma palavra suave e terna, um olhar amoroso.

Agradeço da mesma forma aos que não puderam deixar tais relíquias, mas me surpreenderam, causaram espanto, decepção ou desconforto.

Passados esses momentos descobri que me fizeram aprender novos caminhos, alguns para caminhar sozinha, reconfortada, refeita pronta para olhar o mundo com perspectivas renovadas.

Hoje entra a estação do Verão. Quente, muito quente em nosso hemisfério. Contemplo a luz intensa, a claridade escandalosa das manhãs, o por-do-sol triunfal.

A magnífica lua cheia no céu deste dezembro, as pessoas amorosas com quem tenho convivido...

Agradeço este milagre que é suportar a dor de estar vivo, ser feliz por instantes, e de novo acreditar no novo.

Um abraço aos que passam

Maysa

domingo, 19 de dezembro de 2010

O MENINO DA BICICLETA









O MENINO DA BICICLETA


Maysa Machado



Jovem, dezoito anos

Pedalando, pedalando

Feliz na madrugada

Do Jardim Botânico.

Êxtase traduzido em silêncios e pios...

Pedalando... sentindo os cheiros

De cada árvore, de cada flor!

Manhã se anunciando

Asfalto negro e vazio

Negando a característica diurna

Diluído se desfazia...

Beira a noturna cidade

Em sua perdida paz

Sorve a rara magia

O menino pedalando, pedalando...

Felicidade de quem descobre

Momentos e coisas tão delicadas

Como o orvalho...

Das primeiras madrugadas.

Uma canção, um assovio.

Ah! Mais que efêmero

Apenas um momento mágico

Cruelmente eternizado

Para todo o sempre trágico.

Na pressa de alguém

Sob o álcool angustiado

A Morte rouba o menino.

E daqui há muitos e muitos anos

Nem se ouvirá falar da bicicleta singela

E do ingênuo guri

Na madrugada tranqüila

Pedalando no bairro

Destruídos pelo carro veloz.

Só uma certeza

Ao motorista assassino

Nenhuma pena traria de volta

O êxtase e celebração da vida

Interrompidos...

Numa curta e definitiva madrugada.

..................

Nem jamais o menino em seu passeio.


Santa Teresa, 22 de setembro de 2007.


Um abraço de domingo

Maysa



quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

OSCAR NIEMEYER - 103 ANOS




OSCAR NIEMEYER – 103 ANOS

Esse brasileiro especial, brilhante, simples e longevo atravessou o século, e mais três anos. Na data de hoje, 15 de dezembro, comemora aniversário.

Lembro de uma entrevista, dada por ele numa emissora de TV, na ocasião de seus oitenta anos. Foi tão indagado, de diversas maneiras, sobre o mesmo e surpreendente passar do tempo.

Respondia, com modéstia e muita paciência... Nem havia notado e que fazer oitenta anos não era nada de mais! Até hoje, creio que responde a essas mesmas perguntas.

Desconfio que para o Brasil, seus familiares e nós, seus admiradores, é muito expressiva essa comemoração. Saudamos a dignidade cívica de Oscar, a lealdade aos amigos, o amor pela vida e pelo país, a exuberância que seu trabalho revela. Os atributos humanos de Oscar acompanham nossos desejos de um mundo melhor.

Sua travessia feita com criatividade, lucidez, vitalidade... E muito trabalho. Muita generosidade e ligação com o povo brasileiro, com suas causas e direitos.

Oscar Niemeyer é um dos melhores brasileiros, transfere -a cada um de nós- o sentimento de honra por ter nascido aqui, ter acreditado que é possível sonhar, transformar e realizar.

E como é bom, observar o querido arquiteto, dando lições de vida sem pretensões ou arrogâncias. Começa nos lembrando que a vida é apenas um sopro.

Sua obra é testemunho do entrelaçamento de presente e futuro, e mais, amálgama de concreto e poesia, seu otimismo inquebrantável nos faz seguir adiante e acreditar também.

Curvas sinuosas, doces curvas do feminino, suspensas etéreas e palpáveis em nosso dia-a-dia...

Em São Paulo, cidade que morei, em meu trajeto diário passava pelo prédio COPAN, próximo a Praça da República, o atrativo diferencial no concreto estava ali, no olhar amoroso que dirigia ao prédio, um símbolo de singularidade e excelência.

Oscar é isso em nossas viagens diárias por nossas origens, por nossa cultura.

Um sopro bom de vida e amor!

FELIZ ANIVERSÁRIO QUERIDO OSCAR, arquiteto por vocação, construtor de cidades, catedrais e sonhos! Símbolo melhor de nossa brasilidade.

Um abraço aos que passam!

Maysa

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

VIAGEM DE NAVIO













foto by cel/maysa/2010


VIAGEM DE NAVIO

Maysa Machado


Foi ao mar

Sem saber era

Sua última viagem.

Europa, frio

Saudade do Brasil.

Da mulher, das filhas.

O tempo findo.

Longo para o regresso

Estava envolto

Nas brumas, vagas e silêncios.

Sua última viagem...

O mar surdo aos lamentos.

Quando chegou, assim morto,

Assim frio,

O forte cheiro de cânfora

Tomou conta da pequena sala

Onde duas mulheres

E duas meninas

Aguardavam por ele.

As crianças choravam.

As duas mulheres também

Uma era a jovem esposa

Outra a tia e companhia.

Sempre essa história triste

De um pai que regressa morto

Um homem muito amado...

Me acompanhou.

Era o buraco, o vazio deixado

No coração órfão de minha mãe.

Tantos anos já passados...

Agora ele repousa

Em paz eterna, lá em seu jazigo

Não sabido, não visitado.


Santa Teresa, 12 de dezembro de 2010


Obs. Poema dedicado a Maurice, com toda minha gratidão


Abraço aos que passam.

Maysa

sábado, 11 de dezembro de 2010

NOEL ROSA O POETA DA VILA






















NOEL ROSA O POETA DA VILA

O maravilhoso nas lembranças é que algumas são herdadas.

Quando NOEL invade nosso mundo interior, melhora o astral. A gente canta, desafina, e a poesia mais carioca que conheço, fica. Impregna a gente.

Aprendi as músicas de Noel desde a infância. Sei muitas delas de cor, até hoje. A escolhida dependerá do estado de espírito. Hoje, acordei com Palpite Infeliz, martelando, rsrsrs

Quem é você que não sabe o que diz?/Meu deus do céu que palpite infeliz / Salve Estácio, Salgueiro e Mangueira/Osvaldo Cruz e Matriz/ Que sempre souberam muito bem/Que a Vila não quer abafar ninguém.../Só quer mostrar que faz samba também...

É assim que o poeta coloca em evidência sua querida Vila Isabel, nas rodas do Samba. O bairro onde nasceu, com ele alcançou o definitivo reconhecimento. Então, a Vila de NOEL, ou o poeta da Vila fazem nossos corações recordarem... As muitas histórias.

A minha já contei, aqui: Minha querida tia Hilda foi colega, de banco escolar, de Noel; lá nos tempos da escola pública estudaram juntos.

Quantas conversas já ouvi em torno de NOEL?Herdei essas histórias e quando posso conto uma aqui outra acolá!

Aí, se for ao som do samba... Vai dançando até o arvoredo!

Vamos todos comemorar o centenário desse músico inspirado, amoroso, irreverente e que driblou a vida com sua obra.

A morte precoce não foi motivo suficiente para o esquecimento. NOEL vive e viverá entre as alegrias genuínas que todos temos!

Agradeço aqui ao querido Bruno Liberati a homenagem de seu traço.

Um abraço a todos

Maysa

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

DIA INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS- 10 DE DEZEMBRO


Hoje é Dia Internacional dos Direitos Humanos

Angop
ONU aprovou a Declaração Universal dos Direitos Humanos em 10 de Dezembro de 1948
ONU aprovou a Declaração Universal dos Direitos Humanos em 10 de Dezembro de 1948



Da Agência Angola Press selecionamos a notícia sobre a celebração deste Dia.

Confiram a matéria na íntegra aqui


" Luanda – Comemora-se hoje, 10 de Dezembro, o Dia Internacional dos Direitos Humanos, data em que foi aprovada, em 1948, pela Assembleia Geral das Nações Unidas, a Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Por ser o primeiro documento internacional que afirma a universalidade dos direitos fundamentais e a igualdade entre todos os seres humanos, a declaração é considerada um marco para a protecção e respeito dos direitos humanos."

E mais adiante

"Eis alguns direitos previstos na Declaração Universal dos Direitos Humanos:

- Direito à vida

- Direito a não ser submetido a tortura nem a penas ou tratamentos desumanos ou degradantes

- Direito a não ser mantido em escravidão ou servidão, nem constrangido a realizar trabalho forçado ou obrigatório

- Direito à liberdade e segurança, não podendo ser privado da sua liberdade a não ser nos casos e nos termos previstos na Convenção

- Direito a um processo equitativo, designadamente, a que a sua queixa seja examinada por um tribunal independente e imparcial, num prazo razoável e com julgamento público

- Direito a não ser condenado por acto que não constituísse uma infracção no momento em que foi cometido ou a sofrer pena mais grave do que a aplicável no momento em que a infracção foi cometida

- Direito ao respeito da vida privada, do domicílio e da correspondência

- Direito à liberdade de pensamento, de consciência e de religião

- Direito à liberdade de reunião e de associação, incluindo o direito de fundar ou de se filiar em sindicatos

- Direito ao respeito dos seus bens

- Direito à instrução e direito dos pais a que a educação e o ensino dos seus filhos respeitem as suas convicções religiosas e filosóficas

- Direito a eleições livres

- Direito a não poder ser privado de liberdade por não cumprir uma obrigação contratual

-Direito de circulação no território do Estado e de escolher livremente a sua residência

- Direito a não ser expulso do território do Estado de que é cidadão e de não ser privado de entrar nesse território

- Direito à existência de um recurso, perante as instâncias nacionais, de actos violadores dos direitos e liberdades reconhecidos na Convenção, quer esses actos sejam da responsabilidade de particulares quer do Estado."



O GRUPO TORTURA NUNCA MAIS-RJ, publica em seu site, nesta data, textos sobre a celebração do Dia Internacional dos Direitos Humanos.


Escrevi sobre JOÃO CÂNDIDO FELISBERTO - O ALMIRANTE NEGRO, líder da Revolta da Chibata, acontecida no mês de novembro há, precisamente, um século.

Comparo os recentes fatos , também no mes de novembro, ocorridos em nossa cidade no complexo do Alemão:

Um século depois, nos recentes episódios em nossa cidade, com a retomada do território do complexo do Alemão, pelas forças policiais civis e militares, e por tropas do exército e da marinha, ainda remanesce nas ações e práticas o abuso de autoridade, em sua maioria impune. O forte aparato policial militar justificado pelos meios de comunicação, espetacularizando as ações, numa demonstração massificadora de poder, poder público esse, omitido por décadas de descaso com estes mesmos territórios e populações. As causas que moveram João Cândido e seus companheiros são as provas que encontramos para uma sociedade excludente, hipócrita em que o poder público é exercido com total distanciamento dos legítimos interesses populares. “Glória a todas as lutas inglórias”.

Aos que desejarem ler meu texto é só clicar aqui

Um carinhoso abraço

Maysa


quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

TAPETES CONTADORES DE HISTÓRIAS - PASSARINHO À TOA




" no fio das histórias,como no fio da vida, cada um tece seu tapete"
fórmula encantatória de abertura de contos da tradição oral de diversas culturas.






Sempre gostei de ouvir histórias. Bem contadas, divertidas, com suspense, mistérios... Era assim que minha avó materna, e madrinha, tecia a melhor parte de minha infância.
Meu coração de criança permanece grato. Revejo nos olhinhos, ansiosos por novidade, de meus netos, aquela menina curiosa, atenta.
E, mais, reafirmo a importância desses suaves momentos para o enriquecimento emocional e criativo, de cada um de nós, no percurso de viagem da sofrida experiência humana.
Não há limites para se refazer encantos. Para sermos cúmplices do mistério. Apaixonados pela vida que renasce, renasce, e morre, se acaba para renascer.
A magia deve ser cultivada , aplaudida, aprendida, visitada.

Então, para quem estiver pelo Rio, sugiro assistir ao espetáculo dos TAPETES CONTADORES DE HISTÓRIAS, em temporada no Teatro Glaucio Gill, na saída da estação do Metrô Cardeal Arcoverde, Copacabana. Aos sábados e Domingos, 17 hs, até 19 de dezembro.
É pura poesia e encantamento concebidos para alçarmos vôos solos, acompanhados. A vida é isso.
Passarinho à toa , reúne poemas de Manoel de Barros.

Bom programa, visitem o site dos TAPETES...que é lindo! Aqui.

Abraço carinhoso.
Maysa

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

QUE NOME TEM?

Foto by cel Maysa/02.2010/









QUE NOME TEM?


Maysa Machado




Forte, mais forte
Que o amor revisitado
Desponta a melancolia.
Habita em prisões ...
Cárceres privados
Criados pelo medo
Com outros nomes cultivados
Encará-los é preciso:
Orgulho. Vaidade.
Desesperança
Dúvida. Cansaço.
Trocam-se gostos antigos
Sabores apreciados
Por náuseas remotas
Apascentadas.

Quero-te vivo
Quero-te sonho
Quero-te realidade
Quero-te junto.
Hálito com hálito
Mais próximo que
O próximo.
Acordado
Sem estar insone.
Desperta!
Fica comigo
Dentro
Lado a lado
Quero teu sorriso
Apaixonado.

Santa Teresa, 1º de dezembro de 2010


Deixo meu carinhoso abraço.
Maysa


segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

ERA UMA VEZ ...IMPRESSÕES E (IN)CERTEZAS














A noite chega na baía de guanabara/
foto by cel maysa/20.02.2010

Era uma vez

... Impressões e (in)certezas.


Uma vez ... Era uma vez.

Depois, cem vezes, depois

Ainda era uma vez...

Como a primeira.

Em cada vida os acontecidos

Resistem

Até os mais singelos...

Jamais serão apagados

Em suas singularidades

Reveladas.

Nenhum outro lugar será

Só meu, só teu.

Seremos iguais? Dois?

Nenhum outro desejo vão

nos acometerá mais...

Seremos íntimos e solenes

Dignos e imprecisos

Suaves e mortais.

Suaves e imprecisos

Dignos e mortais.


Santa Teresa, 28.11.2010

Meu abraço carinhoso e amoroso.

Maysa


domingo, 5 de dezembro de 2010

AMOR...ANTES DE TUDO

foto by cel maysa maio 2010






Recordo a lição do dia...

Cantar espanta tristezas, dissipa dúvidas e fortalece a esperança.
Então vamos juntos, e bem acompanhados com Aldir Blanc, hoje, em sua crônica, entoar Nelson Cavaquinho:

"O sol há de brilhar mais uma vez
E a luz há de chegar aos corações.
Do mal será queimada a semente
E o amor será eterno novamente."

Um beijo de Domingo bem carinhoso

Maysa

sábado, 4 de dezembro de 2010

IANSÃ - SANTA BÁRBARA












Uma das matrizes do feminino, não só na umbanda onde é cultuada, é Iansã. Orixá dos ventos e da tempestade... Orixá das paixões e aventuras. Guerreira, sedutora, também protege a fecundidade, a fertilidade do solo.
Sua força, determinação e coragem estão impregnadas em nosso imaginário.
No sincretismo Iansã é Santa Bárbara. Seu dia é hoje, 4 de dezembro. Salve Iansã!
Nós mulheres sabemos de sua beleza, segredos e mistérios. Seu poder, sua paixão...
Senhora da Tarde. Alegre, passional, líder, vaidosa, intrigante.
Dizem que também é vingativa, irritável... Rainha que é.
Mas sempre amorosa, radiante quando roda sua saia ao romper da madrugada! Eparrei Bela Oyá.
Sugestão para suas filhas, em seu dia, vistam-se com uma de suas cores: amarelo, vermelho e coral.
Agradeçam a essa orixá e rainha a coragem que ela lhes dá, a beleza, a sedução, a feminilidade intensa.
E se o dia continuar muito quente levem o leque, abanem-se, saúdem, agradeçam, agradeçam.
Boa comemoração. Eparrei Bela Oyá


Se o interesse for maior visitem o site:



Um abraço a todos
Maysa

POLARIDADES - MARTHA PIRES FERREIRA













Martha Pires Ferreira
Flor Exótica


Polaridades

Uma coisa é o que se diz
Outra é como se diz.
Bipolaridades
como extremidade do bastão.
A ponta que toca o chão
não é a mesma na mão do caminhante.
Interação dos contrários
conduz à síntese.
Não há divisão.

(martha pires ferreira, 1979)



Quem quiser acompanhar os escritos e desenhos da Martha...belos , sensíveis e instigantes é só clicar aqui


Deixo meu abraço carinhoso
Maysa



quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

GRACILIANO RAMOS





Esse fragmento de texto que recolhi é de uma beleza e amor incontidos sobre a arte da escrita. Uma entrevista dada em 1948. O velho Graça sempre retorna aqui n'O Ninho.

Graciliano Ramos, seu autor, é um mestre. Meu desejo é que o jovens possam lê-lo, descubram sua obra.
Nascido em Quebrangulo, interior do Estado de Alagoas; passa alguns anos em Palmeira dos Índios, mais tarde é eleito prefeito dessa cidade, mas renuncia ao cargo dois anos depois. A escrita é seu mundo.
Foi preso , em 1936, em Maceió, sem culpa formada, com a alegação de ser comunista. Enfrenta várias prisões em Maceió, Recife e no Rio de Janeiro. O romance Angústia é publicado, no período de sua prisão na Ilha Grande. Entra para o Partido comunista só em 1945. O clássico Memórias do Cárcere é publicado postumamente.

" Deve-se escrever da mesma maneira como as lavadeiras lá de Alagoas fazem seu ofício. Elas começam com uma primeira lavada, molham a roupa suja na beira da lagoa ou do riacho, torcem o pano, molham-no novamente, voltam a torcer. Colocam o anil, ensaboam e torcem uma, duas vezes. Depois enxaguam, dão mais uma molhada, agora jogando a água com a mão. Batem o pano na laje ou na pedra limpa, e dão mais uma torcida e mais outra, torcem até não pingar do pano uma só gota.
Somente depois de feito tudo isso é que elas dependuram a roupa lavada na corda ou no varal, para secar. Pois quem se mete a escrever devia fazer a mesma coisa. A palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso; a palavra foi feita para dizer".

Um abraço aos que visitam O Ninho e a Tempestade.

Maysa

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

CANÇÃO DO AMOR FUGAZ

photo by Tina Modotti









Canção do amor fugaz


Maysa Machado



Amor assim do nada

Do de repente

Amanhecido na

Solidão desesperançada.

Gera desertos, miríades

Mais que todos

Os aconchegos imaginados.

Adormecido sem sonhos.

Envolto em fugacidades...

Meu corpo cede, tem sede

Cede, sede.

Quer oásis sem fugas

Quer todos os céus de puro brilho

Estrelados, ali

Por testemunho.

O melhor do amor resiste

Espera se apronta.

Promete alcançar a eternidade

Essência do que somos nós

...Frágeis em nossa humanidade.

Nesse percurso surgem medos

Todos os anseios acompanhados

Por imprevistos, enganos

Ah! Carece entrega.


O amor se assusta.

Se desconhece em

Sua aparência tão efêmera.

É paixão e nada mais.


Rio, Santa Teresa, 29.11.2010


A todos meu abraço


Maysa