domingo, 28 de fevereiro de 2010

WALTER ALFAIATE - O SAMBA DE BOTAFOGO ESTÁ DE LUTO






Paulinho da Viola, nascido com eu em Botafogo, reapresentou aos cariocas, em um show seu, o sambista Walter Nunes. O Walter Alfaiate, nome artístico dado pelo Da Viola e por Sérgio Cabral.
Transcorria meados dos anos 70. Nós, corríamos com os anos de chumbo. Alegria andava escassa por essa época.
O palco, até ali, do príncipe do samba ,de forma generosa e fraterna, foi oferecido para mais um bamba de nosso bairro querido.
Eu estava presente. Assisti a tudo! Junto de uma platéia entusiasmada, surpresa,e finalmente feliz! Tanto quanto o carinhoso anfitrião.
O palco refletiu a luz peculiar da alegria, essa do cotidiano, do homem comum brasileiro. Que é difícil tirar! O cinza chumbo transformou-se na vibração dos amarelos, dos verdes, vermelhos. Quem sabe sambar não enjoa. Dançando com elegancia o miudinho, reacendia esperanças.
Alfaiate, alegrou-nos por mais de três décadas desde àquela noite memorável.
Falar da tristeza que se sente ao ver um facho de luz se apagar é corriqueiro e repetitivo. É melhor compartir os momentos bons que ele deixou em nossos corações.
O seu batia apressado pelo nosso time Botafogo. Pela Portela. E abria num sorriso encantador para saudar as cabrochas que visse passar ou sambar.
O vi muitas vezes fora do palco, em família, em casa de amigos. Frequentou assíduo as rodas alegres da casa de meu pai - Manoel Machado, na rua S. Clemente, a mesma que dá nome à escola de samba de Botafogo. Na R. Real Grandeza, na casa de César, pai de Paulinho; em Laranjeiras na casa de meu irmão William.
Figura alegre, educadíssimo. " O Magnata Supremo da Elegância Moderna" partiu. E parece que, ainda, o estou ouvindo...na minha casa paterna, feliz, convidativo - sorriso escancarado - na hora em que o almoço estava para ser servido:
- Vamos ao buffet!

Essa música em ritmo sincopado foi criação do grande Ciro Monteiro. Ele a trouxe para nós, a garotada dos anos 70, que estava sem motivos para viver com alegria.
Mas a minha preferida sempre foi - A.M.O.R amor - de sua autoria.



Sacode Carola

Walter Alfaiate
Mexe e remexe com jeito, carola
E deixa o papai te aplaudir

(Oi)
Sacode carola
Faz aquele de babado
Faz mais um jogo de samba, carola
E mete o teu sapateado
(Oi de babado e coisa e tal)

(Oi)
Sacode carola
Que eu quero ver sacudir
Mexe e remexe com jeito, carola
E deixa o papai te aplaudir








Bom dia amigo, que a paz esteja contigo.

Um abraço a todos


Maysa

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

CUSTÓDIO COIMBRA - IMAGENS DO RIO- Fotos, exposição e livro.

fOTO CUSTODIO COIMBRA.2008
Um raio despenca sobre a imagem do Cristo. Num átimo o registro é eternizado pelo fotógrafo e jornalista Custódio Coimbra.
É de rara beleza . Dessas que faz o profisional experiente, o artista mais feliz e conhecido. Acrescenta à notoriedade nova emoção. A homenagem ao Rio não fica só na beleza reproduzida, tem exposição, livro e muito amor por nossa cidade.
Descobri esta pérola , no blog do Fernando Rabelo: Images&Visions, sugerido na lista dos meus preferidos ao lado.
Chequem os detalhes da informação aqui

Abraços

Maysa

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

CÉSAR FARIA - violonista




Inda agora, sob o calor intenso que faz em nossa cidade, debaixo de um abençoado chuveiro cantarolava - com o prazer de amadora - a canção TU, composição de Ary Barroso.
Aprendi-a com César Faria. Era meu aniversário de vinte anos! Na sala de estar em nossa casa, no bairro de botafogo, os acordes de seu violão apresentaram àquela menina a voz e a canção, numa interpretação intimista. Foi um dos melhores presentes ganhos por mim. César tinha um olhar doce, um sorriso maroto e uma delicadeza pessoal misturada à sofisticação do espírito.
Sem dúvida tanto ele quanto sua mulher, a querida Paulinha, povoam ainda as nossas vidas e são um prêmio bom de recordar.

Benedito César, violonista por mais de 70 anos, integrante do Conjunto de Jacob do Bandolim - Época de Ouro - partiu, há quase três anos. Deixa-nos muita saudade e a lembrança de suavidade, bom humor e dedicação.

O curioso, prá não dizer emocionante, é que em meio à cantoria do banheiro lembrei-me da data de seu aniversário, jamais esquecida em toda nossa amorosa convivência familiar.
Ontem, dia 24 de fevereiro estaria completando 91 anos.
E por mais de 40, aquela menina agradecia ao amigo querido sua melhor surpresa de aniversário. A voz suave e doce, a descoberta da canção romântica e o violão inconfundível comemorando os verdes vinte.

Liguei para Eliane, sua neta, confirmando a lembrança e sintonia.
Estamos aqui em casa, juntas, celebrando com alegria a data do aniversário de Benedito César para sempre em nosso afeto.


Um abraço,

Maysa


Eliane Faria é cantora desde o início dos anos 90. Filha de Paulinho da Viola, sobrinha do compositor Anescarzinho - do Salgueiro. Neta de Benedito César.Tem um Cd que vale conhecer e ouvir com emoção : ALMA FEMININA.
Se quiser mais sobre a cantora clica aqui



segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

PULSAÇÃO - Por enquanto poesia apenas.







Amo a vida com o meu mais total e devotado amor. Amo-a na alegria e na tristeza, na saúde e, porque não? Na doença ou na paixão. É tudo do mesmo. Ora! não é que tem amor que nos adoece? Então, tô casada com a vida.
Ela é a companhia mais imprevisível que conheço. Oferece surpresas, mimos. Também sabe ser dura e exigente, mas até aqui a gente se entende. Temos uma boa convivência!

Sair assim, em plena vibração, sintonizada com o que há de mais delicado e inteiro... é sorte, benção,aprendizado, um naco de vida reencontrada.
Pulsação é poesia apenas. Para celebrar a vida que me acolhe no olhar carinhoso dos amigos depois de um desencontro desamoroso. O que não trocava, não somava, não queria ser, agora, está renascendo e sendo em mim, de novo.
O sentimento sincero vai ficar. Eterno em meu viver, pois que o AMOR tem mesmo seus motivos para não morrer.
O que um dia,nasce as vezes renasce e ainda pode florescer.

Pulsação é também uma letra de música que fiz à pedido de um músico amigo. Sua melodia está nascendo...está vindo.




PULSAÇÃO


Maysa M.

Pulsa a vida e a canção
Bate e espera coração
Vem o amor sem parceria
Tardo, ardo em solidão.

Marca o surdo esta emoção
Abre – alas, oh! nostalgia
Traz o sonho e a traição
Acorda senhora ilusão

Pulsa a vida e a canção
Desfaz-se a dor e a paixão.
Desperta, clamo em alegria
Liberta toda minha fantasia.



( Ipanema, 25 de janeiro de 2010)

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

MANHÃ DE CARNAVAL- ELIZETH CARDOSO e LUIZ BONFÁ

foto Maysa M.





Hoje é Quarta-feira de Cinzas. O Carnaval de 2010 terminou. Muitos romances começaram assim numa Manhã de Carnaval e ... outros terminaram sem que nem por que!!! antes mesmo da quarta-feira de cinzas chegar!!!

Num dos sambas mais antigos, de Paulinho da Viola, Coração Vulgar , a gente aprende:

Morre mais um amor no coração vulgar
deixa desilusão a quem não sabe amar
e quem não sabe amar há de sofrer
por que não poderá compreender
O amor que morre é uma ilusão
e uma ilusão deve morrer!

É, quando acaba um amor os momentos mágicos fincados na lembrança nem sempre morrem. Quando menos a gente imagina lá está a frase, o gesto singelo e definitivo, o copo gelado da bebida predileta. Tudo diante de você, ou mesmo o silêncio que conta e reconta em cada canto de parede e lugares os sons, agora abafados, do amor. Os olhos perdidos, para sempre, na ilusão.
É, só nos resta esperar pelo próximo Carnaval e quem sabe o próximo amor!

Boa semana, pós Carnaval, para todos!

Escolhi ouvir Manhã de Carnaval, dos inspirados Luiz Bonfá, música e Antonio Maria, letra. Cantada pela divina Elizeth Cardoso

Um abraço cheio de carioquice.

Maysa




terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

É CARNAVAL



A FANTASIA

Maysa Machado


Aquele coração, assim, desnudo não sabia mais brincar.
Fantasmas,fandangos, fanfarras,
fantoches, fanzines
... tudo podia se embaralhar.
Doía tanto e tão fundo.
Tirou o antiácido do bolso.

Criou forma nova de se enganar.
Saiu no bloco, anônimo, porém destaque em originalidade.
Sua fantástica fantasia cheia de brilho,
purpurina e em seda furta - cor desavisava:
A DOR PASSA JÁ!


Santa Teresa, 11 de fevereiro de 2010.

Um abraço de Colombina para os passantes !

Maysa



quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

CARLOS LYRA e CHICO BUARQUE - ESSA PASSOU



Para alguns, neles me incluo, só a música cura a dor de amor, paixão recolhida ou mal resolvida.
Um dia, felizmente, a gente pode exclamar: ESSA PASSOU!
Ou talvez: Passei por essa... e saí viva.

Se não aprendessemos com CHICO e com CARLOS jamais iríamos descobrir que nossa dor correu sete léguas e a sede (de amor?) fez-nos beber sete litros de mar!

Essa Passou

Composição: Carlos Lyra - Chico Buarque

Foi ela que me convidou
Fui eu que não soube chegar
Foi ela que me castigou
Fui eu que não soube chorar
Andei sete léguas de amor
Chorei sete litros de mar
Mas ela não se saciou
Mas ela não soube esperar
Foi ela que me condenou
Sou eu que vou lhe perdoar
Foi ela que tanto pecou
Sou eu que vou me confessar
Foi ela que se ajoelhou
Sou eu que vou ter que rezar
Foi ela que me arruinou
Sou eu que vou ter que pagar
Foi ela que me incendiou
É fogo na roupa contar
É mais um história de amor
Que outro me tome o lugar
Não está mais aqui quem chorou (bis)
Um outro que venha chorar(bis)
É mais uma história vulgar
Mas se ela bater faz entrar
É mais um história de amor
Mas se ela chamar diz que eu vou
Correr sete léguas de dor
Beber sete litros de mar
Pra ela dizer que acabou
Pra ela dizer que acabou
Pra ela dizer que não está
Pra ela dizer que não está
Prá ela dizer que cortou
Prá ela dizer que cortou
Pra ela dizer que não dá
Prá ela dizer que não dá
Pra ela dizer que gorou
Prá ela dizer que gorou
Pra ela dizer que vá lá
Pra ela dizer que vá lá
Pra ela dizer que pifou
Pra ela dizer que pifou
Pra ela dizer que pifou


Album de CARLOS LYRA -" E no entanto é preciso cantar", selo Phillips, com participação de CHICO BUARQUE.



Um cordial abraço.
Maysa

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

O TEMPO

Foto Maysa M.














O TEMPO

Maysa M.

A diferença, não está nos outros, encontra-se em teu peito acalentado ou sofrido.
O tempo escorre por entre os dedos. Ouço a expressão, desde pequenina, aplicada para outras preciosidades como fortuna, sorte, amor, beleza.
Para mim, só agora faz sentido... O tempo acaba.
Feito água da chuva, não se pode reter, nem com a mão cheia. Escorre... Escorre.
Feito ducha quentinha saída do chuveiro. Nada além do prazer. Termina-se o banho. A toalha seca à nossa espera. Enxuga-se o quê?
O minuto que acabou de acabar e jamais retornará? A vida escoa silente e não dá outra chance, nem...
Na infância sequer nos apercebemos que o tempo corre célere. Igual para todos é democrático, em parte de seu percurso. No momento derradeiro, não. Onde está o fim? Envolto em mistério, outra história e outro deus, lá no Olimpo.
Se fosse possível escolheria como envelhecer... Feito uma árvore solitária em que a fronde sustenta tempestades e ninhos.
Na condição humana a mais insistente companhia é um tipo de solidão que fragiliza sem apreços ou parcerias qualquer desavisado coração.Tentem esvaziá-lo de expectativas de paixão.
Tentem, tentem. Continuem tentando...e procurem pela boa solidão. Ela existe.
Digo e repito, em silêncio, contrapondo o final feliz dos contos de fadas: Eles nunca foram felizes, para sempre!
Eles? Só eles não. Nós não fomos, não somos.
Então? Nada é para sempre.
Viver pode ser afirmar que sob o manto do tempo, tudo se transforma, destrói, degrada... Mas se reconstrói. Descobre-se.


Ah! O TEMPO brinca...! Escorre, esgueira.
Camaleão transforma ...! Brinca com ele se puderes
Engana-o, vai ser divertido!
Ficar mudo, por um tempo... Ajuda!
O próximo passo é não ouvir, nem voz interior.
Cala-te, não digas quase nada!
Deixa que o mar fale e, se for bravio, esbraveje.
Deixa que o rio corra, por entre matas, forme cascatas e um lago.
Deixa que o silêncio te descubra te aceite e, te encubra dos males desta vida.
Não por tua omissão.
Deixa que o amor fugaz te faça feliz, apenas por um minuto.
...O que já é bom.
Deixa que o vento se dome, e somente, para te agradar
se transforme em brisa.
Deixa que as lembranças balancem , venham, voltem
Esmaeçam, apareçam de surpresa.
Adormece tranqüilo, tu podes ter dormido ou morrido.
É TEMPO de ver!

Santa Teresa, este texto foi escrito em 20 de setembro de 2009


Um abraço a todos.
Maysa