quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

ANO NOVO... NOVO OLHAR... AS COISAS, AS PESSOAS ESTÃO EM QUE LUGAR? E NÓS ONDE ESTAMOS? - Maysa Machado

ANO NOVO... NOVO OLHAR... AS COISAS, AS PESSOAS ESTÃO EM QUE LUGAR? E NÓS ONDE ESTAMOS? - Maysa Machado




ANO NOVO... NOVO OLHAR... AS COISAS, AS PESSOAS ESTÃO EM QUE LUGAR? E NÓS ONDE ESTAMOS?
Maysa Machado
Comprei palmas de Santa Rita para enfeitar a casa. Brancas, no jarro de vidro rosa pálido, da ėpoca de menina. Encantava-me o auto relevo de flores e pássaros. Entretida ia rabiscando o contorno com lápis preto, e ganhava bronca pela repetida ação.
Lembrança antiga das alegrias e preparativos de fim-de-ano na casa da infância.
As pessoas queridas partiram, umas cedo, algumas tiveram tempo de envelhecer. 
Eu, menina, fui ocupando espaços papeis, cresci. Outras pessoas queridas chegaram e partiram.
A cada ano relembro a felicidade simples sentida e perdida, mas pra sempre capturada no vaso de flores e pássaros.
A cada ano renovo a esperança de construir o que precisa ser construído.
Amar a quem precisa ser amado. Deixar-me ser amada, por poucos.
Aceitar que novas pessoas , como o ANO NOVO, assumam papeis, busquem e troquem cumplices afetos comigo.
O ANO NOVO VEM COM A COSTUMEIRA ESPERANÇA. FELIZES DIAS!
Santa Teresa, 30 de dezembro de 2014.





domingo, 21 de dezembro de 2014

MAR - Maysa Machado


fotos by cel maysa machado
  


MAR

                                                                   Maysa Machado



Amo o mar!
Da menina atraída por mistérios
Sabidos e desconhecidos
Medos.
O mar é templo
Pra se aquietar.
Caminho e aventura
Contemplo.
Êxtase, vaievem
Marolando na praia.
Areia molhada morena
Conchas e sonhos
Castelos que o vento desfaz.
Acalma o mar
As tristezas da terra.


Santa Teresa, 18 de dezembro de 2014

A todos que passam por aqui, um verão maravilhoso.
Abraços
Maysa

domingo, 23 de novembro de 2014

BUSCAS - Maysa Machado


foto by cel/ maysa machado outubro de 2014


















BUSCAS


                              Maysa Machado

Prepara-te.
A vida oferece-nos
Batalhas e bonanças
E todos os ventos
Tornam-se arautos...
Quer do amor ou da dor.

Vindos da manhã alta 
O colorido casal de beija-flor 
Espalha alegria em meu coração.
Nesse alvoroço furta-cor 
Beijocaram as brancas florezinhas
Do solitário pé de café.

Voos rasantes, farfalhantes asas
Em canto matinal e sutil
Onde cabe quase toda
Expressão inusitada do amor.


Santa Teresa, 23 de novembro de 2014.


Um Domingo benfazejo a todos que pr aqui passam.
Abraço
Maysa

sábado, 11 de outubro de 2014

RECEITA - Maysa Machado

foto maysa machado/ outubro de 2014


















      RECEITA

                                 Maysa Machado




Um pouco de alegria, muita paz
trinado ou gorgeio de pássaros
junto com o desabrochar da flor.
Mais a brisa serena, em silêncio.
Acrescente, se tiver,  uma ou duas
Falsas Íris do jardim das samambaias.
E por fim:
Sombras diluídas em gotas de luz.

Santa Teresa, 10 de outubro de 2014.

Aos que passam por aqui, deixo o abraço carinhoso.
Maysa

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

VIDA - Maysa Machado

foto maysa machado/árvore iluminada/ Instituto Moreira Salles/ Rio















                                    VIDA

                                                                                   Maysa Machado


Viajo na poesia
Nas lutas de todo dia.
S o b r e v i v o...
Move-me simples desejo
Ver cada mudança sonhada
Na juventude...
Aos tristes dias das despedidas
Resplandecer em beleza
Insuspeita do real.
Se nada é para sempre... Mal e Bem
Encontrados e acontecidos
Por certo fazem a vida aparecer como é:
Única e prenhe de risco.
Escolho ser prenhe
E... Correr o cotidiano risco.

Santa Teresa, 26 de setembro de 2014.

Aos amigos que passam deixo meu abraço carinhoso. Pra você, Marília Trindade Barboza, que inspirou as palavras ditas...Com seus comentários.
Maysa

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

SEM ECO - Maysa Machado











SEM ECO

                                  Maysa Machado

  
Essa tristeza funda
Aparece... Me visita
Não traz dor.
Só o nada, espelho do vazio.
Perplexa deixo - me encolhida
Quieta irá embora tal qual chegou
Espreito. Não sei o que sinto ou vejo
É um descolar da vista
Da vida. Nadica de nada pode explicar.

Santa Teresa, 1 de setembro de 2014.

Fugaz e perene cada instante de vida traz e leva possibilidades...
Abraço aos que passam por aqui.
Maysa


quinta-feira, 21 de agosto de 2014

POEMETOS - Maysa Machado






POEMETOS


I - Pedra da Lua

                      Maysa Machado

... Por entre cristais
Rescende o rubro vinho
Em silêncio escolhido
Tecemos o espírito...
Amor e paz.
Santa Teresa, 21 de agosto de 2014.


 II - TOPÁZIO AZUL

                       Maysa Machado.

Beleza e mistério
Andam juntos.
Quer a fantasia enriquecer
Sonhos, ilusões
O cotidiano não deixa.
O coração sabe disso
E dá seu jeito.

Santa Teresa, 21 de agosto de 2014.

III – CÁLICE                                  

                                  Maysa Machado

Sóbrios nos calamos
O tempo escorre
Pela garganta molhada
Nos muitos vinhos sorvidos
Antes do amor...
Depois, o silêncio continua...
Vida a fora.


Santa Teresa, 21 de agosto de 2014

Um dia bom e alegre pra todos nós. Amor e paz.
Maysa

quarta-feira, 20 de agosto de 2014









SÓ PARA OS QUE VIVERAM OU VIVEM UM GRANDE AMOR



                                                                               Maysa Machado



Como deixar distante essa fonte de poesia que nos explica tanto a solidão, quando nos despedimos de um amor? Hoje, o sentimento é revestido por camada áspera, dura, cortante, na maioria das vezes fica a solidão de si.
Quase ninguém no individualismo como denominador comum, dos dias atuais, se entrega com a intensidade de antes. Parafraseando o bruxo do Cosme Velho... Mudou o amor ou mudamos nós?
A resposta está implícita na pergunta. Vinicius, mais que poeta, foi intérprete de toda uma época. E quem nos interpreta?
A universalidade da condição humana está na singularidade que é suprimida, negada e agredida pela visão massificada, e esta produzida culturalmente, repetida à exaustão.
 As pessoas se perdem de si.
Escasseia a reflexão imprescindível para que nos tornemos, de forma efetiva, seres humanos únicos, apesar de fadados à extinção, mas passíveis de remanescermos por gerações, em longo prazo de validade sócio-cultural-afetiva.
A dúvida, o impasse, a fragmentação de que somos capazes, e a recuperação, o renascer em outro instante, ressurge em novas possibilidades e criaturas... Ah! Poeta que saudade da Elizeth e de você...

Santa Teresa, 20 de agosto de 2014.


"Ai, vontade de ficar mas tendo que ir embora
Ai, que amar é se ir morrendo pela vida afora "

http://letras.mus.br/vinicius-de-moraes/49286/


Um carinhoso abraço aos que passam.
Maysa

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

DO QUE SOMOS CAPAZES - Maysa Machado
















DO QUE SOMOS CAPAZES


                                               Maysa Machado


Um tempo comprido
Longo mesmo passou
Paciente, a vida deu voltas.
Construiu possibilidades
Alimentou sonhos
Deixou que a realidade
Invadisse momentos íntimos.
Mas foi você quem
Teceu sua desimportância.

Santa Teresa, 14 de agosto de 2014.

Ensaio reflexões sobre o possível e o impossível.
Abraço a todos que por aqui passam.
Maysa

terça-feira, 12 de agosto de 2014

A MOSCA AZUL QUE POUSOU NA MINHA SOPA - Maysa Machado
















A MOSCA AZUL QUE POUSOU NA MINHA SOPA





Maysa Machado

Anos a fio experimentando sensações novas e fugazes. Esperar pelo grande, único e derradeiro amor era simultâneo com “tentar”, pela última vez, acertar tesão inadiável com a constatação de estar viva e querer brindar ao prazer.
Verdade ou delírio foi ao que me propus. No entanto, nesse mundinho angustiado alguns propósitos ficam perdidos nas intenções.
Fico um período recolhida pra me abastecer com novas emoções, e num dia qualquer acordo decidida a me apaixonar. Assim de supetão. Vi que estava pronta de novo.
Sentei o pé na estrada, antes calculei a quilometragem vivida, e me disse: Vai. Dessa vez vai!
Emperrei. E, não é que deixei de sair por medo de encontrar a tal paixão derradeira...
Por essa mesma época comecei a morar só. Os filhos adultos estavam no mundo, e eu ali no meu quintal desconhecido.
Desafio foi transformar o, até então, espaço pequeno individual num jardim de imensas proporções, de gigantescas possibilidades terapêuticas, e, sobretudo, de grandes descobertas pessoais.
Afinal, ninguém lembrava mais que eu era tímida, porque o arcabouço sociopolítico era bem resolvido.
 Eu nunca me esquecera.
 Num tour de force peguei a caderneta de anotações manuais, aquele caderninho de telefones que todo mundo teve um dia, e folheei. Fui de A Z. Encontrei no Z, um tal José, ex amigo íntimo, boa gente, incapaz de matar uma mosca.
Liguei , misturando sentimentos quase aflita e bastante alvoroçada, pro número do moço. Não, não morava mais lá.
E quem deu a pista foi uma das irmãs, de visita à casa da mãe. Boazinha deu o número onde poderia encontrá-lo, naquele instante. Agradecida e desinformada sobre os fatos futuros fiz a segunda tentativa acreditando na conspiração positiva do universo.Ou quem sabe...uma mulher desconfiada seria a nova  interlocutora?
O moço atende estupefato pelo gesto da irmãzinha com quem, segundo ele mesmo, não nutria bom convívio.
Retomamos o caso morno que tínhamos começado na década anterior. A paixão me deu um ciao pra que eu aprendesse a usar o faro, e jamais confundisse zona de conforto com desafio.

(continua)

Notas da autora:
 1- Ficção e não.
 Retomo a história e o prazer em contá-la com a permissão do tempo e dos eventuais leitores.

2- 
Detalhes, sempre eles... mas como viver sem eles? A Venus de Urbino, do Tiziano, ainda, não me contou!
Abraço a todos. Aguardo os comentários.

Maysa

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

SABE AO TEMPO - Maysa Machado





















SABE AO TEMPO...

                               Maysa Machado

Sabe ao tempo passar...
Sabe ao meu coração amar.
Revestido em silêncios
Suave e denso mistério é viver.
Quando se tem pouco
Dá-se a importância
Do muito já havido.
Aquiesço contigo
Até mesmo desavinda de mim.


Santa Teresa, 1 de agosto de 2014

Aos queridos que por aqui passam  deixo carinhoso abraço.
Maysa

domingo, 27 de julho de 2014

AVÓ - Maysa Machado








AVÓ


Maysa  Machado




Só tive uma. Quero dizer: Só convivi com uma. Meus outros avós não viveram para conhecer netos. Além de avó materna era minha madrinha de batismo. Nas lembranças do afeto, as mais expressivas da infância, ela está. O caráter decidido, a naturalidade em viver seu cotidiano difícil com coragem, sem lamúrias. Discreta até para nos fazer carinho. No entanto, seu amor vinha traduzido em vários momentos. Na comida gostosa, um presente sentar à mesa quando a vovó cozinhava. Na hora de dormir, contando as histórias da Carochinha, solene e suave. Acho que ela era assim mesmo, como na hora em que nos chamava para ouvir histórias. Não as inventava, contava o que o livro dizia.
Enviuvou do segundo marido, o avô emprestado que tive, e foi morar com a titia, sua filha mais velha. De tempos em tempos ficava em nossa casa. Dormia no meu quarto, cheirava à alfazema, companhia querida, suave, intrigante. A essa altura só tinha a gente, seus descendentes, pra chamar de família. Duas filhas, genros e quatro netos. Eu a única menina. Das alegrias ou tristezas passadas não comentava, vivia o presente. Espalhava amor e segurança, confiável no sentimento, não havia necessidade em enunciá-lo.
Hoje no Dia dos Avós, imagino uma caixa de mistérios, que reunisse todos os fatos marcantes de sua vida. Devia ser imensa, pois foi longeva, sobrevivendo às duas filhas. Delas cuidou, com carinho de mãe, até o fim.
Mistérios desimportantes guardados na memória, talvez. O que lamento foi deixar de perguntar à minha avó sobre sua infância, sonhos, sentimentos que povoavam seus gestos serenos e amorosamente contidos. Se me aproximo de uma árvore frondosa a energia de sua presença me acolhe.
Ser avó é poder espalhar proteção amorosa às crianças.

Santa Teresa, 26 de julho de 2014.

Com um dia de atraso a postagem sobre o Dia dos Avós, comemorado, ontem, Dia de Santana e S. Joaquim. Abraço em todos que conhecem essa alegria.
Maysa

segunda-feira, 21 de julho de 2014

AMANHECE - Maysa Machado

















AMANHECE

                                       Maysa Machado

Amanhece em mim toda a ternura vivida
desde o aconchego no colo materno
revestido de suave incredulidade
resquício do medo e dor que o parto traz.
Amanheço no berço da casa dos pais.
Sereno embalo e júbilo vivido a dois.

Nem sempre a vida presenteia
com plenitude e sossego
nossa vinda neste mundo.
Por algum descuido
nasci querida num domingo
de inverno e pleno sol.

Trago cicatrizes fundas
descaminhos, pedras brutas e que tais.
Sonho e vida sempre misturados
Insônias plenas como sóis
agudos mais que plurais.
Tenho a pequenez e a grandeza do mundo.

Que me é oferecida, ainda,  em silêncio e júbilo
À cada desconhecido amanhecer.


Santa Teresa, 21 de julho de 2014.

Leve como o cheiro das lavandas ou do capim cheiroso em nossa infância.
Aos que passam deixo meu abraço e carinho, nesta segunda- feira.

Maysa

sexta-feira, 4 de julho de 2014

PASSAGEM - Maysa Machado







PASSAGEM

                                    Maysa Machado


Passamos sem notar
Tempo e percurso.
Viajantes escolhidos
Por desígnios inconsultos
Era uma vez... Aqui.



Nossas escolhas mudam
Nossos enganos, também.
Queremos voltar
Fazer diferente
Volta não há:
Siga sempre em frente.
Tempo e distância
Descobertas simples, talvez, essas sim.
Todo tempo vira pó
O da esperança, o do sofrer.
Entranhas remexidas
Em ti, em mim,
Permanecem desconhecidas
Apesar da proximidade compartida.
Tempo e mistério
Estranhamento reunido em porquês.
Nem tu, nem eu sabemos
Porque ficamos
Quando partimos.



Santa Teresa, 4 de julho de 2014

Obra: Max Ernst - (1975) da série ´Aves em risco`

Olá
 Talvez, atravessada pelo sentimento de finitude, esse poema contenha a expressão da perplexidade, que nos acomete, por nossa passagem diante da vida.
Abraço
Maysa

domingo, 25 de maio de 2014

LEVEZA - Maysa Machado













LEVEZA

                                   Maysa Machado



Ah! Esse silêncio tranquilo
Leva o ronco do motor
E o avião pra além do horizonte...

Ah! O passo interrompido
Só. Ao redor suave acolhedor
O trinado do pássaro me conduz...
O canto voa em direção ao horizonte

Eu? Fico presa ao corpo sem asas
Tento, insisto e finalmente
Solto a imaginação em voo solitário
Pra bem longe.

Tempos futuros ou já findos?
Sei não.
Liberdade é assim... Quando se instala troca
Sinais, rumos, metas e até antigos comandos.

Pra variar... Variando, ando rindo à toa.
Vida e liberdade são duas cúmplices
Em quase total perfeição. 


Santa Teresa, 25 de maio de 2014.

Celebrando a calma de Domingo. Que benção!
Deixo aqui um abraço carinhoso.

sábado, 17 de maio de 2014

LEMBRANÇAS... "PORQUE HOJE É SÁBADO"- Maysa Machado






LEMBRANÇAS ... "POR QUE HOJE É SABADO!"

                                                                             Maysa Machado.


O Dia da Criação, uma poesia de Vinícius de Moraes diz:
... “Ao revés, precisamos ser lógicos, frequentemente dogmáticos
Precisamos encarar o problema das colocações morais e estéticas
Ser sociais, cultivar hábitos, rir sem vontade e até praticar amor sem vontade "...
                                                                  

Porque hoje é sábado! Lembro-me do tempo em que a poesia atravessava a rua de mãos dadas com a gente. E confesso, adorava viver em sua inebriante companhia.
O Rio, cidade linda. Linda só não, m a r a v i l h o s a... Paisagem imemorial a nos contemplar e oferecer beleza, alegrias e sonhos.
Continua por aí, olhada, capturada como fundo para os selfies narcisistas e consumida com muito desamor, violência e desapreço.
Lembro-me do tempo em que o coração saltava à boca quando víamos o homem querido do outro lado da calçada. Em verdade éramos todos jovens, ainda não tínhamos alcançado “a casa dos vinte”. Tão perto e tão longe, ambos: homem e calçada.
Sorte nossa vivermos à beira mar, e, calçada da praia gente querida... Rsrsrs.
 De lembrança em lembrança a bela poesia de Vinícius chegou devagarinho, inquietante apontando temas universais tanto quanto insolúveis.
Releio-a. A memória já não ajuda a lembrar do que decorei. Espanto-me! O velho não era apenas poeta era profeta, e dos bons.
O diferente, hoje, é que a grande parte das pessoas não pratica o amor: com ou sem vontade... O amor continua por aí no ar, na vida, dentro e fora da gente. Só que as pessoas não praticam o amor por medo... De se envolver, de sofrer, de perder, ah!
Medo que faz você viver e se reinventar... Vá lá! Que venha o medo,vamos duelar.
Agora o medão que desfila por aí, esse que faz você se isolar e desviver... Não. Esse medo, por favor, minha gente querida, exílio nele. Expatria.Exorcisa.

Deixo por aqui minha cópia do “mapa do tesouro” entre a poesia, a cidade e o homem.
Por que hoje é sábado!
In POEMAS, SONETOS E BALADAS.São Paulo, Edições Gavetas, 1946
Santa Teresa, 17 de maio de 2014.

Bilhete:
Um abraço saudoso aos que passam por aqui. Estou cheia de planos, voltar a escrever mais e mais.
Abaixo o link da poesia do mestre Vinícius de Moraes.
http://www.viniciusdemoraes.com.br/pt-br/poesia/poesias-avulsas/o-dia-da-criacao

Maysa

sexta-feira, 18 de abril de 2014

GABRIEL GARCÍA MÁRQUEZ - GABO - Maysa Machado









GABRIEL GARCIA MARQUES – GABO

Maysa Machado

Macondo, Aracataca ou ciudad de Mexico nomes e locais criados, lugares de nascimento e morte. Um escritor como Gabriel Garcia Marquez - o Gabo, iluminou alguns momentos da solidão humana com sua arte de contar.
"E a arte existe porque a vida não basta", como diz o poeta Ferreira Gullar.
Fica a arte de Gabo. Fica a lealdade de Gabo à causa do povo cubano e a seu líder Fidel. Fica em cada um de nós - seus leitores - a impressão de ter inventado, também, Macondo, de ter vivido perto de Úrsula, visto as flores amarelas caídas ao chão, como um tapete que o vento brinca e redesenha, e que pode estar debaixo da tua janela.
Estiveram sob a minha durante todo o tempo que morei na Urca, e no simples ato de abrí-la pela manhã, respirava Macondo. Eram os anos setenta, havia tanta solidão ao redor, no país, dentro do meu coração.
"Cem anos de solidão", pra mim, foi um sopro de liberdade inventada.

Santa Teresa, 17 de abril de 2014.

Com o desejo de abraçar cada um com  carinho
Maysa

sexta-feira, 11 de abril de 2014

A PAZ EM SANTA -Maysa Machado




A PAZ EM SANTA


                                  Maysa Machado



Santa em paz quase cochila
No embalo sonolento das palmeiras.
Da janela... O escritório antigo quarto dos filhos.
Lá embaixo a cidade treme
Por direitos de ocupação e negociação à vida.
Lua vem vindo... Sobe, sobe
Altaneira a palmeira imperial o entorno embala.
Enquanto a paineira 
encobre suas flores rosas...
Nas sombras suaves da noite.

E na cidade que treme há violência
Incêndios, lágrimas, desumanidade.
Falta tudo.
Até em nós o amor
Se esquiva
E por pouco corroi a esperança.

Ah! Se a lua tocasse teu coração... Como toca o meu.
Santa Teresa, 11 de abril 2014.



E abril chegando... um abraço a todos!
Maysa


sábado, 22 de março de 2014

FESTA-FESTA - Maysa Machado












FESTA - FESTA

Maysa Machado




Canções lindas! Interpretações únicas! Excelente gosto musical! Em qualquer país encontraremos.
Que tal recomeçarmos a busca com Katie Melua, jovem cantora e compositora britânico-georgiana ? Aprender sempre é bom! Uma releitura de Moon River? Learnin'the blues? Ou, ainda, Lucy and the sky?
Tudo isso para afirmar que uma festa elegante, inesquecível tem que ter música, indiscutivelmente, boa. Antigas ou recentes, lançamentos...Sempre belas interpretações.
Apaixonem-se, cantem, dancem... Mas por favor, não espanquem os instrumentos, nem os nossos ouvidos. Aprendam com quem sabe...
FESTA - FESTA não se promove para agredir direitos, incomodar pessoas.
FESTA - FESTA é para celebrar a vida, a alegria. O amor que se conjuga com o verbo AMAR.

Os "novos corsários" conjugam só o verbo "comprar"... Compram imóveis em Santa Teresa, e desconsideram os hábitos locais. Insistem em invasões comerciais nos territórios bucólicos. Praticam, assim, visão colonialista e predatória.
O bairro sempre foi boêmio... E se, nós, seus moradores resistirmos a essa onda apressada por lucros, dos “novos empresários corsários", seguirá sendo.
Continuamos amando os artistas e acolhendo-os em suas várias expressões por nossas ladeiras, travessas, becos... Casas, sobrados e soberba paisagem!
Precisamos de ARTE!
Jamais da ganância globalizada que só visa o capital, alcançando-o via tráfico... De influências.
Xô! Aos aventureiros e gananciosos que depredam com grana, muita grana, nosso estilo saudável de viver!

Santa Teresa, 22 de março de 2014.
Um abraço carinhoso aos que passam por aqui.
Maysa

Lembrete: Acompanhem com atenção e prazer o vídeo selecionado.
https://www.youtube.com/watch?v=jf_rOMIEgYY

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

VERBO AMAR - Maysa Machado














VERBO AMAR

                                        Maysa Machado

Diz alguém: Esse amor não existe.
É invenção. Carência. Fantasia.
A frase realista fere ouvidos
Sobretudo os meus.
Entranhou-se na alma,  instalou
A dúvida. Não de toda má.
Inquietante o tempo foi passando
E os rótulos caindo.
O que é o quê? Responde
Tanto quanto: Quem é quem?
Nada sabemos. E o que sentimos
Pode mudar a todo instante.
Efêmeros sobreviventes
Atônitos amantes.
O amor escondido na dúvida
Confunde, dá tempo ao tempo.
Brinca. Nega-se.
Só quem ama provará
A calma, a ternura, o fogo constante
O tempo presente do  verbo amar.


Santa Teresa, 26 de fevereiro de 2014.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

SOLIDÃO - Maysa Machado
















SOLIDÃO

                                              
                                               Maysa Machado


Nasce um sol dentro de mim
Sem alarde ou cumplicidade
Sem aplausos.
Vago em mundos inimagináveis.

Pernoito em mim
Dentro da história não contada
Viajo por sonhos.
Pesadelos escarafunchados.


Disputa e primazia.
Há o tempo e o aconchego no singular
Derrubo todos os plurais
Um a um.

Quero um pouco mais
Do mistério. Do Amor.
Da finitude...
Em uma conversa sem palavras.

Busca do imprevisível
Sentir o que não se divide
O que não desabrocha...
Em multidão.

Santa Teresa, 27 de janeiro de 2014.


Um poema pra começar o ano de 2014... E um abraço renovado para os que visitam o Ninho e a Tempestade.
Maysa