domingo, 25 de maio de 2014

LEVEZA - Maysa Machado













LEVEZA

                                   Maysa Machado



Ah! Esse silêncio tranquilo
Leva o ronco do motor
E o avião pra além do horizonte...

Ah! O passo interrompido
Só. Ao redor suave acolhedor
O trinado do pássaro me conduz...
O canto voa em direção ao horizonte

Eu? Fico presa ao corpo sem asas
Tento, insisto e finalmente
Solto a imaginação em voo solitário
Pra bem longe.

Tempos futuros ou já findos?
Sei não.
Liberdade é assim... Quando se instala troca
Sinais, rumos, metas e até antigos comandos.

Pra variar... Variando, ando rindo à toa.
Vida e liberdade são duas cúmplices
Em quase total perfeição. 


Santa Teresa, 25 de maio de 2014.

Celebrando a calma de Domingo. Que benção!
Deixo aqui um abraço carinhoso.

sábado, 17 de maio de 2014

LEMBRANÇAS... "PORQUE HOJE É SÁBADO"- Maysa Machado






LEMBRANÇAS ... "POR QUE HOJE É SABADO!"

                                                                             Maysa Machado.


O Dia da Criação, uma poesia de Vinícius de Moraes diz:
... “Ao revés, precisamos ser lógicos, frequentemente dogmáticos
Precisamos encarar o problema das colocações morais e estéticas
Ser sociais, cultivar hábitos, rir sem vontade e até praticar amor sem vontade "...
                                                                  

Porque hoje é sábado! Lembro-me do tempo em que a poesia atravessava a rua de mãos dadas com a gente. E confesso, adorava viver em sua inebriante companhia.
O Rio, cidade linda. Linda só não, m a r a v i l h o s a... Paisagem imemorial a nos contemplar e oferecer beleza, alegrias e sonhos.
Continua por aí, olhada, capturada como fundo para os selfies narcisistas e consumida com muito desamor, violência e desapreço.
Lembro-me do tempo em que o coração saltava à boca quando víamos o homem querido do outro lado da calçada. Em verdade éramos todos jovens, ainda não tínhamos alcançado “a casa dos vinte”. Tão perto e tão longe, ambos: homem e calçada.
Sorte nossa vivermos à beira mar, e, calçada da praia gente querida... Rsrsrs.
 De lembrança em lembrança a bela poesia de Vinícius chegou devagarinho, inquietante apontando temas universais tanto quanto insolúveis.
Releio-a. A memória já não ajuda a lembrar do que decorei. Espanto-me! O velho não era apenas poeta era profeta, e dos bons.
O diferente, hoje, é que a grande parte das pessoas não pratica o amor: com ou sem vontade... O amor continua por aí no ar, na vida, dentro e fora da gente. Só que as pessoas não praticam o amor por medo... De se envolver, de sofrer, de perder, ah!
Medo que faz você viver e se reinventar... Vá lá! Que venha o medo,vamos duelar.
Agora o medão que desfila por aí, esse que faz você se isolar e desviver... Não. Esse medo, por favor, minha gente querida, exílio nele. Expatria.Exorcisa.

Deixo por aqui minha cópia do “mapa do tesouro” entre a poesia, a cidade e o homem.
Por que hoje é sábado!
In POEMAS, SONETOS E BALADAS.São Paulo, Edições Gavetas, 1946
Santa Teresa, 17 de maio de 2014.

Bilhete:
Um abraço saudoso aos que passam por aqui. Estou cheia de planos, voltar a escrever mais e mais.
Abaixo o link da poesia do mestre Vinícius de Moraes.
http://www.viniciusdemoraes.com.br/pt-br/poesia/poesias-avulsas/o-dia-da-criacao

Maysa