quarta-feira, 24 de junho de 2015

CALMARIA - Maysa Machado

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CALMARIA

                          Maysa Machado

O vento frio e apressado
bate portas, num abre e fecha
intempestivo.
O susto vem de outros invernos
de quando a casa era habitada
e se podia pedir para alguém
contrariar o vento...
Agora, só ficou você e o vento.
O susto de outros invernos
não assusta mais.
A inércia toma conta de tudo
o vento, sem contraponto, se aborrece.
Paciência a vida se estica
alonga o sofrimento.
E, afinal, o que é um bater de porta
desafiado pelo vento?


Santa Teresa, 24 de junho de 2014

Abraço aos que passam neste início do inverno de 2015.
Maysa

sexta-feira, 12 de junho de 2015

RENDA-SE - Maysa Machado









DIA DOS NAMORADOS

A TODOS QUE AMAM. DESAMAM. E, SOBRETUDO, PARA OS ARISCOS E ESQUIVOS QUE FOGEM DAS DELÍCIAS E DESAFIOS DO AMOR.
RENDA-SE!


Renda... Rendidos...

Rendados!
Rendeira nos mistérios
Soltos e enlaçados.
Silente arte feminina
Enredar... Enredar-se.
Solene é o coachar
De bilros ou brados.
Renda-se!
Quero amar e ser amada
Na eternidade do segundo
Com a suave delicadeza
De estar de passagem
Nesse mundo.
Rendas... Renda-se.
O amor é tudo.

M.M.

Santa Teresa, 11 de junho de 2015.

Para a gente comemorar o amor, que é sempre singular.
Maysa

quarta-feira, 3 de junho de 2015




















QUASE TODA POESIA



Maysa Machado


Quase toda poesia cabe no dia a dia.
Afasta a pressa que sufoca suspiros,
aprisiona sentidos e afetos.
A sociedade das máquinas e desejos rápidos
despeja-nos excessivos ruídos,
estes adoecem ouvidos e a alma da gente.
Não calam a poesia quieta e mansa
Da gota do orvalho.
Vem o silêncio curar tropeços,
disfarce de antigos medos
espremidos entre a ousadia e a recusa
de quem quer amar, mas não sabe vir por inteiro.
A poesia cala.
E só este silêncio não é dor, não é medo.
É tempo e pausa pra ver germinar
o que for verdadeiro.

Santa Teresa, 3 de junho de 2015.

 Nessa manhã de outono, o Rio é mais lindo. Abraço carinhoso aos que passam. Maysa