Último dia de um mês cheio de surpresas. Perdas, lembranças incômodas, mas lindas flores no percurso da exposição de orquídeas, no Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Preciosos silêncios, acompanhados por neblinas e expectativas suaves de amores e carinhos, que não sejam vãos.
Aniversários de pessoas queridas, por vários motivos, não comemorados. Uma adorável pré-adolescente que, por viagem, teve a oportunidade de estar no início do outono em N.Y e voltar para fruir a chegada da Primavera, em nosso hemisfério.
Setembro sempre teve a mística de renovação cíclica. Um dos períodos mais promissores, onde fazer planos e sonhar não nos custa nada.
Setembro vai, e vai se embora, mas deixa entre as lembranças a história da companheira de lutas políticas que partiu. Quem conviveu com Alaíde, conheceu e amou uma mulher admirável. Corajosa, humana, digna e muito, muito honesta com seus princípios, lealdade aos companheiros e a causa de um mundo melhor e mais justo.
Sem nunca se apartar da beleza e feminilidade. Aprendi com sua amizade, ouvi seus conselhos amorosos sobre qualquer assunto.
Em um só dia a vida nos ensina o que passamos a compreender na ausência de quem amamos.
Um dia, num setembro próximo, as flores em silêncio nos falarão, através das formas, cores e cheiros, da renovação dos ciclos de vida que não terminam, apenas se transformam.
Santa Teresa, 30 de setembro de 2011
Maysa