quarta-feira, 16 de novembro de 2011
PALACIOS,PALACETES E TRENZINHOS
terça-feira, 8 de novembro de 2011
BEATRIZ VICÊNCIA BANDEIRA RYFF- 102 anos
Caros amigos de Beatriz
Hoje, ela completa 102 anos. Imagino 102 primaveras, verões, outonos e invernos.
Como sabem, nasceu no dia 08 de novembro de 1909. Em dezembro do ano de2009, comemoramos a data centenária. Delicada e sincera homenagem, na sede da Associação Brasileira de Imprensa, no Rio.
Quieta e serena, sua presença, ainda, vela pelo processo de aperfeiçoamento de nossa democracia, se assim podemos interpretar.
Por liberdades democráticas lutou, esteve presa, escreveu poesias, ajudou os amigos militantes, alegrou-se com os jovens, foi professora entusiasta no Conservatório de Teatro, e como outros brasileiros, sofreu e arriscou a vida nos períodos em que nossa história suprimiu os direitos da pessoa, os direitos humanos que toda nação democrática tem o dever de assegurar.
Uma mulher decidida, dedicada, obstinada. Uma brasileira como a maioria das mulheres: Corajosa, teimosa, de energia inquebrantável... Como poucas longeva!
Salve essa mulher que entrou nas vidas, de muitos de nós, para ficar.
Eu e ela atravessamos, literalmente, o século: Juntas!
Salve Dona Vivi aos 102 anos, completando-se, hoje!
Última presa política, encarcerada no período Vargas, em1936. Companheira de cela de Dra Nise da Silveira, Maria Werneck, e outras destacadas figuras femininas de nossa história contemporânea. Cassada no golpe de 1964, foi impedida de dar aulas no Conservatório Nacional de Teatro.
Bela e destemida mulher, musa de pintores e escritores brasileiros, como Carlos Scliar e Graciliano Ramos, companheira de Raul, mãe de três filhos.
Avó de oito netos, deles... dois sou parte responsável por estarem no mundo. É bisa de cinco crianças lindas. Quatro, nossa descendência, "ajudamos" a trazer, para construir - com esperança - esse novo milênio.
Salve Beatriz!
Amiga de todos os amigos, professora e mestra inesquecível.
Um abraço carinhoso a todos
Maysa
terça-feira, 1 de novembro de 2011
MUITO DIFÍCIL OUVIR O CANTO DOS PÁSSAROS - Maysa Machado
Aqui, no antes, era sossegado o lugar. Por isso, escolhi morar, e criar os filhos... De uns tempos prá cá, manhãs e noites se sucedem com excessos, marcas contemporâneas, da ansiosa presença humana.
Fins de semana, sem lei, instituem-se. Violam o ar da noite, atravessam as madrugadas montados nos possantes canhões de sons, vindos de uma casa elegante de agitos urbanos. Não é pouco. Intranqüilos, os ouvidos dos moradores aguardam os intervalos esparsos, que significam volume mais baixo; na hora em que a PM ronda a vizinhança, tentando identificar de onde vem tanto barulho.
Nos feriados, da mesma maneira, equipamentos sonoros, mais modestos, porém em decibéis exaltados, rasgam o impossível de ser rasgado. As interpretações dos artistas populares, suas vozes melodiosas se decompõem em distorções odiosas. A diversão rola na comunidade.
Não existem campanhas educativas que restituam o apreço pela qualidade do viver. Menos, ainda, as que valorizem o silêncio como mestre para algumas descobertas.
Faz pouco, a vida em seus aspectos silvestres encantava os visitantes e moradores desse trecho, do bairro de Santa Teresa. Hoje, a poluição sonora que os homens constroem é sinônimo de quase nenhuma possibilidade de convivência, no mesmo espaço, com outros homens, e com todas as aves, que ao pousarem nos galhos, apresentam seus cantares.
Cadê as balburdias canoras dos sanhaços, sabiás, maritacas, e todos que nos despertavam a cada manhã? Sorrio e me desespero. Os trinados misturando-se aos silvos ,e variados guinchos dos sagüis, dos micos estrela estão desaparecendo.
O tempo passa, leva sonhos, rotinas. As poucas certezas, que ousamos ter. Uma delas era que esse canto do Rio continuaria assim quieto, por mais anos, como sempre fora. Bucólico, feito interior esquecido, paraíso perdido.
Encantamento desfeito.
Na cidade, atualmente, as ações humanas são desempenhadas com intermináveis alaridos, altos e estridentes ruídos. Berros. Chamados exasperados, por alguém que não vem. Buzinas. Campainhas.
Pra que tanto alvoroço? Cadê o lado carinhoso de lidar com o outro, e com o espaço? A elegância do gesto? Cadê a presença da delicadeza no trato? Humanos são animais racionais. Queremos que a razão e a educação dêem conta de tudo?
Do que te queixas mulher? Ninguém mais ouve os astros, nem inventa canções ou madrigais para saborear o amor. Ninguém mais busca inspiração nos fatos vividos, ou na imaginação.
O tempo cobra pressa e admite a cópia. Aceita o falso, o precário. Devolve - te — à conta de empréstimo dos dias procurando saídas e mudanças — problemas sem solução.
Então por que ainda esperas ouvir o canto do sanhaço, do sabiá ou do bem - te-vi?
Vai levanta, corre mais um dia... Ou, menos um dia te espreita. Acorda e vai. O futuro é desconhecido, dele só duas coisas sabes.
Está muito difícil ouvir o canto dos pássaros...
Santa Teresa, 1 de novembro de 2011
Um carinhoso abraço aos que aqui chegam.
Maysa
segunda-feira, 31 de outubro de 2011
NELSON CAVAQUINHO III
sexta-feira, 28 de outubro de 2011
CENTENÁRIO NELSON CAVAQUINHO
sábado, 22 de outubro de 2011
POESIA - MAYSA M.
Maysa M.
Poesia é alguma forma
jeito ou gesto.
Um existir no mundo.
Arranca-nos o fôlego
ou nos devolve o ar.
Poesia de nada, mesmíssimo
nada, precisa.
Num átimo traz
o que falta te faz
inventa o que não traz.
Levanta suspeita
lembranças de um amor esquecido.
Poesia confia.
E te elege único
não, um solitário.
Santa Teresa, 22 de outubro de 2011
Aos que por aqui chegam, um brinde à poesia.
Ilustra esse Sábado a tela Caiçara, da pintora Iracema Arditi. Para quem quiser ver e aprender sobre sua vida e seus quadros , sugiro ir aqui.
Abraço
Maysa
quinta-feira, 20 de outubro de 2011
AFONSO MACHADO - LIVRO SOBRE NELSON CAVAQUINHO
quarta-feira, 12 de outubro de 2011
SÃO NUVENS? - Maysa M.
São nuvens?
Diáfanos véus da delicadeza.
São sonhos?
Enlevos que a imaginação traz.
São pérolas?
Palavras de encantar.
São Pessoas?
Que ainda conjugam o verbo
Amar.
Santa Teresa, 12 de outubro de 2011
quarta-feira, 5 de outubro de 2011
FLOR E VIDA - MAYSA M.
segunda-feira, 3 de outubro de 2011
O NICHO - MAYSA M.
criação sobre vinil de Alice Espínola/
coleção da autora do blog
O NICHO
Maysa Machado
Entrar numa de ficar calada, só observando a história, sem palavras, acontecer.
Foi assim que seu amor durou, ou pode se vangloriar de ter existido. Uma revelação tanto para Lali, quanto para o misterioso amante. Ninguém acreditava naquilo. O filho dizia que o sujeito devia ser maluco. Ela pensava que maluca era ela mesma. Onde havia ficado a militante, a mulher moderna que construía falas e ações sobre a liberdade? O curioso é que assim, calada, ninguém diria que eram as mesmas.
Muito tempo se passou. Advindas da frustração perguntas silenciosas pediam lugar às certezas. Foi se descobrindo terna consigo desapegada com os outros. Ciumenta nunca fora. O sentimento do amor lhe trouxe brilho e viço. O felizardo, aquele que fruía e usufruía, não chegava nem perto do processo de autoconhecimento, agora, travado por aquela mulher sensível. Sem intenção, fora um bom professor.
Dias consumidos. Primeiro na ilusão de que o tempo ajustaria os senões da pouca convivência, depois sugados na ansiedade por mudanças. E a paixão incomum, deixando - como em todas as emoções - uma juvenil fragilidade, no ar.
Morte e renovação aconteciam. Foi, devagarinho, se reinventando. Dor e espanto misturando-se à alegria de viver. Um dia acordou e percebeu que, mesmo sem a presença do amado, continuava feliz "com" ele. Talvez por isso, por sua ausência. A vida em liberdade fora construída e as amarras, de quase todos os vínculos contemporâneos, inexistiam...
Deixou de lado qualquer premeditação, retomou o encantamento do primeiro encontro. Como um vício transformado em virtude sorveu do amor, um pouco a cada dia... E só por cada vez.
Santa Teresa, 3 de outubro de 2011
Abraço para os que aqui chegam.
Maysa