terça-feira, 11 de junho de 2013

SANTA TERESA DE NOVO - Maysa Machado

Jardim do Museu da Chácara do Ceu/Santa Teresa













SANTA TERESA DE NOVO

                                                                                                                     Maysa Machado


Deixe que a imaginação o leve para lugares imprevisíveis. O bairro de Santa, no imaginário coletivo é bucólico, suave, ermo, habitado por pássaros, flores, ladeiras e ruídos especiais. O bondinho, tema recorrente nas lembranças, foi um fugaz companheiro e muso. Poetas, pintores, compositores e viajantes comuns davam-lhe atenção. E as autoridades o que estão decidindo?
Não é mais assim que o bairro está amanhecendo ou se deitando. Os pássaros continuam aparecendo, escolhem os momentos quietos das tardes preguiçosas ou o despertar muito cedo das manhãs. Depois, se ficam, perdem-se os trinados na inacreditável zoeira urbana.
Novos empreendimentos, novos usos. Apoiamos e desejamos sucesso aos que chegam pra somar e valorizar. Santa é um bairro especial.
É preciso que a Prefeitura aja, respeite, incentive. Ao invés, a gestão municipal não lembra, não aparece, não fiscaliza e não multa!
Como ficam os transportes? E os serviços comerciais: padaria, farmácia, supermercado, açougue? A segurança? A maioria dos moradores passa pelo tormento da falta de direitos, inclusive "o de ir e vir".
Carros demais nas calçadas, outros estacionados em áreas imprescindíveis para manobras. De nada servem as placas proibindo o estacionamento, falta fiscalização municipal, e, os moradores "sem noção" ou visitantes, fazem desse uso irregular o seu comportamento diário. Impedem a circulação, dificultam que pessoas cheguem e saiam de suas casas.
Novos destinos e usos seguem... , igualmente ignorados por seus novos donos são os direitos de vizinhança, nas áreas de moradia.
Se a Prefeitura cumprisse seu papel na ordenação urbana, nosso dia-a-dia não ficaria tão invadido.
Os "SEM NOÇÃO" se transformariam em CIDADÃOS.
É só o que quer quem vive e ama Santa Teresa!
Por que, em nosso bairro, as obras da construção civil, algumas de grande porte, continuam sem placas da Prefeitura regularizando-as? A despeito das reclamações feitas ao nº 1746.
Sem regulamentação os moradores, vizinhos ficam entregues à própria sorte.
O que alegar ao morador das casas próximas que precisam manter fechadas janelas e portas? A escolha é simples e direta: Se não entra toda a poeira, permanece a umidade. E mesmo assim, luz acesa de dia, ser agredido com o excesso de poeira que invade móveis, eletrodomésticos, utensílios, roupas dentro dos armários... Aparelhos respiratórios, pele, a alma.
Os excessos causam danos à saúde e à qualidade de vida, traduzidos nos distúrbios de sono, quedas, irritabilidade.
Passem pela Travessa Manoel Lebrão, constatem os buracos no secular piso de pé- de- moleque; a poeira excessiva; o barulho de betoneiras, britadeiras e maquitas vindos da obra, sem placa, que lá acontece há mais de seis meses. Ah! Não se esqueçam de conferir os gritos dos operários, e a inexistência de equipamentos preventivos para eventuais acidentes de trabalho, inclusive nos feriados e fins de semana.
Anotem as placas dos carros estacionados à entrada das moradias, ajudem a salvar Santa Teresa, um bairro especial que está ameaçado por novas tribos. Estas, dispostas a ganhar dinheiro com a notoriedade que o bairro tem.
Aqui era um lugar bucólico e aprazível! Que continue sendo tratado assim, por todos! Abaixo os novos usos exclusivos, dos sem-noção,  impedindo os direitos dos moradores de Santa Teresa e baixando a qualidade de vida de todos.
Leva tempo para se formar um cidadão.
Cabe aos órgãos públicos participar desse processo. Inclusive, os senhores dirigentes municipais, cumprindo com suas funções e responsabilidades governamentais e públicas.


Santa Teresa, 11 de junho de 2013.

Acreditando em mudanças para melhor. O bairro de Santa Teresa e seus moradores merecem.

Maysa.

Nenhum comentário: