domingo, 5 de junho de 2011
TU - ARY BARROSO POR CAETANO
segunda-feira, 30 de maio de 2011
O MES DE MAIO - Maysa Machado
O MÊS DE MAIO
É de fato um mês especial.
Na variedade de papéis recebidos e usufruídos pela vida, datas e afetos se encontram.
Marcam presença em lembranças indeléveis, ficam esquecidos - tão frágeis somos- nas falhas de memória. Um dia ressurgem límpidos feito água de fonte não poluída.
Celebrar é preciso.
Amo o amor, amo a vida, amo pessoas.
Umas são tão especiais como o mês... Assustam nosso coração, fazem-no bater depressa, inquieto.
Assim, recordando emoções revivo-as. Recomponho-as.
O nascimento de uma criança é vivência especialíssima. Vivi, por duas vezes, o instante que me trouxe a dádiva de ser mãe. Cada momento descoberto de um jeito, meu coração nunca mais pulsou independente.
E dos filhos brotaram quatro netos.
A primeira neta faz nove anos, hoje. Nesse mês de maio.
Com tantas recordações boas e tristes, escolho as de felicidade. O melhor da memória é que ela , não obedece cegamente aos fatos, seleciona, modifica, recupera autoria e se instala.
Recriando espaços interiores, as emoções nos ajudam a entender por que estamos aqui. O que é partir e como, através do amor, deixar pegadas no existir.
Amo essa criatura que cresce por fora e por dentro, que pensa, sonha, sofre e alegra a vida de quem está por perto. Amo essa menina que desabrocha com seus sonhos infantis, e nos encanta com sua mente precoce, privilegiada.
Amo sua delicadeza de alma. A profundidade de seus sentimentos, o seu amor e generosidade.
É uma bela criança, minha neta.
Parabéns querida. Muito amor em sua vida, sempre.
Beijo de vó.
Maysa
sábado, 28 de maio de 2011
GÉRARD DEPÀRDIEU e GISÈLE CASADESUS
Ir ao cinema para assistir um lançamento é melhor estar preparado: filas e expectativas. Fui conferir Minhas tardes com Margueritte.
Encontros inesperados e que mudam nossas vidas. História contada com suavidade, no entanto, contém as dores e os desconfortos do existir.
Os dois atores - Gérard Depardieu e Gisèle Casadesus - envolvem-nos com delicadeza e simpatia nas inesperadas tramas do afeto. Mostram-nos as nuances de um saboroso e sincero relacionamento afetivo.
Os limites de cada um dos personagens tangenciam alguns dos nossos.
Viver é assim mesmo. No campo dos encontros existenciais não se pode determinar o que não se conhece, apenas intuir, perceber.
O outro sempre nos instiga a descobertas sobre nós mesmos.
Refletir sobre esse filme é um exercício que sugiro todos devem praticar. Quem puder não perca.
Abraços
Maysa
PS. Mais nos links abaixo:
domingo, 22 de maio de 2011
BEATLES - Lonesome Tears In My Eyes
segunda-feira, 16 de maio de 2011
SOPHIA de MELLO BREYNER ANDRESEN- AS ROSAS
As rosas
Quando à noite desfolho e trinco as rosas
É como se prendesse entre os meus dentes
Todo o luar das noites transparentes,
Todo o fulgor das tardes luminosas,
O vento bailador das Primaveras,
A doçura amarga dos poentes,
E a exaltação de todas as esperas.
in Dia do Mar, 1947
No site da Biblioteca Nacional de Portugal - aqui - você encontra o espólio de SOPHIA, selecionei um poema dos anos quarenta.
Um abraço
Maysa
domingo, 15 de maio de 2011
PIRILAMPA II - Maysa Machado
Dia seguinte ao aniversário, de cinco anos, nossa conhecida pirilampa ouve minha conversa com a irmã, de quase nove.
-Vó, você me ajuda a tirar dúvidas para o dever da escola?
- Claro, querida. O que é que você quer saber?
-Bem, vovó o que significa araços?
Repito a palavra, sem reconhecê-la:
- A r a ç o s?
E concluo:
- Querida, sei não. Não conheço essa palavra: a r a ç o s.
Entra a nossa pirilampa no quarto e diz:
- Deve ser uma palavra para pessoa de oitenta anos!
Rimos gostoso.
Tenho ou não histórias infindáveis para contar?
Beijo
Maysa
PS: A palavra mágica era: abraços
quarta-feira, 11 de maio de 2011
PIRILAMPA - Maysa Machado
PIRILAMPA
Cinco anos atrás, não existia pirilampa. Nossas vidas aconteciam em formas bem diferentes. Nem imaginaríamos o quanto tudo ia mudar.
Ela chegou radiante, foi crescendo...
Encantando as pessoas, com alegria desconcertante, e às vezes teimosia renitente. Chegou curiosa, inteligente. Com sua presença tudo mudou de lugar.
Vive os primeiros tempos buscando o que é seu, quer tudo para si.
- Essa calça é minha! Declarou quando me viu usando uma legging listrada e multicolorida.
Levei um susto. Ri pelo inusitado, e fiquei achando que tinha igual. Não tinha. Foi o jeito de dizer que achava bonita e queria uma.
Fui aprendendo, com ela, a ser mais carinhosa, paciente. Mais, eu disse.
Carinho e atenção sempre serão poucos para suas necessidades cotidianas básicas.
Ela é uma flor? Uma princesa? Uma pessoa?
Nós somos avó e neta - até então- caçula.
Amanhã, minha pequerrucha faz aniversário.
No fim de semana indago.
- O que vai querer de presente? Já escolheu?
Ela fita meu rosto com expressão de sabedoria e malícia... e diz triunfante.
- Uma surpresa, ora!
Nos fazemos companhia.Procuro descobrir as novas alegrias da infância. As minhas, bem guardadas descansavam numa caixinha de recordações, que ela abre e futuca - sem cerimônia- querendo entender, saber, descobrir.
Muito me alegra ser sua avó. Tive uma, ótima.
Agora, sou acordada, de manhãzinha, por aquela voz clara, um pouco hesitante, lendo. Qualquer texto. Tudo que lhe caiba diante dos olhos. Sobretudo, histórias dos seus livros preferidos.
Antes, ela madrugava, com um livrinho na mão querendo que a vó - de visita - lesse.
Temos nossas brincadeiras inventadas, só nossas. Passamos o último ano aprendendo e classificando palavras. E rindo com as descobertas.
- Essa palavra é difícil!
- Pudera. É uma palavra para menina de cinco anos!
- Jura, vó! Então, já sei uma palavra de criança de cinco?
- Prá você ver...
Dá uma volta pela casa, aparece de mansinho, sedutora.
- Vó, você me ensina outra palavra? Agora, de menina de sete anos!
E assim... divertindo o espírito, amansando a alma.
Trouxe para visitar nosso mundinho, e pelo jeito ficar para sempre entre nós, Dona Paciência, senhora invisível, que ajuda quando a situação, por qualquer motivo, fica difícil.
Curiosidade e aprendizagem andam juntas. O tempo de criança e o do adulto, também.
A personalidade da criança deve ser não só acompanhada como respeitada por nós, os mais velhos. Essa é nossa responsabilidade com o afeto.
Desejo que além de saúde e todas as oportunidades, vida afora, minha neta guarde as recordações da infância numa caixinha, igualmente, preciosa. E as compartilhe, com as crianças futuras, em sua vida adulta.
No amor condensado crescemos juntas. Somos novas pessoas existindo nos mundos do vir a ser, do faz de conta, do aqui e agora, do até sempre.
FELIZ ANIVERSÁRIO C.
TE AMO PIRILAMPA*
Vó Maysa
*Apelido dado por mim, por sua eletricidade e luminosidade constantes. Vocação nata para corrigir, ela atalhou rápido:
- Pirilampa não vó... Pirilâmpada.
sexta-feira, 6 de maio de 2011
A QUOI ÇÀ SERT L'AMOUR? - EDITH PIAF & THEO SARAPO
"Tout ce qui maintenant Te semble
déchirant,Demain,sera pour toi
Un souvenir de joie."
Se quiserem cantar é só clicar aqui
Abraços
Maysa
quarta-feira, 27 de abril de 2011
CURAÇAO BLEU
CURAÇAO BLEU
Maysa M.
Preciso tomar um.
Em muito boa companhia
ou mesmo sozinha.
Relembrando o prazer sentido
cor, cheiro, temperatura do copo.
Suave pilequinho... de azul artificial.
Na boca o gosto adocicado
o sensual frescor
o gelo picado
estalando na língua
sensível aos beijos apaixonados.
Ah! ficou tudo perdido
num gesto precipitado.
Insano
partistes procurando ávido
o que tinhas a teu lado:
amor, paixão
vida.
O dia-a-dia recriado.
Só, não saboreio
o afrodisíaco drink.
Temo descobrir o desbotado afeto,
intacto, no perfume do trago.
Botafogo, s/data.
Anos 90.
Meu abraço.
Maysa
PS: relembrando que o azul artificial tinha sotaque francês, por isso o bleu.
terça-feira, 26 de abril de 2011
MAN RAY - FOTO - LE VIOLIN DE INGRE
O incontido transforma-se em afago tímido.
Sinto e quero sôfrega, beijos, carinhos...
Suavidades, delicadezas e sins.
O afeto plural é singular.
Sua intensidade varia.
É correspondido?
Imprevisto, como quase tudo
finca no peito a rima incerta
Cada dia vai sendo descoberto...
e perdido.
Se uns a gente inventa...
Há outros que nos reinventam.
Em ti, conheci meu melhor íntimo.
Não as entranhas de mulher...
sua geografia desafiadora e incompleta.
Foram as descobertas profundas, prosaicas
sobre sexo, carinho e afeto.
Muito há a percorrer
nutrir a fantasia
o sentimento renovado.
A partir do que me inspiras
mero encontro ... nunca fomos
Nem tão pouco conto de fadas!
O acontecido entre nós revela quem somos
Quietos, apaixonados... discretos.
Santa Teresa, 30 de setembro de 2009.
Com meu abraço carinhoso, mais um da gaveta.
Maysa