Por um fio estamos todos, desde que aqui vindos.
segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012
HOJE, AMANHÃ OU SEMPRE? Maysa Machado
Por um fio estamos todos, desde que aqui vindos.
terça-feira, 21 de fevereiro de 2012
O RIO NA FOLIA - Carnaval de 2012- Maysa Machado
1º desfile do bloco Timoneiros da Viola, pelas ruas de Madureira.
O RIO NA FOLIA - Carnaval de 2012
Meu Carnaval, esse ano, não foi igual ao que passou! Vi a folia de perto, sem sambar... A pé, pelo bairro da Glória, na orla da praia, de Copacabana ao Leme. No vagão - espremido e sufocante — dos trens do Metrô. Ali, no transporte público concedido, presenciei muita agitação e falta de educação, sobretudo, em jovens bêbados!A companhia não destacou seguranças nas plataformas das estações. Parece-me que ficaram escalados para os percursos internos e nas entradas e saídas.
O samba é alegria, não se aprende na escola, se dança desde quando começamos a engatinhar. O Samba cativa. Não assusta, não empurra, não ensurdece por berros, e sim pelo ritmo e cadência. A criatividade e a irreverência são imprescindíveis e fazem parte. São bem vindas, estimulam e convidam todos a brincar.
Já gritos, agressões aos equipamentos comuns da cidade, não. As ruas, muros das casas, se transformam em mictórios a céu aberto. O lixo denuncia o estágio de descompromisso da população foliã, com o coletivo. Há lixeiras distribuídas em muitos pontos do trajeto dos blocos, os banheiros químicos, ainda, são insuficientes, no entanto, as entidades organizadoras têm o ano inteiro para negociar, propor e exigir das prefeituras melhorias na infra-estrutura dos desfiles.
Francamente a maioria desses flagrantes não representa o samba!
Não dá para conviver com grosseria, abusos e violência. Ainda bem que, em algumas situações, se nota uma pequena mudança para melhor. Creio que campanhas com abrangência, meses antes da semana de folia, podem minimizar os estragos urbanos sofridos, a cada ano.
Entidades públicas e particulares precisam pensar a cidade, nesses dias em que é ocupada/invadida por milhares de turistas internos e internacionais.
Quem sabe funciona encaminhar grupos ou pessoas alcoolizadas, preventivamente, aos setores destinados à atendimento provocados por distúrbios e desrespeito aos direitos dos demais cidadãos? Fica uma sugestão para o Metrô do Rio: Coloquem vagões preferenciais para os foliões—com rodízios nas plataformas das estações e dentro dos carros— de voluntários, e ou seguranças orientando aos passageiros nas dúvidas, e contribuindo para uma viagem sem excessos, como os que assisti e a concessionária ignorou.
Bom Carnaval aos mais foliões que eu! Atualmente, gosto de ver, assistir e me refrescar nas ondas da praia ou num copitcho de chopp.
Na foto acima, um instante de máxima felicidade. Mestre Paulinho da Viola desfilando no bloco, recém criado, Timoneiros da Viola, no bairro de Madureira. Até nós que não estivemos lá nos alegramos com a poesia desse sorriso.
Salve Paulinho! Salve o Samba! Salve o Carnaval do Rio. Que o projeto siga vitorioso! Cantar os sambas de quadra das escolas, em blocos de Carnaval, em bairros onde o samba foi e tem sido muito presente.
Viva os sambas dos compositores de Botafogo, bairro onde nasci! Viva os sambas de Mauro Duarte, Valter Alfaiate, Zorba Devagar, o próprio Paulinho da Viola!
Um abraço cheio da alegria provocada por cenas doces, singelas e irreverentes do Carnaval de 2012.
Maysa
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012
FIM DE TARDE - Maysa Machado
FIM DE TARDE
Maysa Machado
Uma nuvem rosa pousa diante da janela.
Ou será que posa?
Singra o céu, abocanha espaços largos
Vai em direção ao poente.
Ganha o firmamento nuances violetas.
O murmúrio conhecido da brisa
balança as palmas altaneiras.
Entra pela janela suavemente.
Aragem passeia por véus
ondula como carícia a saia do vestido.
Parece acompanhar o canto sincopado das cigarras.
É a música do verão.
De mais um fim de tarde.
A brisa invade o calor,
acalma tudo.
Hoje, não haverá tempestade.
O céu coberto de cinza chumbo
Abre-se em flocos.
Asas e turbinas metálicas passam.
Palmeiras reinam
em meneios e contrastes
nas sombras da noite.
Elas vêm chegando.
O ventilador, em volta completa,
rodopia arabescos no teto.
Santa Teresa, 16 de fevereiro de 2012.
Enquanto isso, vamos nos guardando pra quando a folia passar...se o coração aguentar.
Maysa
domingo, 12 de fevereiro de 2012
PALAVRAS SEMPRE ME FIZERAM BEM - Maysa Machado
Maysa Machado
Palavras sempre me fizeram bem. Costumo lidar com elas tendo como aliado o prazer em decifrá-las. Em descobrir novos significados, usos e desusos.
É ludicidade genuína. Um dom recebido e acalentado.
Algumas quero ouvir, ditas ou sussurradas. Elas podem chegar de várias maneiras até minha sensibilidade auditiva e emocional. Amo seus sons, e só de pronunciá-las, já me sinto feliz.
Por exemplo: Alfaiate. Batuque. Gandaia. Treloso. Liberdade. Pirilampo. Alegria. Noite. Modorra. Afeto. Sabiá...
Essas pularam na frente de outras tantas que amo ler, escrever e ouvir. Espremo o espaço e recebo: Arcaico. Escrita. Tempo. Outono. Amor. Esperança. Afago. Saudade...
Tudo junto e misturado, tal qual sopa de letrinha, que na infância aliava sabor e curiosidade, formando palavras na beirada do prato. Caldo. Quente. Calor...
Quem disse que não faz bem chorar? Uma lágrima vertida tem beleza e silêncio. Então? Lágrima. Silêncio.
O que faz sentido nessa vida senão olhar a volta e perceber que tudo muda, se transforma. Não possuímos nada, nem ninguém. Apenas, desatamos os nós, tecemos teias infinitas, belas ou não. Com umas palavras criamos elos, inventamos, aprendemos, repetimos. Com as mesmas podemos interromper caminhos sabidos e juntos.
E até quando, por impedimentos, não ousamos pronunciá-las, descobrimos que muitas vezes o tempo apropriado já passou.
O Silêncio é frase. Contém significado que não se quer, ainda, revelado.
Santa Teresa, 12 de fevereiro de 2012
Um carinhoso e saudoso abraço de Domingo.
Maysa
sexta-feira, 27 de janeiro de 2012
HAICAI NA SEXTA - ASAS - Maysa Machado
quinta-feira, 19 de janeiro de 2012
QUEBRANDO O CLIMA - Maysa Machado
QUEBRANDO O CLIMA
Maysa Machado
Toques de celular atrapalham muita coisa! A etiqueta para o novo manejo longe está de ser absorvida por seus usuários. Quem dera que os jovens ou pessoas maduras, soubessem usar as fantásticas maquininhas.
Como será que forma e conteúdo desse uso alteram as relações? Sejamos convenientes no trato com a tecnologia adquirida. Conversas reservadas, jamais, poderiam ser gritadas no trajeto de metrô, ônibus, taxi, e filas de qualquer gênero.
Com freqüência assistimos o lugar evidenciado, do celular, à mesa de almoço, entre amigos. É gentil? Será imprescindível e oportuna essa outra pessoa, que não é mera presença virtual?
Usuário educado e amoroso vai pra cama com celular ligado, mesmo no silencioso? É delicado para com o parceiro?
A realidade é que cada um tem seu jeito e reage de forma distinta. Quer arriscar a quebrar o clima? Então tente.
Celular tocando na hora errada pode estragar muita coisa.
No Lincoln Center, na cidade de Nova York, na última terça feira, o Maestro Alan Gilbert interrompeu a execução da Nona Sinfonia, de Gustav Mahler.
O maestro tinha pedido aos músicos para executá-la de modo cauteloso, reservado, prolongado. A Sinfonia é conhecida por ser longa, e concebida por altas doses de emoção. Em meio à apresentação, um Iphone, bem na primeira fila, irrompe no ambiente, quebrando o clima.
Dizem que o proprietário, freqüentador assíduo da sala, não estava bem adaptado com o novo aparelho, configurou o perfil silencioso, mas o sinal que tocou foi o alarme.
O maestro, ainda tentou seguir a peça, mas o ruído não cessava. Então, parou, e comunicou, de forma civilizada, ao proprietário:
— Vamos aguardar.
Depois, em conjunto com as reclamações da platéia, que exigiam a saída do espectador ou o pagamento de multa, no valor de mil dólares, indaga:
— Desligou, ele?
No caso da Orquestra Filarmônica de Nova York, a retomada da peça exigiu do maestro, e de toda a orquestra, a repetição de trechos, já apresentados, da partitura.
“As sinfonias são como o mundo, devem conter tudo”, menos o toque intruso de um celular.
Talvez, seja preciso aprender urgente que, em momentos especiais saborear com enlevo uma récita musical ou um encontro marcado com o amor, é melhor evitar estragos deixando mudo o companheiro das horas mais estressantes.
Um abraço de janeiro.
Santa Teresa, 19 de janeiro de 2012
quarta-feira, 18 de janeiro de 2012
ENCONTROS DESMARCADOS - Maysa Machado
Por que nos encontramos? Existem milhões de pessoas no mundo que jamais conheceremos. Tampouco saberão de nós.
Saber e se aproximar de alguém é uma dádiva. Um compromisso de vida respeitar o jeito de cada um.
Ser fiel, a nós e ao outro, ao amor que despertamos. E simples, aceitarmos o vínculo de afeto que nutrimos, busca incansável desde que aqui chegamos.
Não ser dono de quem quer que nos cause esse inusitado afeto. Sentir a entrega como troca, não pertencimento subjugado.
Saímos da anônima existência. E aí?
A completude perdida é mitigada pela amizade, pelo amor. Simples e complexos sejamos honestos nessa arte intensa e fluida que é viver.
Amar é a lúdica possibilidade de receber a alegria de estar vivo. Vida passageira, efêmera, volátil, exercitada a cada dia.
Que os sentimentos puros prevaleçam, desprezando-se as manobras manipuladoras de poder.
Um pouco de sabedoria repetida, internamente: Viva o imponderável ! Nada está sob rígido controle.
Aceite que Viver é perigoso. Agradeça a Vida. Ela brota dentro do nosso coração.
Ah! Século 21, por que vos enganais? Transformando encontros possíveis e mágicos em relacionamentos banais.
Um abraço de janeiro.
Maysa
terça-feira, 10 de janeiro de 2012
O MUNDO GIRA E A LUZITANA RODA - Maysa Machado
Maysa Machado
Lá da memória salta a frase repetida em tom filosófico, na maioria das vezes mesmo, pura pilhéria carioca com o humor lusitano.
"O mundo gira e a Luzitana roda."
O bombardeio de imagens e slogans não havia invadido casas, mentes e escolhas individuais. A sociedade de consumo periférica engatinhava de modo tardio.
A frase feliz caiu no gosto popular, e abriu na imaginação miríades de mudanças. Não só as que a transportadora anunciava, e de fato conduzia.
Salto desse tempo da infância em que rodar era sinônimo de velocidade, e me vejo quietinha, defronte a tela do notebook, refletindo sobre o que fiz nesses primeiros dez dias de janeiro de 2012.
A resposta honesta é: Não sei. Aqui não registrei novos textos. Enrasco-me toda. Como assim? Fatos importantes aconteceram.
Final e início de ano contêm sempre impactos. Pessoas próximas, anônimas ou notórias, partem. Vida e morte se entrelaçam, diante dos olhos marejados ou de olhares secos pelo efeito paralisante do sofrer.
As festas recém findas expressando desperdício, consumismo exagerado, apenas, deixam a ressaca de exageros, em lugar dos mimos sonhados, nos sapatinhos esquecidos na janela.
Janeiro é mês de aperto e múltiplos pagamentos. A vida cobra.
Um novo personagem entra, sem ser convidado, no cotidiano de inquietudes - As decisões adiadas. A vida cobra em muitas parcelas. Juros sobre juros, talvez, nosso refinanciamento mais caro.
E as promessas não cumpridas? A mais próxima está na balança. Madrasta implacável, quase sempre confirma:
— É preciso girar o ponteiro para a esquerda.
Quer mais? Esqueceu da paixão complicada, de anos passados. Ela se reinstala na sua vida, e aí você se indaga:
— De novo?
Então, o que de importante já conseguiu desenrolar, nesse início de ano?
A avaliação seguinte é cruel.
— Há muito por fazer.
O mundo gira e a Luzitana roda, roda, roda.
— Eu preciso voar. Meu tempo, este, não consigo mais ter sob controle. Será que isso só acontece com gente distraída como eu?
Desejo que o Ano Novo, com apenas dez dias, nos traga descobertas, esperanças e promessas diferentes, novas ou não.
Novos olhares, sim, que possam umedecer diante da vida que brota, brota, brota.
Uma cartografia nova da nossa cidade - aldeia, e das gentes.
Um pouco menos de ziguezague. Afetos aceitos, sem rótulos, apenas vividos.
Mais coragem para dizer alguma frase feita e possível de criar mudanças em nossas vidas:
—Não quero. Não posso. Me ensina. Quer saber como se faz? Eu gosto. Eu te amo.
Santa Teresa, 10 de janeiro de 2012.
Com carinho, meu abraço.
Maysa
domingo, 1 de janeiro de 2012
FELIZ ANO NOVO...PASSA O TEMPO - Maysa Machado
sábado, 31 de dezembro de 2011
ANO NOVO E FELICIDADE
FELIZ ANO NOVO!
É assim que se diz, não é mesmo? Mas, lá no fundo do coração, sentimos que desejo só não basta! É preciso mais. Esse mais... que não sei o quê é, nem como é, também, não sei onde está... Que você encontre, em 2012.
Faça o que der na telha, seja muito feliz em 2012!
Maysa