... E não volto tão cedo.
segunda-feira, 11 de junho de 2012
OH! SOLITÁRIOS TEMPOS MODERNOS...
... E não volto tão cedo.
quinta-feira, 7 de junho de 2012
NO JUBILEU DE DIAMANTE DA RAINHA DA INGLATERRA
Maysa Machado
Tempo chuvoso, Rio quieto e cinza... Notícias na TV ontem, no jornal hoje... Lembrei de meu único encontro com Lilibeth. Já tinha esquecido a surpresa.
A época? 1968. Início do mês de novembro. Não, não foi no Rio... Morava na cidade de S. Paulo.
Os anos bicudos da Ditadura, nem permitiram curtir, com leveza, o inusitado encontro.
Meu espírito, então, bem mais velho e sofrido desprezava o vigor da real juventude, não saboreou...
O local? O Edifício Itália. Esse sim, um lugar importante na vida da jovem plebeia... Que dali pra cá mudou tanto de rumo e continuará, espero, mudando para melhor!...
Lilibeth e eu (rsrs) nos encontramos no hall do Edifício. Eu tentava sair do prédio, ela, soberana, era conduzida pelas autoridades ao Terraço Itália.
Seu destino além de ser vista: A Vista Panorâmica da cidade. E que eu menina carioca, me emocionava e deslumbrava toda manhã, e em todo por do sol, naquelas alturas do trigésimo sétimo andar. A primeira mega cidade tem seu encanto! E a gente nunca esquece.
Pelas minhas contas Lilibeth, estava com a metade da idade que tem hoje. Eu, ora era uma jovem da geração 68, que não sentia muito tesão por realeza.
O bom da vida é que os pontos de observação e... prazeres mudam.
Acho a velhinha Lilibeth moderna e discreta, como convém a membros da realeza e a todas as velhinhas interessantes!
Um abraço saudoso para os que visitam o O Ninho...
Maysa
segunda-feira, 14 de maio de 2012
UM TREM DENTRO DO CORAÇÃO - Maysa Machado
Hora de comer — comer!
Hora de dormir — dormir!
Hora de vadiar — vadiar!
Hora de trabalhar?
— Pernas pro ar que ninguém é de ferro!
E aqui, no meu quieto lugar...descobri:
UM TREM DENTRO DO CORAÇÃO
Maysa Machado
Lembrança puxa lembrança
com elas desfiadas, desenroladas
cheguei aos sons da minha infância...
Quem não tem, bem guardado,
em sua recordação
o apito insistente de um trem?
Querendo ou não, ele leva você,
como passageiro pra outra estação!
Santa Teresa 14 de maio de 2012
Nasci e me criei em Botafogo - na zona sul do Rio. Minha mãe, em Vila Isabel, bairro que dispensa apresentação. Meu pai, nos cafundós das Alagoas, em uma fazenda, na divisa com Pernambuco - município de Mata Grande.
Tive uma amiga, paulistana, que morava numa casa, bem perto da linha do trem. Nunca entendi como ela podia dormir!
Seu sorriso alegre me contava, sem precisar de palavra, que era feliz...
*Inezita Barrozo, fez a música para esse outro poema do Ascenso. "O trem de Alagoas".
sábado, 5 de maio de 2012
LUA CHEIA DE MAIO - Maysa Machado
quinta-feira, 26 de abril de 2012
BORBOLETA AMARELA E PRIMAVERA CARMIM - Maysa Machado
Maysa Machado
Nesse encontro presenciado por mim, reacende a energia e um novo olhar pra perceber o caminho entre o Ser e o Outro, que está do lado de fora.
Um abraço a todos! Em pleno outono carioca, temperaturas amenas...
segunda-feira, 16 de abril de 2012
CORAÇÃO POETA - Paulinho Tapajós e Nelson Cavaquinho
Nosso cancioneiro é rico, precioso. Ouçam com alegria esta linda melodia, poética, suave.
Sugestão: Se puderem saiam cantarolando...
Deus me deu um coração poeta
E a alma inquieta de um cantor
Pra que eu vigiasse a madrugada
Acordasse o sol e o Beija-Flor
Soltar a voz que nem um passarinho
Que ninguém prenderá jamais
São lindas minhas penas
Vale a pena ser quem sou
Se eu tenho o céu aqui no chão
Se eu tenho o mel no coração
terça-feira, 10 de abril de 2012
O PRIMEIRO QUARTO MINGUANTE DE OUTONO - Maysa Machado
O PRIMEIRO QUARTO MINGUANTE DO OUTONO
Maysa Machado
Júpiter e Vênus estão presentes e próximos
ao que meus olhos vêem, nesta noite carioca.
Zona sul... Aquém e além.
Lua, recém minguante, enforma-se em D
Estende véus e cavalga o negro céu.
Tudo silente, mudando passo a passo
Olho a olho.
Ilumina firmamento e terra.
Empresta seu brilho às nuvens cativas que ordenha.
Os aviões chegam e partem, deixam a nós a cidade.
O céu de Santa é pródigo em luzes, imagens e sons.
Não sei de horários permitidos para voar nas noites...
Sei dos espaços infindos em que vivo, observo e amo.
O céu habitado por planetas, estrelas, aviões e ruídos...
Por figuras estranhas e passageiras
É meu particular companheiro.
Inusitado traz seus sons bárbaros e humanos.
Em sua imensidão ameniza a dor de existir
que sinto.
E o silêncio fortuito repõe a vida
em seu lugar único.
Santa Teresa, 10 de abril de 2012
Um abraço
Maysa
sexta-feira, 6 de abril de 2012
SEXTA FEIRA SANTA - Maysa Machado
SEXTA FEIRA SANTA
Maysa Machado
Pintura de Giotto - Compianto sul cristo morto, Cappella degli Scrovegni, Padova.
(Para Eva)
Uma amiga, de fé judaica, me pergunta:
— Para vocês qual a data mais importante: O Natal ou a Páscoa?
Respondo:
— O Natal. Nele você comemora o nascimento de Jesus.
No entanto, é estranho que para a maioria, com quem convivo, aquela é uma data de celebração de nascimento e de ausência. Há um vazio, um buraco. No entorno, quase sempre, faltam muitos entes queridos.
O Natal, então, transmuta-se em celebração infantil. Carinhos e lembranças dirigem-se às crianças. A figura do Papai Noel avulta. É data muito importante nas celebrações cristãs.
A Semana Santa é mais complexa. Aceitar a Ressurreição é para poucos. Só mesmo com fé e espírito evoluído... A Sexta Feira Santa, então, nem se fala... Mesmo. Um convite ao silêncio, à reserva e cuidado interior.
Na minha infância, um dia de grandes tormentos. Ia à Igreja de Santa Terezinha do Menino Jesus, próximo ao Túnel Novo, em Botafogo, com minha mãe. Acompanhava a procissão e rezava pelo senhor morto. A imagem esculpida era tão verossímil que a achava verdadeira. Sofria na fila, a lenta agonia, e depois, com cada gota de sangue... Escorrido do rosto santo, os cravos às mãos, o corpo desnudo, acabavam de vez com minha alegria de menina.
Hoje, percebo em minha experiência de vida, que a representação primeira da imagem masculina é de um mártir.
Mas são doces aflições, avalio... Nos dias que correm a violência - tão intensa- em imagens difusas ou concretas que subvertem qualquer conceito, ou expectativa humanista. Há um Cristo imolado a cada dia. Uma Páscoa solene, em cada vida, que alcança o dia seguinte.
Então, minha amiga, confesso que me enganei. Um equívoco, doloroso e simples. Nos dias que correm, na Semana Santa, o ensinamento bíblico se reafirma. Embora a sociedade de Consumo de ênfase ao Natal. Precisamos do fato, do acontecimento, da lembrança.
Ressurreição a cada dia. É sempre um recomeço. Para os bons e leves de espírito... E para todos. Amém.
FELIZ PÁSCOA! À TODOS.
Um abraço
Maysa
quarta-feira, 14 de março de 2012
CAI A CHUVA -Maysa Machado
Cai a chuva. Final de tarde, de um final de verão carioca.
Cai com uma suave presença, um jeito maneiro de vir chegando. O calor intenso, abafado, mandou avisar. E a cidade escaldante precisava dessa lavagem. Do frescor de um banho de chuva.
Trovoadas esparsas, a brisa sorrateira entrando pela janela, sem bater portas, e até agora, nenhum raio. Uma chuva que o beiral das casas agradece, em que o barulho das grossas gotas inebria, parecendo sons de notas musicais, pausa, alegro ma troppo... Ronco suave de motor do avião das cinco, saindo do Santos Dumont.
Sonho com uma casa à beira mar, e as ondas encrespadas qual cabelos encaracolados subindo, descendo, espumando de alegria o espaço. Uma casa de praia pra ninguém querer sair, porque a chuva chegou. Uma chuva daquelas que o Tom cantou; uma chuva na roseira, “que só da rosa, mas não cheira a frescura das gotas úmidas... Ah! Você é de ninguém!”
E eu sou da chuva, do banho de alma que ela me traz. E vai saber o poder de quem tem a alma lavada! Só o balanço preguiçoso da rede pode contar.
Um abraço
Maysa
sábado, 10 de março de 2012
CIDADE PERIGOSA - MAYSA MACHADO
CIDADE PERIGOSA
Maysa Machado
Nasci e vivo aqui. Posso dizer que convivo, desde a infância, com as expressões mais legítimas da nossa cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro.
A primeira delas é a alegria, seguida pela irreverência, e logo acompanhada pela criatividade. Essas características humanas fazem a cidade mais bela. A natureza exuberante agradece nos brindando com dias maravilhosos e noites mágicas, quase sempre. Mas não é só isso!
A cidade tem mais, os governos fazem pouco, e a população - residente ou flutuante - precisa ser mais consciente, solidária, atenta. Um pouco mais civilizada.
Com certa tristeza, acompanho a crescente desinformação, a pouca educação passeando pelas ruas, calçadas, praças, praias, locais públicos em geral. No trânsito quase ninguém respeita placa, sinal, a velocidade permitida.
Campanhas públicas podem minimizar os problemas urbanos, mas o que resolveria, lá adiante mesmo, seria o compromisso de recuperar a escola pública de qualidade, o exercício de cidadania desde a primeira infância.
Enquanto isso não acontece, somos obrigados a conviver com a arrogância de toda ignorância. Ontem, uma amiga e eu, quase fomos cuspidas de uma calçada, bastante movimentada, no Largo do Machado. O jovem ciclista ia “costurando”, sem exagero, por entre pernas e braços de jovens, velhos, crianças, cadeirantes, pedintes, ambulantes...
Indaguei:
— Nem à calçada mais temos direito?
O rapaz fez um ar bastante incomodado com meu protesto, em forma de pergunta, e soltou essa pérola:
— Por que você não se orienta? Se oriente, mulher!
E seguiu orgulhoso... Para o meio fio.
Eu e minha amiga estamos de fato precisando de orientação. Na altura desse campeonato de grosserias urbanas, irresponsabilidades individuais e coletivas somos quase sempre alvos. Nós os cidadãos.
Hoje, leio o jornal e recolho sugestões oportunas e práticas para ciclistas em nossa cidade. As medidas de segurança servem para todos. Pedestres, motoristas, ciclistas. Abaixo o individualismo grotesco!
Um abraço de sábado carioca
Maysa
Para os que se interessam na matéria lida no jornal acessem aqui