TEMPESTADES
Maysa Machado
Raios, relâmpagos e trovões apareceram essa madrugada com
estrondosa pirotecnia. Arrancaram- me dos
sonhos, terminaram com meu sono e invadiram as horas seguintes deixando a manhã
confusa. Acordei tarde, atordoada sem saber se eles tinham sido reais ou se eu
os sonhara.
Através das notícias na rádio, soube dos estragos que a
chuva deixara na cidade, e uma das origens dos deixados em minha noite.
Por muitos anos, o lugar onde vivo foi bucólico, sossegado; meu sono aprendeu e requer certas condições.
Por muitos anos, o lugar onde vivo foi bucólico, sossegado; meu sono aprendeu e requer certas condições.
Santa Teresa vem sendo ocupada por novos moradores, com
predominância de estrangeiros, encantados com o Rio. O bairro está invadido por
obras. Reconstruções, reformas, poeira, barulhos vários, e quase todos
desnecessários, somam desgaste ao dia e ao cotidiano.
Por aqui não acordo mais na hora que desejo ou que o sono
acaba. Os gritos dos operários, as manobras excessivamente ruidosas dos carros,
dos caminhões com carga e descarga. A pressa urbana nos alcança.
E, o desmatamento indiscriminado
da vegetação encontrada. Morro acima foi tudo cortado e muito, na obra do
vizinho.
A chuva foi torrencial.
O barulho muito mais intenso, meus ouvidos atentos descobriram o que qualquer
pessoa encantada com a natureza sabe. Planta faz bem a terra, segura o solo,
abafa os ruídos, protege.
Quem ama, também, protege. Quem apenas ocupa... Leva mais
tempo pra aprender.
Santa Teresa, 26 de janeiro 2013.
Um abraço neste sábado.
Santa Teresa, 26 de janeiro 2013.
Um abraço neste sábado.
Maysa