sábado, 1 de janeiro de 2011
AMOR PAZ SAÚDE PROSPERIDADE ALEGRIA
quinta-feira, 30 de dezembro de 2010
HARMONIA, COMUNHÃO E SILÊNCIO
HARMONIA, COMUNHÃO E SILÊNCIO
Preparo o ANO NOVO dentro de mim! 2011 não me conta, absolutamente, nada do que nos trará!
Não sussurra, nem vocifera. Está se aprontando, tal qual uma folha em branco, à espera!
Nós agiremos, em conjunto. Ativos, dispostos ou paralisados pelo medo, cansaço. Com descrença não mexeremos palha alguma... É melhor ter perseverança.
Procuro as lembranças, momentos alegres vividos e agradecidos. Deixo prá trás o que não carece ser bagagem.
As dores e decepções humanas são como tudo, passageiras. É só entoar um mantra e louvar a paciência, dizem.
- Invente o seu! Escolha-o.
Ensinou-me uma sábia amiga, dia desses em que meu coração, sensível, amargava a dor infindável de amor.
2010 vai. Saudemos 2011. Há esperanças, muitas. Renovadas! De lá prá cá modifiquei tanta coisa em mim!
Descobrir sozinha não descobri... Contei com ajudas preciosas, pedi licença, fui à luta.
A poesia é minha madrinha. É um jeito de brincar com a dor.
Foi com Carlos, Cecília, Manoel, Mário, Gilka, Ana Cristina, Bárbara, Flor Bela.
A música “meu bálsamo benigno” com Vinícius, Tom, Villa, Dorival, Bidu.
Foi com Nise, Cândido, Graciliano, Rosa.
É com Beatriz, Alaíde, Oscar, Chico, Paulinho, Mautner.
Assim em Janeiro:A poesia de Paulo Leminski, a intensa Futuros Amantes de Chico, Narciso Yepes interpretando Villa-Lobos. Crônicas, poemas, alguns de minha autoria, foram chegando.
Fevereiro:Rendi homenagem à carioquice de Valter Alfaiate que nos deixava, lembrei do aniversário de César Faria, do seu violão tão preciso quanto suave. Deslumbrei com a foto de Custódio Coimbra, aquela do raio rabiscando o céu bem acima do Redentor! Seus trabalhos foram brindados com um livro e uma exposição nesse mês. Iluminei o Ninho com a voz de Elizeth cantando manhã de Carnaval, de Luiz Bonfá.
Março:Miou-Miou, uma gatinha linda, foi embora no final do verão, prometi nunca mais sofrer com animais de estimação. Lembrei muito de Dra Nise, e postei o título A Emoção de Lidar, para traduzir aquela dor. Tenho, ainda, comigo a xará da Doutora, rajada, pelo curto.
Pela Páscoa um poema - A enseada e o Rio- expressou a ressurreição sentida.
Trouxe para o Ninho a poesia de Lêdo Ivo, alagoano como meu pai e tantos que por aqui destaco.
Como adoro música fiquei na boa companhia de Georges Brassens, do Fado da Sugestão, de Coimbra, aprendido desde minha época jovem, na universidade. Chamei Cartola, Nelson Cavaquinho. Celebramos os 445 anos da Cidade Maravilhosa.
Abril:A voz de Bidu Sayão ajudou-me a saudar a vida na Semana Santa, Paixão e Páscoa. Fui à feira de domingo na Glória, com amigos queridos. Revivi o cinema de Eric Rohmer. Aqui, já perceberam, brindo sempre ao amor, em todas as suas expressões.
Creio mesmo que viemos ao mundo para celebrar a vida e o amor! O resto é conseqüência.
A poeta Adélia Prado sublinha:
Minha mãe achava estudo a coisa mais fina do mundo. Não é. A coisa mais fina do mundo é o sentimento...
Maio: Foi um mês plural: alegrias, tristezas, surpresas. Gente nova cantando bonito com a cantante Núria Pucci, a poesia de Ana Cristina César que partiu há tanto tempo e tão cedo... As lembranças saudosas da mãe, as alegrias com os netos.
Junho: Embalei-me na paz simbolizada em uma pomba branca que fotografei ao sol do meio dia, na pista de correr da Lagoa (Rodrigo de Freitas).
Julho: Recordei com Alcione Araujo que Urgente é a Vida, escrevi Lições da Noite, em Galos. Um galo canta/Quatro e vinte da madrugada/ Não durmo não canto /Esquecimento abandono/Mais nada. Mais nada.
Postei com alegria o Poema da Gatinha -primeiro poema da Mabi, minha neta de oito anos.
Compartilhei as belas fotos de Tina Modotti, fotógrafa e ativista política.
Agosto: Graciliano nos relembra que “... Isso é uma arenga besta!” (pag.54), no dizer de Caralâmpia, a menina princesa de Tatipirun. Homenagem de Graça feita à amiga e conterrânea Nise da Silveira, que tinha esse apelido na infância.
Transformo em crônica um fato inusitado, entre a vizinhança e orquídeas.
Setembro: Dores no estômago quase provocam um estrago, não fosse a chegada da primavera e a descoberta bucólica que faço!Rsrs.
Mãos gulosas, sensações passageiras...
Outubro: Trago novos temas em poemas - Sem Memória, Instantes.
Novembro: A Canção do Amor Fugaz é selecionada num concurso de poesias... Fico feliz. Escrevo Ipê Amarelo, a partir de uma foto dourada, esplendorosa, com sombras especiais.
Dezembro: Está em seu último dia.
Amanhã 2011 chega! Querem refletir sobre o amanhã?
Ante ontem, colocando meu neto para dormir, e ao concluir- com ele- as narrativas do dia, senti uma intensa sensação, uma forma diferente de paz.
Inundou-me a plenitude do instante, a harmonia, a comunhão, e o silêncio combinado com o amado pequeno.
Para os que estiverem em minha cidade sugiro: procurem o Teatro Municipal e, após verem os painéis GUERRA E PAZ de PORTINARI, desejem ardentemente que a PAZ nos guarde a todos!
Para os amigos distantes insisto: abracem os próximos, amem, desejem essa paz entre todos nós, forte e necessária.
Um FELIZ NOVO ANO!
A todos meu carinhoso abraço.
Maysa
quarta-feira, 29 de dezembro de 2010
QUEREM REFLETIR SOBRE O AMANHÃ?
terça-feira, 28 de dezembro de 2010
PORTINARI- PAINEIS GUERRA E PAZ NO TEATRO MUNICIPAL
segunda-feira, 27 de dezembro de 2010
AS SEM-RAZÕES DO AMOR - CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
sexta-feira, 24 de dezembro de 2010
POEMA DE NATAL - VINICIUS DE MORAES
Poema de Natal
Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.
Assim será nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.
Não há muito o que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez de amor
Uma prece por quem se vai
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente.
Natal é essa imensa possibilidade de ficarmos alegres na tristeza e tristes na alegria...
Um Natal sereno e profundo.
Meu abraço
Maysa
segunda-feira, 20 de dezembro de 2010
VERÃO DE 2010
As festas de final de Ano, sobretudo o Natal, sempre me perturbaram.
Delas gosto e não gosto.
Entretanto, sinto a leveza que paira, insiste em ficar, colada ao burburinho, à pressa da multidão, assim feito um anjo protetor que te aconselha a não entrar na insana correria, a respirar e buscar os lugares tranquilos que a cidade, de forma acolhedora, nos oferece.
Aprendo a buscar o amigo suave, o companheiro amoroso que está em algum lugar, bem perto do meu coração.
Também percebo ondas de saudade, encontro um pouco da tristeza que paira, lado a lado, com os festejos, as luzes, as surpresas e os afetos declarados. Há muita dor e solidão desprezados. Vale recordar que o que é bom dura pouco e o que não é, também. Breve é a vida.
Melhor assim, sentir toda a energia que o momento produz.
Alternar alegria, encantamento com um jeito de olhar circunspecto, solene.
Cada Natal é tão diferente do outro... Em nossas vidas pessoas chegam, partem, somem, riem, desconversam. Há as que fazem chorar, rompem, assustam-nos com a frieza que trazem escondida.
Há as que adiam, deixam para o ano que se aproxima a lida de seus projetos... E interferem nos nossos!
Cada Natal é diferente do outro, é único. Nunca mais se repetirá.
Aproveito bem os Natais saborosos, com ensinamentos e vivências atravessam os anos seguintes.
Este Natal agradeço aos que a vida aproximou de mim e me deixaram um sorriso, um poema, uma lágrima escondida, uma palavra suave e terna, um olhar amoroso.
Agradeço da mesma forma aos que não puderam deixar tais relíquias, mas me surpreenderam, causaram espanto, decepção ou desconforto.
Passados esses momentos descobri que me fizeram aprender novos caminhos, alguns para caminhar sozinha, reconfortada, refeita pronta para olhar o mundo com perspectivas renovadas.
Hoje entra a estação do Verão. Quente, muito quente em nosso hemisfério. Contemplo a luz intensa, a claridade escandalosa das manhãs, o por-do-sol triunfal.
A magnífica lua cheia no céu deste dezembro, as pessoas amorosas com quem tenho convivido...
Agradeço este milagre que é suportar a dor de estar vivo, ser feliz por instantes, e de novo acreditar no novo.
Um abraço aos que passam
Maysa
domingo, 19 de dezembro de 2010
O MENINO DA BICICLETA
O MENINO DA BICICLETA
Maysa Machado
Jovem, dezoito anos
Pedalando, pedalando
Feliz na madrugada
Do Jardim Botânico.
Êxtase traduzido em silêncios e pios...
Pedalando... sentindo os cheiros
De cada árvore, de cada flor!
Manhã se anunciando
Asfalto negro e vazio
Negando a característica diurna
Diluído se desfazia...
Beira a noturna cidade
Em sua perdida paz
Sorve a rara magia
O menino pedalando, pedalando...
Felicidade de quem descobre
Momentos e coisas tão delicadas
Como o orvalho...
Das primeiras madrugadas.
Uma canção, um assovio.
Ah! Mais que efêmero
Apenas um momento mágico
Cruelmente eternizado
Para todo o sempre trágico.
Na pressa de alguém
Sob o álcool angustiado
A Morte rouba o menino.
E daqui há muitos e muitos anos
Nem se ouvirá falar da bicicleta singela
E do ingênuo guri
Na madrugada tranqüila
Pedalando no bairro
Destruídos pelo carro veloz.
Só uma certeza
Ao motorista assassino
Nenhuma pena traria de volta
O êxtase e celebração da vida
Interrompidos...
Numa curta e definitiva madrugada.
..................
Nem jamais o menino em seu passeio.
Santa Teresa, 22 de setembro de 2007.
Um abraço de domingo
Maysa
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
OSCAR NIEMEYER - 103 ANOS
OSCAR NIEMEYER – 103 ANOS
Esse brasileiro especial, brilhante, simples e longevo atravessou o século, e mais três anos. Na data de hoje, 15 de dezembro, comemora aniversário.
Lembro de uma entrevista, dada por ele numa emissora de TV, na ocasião de seus oitenta anos. Foi tão indagado, de diversas maneiras, sobre o mesmo e surpreendente passar do tempo.
Respondia, com modéstia e muita paciência... Nem havia notado e que fazer oitenta anos não era nada de mais! Até hoje, creio que responde a essas mesmas perguntas.
Desconfio que para o Brasil, seus familiares e nós, seus admiradores, é muito expressiva essa comemoração. Saudamos a dignidade cívica de Oscar, a lealdade aos amigos, o amor pela vida e pelo país, a exuberância que seu trabalho revela. Os atributos humanos de Oscar acompanham nossos desejos de um mundo melhor.
Sua travessia feita com criatividade, lucidez, vitalidade... E muito trabalho. Muita generosidade e ligação com o povo brasileiro, com suas causas e direitos.
Oscar Niemeyer é um dos melhores brasileiros, transfere -a cada um de nós- o sentimento de honra por ter nascido aqui, ter acreditado que é possível sonhar, transformar e realizar.
Sua obra é testemunho do entrelaçamento de presente e futuro, e mais, amálgama de concreto e poesia, seu otimismo inquebrantável nos faz seguir adiante e acreditar também.
Curvas sinuosas, doces curvas do feminino, suspensas etéreas e palpáveis em nosso dia-a-dia...
Em São Paulo, cidade que morei, em meu trajeto diário passava pelo prédio COPAN, próximo a Praça da República, o atrativo diferencial no concreto estava ali, no olhar amoroso que dirigia ao prédio, um símbolo de singularidade e excelência.
Oscar é isso em nossas viagens diárias por nossas origens, por nossa cultura.
Um sopro bom de vida e amor!
FELIZ ANIVERSÁRIO QUERIDO OSCAR, arquiteto por vocação, construtor de cidades, catedrais e sonhos! Símbolo melhor de nossa brasilidade.
Um abraço aos que passam!
Maysa
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
VIAGEM DE NAVIO
foto by cel/maysa/2010
VIAGEM DE NAVIO
Maysa Machado
Foi ao mar
Sem saber era
Sua última viagem.
Europa, frio
Saudade do Brasil.
Da mulher, das filhas.
O tempo findo.
Longo para o regresso
Estava envolto
Nas brumas, vagas e silêncios.
Sua última viagem...
O mar surdo aos lamentos.
Quando chegou, assim morto,
Assim frio,
O forte cheiro de cânfora
Tomou conta da pequena sala
Onde duas mulheres
E duas meninas
Aguardavam por ele.
As crianças choravam.
As duas mulheres também
Uma era a jovem esposa
Outra a tia e companhia.
Sempre essa história triste
De um pai que regressa morto
Um homem muito amado...
Me acompanhou.
Era o buraco, o vazio deixado
No coração órfão de minha mãe.
Tantos anos já passados...
Agora ele repousa
Em paz eterna, lá em seu jazigo
Não sabido, não visitado.
Santa Teresa, 12 de dezembro de 2010
Obs. Poema dedicado a Maurice, com toda minha gratidão
Abraço aos que passam.
Maysa