MEDO DE AMAR
Vire essa folha do livro e se esqueça de mim
Finja que o amor acabou e se esqueça de mim
Você não compreendeu que o ciúme é um mal de raiz
E que ter medo de amar não faz ninguém feliz
Agora vá sua vida como você quer
Porém, não se surpreenda se uma outra mulher
Nascer de mim, como do deserto uma flor
E compreender que o ciúme é o perfume do amor
DEIXA
Deixa
Fale quem quiser falar, meu bem
Deixa
Deixa o coração falar também
Porque ele tem razão demais
Quando se queixa
Então a gente
Deixa, deixa, deixa, deixa
Ninguém vive mais do que uma vez
Deixa
Diz que sim pra não dizer talvez
Deixa
A paixão também existe
Deixa
Não me deixes ficar triste
Mergulhada em lembranças caprichosas faço parada obrigatória em Vinicius de Moraes, o poeta, o doce poetinha da juventude e primeiros sonhos de muitos adolescentes, em algumas gerações, a começar pela minha.
Generoso com a vida, com os amigos, e com as mulheres - o poeta só amor - deixou para sempre, e para quem quiser aprender a amar, lições autênticas, especiais... Quem não tiver medo deve trilhar esse caminho... Em direção ao mar, permeado de espumas, vagas, solidão... Por toda a sua vida.
Sigam os rastros de Vinicius aqui.
Com ele aprendi a amar e ser só perdão! Não deu sempre certo nas oportunidades e circunstâncias em que o amor me apareceu. Mal nunca me fez, nem fará.
Fiquei mais humana, sensível, e conheço a boa solidão. Deixando claro que as tentativas amorosas são como muitas das viagens que pretendemos e sonhamos fazer... Os preparativos excedem a realidade. A excitação nos toma quando iniciamos uma relação amorosa, expectativas são impossíveis de deixarem de ser construídas. Bem melhor, quem sabe, é tentar um poema!
Agora, neste mundo onde o amor se liquefaz, evapora, e não aparece mais com intensidade e freqüência, em nossos dias, cabe a pergunta: Será que não se fazem mais poetas como antigamente? Rsrsrs.
Ou a pergunta será: Não se fazem mais amantes como os do tempo do Vinícius? As matrizes foram quebradas?
A cantora, Mariana de Moraes, destaca algumas de suas músicas preferidas nas que o avô compôs. Delas três coincidem com minha preferência: Medo de Amar, Deixa e Estrada Branca.
Dica do vídeo com Chico cantando e tocando Medo de Amar, postado aqui no Ninho em fevereiro de 2009.
Dica da letra de Estrada Branca lá no site, na Antologia de Mariana.
Só posso acrescentar que minhas ilusões foram todas acalentadas com boa música, e vozes divinas como a de Elizeth Cardoso, sua interpretação dessa música vive em meu coração.
E para provocar aos que por aqui passam, fica a lição:
“... E a coisa mais divina que há no mundo é viver cada segundo como nunca mais”... (Tomara, com Vinicius e Maria Creuza).
Um abraço carinhoso nesta sexta-feira nublada, aqui no Rio.
Maysa