terça-feira, 18 de maio de 2010
NAS ONDAS DO RÁDIO - JACKSON DO PANDEIRO
Pela manhã o noticiário era ouvido enquanto meu pai fazia a barba, e logo após saía para o trabalho! Alegre assoviando alguma canção. Na hora do almoço e à noite o Reporter ESSO.
Avançando o relógio os programas de variedades acompanhavam a lida diária de minha avó. Nós brincávamos e à noitinha seriados como Jerônimo, o herói do sertão ou O ANJO encantavam todas as crianças com mistérios e aventuras.
À noite as novelas, os programas humorísticos relaxavam a família . Tinha um, em horário bem tarde, uma vez por semana, e nós não tínhamos autorização para ouví-lo: eram histórias sobrenaturais. Almirante, um radialista importante apresentava aquele programa - Incrível , fantástico , extraordinário!
O Nordeste presente com seus ritmos trepidantes, ingênuos, bem humorados invadiam nossos ouvidos, davam vez às nossas alegrias, nos fazíamos brasileiros .
Luiz Gonzaga, Manezinho Araújo, Dorival Caymmi, Jackson do Pandeiro
e tantos outros traziam o Brasil para dentro de nossas casa.
Hoje o que a TV brasileira programa para essa integração , um direito de todos?
Com saudade da infância encomendei Dose Dupla de Jackson do Pandeiro! Espero que gostem e aprovem!
"No Rio, já trabalhando na Rádio Nacional, Jackson alcançou grande sucesso com O Canto da Ema, Chiclete com Banana, Um a Um e Xote de Copacabana. Os críticos ficavam abismados com a facilidade de Jackson em cantar os mais diversos gêneros musicais: baião, coco, samba-coco, rojão, além de marchinhas de carnaval."
Querendo saber um pouco mais sobre esse artista, para muitos a verdadeira matriz de tantos outros, como João Gilberto, Gilberto Gil clique aqui
Abraços
Maysa
PS: Peço a compreensão de todos os que por aqui passam, mas a partir dessa data, estarei usando a ferramenta disponível para moderar os comentários. É que há algum tempo , comentaristas anônimos vêm fazendo uso do blog com objetivos que destoam dos nossos. Um blog sobre nossa cultura, com destaque para a poesia e a música e outros encantamentos daqui e de alhures.
Não desistam dos comentários fico bastante feliz ao lê-los.
domingo, 16 de maio de 2010
ALBERT ECKHOUT - Retrato de um Brasil holandês
Esplendorosa captura do outro contém este quadro do Albert Eckhout. (1)
Fantasiosa realidade. Minúcias e silêncios do que se supõe descoberta. A nudez ignorada sob o manto criado pelo olhar de outra cultura.
Enquanto a alma prevalece consagrada na diferença de ser.
O inverso também acontece, mas é sempre outra história.
Abraço de Domingo, um domingo de Maio.
Maysa
(1) Albert Eckhout (Groningen, 1610 — 1666) Pintor, desenhista, artista plástico e botânico. É autor das mais significantes representações do Brasil holandês. Predominando como temas os indígenas e paisagens da região Nordeste do Brasil.
sexta-feira, 14 de maio de 2010
NURIA PUCCI - una cantante argentina
Conheci a NURIA em Santa Teresa, e convido aos que, por aqui, estiverem no Domingo para vê-la e conferir os dons
Sábado 15 de maio: SALOON 79 Participação especial
Endereço.Almirante Alexandrino, 5011.Largo dos Guimarães
...Santa Teresa.. tel: 21 2221-8992 - 19hrs, entrada franca.
quarta-feira, 12 de maio de 2010
ANA CRISTINA CÉSAR - POETA
Fez parte da geração mimeógrafo, dos anos setenta. Sua obra é reconhecida e para quem quiser relembrar poemas e seus textos poéticos sugiro que procure aqui.
Estou Atrás
do despojamento mais inteiro
da simplicidade mais erma
da palavra mais recém-nascida
do inteiro mais despojado
do ermo mais simples
do nascimento a mais da palavra.
sábado, 8 de maio de 2010
SEGUNDO DOMINGO DE MAIO- ALEGRIAS e DOR
A tristeza faz parte da vida. Ensina a ser manso e a falar baixo... Diz -nos Rubem Alves; então vou aceitando esses dias onde sua visita não me aquieta, mas como toda tristeza que se preza, impõe-se.
Admito o passar do tempo, transformando-nos em criaturas fugazes, etéreas. Projetos que perdem o sentido ou urgências que nos atravessam. Vida que chega e que parte, independente de nossos desejos.
Nos traz suculentos desafios para serem digeridos, calmamente. O tempo corre lá fora e, aqui dentro do peito, o compasso é idêntico. A pulsação ironiza a emoção. Tudo pode tornar-se igual para ser diferente, em nós! Mais uma vez. O que perdurará?
Acredito no amor; em todas as formas do amor. Viver é : contemplar e agir para que o amor brote sempre. Apareça em cada olhar, sob sorriso ou lágrima vertida. E, suponho cada cântico uma oferenda à vida pelo amor aturdido ou sereno!
O que dizer desse amor que encanta a, quase todos, nós mortais? O Amor maternal!
Amor sem restrições, na prática incondicional de ver no outro um pouco de si , e descobrir ao encontrar-se no outro.
A maternidade pode ser construída num exercício intenso de generosidade, afeto, alegria e tormento insondáveis.
A data é tratada como um achado comercial gera vendas, ansiedades e frustrações para os que acreditam que comemorá-la requer compras, adulações e sacrifícios intermináveis... Materiais!
Entretanto, há que ter dentro do coração não mais que uma singela lembrança por aquela que te trouxe ao mundo.
Ou mesmo por aquela que cuidou de tua infância, de tua saúde, dos teus sonhos. Por aquela em que o cálido ou esquálido colo, ninho oferecido te adestrou para as constantes tempestades deste mundo.
Neste dia dedico emoção e pensamento à minha mãe Nila, minha avó materna Maria da Conceição/Sindoca e minha tia Hilda, mulheres que me receberam com alegria e intenso amor, e de suas ausências até hoje me ressinto.
Para todas as mulheres mães ou que ainda acalentam o sonho de se transformarem desejo, carinhosamente, boas reflexões e bons encontros com a maternidade.
segunda-feira, 3 de maio de 2010
ADONIRAN BARBOSA - UM ARTISTA PLURAL
Adoniran
A importância desse artista para a nossa cultura, e a do paulistano em particular, é marcante. Ele soube registrar em suas letras e composições, cheias de humor, a fala dos migrantes, de todas as regiões do nosso país, e a presença dos imigrantes, sobretudo , os de origem italiana como seus pais que vieram de Veneza. Um cronista expressivo de sua época e de sua cidade - a S.Paulo .
Sua temática está presente até, hoje, nas dificuldades encontradas pelas populações das camadas menos favorecidas, nos despejos das moradias em áreas de risco, no transporte difícil, nos desabamentos e nos amores não correspondidos.
"Saudosa Maloca", "Trem da Onze" e "Tiro ao Álvaro" são lembradas, cantadas.
Adoniran foi o tema de um trabalho, recém concluído, por um grupo de alunos da Escola de Música Villa - Lobos, aqui no Rio , do qual fiz parte.
Trago aqui para O Ninho, essa maravilhosa charge do artista.
Ela é de outro artista, meu amigo Bruno Liberati, que pode ser encontrado, lido, visto em seu blog Liberatinews :Aqui.
Feliz decisão de ilustrar nosso trabalho, com ela. Ficou chique no úrtimo !
Brunão você, é campeão! Aliás, nós somos campeões estaduais.Viva o Fogão!!
Abraços em quem passar por aqui! Curtam o "Tiro ao Álvaro"
Maysa
sábado, 1 de maio de 2010
MAIO, MARIA , MÃE, NETOS e MAR...
Maio chegou. Encontrou-me de coração triste, uma querida amiga a menos no convívio. A esperança aturdida, porém, renovada a cada instante... Viver é sempre arte delicada, frágil que exige coragem e amor!
Um tanto pela alegria de ser avó de 3 meninas e um menino, doces e levadas crianças, que me empurram ou me puxam prá vida, resisto. Sozinha continuo, eu mesma, a caminhada sem retorno.
Enquanto saboreio, cada instante, experiências, descobertas e, sobretudo ,cada lembrança boa.
Crio poemas como quem tece um bordado , teço a vida em silêncio delicado.
Outro dia voltando da Barra, admirando a paisagem belíssima do mar soberano escrevi:
NO ELEVADO DA BARRA SENTIDO ZONA SUL
Colho do mar... belo
E triste esplendor.
Manso remanso
Aparência ondular
São as águas cinzas
Tristes tons de tintas
Ondas brandas
entrecortando vagas bravias
Amaciando pedras
Embalando canções
De mais nenhum despertar.
Guardam-se sonhos, mistérios
Na profundeza do mar.
Manso remanso...
Reencontro-me nesse olhar.
Guardam-se magia, segredos.
Dores, tristezas
E não as consigo embalar.
Preciso de asas, nostalgia
Um território amplo
Mata fechada, campo florido
Pradaria... Para as cinzas
Com firmeza espalhar.
As cinzas dos amores findos
Dos amigos mortos
Das perdas tantas
Insistentes companhias
Em meu quase longo caminhar.
Barra, 28 de abril de 2010.
Um abraço afetuoso
Maysa
sexta-feira, 30 de abril de 2010
BIDU SAIÃO e DI CAVALCANTI - JUNTOS
Dois brasileiros que amamos. Primeiras escolhas nos laços oferecidos pela infância, adolescência com a cultura. Não mais se desconhece, nem deixa de emocionar.
Essas instigantes pinturas, de Di Cavalcanti, vi numa exposição do Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), aqui no Rio.
Bidu e Di juntos é trabalho de internauta amante das expressões arquibrasileiras. Encontra-se no you tube o inimaginável!
Amei essa poesia toda em forma, cor e som e trago-a para o Ninho.
Um abraço carinhoso
Maysa
terça-feira, 27 de abril de 2010
VINICIUS DE MORAES, sua POESIA companhia e solidão
Não precisa ser homem, basta ser humano, basta ter sentimentos, basta ter coração. Precisa saber falar e calar, sobretudo saber ouvir. Tem que gostar de poesia, de madrugada, de pássaro, de sol, da lua, do canto, dos ventos e das canções da brisa. Deve ter amor, um grande amor por alguém, ou então sentir falta de não ter esse amor.. Deve amar o próximo e respeitar a dor que os passantes levam consigo. Deve guardar segredo sem se sacrificar.
Não é preciso que seja de primeira mão, nem é imprescindível que seja de segunda mão. Pode já ter sido enganado, pois todos os amigos são enganados. Não é preciso que seja puro, nem que seja todo impuro, mas não deve ser vulgar. Deve ter um ideal e medo de perdê-lo e, no caso de assim não ser, deve sentir o grande vácuo que isso deixa. Tem que ter ressonâncias humanas, seu principal objetivo deve ser o de amigo. Deve sentir pena das pessoa tristes e compreender o imenso vazio dos solitários. Deve gostar de crianças e lastimar as que não puderam nascer.
Procura-se um amigo para gostar dos mesmos gostos, que se comova, quando chamado de amigo. Que saiba conversar de coisas simples, de orvalhos, de grandes chuvas e das recordações de infância. Precisa-se de um amigo para não se enlouquecer, para contar o que se viu de belo e triste durante o dia, dos anseios e das realizações, dos sonhos e da realidade. Deve gostar de ruas desertas, de poças de água e de caminhos molhados, de beira de estrada, de mato depois da chuva, de se deitar no capim.
Precisa-se de um amigo que diga que vale a pena viver, não porque a vida é bela, mas porque já se tem um amigo. Precisa-se de um amigo para se parar de chorar. Para não se viver debruçado no passado em busca de memórias perdidas. Que nos bata nos ombros sorrindo ou chorando, mas que nos chame de amigo, para ter-se a consciência de que ainda se vive.
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sexta-feira, 23 de abril de 2010
JORGE DA CAPADOCIA E DO RIO DE JANEIRO
Minha Oração
Brindo ao santo guerreiro:
Jorge!
Só devoção
Poderosa esperança
Reside em vós...
Dos aflitos e humilhados
Jorge é voz!
É escuta
Redenção
Promessa e Fé.
Vitória nos acolhe
Jorge, me empresta o seu dragão!
Cordas, grilhões, se partam
Pedras não se movam
Olhos, pensamentos, mãos
Não nos atinjam em nenhum mal.
Jorge vem! Se achegue
Espalhe
Amor e proteção.
Santa Teresa, 23 de abril de 2010
Ps: Homenagem a meu pai que, se vivo fosse, teria feito -dia 20 de abril - 96 anos!
Era um fervoroso devoto de São Jorge!
Maysa