Esta manhã caminhando por rua do Centro do Rio, próxima ao Passeio Público, ouvi cânticos e os sons de atabaques.
Surpresa não atinei logo. Coincidiu com o bater dos sinos da velha Igreja de NSª do Carmo, da Lapa.
A data e sua festividade têm manifestação recente em ruas de nossa cidade. A maior expressão do culto à Rainha do Mar se dá, como todos sabem, na despedida do Ano. Os adeptos do candomblé e todos que admiram a beleza comparecem.
O frenesi, o entre e sai em todas as praias, quando as oferendas são entregues é mesclado com a devoção respeitosa e doce que IEMANJÁ desperta.
Tentei uma espécie de reciclagem mental... Matinal.
Teria eu me transportado para Salvador? A imagem desfilava em carro aberto, feito os dos trios elétricos! Um pequeno cortejo de pessoas vestidas de branco acompanhava e cantava, oferecia flores.
A última badalada do sino me situou, auxiliada pelo relógio digital que informava em exatos minutos e segundo: 11 horas.
O Rio ainda é bucólico! Por átimos, mas é...
A singela manifestação cativou meu coração distraído, porém atento aos momentos em que o uso do espaço urbano é exercido, com descontrole, muitas vezes recebendo o apoio das autoridades.
O cortejo seguia bem diferente sim, pois não costuma assolar quarteirões, não trazem ônibus fretados nem milhares de pessoas acorrendo aos locais aprazados. Há uma suavidade em sua constituição. IEMANJÁ - A MÃE DOS ORIXÁS - É DOCE E SERENA.
Nada contra religiões em suas diversidades e representações aqui na terra. Os macro-cultos orquestrados por homens, poderosos formadores de opinião pública, bem poderiam ser tocados por esta singeleza que me tocou!
O planeta e os viventes nas grandes cidades nas horas de oração precisam de muito pouco, quase nada. Além do silêncio que é uma forma de oração...
Flores, cânticos, ritmos e alegria de estar vivo nesse mundo, apesar dos homens gananciosos que nela habitam.
Ah! Um pequeno detalhe que poderá ajudar a exaltar o ambiente de momentâneo júbilo:
Buzinas são os sinais da impaciência das grandes cidades! Ouçam os sinos.Não as usem. Guardem-nas na próxima homenagem à IEMANJÁ.
Ela é a Rainha do Mar passeando em seu dia de Festa!
Um carinhoso abraço a todos
Maysa