terça-feira, 2 de novembro de 2010

AUGUSTO DOS ANJOS - O FIM DAS COISAS -














O Fim das Coisas

de

Pode o homem bruto, adstrito à ciência grave,
Arrancar num triunfo supreendente,
Das profundezas do Subconsciente
O milagre estupendo da aeronave!

Rasgue os broncos basaltos negros, cave,
Sôfrego, o solo sáxeo; e, na ânsia ardente
De perscrutar o íntimo dorbe, invente
A lâmpada aflogística de Davy!

Em vão! Contra o poder criador do Sonho
O Fim das Coisas mostra-se medonho
Como o desaguadouro atro de um rio…

E quando, ao cabo do último milênio,
A humanidade vai pesar seu gênio
Encontra o mundo, que ela encheu, vazio!


É, Augusto dos Anjos , assusta e encanta nossos fantasmas. Quem de nós não ficou com a respiração ofegante em cada estrofe, em cada cilada que a vida arma e a vida desmonta?

Abraço neste feriado criado para a íntima reflexão.

Maysa

2 comentários:

Bemvindo Sequeira disse...

Fico feliz por visitar teu blog. Gostei muito. Parabéns. Bemvindo Sequeira

Maysa disse...

É uma honra. Visite-me sempre que puder.Quando tiver espetáculo envie o folder, terei imenso prazer em divulgar.
Carinhoso abraço.
Maysa