
quarta-feira, 29 de dezembro de 2010
QUEREM REFLETIR SOBRE O AMANHÃ?

terça-feira, 28 de dezembro de 2010
PORTINARI- PAINEIS GUERRA E PAZ NO TEATRO MUNICIPAL

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010
AS SEM-RAZÕES DO AMOR - CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010
POEMA DE NATAL - VINICIUS DE MORAES

Poema de Natal
Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.
Assim será nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.
Não há muito o que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez de amor
Uma prece por quem se vai
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente.
Natal é essa imensa possibilidade de ficarmos alegres na tristeza e tristes na alegria...
Um Natal sereno e profundo.
Meu abraço
Maysa
segunda-feira, 20 de dezembro de 2010
VERÃO DE 2010

As festas de final de Ano, sobretudo o Natal, sempre me perturbaram.
Delas gosto e não gosto.
Entretanto, sinto a leveza que paira, insiste em ficar, colada ao burburinho, à pressa da multidão, assim feito um anjo protetor que te aconselha a não entrar na insana correria, a respirar e buscar os lugares tranquilos que a cidade, de forma acolhedora, nos oferece.
Aprendo a buscar o amigo suave, o companheiro amoroso que está em algum lugar, bem perto do meu coração.
Também percebo ondas de saudade, encontro um pouco da tristeza que paira, lado a lado, com os festejos, as luzes, as surpresas e os afetos declarados. Há muita dor e solidão desprezados. Vale recordar que o que é bom dura pouco e o que não é, também. Breve é a vida.
Melhor assim, sentir toda a energia que o momento produz.
Alternar alegria, encantamento com um jeito de olhar circunspecto, solene.
Cada Natal é tão diferente do outro... Em nossas vidas pessoas chegam, partem, somem, riem, desconversam. Há as que fazem chorar, rompem, assustam-nos com a frieza que trazem escondida.
Há as que adiam, deixam para o ano que se aproxima a lida de seus projetos... E interferem nos nossos!
Cada Natal é diferente do outro, é único. Nunca mais se repetirá.
Aproveito bem os Natais saborosos, com ensinamentos e vivências atravessam os anos seguintes.
Este Natal agradeço aos que a vida aproximou de mim e me deixaram um sorriso, um poema, uma lágrima escondida, uma palavra suave e terna, um olhar amoroso.
Agradeço da mesma forma aos que não puderam deixar tais relíquias, mas me surpreenderam, causaram espanto, decepção ou desconforto.
Passados esses momentos descobri que me fizeram aprender novos caminhos, alguns para caminhar sozinha, reconfortada, refeita pronta para olhar o mundo com perspectivas renovadas.
Hoje entra a estação do Verão. Quente, muito quente em nosso hemisfério. Contemplo a luz intensa, a claridade escandalosa das manhãs, o por-do-sol triunfal.
A magnífica lua cheia no céu deste dezembro, as pessoas amorosas com quem tenho convivido...
Agradeço este milagre que é suportar a dor de estar vivo, ser feliz por instantes, e de novo acreditar no novo.
Um abraço aos que passam
Maysa
domingo, 19 de dezembro de 2010
O MENINO DA BICICLETA

O MENINO DA BICICLETA
Maysa Machado
Jovem, dezoito anos
Pedalando, pedalando
Feliz na madrugada
Do Jardim Botânico.
Êxtase traduzido em silêncios e pios...
Pedalando... sentindo os cheiros
De cada árvore, de cada flor!
Manhã se anunciando
Asfalto negro e vazio
Negando a característica diurna
Diluído se desfazia...
Beira a noturna cidade
Em sua perdida paz
Sorve a rara magia
O menino pedalando, pedalando...
Felicidade de quem descobre
Momentos e coisas tão delicadas
Como o orvalho...
Das primeiras madrugadas.
Uma canção, um assovio.
Ah! Mais que efêmero
Apenas um momento mágico
Cruelmente eternizado
Para todo o sempre trágico.
Na pressa de alguém
Sob o álcool angustiado
A Morte rouba o menino.
E daqui há muitos e muitos anos
Nem se ouvirá falar da bicicleta singela
E do ingênuo guri
Na madrugada tranqüila
Pedalando no bairro
Destruídos pelo carro veloz.
Só uma certeza
Ao motorista assassino
Nenhuma pena traria de volta
O êxtase e celebração da vida
Interrompidos...
Numa curta e definitiva madrugada.
..................
Nem jamais o menino em seu passeio.
Santa Teresa, 22 de setembro de 2007.
Um abraço de domingo
Maysa
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
OSCAR NIEMEYER - 103 ANOS

OSCAR NIEMEYER – 103 ANOS
Esse brasileiro especial, brilhante, simples e longevo atravessou o século, e mais três anos. Na data de hoje, 15 de dezembro, comemora aniversário.
Lembro de uma entrevista, dada por ele numa emissora de TV, na ocasião de seus oitenta anos. Foi tão indagado, de diversas maneiras, sobre o mesmo e surpreendente passar do tempo.
Respondia, com modéstia e muita paciência... Nem havia notado e que fazer oitenta anos não era nada de mais! Até hoje, creio que responde a essas mesmas perguntas.
Desconfio que para o Brasil, seus familiares e nós, seus admiradores, é muito expressiva essa comemoração. Saudamos a dignidade cívica de Oscar, a lealdade aos amigos, o amor pela vida e pelo país, a exuberância que seu trabalho revela. Os atributos humanos de Oscar acompanham nossos desejos de um mundo melhor.
Sua travessia feita com criatividade, lucidez, vitalidade... E muito trabalho. Muita generosidade e ligação com o povo brasileiro, com suas causas e direitos.
Oscar Niemeyer é um dos melhores brasileiros, transfere -a cada um de nós- o sentimento de honra por ter nascido aqui, ter acreditado que é possível sonhar, transformar e realizar.
Sua obra é testemunho do entrelaçamento de presente e futuro, e mais, amálgama de concreto e poesia, seu otimismo inquebrantável nos faz seguir adiante e acreditar também.
Curvas sinuosas, doces curvas do feminino, suspensas etéreas e palpáveis em nosso dia-a-dia...
Em São Paulo, cidade que morei, em meu trajeto diário passava pelo prédio COPAN, próximo a Praça da República, o atrativo diferencial no concreto estava ali, no olhar amoroso que dirigia ao prédio, um símbolo de singularidade e excelência.
Oscar é isso em nossas viagens diárias por nossas origens, por nossa cultura.
Um sopro bom de vida e amor!
FELIZ ANIVERSÁRIO QUERIDO OSCAR, arquiteto por vocação, construtor de cidades, catedrais e sonhos! Símbolo melhor de nossa brasilidade.
Um abraço aos que passam!
Maysa
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
VIAGEM DE NAVIO
foto by cel/maysa/2010
VIAGEM DE NAVIO
Maysa Machado
Foi ao mar
Sem saber era
Sua última viagem.
Europa, frio
Saudade do Brasil.
Da mulher, das filhas.
O tempo findo.
Longo para o regresso
Estava envolto
Nas brumas, vagas e silêncios.
Sua última viagem...
O mar surdo aos lamentos.
Quando chegou, assim morto,
Assim frio,
O forte cheiro de cânfora
Tomou conta da pequena sala
Onde duas mulheres
E duas meninas
Aguardavam por ele.
As crianças choravam.
As duas mulheres também
Uma era a jovem esposa
Outra a tia e companhia.
Sempre essa história triste
De um pai que regressa morto
Um homem muito amado...
Me acompanhou.
Era o buraco, o vazio deixado
No coração órfão de minha mãe.
Tantos anos já passados...
Agora ele repousa
Em paz eterna, lá em seu jazigo
Não sabido, não visitado.
Santa Teresa, 12 de dezembro de 2010
Obs. Poema dedicado a Maurice, com toda minha gratidão
Abraço aos que passam.
Maysa
sábado, 11 de dezembro de 2010
NOEL ROSA O POETA DA VILA

O maravilhoso nas lembranças é que algumas são herdadas.
Quando NOEL invade nosso mundo interior, melhora o astral. A gente canta, desafina, e a poesia mais carioca que conheço, fica. Impregna a gente.
Aprendi as músicas de Noel desde a infância. Sei muitas delas de cor, até hoje. A escolhida dependerá do estado de espírito. Hoje, acordei com Palpite Infeliz, martelando, rsrsrs
Quem é você que não sabe o que diz?/Meu deus do céu que palpite infeliz / Salve Estácio, Salgueiro e Mangueira/Osvaldo Cruz e Matriz/ Que sempre souberam muito bem/Que a Vila não quer abafar ninguém.../Só quer mostrar que faz samba também...
É assim que o poeta coloca em evidência sua querida Vila Isabel, nas rodas do Samba. O bairro onde nasceu, com ele alcançou o definitivo reconhecimento. Então, a Vila de NOEL, ou o poeta da Vila fazem nossos corações recordarem... As muitas histórias.
A minha já contei, aqui: Minha querida tia Hilda foi colega, de banco escolar, de Noel; lá nos tempos da escola pública estudaram juntos.
Quantas conversas já ouvi em torno de NOEL?Herdei essas histórias e quando posso conto uma aqui outra acolá!
A morte precoce não foi motivo suficiente para o esquecimento. NOEL vive e viverá entre as alegrias genuínas que todos temos!
Um abraço a todos
Maysa
sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
DIA INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS- 10 DE DEZEMBRO
Hoje é Dia Internacional dos Direitos Humanos Angop ONU aprovou a Declaração Universal dos Direitos Humanos em 10 de Dezembro de 1948
Da Agência Angola Press selecionamos a notícia sobre a celebração deste Dia.
Confiram a matéria na íntegra aqui
" Luanda – Comemora-se hoje, 10 de Dezembro, o Dia Internacional dos Direitos Humanos, data em que foi aprovada, em 1948, pela Assembleia Geral das Nações Unidas, a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Por ser o primeiro documento internacional que afirma a universalidade dos direitos fundamentais e a igualdade entre todos os seres humanos, a declaração é considerada um marco para a protecção e respeito dos direitos humanos."
E mais adiante
- Direito à vida
- Direito a não ser submetido a tortura nem a penas ou tratamentos desumanos ou degradantes
- Direito a não ser mantido em escravidão ou servidão, nem constrangido a realizar trabalho forçado ou obrigatório
- Direito à liberdade e segurança, não podendo ser privado da sua liberdade a não ser nos casos e nos termos previstos na Convenção
- Direito a um processo equitativo, designadamente, a que a sua queixa seja examinada por um tribunal independente e imparcial, num prazo razoável e com julgamento público
- Direito a não ser condenado por acto que não constituísse uma infracção no momento em que foi cometido ou a sofrer pena mais grave do que a aplicável no momento em que a infracção foi cometida
- Direito ao respeito da vida privada, do domicílio e da correspondência
- Direito à liberdade de pensamento, de consciência e de religião
- Direito à liberdade de reunião e de associação, incluindo o direito de fundar ou de se filiar em sindicatos
- Direito ao respeito dos seus bens
- Direito à instrução e direito dos pais a que a educação e o ensino dos seus filhos respeitem as suas convicções religiosas e filosóficas
- Direito a eleições livres
- Direito a não poder ser privado de liberdade por não cumprir uma obrigação contratual
-Direito de circulação no território do Estado e de escolher livremente a sua residência
- Direito a não ser expulso do território do Estado de que é cidadão e de não ser privado de entrar nesse território
- Direito à existência de um recurso, perante as instâncias nacionais, de actos violadores dos direitos e liberdades reconhecidos na Convenção, quer esses actos sejam da responsabilidade de particulares quer do Estado."
O GRUPO TORTURA NUNCA MAIS-RJ, publica em seu site, nesta data, textos sobre a celebração do Dia Internacional dos Direitos Humanos.
Escrevi sobre JOÃO CÂNDIDO FELISBERTO - O ALMIRANTE NEGRO, líder da Revolta da Chibata, acontecida no mês de novembro há, precisamente, um século.
Comparo os recentes fatos , também no mes de novembro, ocorridos em nossa cidade no complexo do Alemão:
Um século depois, nos recentes episódios em nossa cidade, com a retomada do território do complexo do Alemão, pelas forças policiais civis e militares, e por tropas do exército e da marinha, ainda remanesce nas ações e práticas o abuso de autoridade, em sua maioria impune. O forte aparato policial militar justificado pelos meios de comunicação, espetacularizando as ações, numa demonstração massificadora de poder, poder público esse, omitido por décadas de descaso com estes mesmos territórios e populações. As causas que moveram João Cândido e seus companheiros são as provas que encontramos para uma sociedade excludente, hipócrita em que o poder público é exercido com total distanciamento dos legítimos interesses populares. “Glória a todas as lutas inglórias”.
Aos que desejarem ler meu texto é só clicar aqui
Um carinhoso abraço
Maysa