quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

QUEREM REFLETIR SOBRE O AMANHÃ?







O Ano Novo se aproxima!

Querem refletir sobre o amanhã? Ou só precisam olhar pela fechadura e descobrir o que está do outro lado da porta?
Eu me contento em "inventar" o hoje, em deixar a vida me levar, no caso... o blog me levar. É, lendo o Liberatinews, façam junto comigo a travessia:

"Acontece, meus amigos, que esse tempo chegou! Esse futuro está batendo nas nossas portas e parece que ninguém ainda se tocou. Espiem pelo olho mágico e verão uns cientistas japoneses sorridentes, pois acabaram de criar um camundongo que pia como se fosse um passarinho. Isso foi notícia em todo o mundo - deu até no Jornal Nacional . Eu pensei, pronto, chegou o tempo das doideiras!"
Mais adiante:
" Tenho medo do passado voltar nesse futuro maluco. Tenho medo de me deparar com um híbrido, por exemplo: um "Michael Jackson do Pandeiro". "

Entre " " e " " o endereço em que o rato já piou é:

Carinhoso abraço
Maysa

Ps: Meu especial e carinhoso abraço ao Bruno Liberati, ser humano e artista de prima!

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

PORTINARI- PAINEIS GUERRA E PAZ NO TEATRO MUNICIPAL







O ano de 2010 está dando as boas novas ao 2011!!


Acabo de visitar a mostra , um espetáculo emocionante: Os painéis Guerra e Paz , de CÂNDIDO PORTINARI, exibidos ao público no Teatro Municipal, do Rio de Janeiro.
Impressiona encontrar a fila estendendo-se da entrada do teatro até à Av. Alte. Barroso. Pessoas de todas as idades, aparências e com os semblantes de interesse, alegria. Muitos jovens.
Após duas horas em pé na fila, já acomodados a emoção toma conta de todos quando tem início o documentário sobre o pintor e sua obra; a voz de Fernanda Montenegro, tão nossa familiar, firme e grave, traz-nos as palavras sobre a urgência da PAZ.
Os painéis, ainda, não revelados estão ao fundo. A música de Villa-Lobos entoa em nossos corações a emoção de sermos parte daquela arte, de sermos parte daquele empenho criador, que num corpo frágil, abatido pela doença, sublima a fragilidade e cria, compartilha, doa.
Finalmente, sobem as cortinas os painéis em sua pujança de beleza e horror entram , definitivamente, em nossas vidas.
Somos muito gratos ao filho do artista, Prof. João Cândido Portinari, parte única daquele empenho.
Este professor devota toda sua vida para ofertar, a todos os brasileiros, a obra de seu pai.

Desde o início d'O Ninho e a Tempestade selecionei o link do PROJETO PORTINARI como expressão de minha admiração a esse trabalho, sugiro abaixo que o visitem , basta clicar , se quiserem começar pelos painéis, cliquem no endereço abaixo


Quem, ainda, não foi assistir à visitação pública que o faça já! Viverão momentos de intensa emoção como os que vivi, hoje.
A mostra foi prorrogada até o dia 06 de janeiro de 2011.

Um abraço a todos
Maysa

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

AS SEM-RAZÕES DO AMOR - CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

cacto da laura paiva





As sem-razões do Amor







Eu te amo porque te amo.
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.

Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.

Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.

Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.

In A Palavra Mágica, Poesia. Coleção Mineiramente Drummond, pg 55, editora record, 10ª edição, 2003


Poesia é desvendamento de alma e corpo. Em C.D.A é pura essência aliada a vivência de cada leitor.

Um abraço carinhoso.

Maysa

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

POEMA DE NATAL - VINICIUS DE MORAES




Poema de Natal


Para isso fomos feitos:

Para lembrar e ser lembrados

Para chorar e fazer chorar

Para enterrar os nossos mortos

Por isso temos braços longos para os adeuses

Mãos para colher o que foi dado

Dedos para cavar a terra.

Assim será nossa vida:

Uma tarde sempre a esquecer

Uma estrela a se apagar na treva

Um caminho entre dois túmulos

Por isso precisamos velar

Falar baixo, pisar leve, ver

A noite dormir em silêncio.

Não há muito o que dizer:

Uma canção sobre um berço

Um verso, talvez de amor

Uma prece por quem se vai

Mas que essa hora não esqueça

E por ela os nossos corações

Se deixem, graves e simples.

Pois para isso fomos feitos:

Para a esperança no milagre

Para a participação da poesia

Para ver a face da morte

De repente nunca mais esperaremos...

Hoje a noite é jovem; da morte, apenas

Nascemos, imensamente.


Natal é essa imensa possibilidade de ficarmos alegres na tristeza e tristes na alegria...

Um Natal sereno e profundo.

Meu abraço

Maysa

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

VERÃO DE 2010

Foto Mossa Mendes
Ipanema/Rio/2010








VERÃO DE 2010

As festas de final de Ano, sobretudo o Natal, sempre me perturbaram.

Delas gosto e não gosto.

Entretanto, sinto a leveza que paira, insiste em ficar, colada ao burburinho, à pressa da multidão, assim feito um anjo protetor que te aconselha a não entrar na insana correria, a respirar e buscar os lugares tranquilos que a cidade, de forma acolhedora, nos oferece.

Aprendo a buscar o amigo suave, o companheiro amoroso que está em algum lugar, bem perto do meu coração.

Também percebo ondas de saudade, encontro um pouco da tristeza que paira, lado a lado, com os festejos, as luzes, as surpresas e os afetos declarados. Há muita dor e solidão desprezados. Vale recordar que o que é bom dura pouco e o que não é, também. Breve é a vida.

Melhor assim, sentir toda a energia que o momento produz.

Alternar alegria, encantamento com um jeito de olhar circunspecto, solene.

Cada Natal é tão diferente do outro... Em nossas vidas pessoas chegam, partem, somem, riem, desconversam. Há as que fazem chorar, rompem, assustam-nos com a frieza que trazem escondida.

Há as que adiam, deixam para o ano que se aproxima a lida de seus projetos... E interferem nos nossos!

Cada Natal é diferente do outro, é único. Nunca mais se repetirá.

Aproveito bem os Natais saborosos, com ensinamentos e vivências atravessam os anos seguintes.

Este Natal agradeço aos que a vida aproximou de mim e me deixaram um sorriso, um poema, uma lágrima escondida, uma palavra suave e terna, um olhar amoroso.

Agradeço da mesma forma aos que não puderam deixar tais relíquias, mas me surpreenderam, causaram espanto, decepção ou desconforto.

Passados esses momentos descobri que me fizeram aprender novos caminhos, alguns para caminhar sozinha, reconfortada, refeita pronta para olhar o mundo com perspectivas renovadas.

Hoje entra a estação do Verão. Quente, muito quente em nosso hemisfério. Contemplo a luz intensa, a claridade escandalosa das manhãs, o por-do-sol triunfal.

A magnífica lua cheia no céu deste dezembro, as pessoas amorosas com quem tenho convivido...

Agradeço este milagre que é suportar a dor de estar vivo, ser feliz por instantes, e de novo acreditar no novo.

Um abraço aos que passam

Maysa

domingo, 19 de dezembro de 2010

O MENINO DA BICICLETA









O MENINO DA BICICLETA


Maysa Machado



Jovem, dezoito anos

Pedalando, pedalando

Feliz na madrugada

Do Jardim Botânico.

Êxtase traduzido em silêncios e pios...

Pedalando... sentindo os cheiros

De cada árvore, de cada flor!

Manhã se anunciando

Asfalto negro e vazio

Negando a característica diurna

Diluído se desfazia...

Beira a noturna cidade

Em sua perdida paz

Sorve a rara magia

O menino pedalando, pedalando...

Felicidade de quem descobre

Momentos e coisas tão delicadas

Como o orvalho...

Das primeiras madrugadas.

Uma canção, um assovio.

Ah! Mais que efêmero

Apenas um momento mágico

Cruelmente eternizado

Para todo o sempre trágico.

Na pressa de alguém

Sob o álcool angustiado

A Morte rouba o menino.

E daqui há muitos e muitos anos

Nem se ouvirá falar da bicicleta singela

E do ingênuo guri

Na madrugada tranqüila

Pedalando no bairro

Destruídos pelo carro veloz.

Só uma certeza

Ao motorista assassino

Nenhuma pena traria de volta

O êxtase e celebração da vida

Interrompidos...

Numa curta e definitiva madrugada.

..................

Nem jamais o menino em seu passeio.


Santa Teresa, 22 de setembro de 2007.


Um abraço de domingo

Maysa



quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

OSCAR NIEMEYER - 103 ANOS




OSCAR NIEMEYER – 103 ANOS

Esse brasileiro especial, brilhante, simples e longevo atravessou o século, e mais três anos. Na data de hoje, 15 de dezembro, comemora aniversário.

Lembro de uma entrevista, dada por ele numa emissora de TV, na ocasião de seus oitenta anos. Foi tão indagado, de diversas maneiras, sobre o mesmo e surpreendente passar do tempo.

Respondia, com modéstia e muita paciência... Nem havia notado e que fazer oitenta anos não era nada de mais! Até hoje, creio que responde a essas mesmas perguntas.

Desconfio que para o Brasil, seus familiares e nós, seus admiradores, é muito expressiva essa comemoração. Saudamos a dignidade cívica de Oscar, a lealdade aos amigos, o amor pela vida e pelo país, a exuberância que seu trabalho revela. Os atributos humanos de Oscar acompanham nossos desejos de um mundo melhor.

Sua travessia feita com criatividade, lucidez, vitalidade... E muito trabalho. Muita generosidade e ligação com o povo brasileiro, com suas causas e direitos.

Oscar Niemeyer é um dos melhores brasileiros, transfere -a cada um de nós- o sentimento de honra por ter nascido aqui, ter acreditado que é possível sonhar, transformar e realizar.

E como é bom, observar o querido arquiteto, dando lições de vida sem pretensões ou arrogâncias. Começa nos lembrando que a vida é apenas um sopro.

Sua obra é testemunho do entrelaçamento de presente e futuro, e mais, amálgama de concreto e poesia, seu otimismo inquebrantável nos faz seguir adiante e acreditar também.

Curvas sinuosas, doces curvas do feminino, suspensas etéreas e palpáveis em nosso dia-a-dia...

Em São Paulo, cidade que morei, em meu trajeto diário passava pelo prédio COPAN, próximo a Praça da República, o atrativo diferencial no concreto estava ali, no olhar amoroso que dirigia ao prédio, um símbolo de singularidade e excelência.

Oscar é isso em nossas viagens diárias por nossas origens, por nossa cultura.

Um sopro bom de vida e amor!

FELIZ ANIVERSÁRIO QUERIDO OSCAR, arquiteto por vocação, construtor de cidades, catedrais e sonhos! Símbolo melhor de nossa brasilidade.

Um abraço aos que passam!

Maysa

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

VIAGEM DE NAVIO













foto by cel/maysa/2010


VIAGEM DE NAVIO

Maysa Machado


Foi ao mar

Sem saber era

Sua última viagem.

Europa, frio

Saudade do Brasil.

Da mulher, das filhas.

O tempo findo.

Longo para o regresso

Estava envolto

Nas brumas, vagas e silêncios.

Sua última viagem...

O mar surdo aos lamentos.

Quando chegou, assim morto,

Assim frio,

O forte cheiro de cânfora

Tomou conta da pequena sala

Onde duas mulheres

E duas meninas

Aguardavam por ele.

As crianças choravam.

As duas mulheres também

Uma era a jovem esposa

Outra a tia e companhia.

Sempre essa história triste

De um pai que regressa morto

Um homem muito amado...

Me acompanhou.

Era o buraco, o vazio deixado

No coração órfão de minha mãe.

Tantos anos já passados...

Agora ele repousa

Em paz eterna, lá em seu jazigo

Não sabido, não visitado.


Santa Teresa, 12 de dezembro de 2010


Obs. Poema dedicado a Maurice, com toda minha gratidão


Abraço aos que passam.

Maysa

sábado, 11 de dezembro de 2010

NOEL ROSA O POETA DA VILA






















NOEL ROSA O POETA DA VILA

O maravilhoso nas lembranças é que algumas são herdadas.

Quando NOEL invade nosso mundo interior, melhora o astral. A gente canta, desafina, e a poesia mais carioca que conheço, fica. Impregna a gente.

Aprendi as músicas de Noel desde a infância. Sei muitas delas de cor, até hoje. A escolhida dependerá do estado de espírito. Hoje, acordei com Palpite Infeliz, martelando, rsrsrs

Quem é você que não sabe o que diz?/Meu deus do céu que palpite infeliz / Salve Estácio, Salgueiro e Mangueira/Osvaldo Cruz e Matriz/ Que sempre souberam muito bem/Que a Vila não quer abafar ninguém.../Só quer mostrar que faz samba também...

É assim que o poeta coloca em evidência sua querida Vila Isabel, nas rodas do Samba. O bairro onde nasceu, com ele alcançou o definitivo reconhecimento. Então, a Vila de NOEL, ou o poeta da Vila fazem nossos corações recordarem... As muitas histórias.

A minha já contei, aqui: Minha querida tia Hilda foi colega, de banco escolar, de Noel; lá nos tempos da escola pública estudaram juntos.

Quantas conversas já ouvi em torno de NOEL?Herdei essas histórias e quando posso conto uma aqui outra acolá!

Aí, se for ao som do samba... Vai dançando até o arvoredo!

Vamos todos comemorar o centenário desse músico inspirado, amoroso, irreverente e que driblou a vida com sua obra.

A morte precoce não foi motivo suficiente para o esquecimento. NOEL vive e viverá entre as alegrias genuínas que todos temos!

Agradeço aqui ao querido Bruno Liberati a homenagem de seu traço.

Um abraço a todos

Maysa

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

DIA INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS- 10 DE DEZEMBRO


Hoje é Dia Internacional dos Direitos Humanos

Angop
ONU aprovou a Declaração Universal dos Direitos Humanos em 10 de Dezembro de 1948
ONU aprovou a Declaração Universal dos Direitos Humanos em 10 de Dezembro de 1948



Da Agência Angola Press selecionamos a notícia sobre a celebração deste Dia.

Confiram a matéria na íntegra aqui


" Luanda – Comemora-se hoje, 10 de Dezembro, o Dia Internacional dos Direitos Humanos, data em que foi aprovada, em 1948, pela Assembleia Geral das Nações Unidas, a Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Por ser o primeiro documento internacional que afirma a universalidade dos direitos fundamentais e a igualdade entre todos os seres humanos, a declaração é considerada um marco para a protecção e respeito dos direitos humanos."

E mais adiante

"Eis alguns direitos previstos na Declaração Universal dos Direitos Humanos:

- Direito à vida

- Direito a não ser submetido a tortura nem a penas ou tratamentos desumanos ou degradantes

- Direito a não ser mantido em escravidão ou servidão, nem constrangido a realizar trabalho forçado ou obrigatório

- Direito à liberdade e segurança, não podendo ser privado da sua liberdade a não ser nos casos e nos termos previstos na Convenção

- Direito a um processo equitativo, designadamente, a que a sua queixa seja examinada por um tribunal independente e imparcial, num prazo razoável e com julgamento público

- Direito a não ser condenado por acto que não constituísse uma infracção no momento em que foi cometido ou a sofrer pena mais grave do que a aplicável no momento em que a infracção foi cometida

- Direito ao respeito da vida privada, do domicílio e da correspondência

- Direito à liberdade de pensamento, de consciência e de religião

- Direito à liberdade de reunião e de associação, incluindo o direito de fundar ou de se filiar em sindicatos

- Direito ao respeito dos seus bens

- Direito à instrução e direito dos pais a que a educação e o ensino dos seus filhos respeitem as suas convicções religiosas e filosóficas

- Direito a eleições livres

- Direito a não poder ser privado de liberdade por não cumprir uma obrigação contratual

-Direito de circulação no território do Estado e de escolher livremente a sua residência

- Direito a não ser expulso do território do Estado de que é cidadão e de não ser privado de entrar nesse território

- Direito à existência de um recurso, perante as instâncias nacionais, de actos violadores dos direitos e liberdades reconhecidos na Convenção, quer esses actos sejam da responsabilidade de particulares quer do Estado."



O GRUPO TORTURA NUNCA MAIS-RJ, publica em seu site, nesta data, textos sobre a celebração do Dia Internacional dos Direitos Humanos.


Escrevi sobre JOÃO CÂNDIDO FELISBERTO - O ALMIRANTE NEGRO, líder da Revolta da Chibata, acontecida no mês de novembro há, precisamente, um século.

Comparo os recentes fatos , também no mes de novembro, ocorridos em nossa cidade no complexo do Alemão:

Um século depois, nos recentes episódios em nossa cidade, com a retomada do território do complexo do Alemão, pelas forças policiais civis e militares, e por tropas do exército e da marinha, ainda remanesce nas ações e práticas o abuso de autoridade, em sua maioria impune. O forte aparato policial militar justificado pelos meios de comunicação, espetacularizando as ações, numa demonstração massificadora de poder, poder público esse, omitido por décadas de descaso com estes mesmos territórios e populações. As causas que moveram João Cândido e seus companheiros são as provas que encontramos para uma sociedade excludente, hipócrita em que o poder público é exercido com total distanciamento dos legítimos interesses populares. “Glória a todas as lutas inglórias”.

Aos que desejarem ler meu texto é só clicar aqui

Um carinhoso abraço

Maysa