sábado, 16 de maio de 2009

MAIOS DE ONTEM E HOJE II









Maio de 74, levou minha mãe. Curioso, ela partiu bem no mes em que tanto louvou a graça de Maria. Talvez, por isso mesmo tenha ido, à chamado da imaculada, tomar assento eterno num céu sem nuvens plúmbeas, sem tempestades, sem violência.
Maio de 79, levou jovem ainda, uma querida amiga.
Imagino, carneirinhos inocentes e muita gente boa ao lado delas, gente não ... anjos que um dia passaram aqui num trem rápido.

Vinte oito maios depois ,recebo um presente lindo, diferente. Emoção e amor renovados.
Me vi alí, repetida.
Para sempre inscrita nesta vida: uma menina e... trouxe, em seu belo nome composto, o nome de Maria . Essa benção é minha primeira neta, a primogênita companheirinha.
Passados mais quatro maios, chega uma pirilampa agitada, sempre ligada, esperta,doce .
Assim ,vi devolvida parte importante de minha alegria com 2 netas, nascidas nesse mes mágico.

Felicidade, como tudo o mais, sempre vem acompanhada . Para completar um quarteto ganhei um casal de netos gêmeos. Ao todo 3 netas e um neto. Experiência de paixão à primeira vista.
Outros maios mágicos hão de chegar , estou preparando a emoção e o espírito.
Bjs
Maysa

quinta-feira, 14 de maio de 2009

MAIOS DE ONTEM E HOJE











copyright Tine Soares
rosas.jan 09




Maio chegou ! este de 2009 já está quase a meio, duas semanas corridas, e meu tempo é ...agora.


Sim, faço-o como um exercício de reflexão sobre as histórias de ontem e as que estão acontecendo.
As primeiras lembranças da minha infância, remetem à Maria, imaculada, aos cânticos doces e emocionados em seu louvor.
Mãe e tia, católicas praticantes,filhas de Maria... os rituais religiosos recontados por elas mas não seguidos pela menina quase agnóstica, que fui.
Minha emoção, no entanto, volta inteira, ao ouvir os cânticos. Acho-os lindos. Um delicado olhar humano para saudar a figura, também delicada, serena, apesar do sofrimento, de Maria.
Desconfio ser possível existir em cada mulher,um lugar de doçura e amor incondicional, inexpugnado! A cultura construiu-o para muitas gerações antes da nossa.

Almejar esse impregnado e inatingível estado de ser do "feminino", aqui na terra será delírio, êxtase?

Os tempos, são bem outros. Do Maio, mes de Maria e das Noivas, ao Maio de 68.
Primeiras manifestações coletivas, nos jovens da França, depois no mundo todo.

Esse tempo do Proibido Proibir, mudando comportamentos e criando outras esperanças.
Desse maio, que a história recente conta e reconta, temos muitas evidências e sabemos bem da sua importância.
Mudou a cara do mundo.A relação entre jovens e as gerações que os antecederam. Faz parte do imaginário de todos que o viveram e dos que viram e ouviram os resultados. Nas artes, nos relacionamentos, nos sonhos e nas decepções.
Há, ainda, no mes de maio, o Dia das Mães, hoje, absolvido por quase todos, do apelo comercial, da estratégia de vendas que o originou.
Mãe é mãe, pelo menos assim se pensava, enquanto Freud tratava os sintomas e as causas de tanta dor humana.
Hoje, o que significa o singelo mes de maio, para um coletivo cada vez maior de pessoas, nesse mundo globalizado?

Não sei, para mim ainda sinto o perfume das rosas... que vieram de abril.

Bjs

Maysa








sábado, 9 de maio de 2009

DIA DAS MÃES - Maio de 2009



Unanimidade, entre mulheres de muitas gerações, tem o músico Paulinho da Viola.
Converso com as jovens estudantes e profissionais, ouço suspiros, elogios. Todas as mulheres mais velhas e, queridas, da minha família "foram apaixonadas" pela música do Paulinho.O verbo está no tempo passado porque elas já se foram.
Nossos pais conheceram-se na juventude, cultivaram a amizade,deixando-nos como testemunho, um sentimento surpreendente,duradouro perdurando por toda a vida dos dois, César e Manoel.
Neste Domingo, D. Paulina, mãe do cantor é a única sobrevivente do grupo originário de amigos.Para ela, minha singela homenagem, neste DIA DAS MÃES.
Amiga e mãe dedicada, uma benção tê-la por perto. Os que a conhecem sabem do quilate.

Reproduzo, aqui, a sua música preferida, composta pelo filho famoso: Coisas do Mundo Minha Nêga. Aproveitem a delícia de voz , a suavidade do encontro letra e música.
Saudades de minhas queridas ancestrais: Mãe, avó, tia. E das amigas que já partiram, Emilita,Regina,Marina, Júlia e muitas mais.



Bjs

Feliz Dia das Mães

Maysa

sexta-feira, 8 de maio de 2009

CRY ME A RIVER - Diana e Julie

Músicas,as que gostamos, lembram algum lugar, uma situação, pessoas...Das que gosto há mais tempo,todas, vêm de minha infância e do incrível fascínio por música que minha mãe teve e passou prá mim.Uma criança não esquece jamais.
Escolhi, Cry me a River, tocada e cantada por Diana Krall, versão contemporânea excelente. Mas, encontrei a primeira que me encantou, com Julie London , resiste ao tempo como um bom vinho. Provem, são duas safras excelentes. Garanto.

Bjs

Maysa

DIANA KRALL




JULIE LONDON

terça-feira, 5 de maio de 2009

HECKEL TAVARES - PENAS DO TIÊ II







A criação e produção de uma revista eletrônica,como o blog, traz inúmeros desafios mas,prazeres e descobertas imprevisíveis.Recomendo.É sobretudo, exercício e criação constantes.
O Ninho e a Tempestade está longe, ainda, de alcançar minha meta de trabalho e lazer.
O ninho real está pronto, mamãe passarinha escolheu o galho, a árvore, o quintal (o meu), faltam os filhotes abrindo o bico atrás de comida...A tempestade afugentou-os.

O Ninho virtual segue... engatinho, ando, paro, caio...volto não, necessàriamente, nessa ordem.
Sonho, com um espaço sempre acolhedor, que traga coisas, ideias e representações da cultura, sem passar correndo pelas escolhas...Quero-o também dinâmico, moderno, melhor dizendo, contemporâneo. Parecido comigo nas coisas boas, se aproximando do desconhecido desejo, do outro, que também é meu.

Estou apaixonada pelas possibilidades e dedico minhas tentativas aos amigos que pacientes ensinam e tiram minhas dúvidas, aos que simplesmente passam e lêem, alguns deixam sugestões. Tem até os que elogiam ... ah! esses não são desse mundo, mesmo! Sou a todos grata. Merci.

Por serem múltiplos os olhares, as emoções -volto hoje- com a canção Penas do Tiê, interpretada por Maria Betânia e Omara Portuondo. Show em SP, março de 2008.
Betânia, assisti pela 1a vez, na sua estreia no Teatro Opinião, no Rio, substituindo Nara, ela tinha 17 anos. As nuances que imprimem à essa canção são tão distintas quanto igualmente lindas.

O autor de Penas do Tiê é Heckel Tavares (1896/1969),
clique aqui e v. estará no Dicionário Cravo Albin, de Música Popular Brasileira, onde encontrará dados da biografia e obra, deste alagoano, músico com formação erudita e popular.Compositor, regente,pianista e folclorista. Dele também: Azulão, Funeral de um Rei Nagô, Casa de Caboclo. Parceiros como Ascenso Ferreira, Luiz Peixoto, o poeta Olegário Mariano.


Beijos

Maysa

Sometimes I' m happy, sometimes I'm blue - Nat King Cole




Felizmente, há impressões do prazer indeléveis.Essa música cantada por Nat King Cole é uma.
Estou só começando - O lado A dos anos sessenta- Poesia em melodia e imagem.

Spring 1957. Nat, e seu trio: John Collins, Joe Confort e Lee Young.
Se gostarem é só clicar e bis.
O lado B daqueles anos ... deixa prá lá.

Bjs


Maysa

domingo, 3 de maio de 2009

ANO DA FRANÇA NO BRASIL


Acompanho alguns eventos comemorativos, aqui no Rio, sobre a relação cultural franco-brasileira. Designou-se o ano de 2009, ANO DA FRANÇA NO BRASIL.
Pretendo durante o período, continuar trazendo aspectos da cultura e arte francesas que tanto me emocionam. A programação de mostras de cinema, artistas das mais várias áreas, apresentações imperdíveis, para quem - como eu - é amante da cultura francesa.
Percebe-se o declínio da hegemonia que a fez representante, no mundo pré- globalizado, do novo para muitos povos.
Em nosso convívio,observo, nem sempre de igualdade, fraternidade mas, de paixão intensa e liberdade criadora, alguns fatos históricos estão ainda intocáveis, quando não deveriam.

Desde Villegagnon e seu sonho de uma França Antártica, fundando em 1555, nosso primeiro núcleo urbano - Henriville - localizado entre o Rio Carioca e o Morro da Glória, os contatos dos indígenas, habitantes que aqui viviam e os franceses foram, predominantemente, amistosos.
Àquela, pode ter sido uma tentativa para a criação de uma sociedade utópica, idealizada nos trópicos,com a principal característica da ajuda mútua entre seus membros.

Moro bem próximo desse belo canto da cidade do Rio de Janeiro, hoje, compreendendo parte dos bairros do Flamengo, da Glória e no alto, a soberana presença, de Santa Teresa,bairro mirante, de todas as épocas.
É região com um acervo histórico, político e social, contendo patrimonio cultural inestimável.
O bairro da Glória é lugar de memória à céu aberto, inúmeros vestígios importantes, de nossa história estão, ainda que precariamente, alí ,atestando etapas da construção cultural, social e política de nosso país e não só da cidade maravilhosa.
Não preciso ressaltar o abandono em que permanece, relegado pelas autoridades públicas, nas esferas federal, estadual e municipal, quanto à sua pertinência e testemunho de épocas imemoriais .
Destaco-o como mais referente, neste momento de confraternização histórico-cultural França e Brasil, pois aqui está a colina onde ficou situada a Cidade de Henri, de 1555`a 1560, sede da França Antártica.
Acredito, que o fatos falem mais que as versões . Os acervos de nossos museus dimensionam e registram o fato histórico como ação de corsários. Inevitável à ótica colonial...mas quanto a nós?
Quem tiver interesse acesse os sites do museu histórico, da biblioteca nacional, do arquivo nacional, do arquivo geral da cidade. Gastei tempo e adquiri experiência, mais uma vez.

Um cartão postal e político merece toda a atenção dos que governam para serem avaliados na posteridade. O bairro da Glória abriga esse valioso postal.
Um dia quem sabe, assim como Villegagnon foi absolvido do papel exclusivo de pirata e, queiram ou não, criou o primeiro núcleo urbano da região, deixando marcas significativas de sua passagem...alcaides futuros, moradores do presente, turistas curiosos e estudiosos de sempre valorizem e cuidem desse mágico e primevo lugar.

Renovo as esperanças de que todo o patrimônio referido, memorial e imemorial, seja tratado com a visão integrada dos profissionais e políticos para essas áreas públicas. Que a população ame-o , respeite e defenda.
Nada parecido com a recente e equivocada reforma municipal, do alcaide anterior, na principal rua do devastado bairro, outrora primeiro núcleo que nos constituiu.
Quem sabe uma campanha , ainda nesse ano de 2009, salva o lugar e reconta essa história de forma mais próxima da que os fatos nos apontam.

Bjs

Maysa

sábado, 2 de maio de 2009

PENAS DO TIÊ de HECKEL TAVARES com NARA e FAGNER

Essa música,com Nara Leão e Fagner me delicia.
Desculpem pela sucessão de imagens,associadas, algumas beirando o brega, que o " pacote" impõe, mas fiquemos com a doçura e afinação da voz de Nara que tudo pode!
O compositor Heckel Tavares, bem merece a homenagem que a gravação registra.




Beijos
Maysa

terça-feira, 28 de abril de 2009

Histórias de Vó...verdadeiras- Maysa Machado













HISTÓRIAS DE VÓ... VERDADEIRAS


Maysa Machado



Dos quatro netos abençoados que tenho só um menino reina no pedaço. As três mocinhas com seis, cinco e quase três revezam-se em me alegrar... Não fiz filhas mulheres.

Haja coração de vó,
 abuela, nonna!

Lá vou eu tocando a vida de descoberta em descoberta, de alegria, com as crianças, em alegria e fôlego, muito, porque avó não pode ser só um nome, no papel da certidão de nascimento. Tem que ter músculos, pernas, braços, cacunda e, sobretudo, coração para o que der e vier!

Duvidam? Dois feriados na mesma semana, escolas fechadas, pais no trabalho dando duro para sustentar a prole, crianças em casa... Avó apaixonada, dando sopa. A mistura ideal está feita. Uma tarde com os netinhos no conforto de sua casa.
 Eles e você? Não, num play com jardins suspensos, árvores e quadras esportivas, cheio de crianças, babás, e nenhuma outra
 benemérita avó. Olhos atentos, numas e noutras. Tudo com o mais apurado e discreto olhar.

Ao finalzinho da tarde, depois de acompanhar as brincadeiras, extasiada com a energia crescente e inesgotável das crianças, juntei-me ao neto e saímos explorando o lugar agradável e cheio de possibilidades para recreação.

Logo, logo uma inocente bola esquecida a um canto transformou-se, diante dos olhos e mente fissurados em futebol do guri, em objeto mágico. E pasmem! Rolou dos seus pés para os meus braços. Artilheiro, zagueiro, goleiro. Neto no ataque, avó na defesa.
O lugar, como disse, era agradável, o espaço esplêndido e... Enorme! Tudo ia bem, nem estava tomando gol! Até, já começava a me orgulhar do próprio desempenho... Assim brincávamos felizes!
Mas, eis que, surge um garoto do mesmo porte, pequeno e, igualmente, fissurado.
 É incrível ver a fisionomia, a garra desses pequenos
 craques!
 
E o garoto corria, a bola já sob domínio. Corria tanto... Ameaçando a zaga. Apavorei. Senti a iminência do gol!
Então, meu universo interior foi invadido por um grito, ainda de comando, mas já desesperado, que acompanhava a trajetória da bola. Era meu neto de cinco anos.
NA MINHA AVÓ, NÃAOOO!!!!!
E junto com o chute certeiro, o menino se retesou todo! Mas a bola... Já havia "entrado", numa trave imaginária e o gol real feito!
Coisa pro
 Nelson Rodrigues levantar da tumba com uma crônica prontinha debaixo do braço. Pensei.
E no exato momento em que o menino fazia seu golaço, eu, em êxtase, descobri que avó legal não leva gol! Morou?
Descobri que meu neto é um
 cavalheiro e eu uma instituição!


Bjs


Maysa

segunda-feira, 27 de abril de 2009

CRAVOS, CRIANÇAS, ERA UMA VEZ ...TANTO MAR!








1-Recebi, de uma amiga, a dica deste blog encantador letrapequena. Reparto tão agradável descoberta: quem tem criança, em casa, vai amar.
A capa do livro, reproduzida ao lado, induz à pergunta:
Já pensou contar "aos miúdos" a vitória do povo portugues contra a Ditadura Salazarista? A Revolução dos Cravos, em abril de 74. Depois , ora, é festa! acessar o You Tube e ouvir o Chico Buarque, em Tanto Mar. Feito à época em que ditaduras, eram a violência que vigia, vigiava, e o povo unido, se pensava, jamais ser vencido !
" Matilde Rosa de Araujo,cria um poema sobre a Revolução dos Cravos sem nunca a nomear explicitamente. Centra-se antes na vida de uma flor vermelha e num dia em que “o Sol apareceu de madrugada”. “E veio de madrugada misturado com música tão mansa que as sombras se haviam esquecido de tapar a flor.”... “Nas ruas havia flores vermelhas por toda a parte. No peito das mulheres, dos homens, nos olhos das crianças, nos canos silenciosos das espingardas. Não era uma guerra nem uma festa. Era o mundo de coração aberto.”
História de Uma Flor
Autor: Matilde Rosa Araújo
Ilustrador: João Fazenda
Editor: Caminho 32 págs., 9,99 euros .


2 -Se aprecia uma história contada com humor, ironia e ilustrada por um traço que capta o interesse dos 8 aos 80, não é preciso atravessar o oceano, ficamos por aqui , com o livro ERA UMA VEZ UM BRASIL, do nosso querido Bruno Liberati. Toda quinta-feira, o autor posta uma página, já está na 3ª. Eu, felizarda tenho o livro, com dedicatória. Mas acompanho o blog, endereço ao lado.Bom, mas os tempos são outros e vale à pena conferir a versão atualizada na rede. Dá uma sacada no traço!
Beijos Maysa