sábado, 28 de fevereiro de 2009
Turbulência - Guimarães Rosa
sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009
Museu de Arte Moderna - Vik Muniz
quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009
Medo de Amar de Vinicius à Chico
Quem melhor do que Vinícius para cantar as infinitas formas do Amor? Houve uma época em que a resposta perfeita seria: Ninguém.
O tempo passou. Felizmente, o poetinha, nunca será esquecido. O amor, chega aquecendo nossos corações, sempre com jeito novo e de primeira mão. Às vezes demora um pouco, não perca a esperança. Os trovadores, como Vinicius, se renovam, o amor também.
O medo, sim é o grande perigo. Finge-se. Nega-se. Até esquecer, a gente esquece. Mas, sonha-se com o momento de encontrar um novo grande amor. Todo mundo.
Enquanto isso, convido v. para ouvir uma das canções de mestre Vinicius -MEDO DE AMAR - na voz e interpretação amorosa do querido Chico Buarque.
Vamos, conjugue o verbo amar no tempo presente!
terça-feira, 24 de fevereiro de 2009
Escolas sem samba - Flávio Tavares
Leio, entristecida e indignada, sobre o fechamento das escolas do MST. A matéria está publicada no Jornal ZERO HORA, Porto Alegre, RS. Edição de Domingo, 22 de fevereiro de 2009.N° 15887.
O Autor é Flávio Tavares, jornalista, escritor e um brasileiro como poucos. Transcrevo o trecho acima e sugiro, para a leitura na íntegra, acessar aqui Se quiser, pode usar a busca do Google, assim: Jornal Zero Hora Escolas sem Samba por Flávio Tavares.
Beijos
PS: Recomendo os livros do Flávio Tavares .Estão na minha lista dos preferidos, apenas iniciada.
sábado, 21 de fevereiro de 2009
O Palhaço - óleo s/tela, de Samson Flexor
Samson Flexor ( 1907-1971),está no Instituto Moreira Salles
Artista plástico romeno, nascido em Soroca, Bessarábia, veio para o Brasil em 1948. Trouxe as sementes do abstracionismo em sua produção. Radicou-se em S.Paulo e, em 1951, fundou o Atelier Abstração. O 1º grupo de Arte Abstrata do país. A mostra atual, Aquarelas e Desenhos, exibe além destes suas aquarelas dos anos 60. Puro abstracionismo lírico.
Quem quiser saber, mais um pouco, sobre a obra e escolhas de vida deste homem, excelente artista, envio a dica.
Depois do Carnaval, mesmo para quem está de passagem pelo Rio, sugiro uma visita à exposição. O I.M.S. fica à Rua Marquês de S.Vicente, 476. Gávea. tel: 3284-7400. É um programa imperdível.
A reprodução aqui, no ninho, do óleo s/tela (64X50 cm) - O Palhaço - é para homenagear o lirismo que este período do Carnaval contém .
Aqui de Santa, nesta tarde quieta (!!) de sábado de carnaval
beijos de
Colombina
Maysa
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009
Poesia - Maysa
Poesia oxigena, refaz o ânimo,
estimula a gente, a imaginação.
Sem poesia nunca vivi!
Acredite.
Viver sem poesia não dá!
À mente faz companhia
ao coração traz alegria.
Se estou triste,
dos amigos esquecida,
leio Cecilia
minha querida.
A solidão me visita ?
com Quintana vou conversar.
Prá cada dor há um poeta
e eles todos ensinam
presente, passado e futuro
do verbo amar.
Morrer muitas vezes
e renascer outras tantas
em suas companhias
você há de provar.
Poesia, poesia ...
dela quem não há de gostar?
Santa Teresa, 18.02.09
Maysa
PS: Essa minha brincadeira sobre a poesia dedico à Ana Paula, amiga e autora do Blog http://catandopoesias.blogspot.com
Lá a gente cata, encontra, descobre, aprende e as vezes inventa.
É só chegar e comprovar. É ver para crer : o poeta nem sempre é um fingidor ! e eu... não sou poeta!
O Tempo Da Memória - De Senectute - Norberto Bobbio
Bobbio, deixou-nos a tarefa de continuar refletindo sobre as questões que inquietam o espírito humano. Foi, um dos mais notáveis teóricos do pensamento contemporâneo de esquerda. morreu aos 94 anos (1909 - 2004).
Neste livro expressa suas reflexões sobre o significado da vida e sobre o fato de envelhecer.
É uma obra tocante, sensível, aguda.
Qual o significado da velhice no mundo contemporâneo? Os muito velhos? Estas mudanças apontam para um número crescente de pessoas idosas, mas também para um número de anos cada vez maior que as pessoas, individualmente, vivem como velhos.
"Se o mundo do futuro se abre para a imaginação, mas não nos pertence mais, o mundo do passado é aquele no qual, recorrendo a nossas lembranças, podemos buscar refúgio dentro de nós mesmos, debruçar-nos sobre nós mesmos e nele reconstruir nossa identidade; um mundo que se formou e se revelou na série ininterrupta de nossos atos durante a vida, encadeados uns aos outros, um mundo que nos julgou, nos absolveu e nos condenou para depois, uma vez cumprido o percurso de nossa vida, tentarmos fazer um balanço final. É preciso apressar o passo.
O velho vive de lembranças e em função das lembranças, mas sua memória torna-se cada vez mais fraca. O tempo da memória segue um caminho inverso ao do tempo real: quanto mais vivas as lembranças que vêm à tona de nossas recordações, mais remoto é o tempo em que os fatos ocorreram. Cumpre-nos saber, porém, que o resíduo, ou o que logramos desencavar desse poço sem fundo, é apenas uma ínfima parcela da história de nossa vida. Nada de parar. Devemos continuar a escavar! Cada vulto, gesto, palavra ou canção que parecia perdido para sempre, uma vez reencontrado, nos ajuda a sobreviver".
"Espero contudo poder continuar a manter-me em contato com os jovens. A convivência com eles é muito prazerosa, acima de tudo porque me ajudam a não envelhecer mais do que seja fisiologicamente inevitável, e porque, ao contrário de muitos que chegam a certa idade, não lhes tenho inveja. Entre minhas vozes secretas, não está aquela que canta: "Como é linda a juventude". Conheço as ansiedades do jovem que sai do regaço da família e depara com a vida. Em nossa juventude passamos por acontecimentos trágicos. Mas o futuro não me parece mais luminoso." (2)p.82
in, O Tempo da Memória -De Senectute , Editora Campus, 6ª ed.
Dêem uma olhada na postagem do dia 18.02.09 do blog http://liberatinews.blogspot.com
Beijos
Maysa
terça-feira, 17 de fevereiro de 2009
Do Amor - Lao-tse, Tao Te King
Tento, com perseverança, organizar livros, papéis, documentos, textos próprios. Selecioná-los jogar fora, doar. ah! quem não os têm ? Bom, é um inventário pesado e algumas vezes divertido.
Redescobri um livro, cujo prefácio começa, com a frase acima, sobre o amor. O curioso, é que o comprei para presentear um filho, tem até dedicatória. Ficou por aqui e juro, não por acaso. O tema é bem estimulante.
Outro motivo para destacá-lo é ter umas amigas apaixonadas, vivendo com entusiasmo as descobertas do encontro.
Mulher, em qualquer idade, assim pensam os homens comuns, está sempre se produzindo para a sedução. Eles não estão totalmente equivocados ! Não raro, nós mulheres declaramos nossa insatisfação pessoal. Mais ou menos assim: estou acima do peso, meu armário não tem nada que valorize minha silhueta, ah! Exatamente, por isso trago a reflexão do autor e indago para cada um que estiver lendo : Como você trabalha em favor do amor? Vamos ao pequeno trecho selecionado, e o local da resposta você já sabe! clica em comentários e...vai fazer uma blogueira iniciante feliz!
"A experiência mais profunda dos amantes é sua relação psíquica. É assim que entendo a frase de Lao-tse. Atualmente, essa experiência está muito ameaçada. Nossa falta de liberdade interna e externa - que o hábito tornou quase inconsciente - impede o amor, que é filho da liberdade. Na sociedade atual, esse amor não acontece por si só. Precisamos primeiro criar condições internas e externas adequadas. Isso exige "trabalho em favor do amor". Ele surge do abandono da expectativa infantil de que a felicidade nos chegue por acaso. Com este livro pretendo provocar não apenas a reflexão, mas também a ação.Quando compreenderemos que esse "trabalho do amor"é tão necessário quanto o trabalho do luto, quanto o trabalho profissional? "
in, O amor é filho da liberdade, Michael Lukas Moeller, Editora Martins Fontes, 1ª ed. brasileira ,1991
Concordo, integralmente, com a afirmação inicial : a experiência mais profunda dos amantes é sua relação psíquica.
Daí, que olhar com coragem o outro , com suas características agradáveis ou não, é uma forma ,por vezes, incômoda de se olhar também.
Beijos de terça
Maysa
Reprodução de pintura de Diego Rivera - nú com copos de leite.
domingo, 15 de fevereiro de 2009
Bilhete com endereço - Mario Quintana
Mas onde já se ouviu falar
Num amor à distância,
Num tele-amor ?!
Num amor de longe...
Eu sonho é um amor pertinho
Um amor juntinho...
E, depois,
Esse calor humano é uma coisa
Que todos - até executivos - têm.
É algo que acaba se perdendo no ar,
No vento
No frio que agora faz...
Escuta!
O que eu quero,
O que eu amo,
O que desejo em ti
É o teu calor animal! ...
in, Baú de Espantos, Editora Globo, 4ª ed.
ooooooooooooooo
Ah! querido poeta
você nem advinha!
no momento, anda em falta
o tal do amor pertinho
e, como a Dolores avisou:
"quem não tem amor
leva a vida esperando"...
O tele-amor,
que só você inventou
tá valendo !
Desde quando?
coisas do milênio ...
recém chegando.
15.02.09
Maysa
Reflexão - Ferreira Gullar
de meu alcance
o meu fim
Sei só até
onde sou
contemporâneo
de mim
in Toda Poesia/Muitas vozes. José OlympioEditora .17ª ed.pg 473.
Lado materno
Ah! minha origem do lado materno é maranhense!!
Minha avó Sindoca (Mª da Conceição) tão amada e, vô João Luiz, que não conheci.
Trago a poesia, desse maranhense, que já transbordou de há muito o lugar de nascença, para esse canto especial. Gosto mesmo, muito do F.Gullar. E vocês?
Tem a turma que só interage com o e-mail, prá lá ... prá cá.
Por que não experimentam , como eu, a ajuda dos amigos que sabem um tantinho mais?
O pouco que estou aprendendo está à disposição.
Um beijão de Domingo.
Maysa
sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009
Da origem da poesia - Nietzsche - 3º tempo
"Havia ainda uma idéia mais esquisita, e foi precisamente ela que contribuiu mais poderosamente para fazer nascer a poesia. A poesia aparece-nos, com os pitagóricos, como ensinamento filosófico e artifício de pedagogo; mas muito antes de ter havido filósofos, atribuía-se à música, e mais precisamente ao ritmo musical, a faculdade de descarregar as paixões, de purificar a alma, de suavizar a ferocia animi ( ferocidade do ânimo). A tensão normal da alma, a sua harmonia, acabava por se perder, era necessário começar a dançar acompanhando o compasso do canto...era o que receitava essa terapêutica. Aplicando-a Terpandro apaziguou uma sublevação,Empédocles acalmou um furioso e Dámon curou um jovem que estava doente de amor; aplicando-a podia igualmente tratar-se dos deuses que se tinham tornado furiosos, quando a vingança os dominava. E para isso, primeiramente, elevava-se ao máximo a extravagância do seu direito e da sua paixão, tornava-se frenético o furioso, o sedento de vingança bêbado da sua necessidade; todos os cultos orgíacos se propõem satisfazer, de uma vez para sempre, uma orgia, a ferocia do deus, para que ele se sinta em seguida mais desprendido, mais calmo, e deixe os homens em paz. Melos (melodia), etimologicamente significa meio de apaziguamento, não porque o canto seja suave em si próprio, mas porque os seus efeitos ulteriores acalmam. E não é apenas o canto religioso que pressupõe que o ritmo exerce uma força mágica; o canto profano das épocas mais distantes também o faz, como o dos aguadeiros ou dos remadores; este canto devia encontrar os demônios que se considerava entrarem em jogo no decurso destas operações, ele os torna dóceis e cativos, os capta e faz deles instrumentos do homem. Sempre que se age há razões para se cantar, qualquer ação tem necessidade do socorro dos espíritos: os canto mágicos e as encantações parecem ter sido as formas primitivas da poesia."
Da origem da poesia, in a Gaia Ciência, ed. Martin Claret, texto integral, coleção a obra-prima de cada autor, 2004, livro segundo, 84.
ooooooo
Para os que acompanham em O ninho e a tempestade, minhas descobertas :
Em três tempos, recorri à Nietzsche, sublinhando suas reflexões sobre a origem da poesia. O texto escolhido do autor não terminou, e é lindo . Mas, aqui, quero só instigar, remexer, alcançar... quem sabe você?
Volto a comentá-lo nos pontos que mais me motivaram, aguardem.
ooooo
Tenho, um pedido, quase súplica!
Deixem seus comentários, sobre essas reflexões, poesia ou prosa poética, n'O ninho, gente! É só clicar, após o texto, em comentários e deixar o seu ritmo aplacar a ira dos deuses! Conto com a criatividade de cada um .
Beijos e rebeijos
Maysa
Amor - Mario Quintana
O amor é quando a gente mora um no outro.
Começo, com Mario, breve seleção sobre o tema amor.
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009
Da solidão - Cecília Meireles
"Há muitas pessoas que sofrem do mal da solidão. Basta que em redor delas se arme o silêncio, que não se manifeste aos seus olhos nenhuma presença humana, para que delas se apodere imensa angústia: como se o peso do céu desabasse sobre sua cabeça, como se dos horizontes se levantasse o anúncio do fim do mundo.
No entanto, haverá na terra verdadeira solidão? Não estamos todos cercados por inúmeros objetos, por infinitas formas da Natureza e o nosso mundo particular não está cheio de lembranças, de sonhos, de raciocínios, de idéias, que impedem uma total solidão?
Tudo é vivo e tudo fala, em redor de nós, embora com vida e voz que não são humanas, mas que podemos aprender a escutar, porque muitas vezes essa linguagem secreta ajuda a esclarecer o nosso próprio mistério. Como aquele Sultão Mamude, que entendia a fala dos pássaros, podemos aplicar toda a nossa sensibilidade a esse aparente vazio de solidão: e pouco a pouco nos sentiremos enriquecidos.
Pintores e fotógrafos andam em volta dos objetos à procura de ângulos, jogos de luz, eloquência de formas, para revelarem aquilo que lhes parece não só o mais estático dos seus aspectos, mas também o mais comunicável, o mais rico de sugestões, o mais capaz de transmitir aquilo que excede os limites físicos desses objetos, constituindo, de certo modo, seu espírito e sua alma.
Façamo-nos também desse modo videntes: olhemos devagar para a cor das paredes, o desenho das cadeiras, a transparência das vidraças, os dóceis panos tecidos sem maiores pretensões. Não procuremos neles a beleza que arrebata logo o olhar, o equilíbrio de linhas, a graça das proporções: muitas vezes seu aspecto - como o das criaturas humanas - é inábil e desajeitado. Mas não é isso que procuramos, apenas: é o seu sentido íntimo que tentamos discernir. Amemos nessas humildes coisas a carga de experiências que representam, e a repercussão, nelas sensível, de tanto trabalho humano, por infindáveis séculos.
Amemos o que sentimos de nós mesmos, nessas variadas coisas, já que, por egoístas que somos, não sabemos amar senão aquilo em que nos encontramos. Amemos o antigo encantamento dos nossos olhos infantis, quando começavam a descobrir o mundo: as nervuras das madeiras, com seus caminhos de bosques e ondas e horizontes; o desenho dos azulejos; o esmalte das louças; os tranquilos, metódicos telhados...Amemos o rumor da água que corre, os sons das máquinas, a inquieta voz dos animais, que desejaríamos traduzir.
Tudo palpita em redor de nós, e é como um dever de amor aplicarmos o ouvido, a vista, o coração a essa infinidade de formas naturais ou artificiais que encerram seu segredo, suas memórias, suas silenciosas experiências. A rosa que se despede de si mesma, o espelho onde pousa o nosso rosto, a fronha por onde se desenham os sonhos de quem dorme, tudo, tudo é um mundo com passado, presente, futuro, pelo qual transitamos atentos ou distraídos. Mundo delicado, que não se impõe com violência: que aceita a nossa frivolidade ou o nosso respeito; que espera que o descubramos, sem anunciar nem pretender prevalecer; que pode ficar para sempre ignorado, sem que por isso deixe de existir; que não faz da sua presença um anúncio exigente " Estou aqui! estou aqui! ". Mas, concentrado em sua essência, só se revela quando os nossos sentidos estão aptos para descobrirem. E que em silêncio nos oferece sua múltipla companhia, generosa e invisível.
Oh! se vos queixais de solidão humana, prestai atenção, em redor de vós, a essa prestigiosa presença, a essa copiosa linguagem que de tudo transborda, e que conversará convosco interminavelmente. "
Crônica de Cecília Meireles, encontra-se in Janela Mágica, 3ª edição, Editora Moderna, p. 48 à 51.
( Não foi revisado segundo a recente reforma ortográfica; as palavras em itálico estão no texto impresso)
Selecionei, este precioso texto de Cecília, para uma contação de histórias, numa Oficina recente da qual participei. Pretendo incluí-lo em meu repertório de leituras e compartilho-o , aqui no Blog, por ser o tema - da solidão - tratado com tanta delicadeza e rara singularidade.
Reflitam sobre cada palavra e sugestão nele contidas.
Beijo
Maysa
domingo, 8 de fevereiro de 2009
No balanço das horas de cada dia
No balanço das horas
um rock mortal se avizinha.
Acaba um dia, outro começa.
As horas voam...escapam
com o modorrento espreguiçar
de cada dia!
Nem mais é preciso
marcar compromisso!
A madrugada célere
traz a manhã vazia.
A tarde morna apenas
aquece...
o descansar do dia.
Quieto, estridente, macio
um rock mortal se avizinha.
A noite soberana, então decide
em qual hora exclusiva
dar-se-á a definitiva parceria.
No balanço das horas...
Santa Teresa,30.01.09
Maysa
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009
O baterista
O baterista é o único que pode bater.
É aquele em quem v. confia.
Tudo pode o baterista!
Arranhar, brincar,
surpreender...
Improvisar, marcar.
Subverter!
Baquetas e pedais
tem o baterista!
Ritmo não pode perder
nem o gás!
Viva o baterista.
Alegria dos Brasis
Raiz!
Tonitroa...
Acode, sacode.
Penteia, acaricia.
Marca mais!
Caixa encaixa.
Repercute
Tudo pode o bom baterista
em sua alquimia de sons !
Maysa
Santa / bar do Marcô, 28.9.07.
Obs: poema dedicado à Fernando Pereira, excelente baterista.
domingo, 1 de fevereiro de 2009
Da origem da poesia ,Nietzsche - 2º tempo
" Pois, nos tempos antigos que viram nascer a poesia, era realmente a uma utilidade muito grande que se visava quando se fez penetrar o ritmo no discurso, o ritmo, esta força que volta a ordenar todos os átomos da frase, que força a escolher as palavras e dá nova cor ao pensamento, tornando-o mais obscuro, mais estranho, mais distante: uma utilidade supersticiosa evidentemente! Queria-se por meio do ritmo imprimir mais profundamente o desejo dos homens no cérebro dos deuses, pois se tinha observado que um verso se retém melhor do que uma frase de prosa; pensava-se igualmente, graças ao tique-taque rítmico, em se fazer entender a distâncias maiores; parecia que a prece ritmada se devia aproximar mais do ouvido dos deuses. Mas, sobretudo, queria dar-se o benefício da sujeição elementar,deste efeito de ataque brusco que a música revela ao homem: o ritmo é uma coação, engendra um irresistível desejo de aderir, de ceder, de fazer eco; não são apenas os pés que seguem a cadência do compasso, a alma também...provavelmente, a dos deuses faz a mesma coisa, concluía-se! Procurava-se, desta forma, portanto, coagi-los por meio do ritmo, exercendo um poder sobre eles: a poesia foi um laço mágico que se lhes passou à volta do pescoço. "
( in A Gaia Ciência, citada no trecho precedente)
A arte da poesia é ...? Para mim, um poderoso recurso da sensibilidade humana. Criação que nos traduz para nós mesmos e nos transcende .