domingo, 7 de junho de 2009

SOME LIKE IT HOT - Marilyn Monroe














Hits da minha adolescência, o filme e as músicas.
A comédia romântica, Some Like It Hot (1959), de Billy Wilder, traduzida para o português: Quanto Mais Quente Melhor, tinha Marilyn Monroe, Tony Curtis, Jack Lemmon.

No dia 1 de junho, Marilyn estaria completando 83 anos. Teria valido a pena?

A vida tão curta acabou aos trinta e seis. O mito já dura quase cinquenta anos. O mundo atual, definitivamente , seria acolhedor com uma anciã com a sua história de glórias e fracassos?

I Wanna Be Loved By You, canção de Cole Porter,deliciosa como o sorriso de Marilyn, que não tinha, apenas, o glamour fabricado pela Hollywood do pós-guerra.Tinha mais, além da beleza, muito sonho e solidão, interrompidos por overdoses de sofrimento e anfetaminas.

Beijos

Maysa

sexta-feira, 5 de junho de 2009

SEU JAIR DO CAVAQUINHO - Lendas da MPB - I





Atendo à sugestão, para mim, bastante prazerosa de meu único e querido sobrinho. Ele é jovem, pesquisador de música e instrumentista dedicado, como poucos. Ainda não é conhecido do público, mas certeza de veterana, em breve será. Só depende dele.
Em nossas conversas, assim, devagarinho, como é do seu jeito, surgiu a pergunta:
"Ô tia! Porque você não escreve no seu blogue sobre música brasileira? Alí você pode contar o que viveu e sabe? Você viu muita coisa...tá na hora de contar".

Deu um frio na espinha. Gente jovem , nos tempos atuais, é prática. Vai ao ponto, não rodeia.
Percebi que tá na hora mesmo.

E lá estou eu embarcando, com delicada atenção, nas lembranças que minha rebelde memória muitas vezes traz.
Umas entrevistas ali, outras aqui, algumas fitas cassetes, registros esquecidos na estante, ouvi muita conversa deliciosa. Ouvi e vi ,também, muita declaração de amor à música.
E é desse lugar - do amor à nossa música, instrumental e cantada - que vou começar a lembrar.

É claro, ofereço essa ginástica à curiosidade e sede de conhecimento dos jovens interessados em música brasileira.
Admiração e encantamento são bons companheiros nessa viagem.

A poesia que é o foco d'O Ninho e a Tempestade, está à salvo e prestigiada, não só nas letras lindas que podemos juntos lembrar mas, nos acordes, que estão em nossos ouvidos e, que os CDs ou outros suportes de reprodução musical, nos brindam.
Convido a todos para contribuirem nesse novíssimo espaço lítero musical. Entrem a porta está aberta.

Lendas da MPB - I
Hoje, começo respondendo uma consulta desse mesmo, diligente e amado, sobrinho.
Ele me pede a ficha técnica do CD : Seu jair do cavaquinho.
A resposta vocês vão ler aqui. A minha viagem na amizade com o mestre Jairzinho (26.04.1922, Rio /6.04.2006, Rio) pretendo evocar, no estilo de como ele dançava o passo miudinho. Pura e boa malandragm carioca.

Contá-la passo à passo, ilustrando o caminho com músicas e, mostrar um pouco mais, a pesquisa que fiz para escrever o artigo sobre ele, na Revista Música Brasileira, número 9, janeiro de 1998, editada pelo querido amigo, o jornalista Luís Pimentel.
O subtítulo: "É o meu amor maior que o teu sofrer", frase poética, por mim escolhida para homenageá-lo , citando a sua composição ANA - letra e música - preferida.
O dicionário de MPB, de Ricardo Cravo Albin é permanente fonte de consulta para os amantes da nossa música. Leia mais aqui.

Ficha técnica:

Fabricado pela Sony Music
Pedro Amorim-Produção e arranjos
Bernardo - violão
Carlinhos - violão 7 cordas
João - cavaco
Pedro Miranda - pandeiro, pratos, tamborim, agogô, ganzá, queixada, surdo
Ricardo - surdo, caixas, ganzá, tamborim, triângulo
Marcelo - sax-tenor, clarinete, flauta, flautim
Pedro Amorim -bandolim, tamborim, reco-reco, caixinha, pandeiro, caixa de papelão, violão tenor
Paulino - repique de anel, tamborim, cuica, atabaque
Seu Jair - cavaco e tamborim
João Lyra - viola
Kiko Horta - acordeon
Maurício - 7 cordas

Um beijão


Maysa


quinta-feira, 28 de maio de 2009

OUTROS PAPEIS - Nada de Novo - PAULINHO DA VIOLA





NADA DE NOVO, é a minha música preferida, de todas as que o Paulinho da Viola compôs!




E era, também, a música de preferência do violonista, Benedito César de Farias (fevereiro de 1918/outubro de 2007), seu pai.
Que saudade da risada gostosa, de boca e olhos verdes, do Benedito, como Júlia (sua mãe), meu pai e, todos os amigos de juventude, o chamavam.

Quanto a mim, tive direito à uma audição especial, desse maravilhoso músico e amigo, no dia de aniversário dos meus vinte anos, só para a família. Muitas vezes, Benedito cantava e se acompanhava ao violão. Ele iniciou sua carreira artística como cantor. Tenho algumas fitas gravadas em entrevistas, gentilmente, concedidas por ele.
Voltando ao samba do Paulinho,preferido por nós dois, acontecia comigo um lapso que até hoje não decifrei. Mentalmente, eu nomeava o samba, por Papéis Picados! De onde tirei o codinome para samba tão lindo e inspirado? Sei lá, coisas dos anos 70!
Vamos ouvir?
Beijos

Maysa






ANTES QUE ESTE MAIO ACABE






Receita de Maios



Andei aqui, espalhando lembranças de alguns maios de minha vida... Este, de 2009 está indo embora. Que se vá com alegria, promessas de novos encontros e descobertas pelo ano afora.

Maio das flores, das noivas, das mães, de 68, já foram nossos comentários. Deixei as impressões do atual maio para conversar agora .

Desejos misturados às lembranças...dentro de mim.

Garotas, ainda, queremos crescer rápido e ficar mocinhas. O nosso espelho é
nossa mãe. Seus vestidos, sapatos, jóias - nos tempos de hoje, bijuterias - nos atraem e a imitação é inevitável. Em primeiro lugar, desejamos ser nossas mães.

Em pequenas, lhes devotamos admiração integral.Crescemos, as mães envelhecem, algumas partem cedo e de modo definitivo, por abandono ou morte. Deixamo-nos lá atrás, apenas, como recordações de infância.

Aproveito o mes, diante de recentes acontecimentos, para arrumar minhas gavetas. De diferentes conteúdos e tamanhos, uns volumosos outros magrinhos... mas no
mesmo armário, fui reorganizando tudo, meus papéis e seus significados.

Comecei ,com muito cuidado, pelo primeiro que tive em minha vida e já não
mais existe de fato, só de alguns direitos e lembranças...Filha.

Os outros foram vindo, e de forma suave, atenta, como quem embrulha ou desfaz os
embrulhos das louças, na mudança, revisitei-os... sem espanto e com saudade.

O de neta coloquei-o na gaveta ao lado do de filha; pensei em juntar, nesta mesma gaveta, o de sobrinha; tais as semelhanças e alegrias. Mas, desisti. Eram apenas parecidas e bem juntinhas estavam aguardando um lugar mais amplo e merecido.

Então resolvi: Daqui prá frente, coisa boa fica guardada num espaço de destaque, abri a terceira gaveta sobrinha e, coloquei todos os guardados de tias, afinal foram quatro e três moravam distante.

Quando aqui cheguei herdei: Pai e mãe, tia-avó e avó materna, um avô emprestado, e uma tia. Todos, no Rio. Duas tias e um tio, em Recife, com seus maridos , mulher e filhos - duas primas e um primo. Não nasci sozinha!

Fui, tentando entender a arrumação. Até considerar como cada papel chegou, uns num tempo diferente de outros, muitas vezes em distintos lugares. Alguns juntos, mesma cidade, espaços próximos, mas interesses variados.

Por exemplo, o de irmã foi fácil organizar... meu único irmão, chegou dois anos e sete meses depois ... Organizo, todo dia, essa gaveta inusitada e, todo dia, aparece desarrumada ! Desconfiem do singular quando forem arrumar papéis em gavetas.

A gaveta de prima estava uma bagunça total, levei muito tempo para me situar.
Prima que nasceu antes de você agora é, dez anos, mais nova! Gaveta que coloca tempos e lugares bem misturados. Perde até lembranças! É uma surpresa atrás da outra. Quase um local de achados e perdidos.

Ah, finalmente, etapa concluída. Nada havia quebrado, saldo positivo na mudança inventada. Lugares e tempos arrumados, lembranças revisitadas.

Mas vocês , não queiram imaginar a trabalheira que dá, só de pensar,
nas gavetas que, ainda, tenho para abrir espaço e arrumar.
Será preciso muita paciência, calma e ajuda. Sabedoria para não continuar a embaralhar papéis.

Esposa, mulher, companheira, mãe, nora, cunhada, tia, sogra,avó, profissional, amiga. Prá não falar do país e época em que nasci ! Ufa! São muitos!

Para alguns já é necessário abrir gaveta: papéis arquivados.

E, como a realidade embaraça a gente, não custa nada sonhar um pouquinho com
uma pequena e mimosa gaveta com a etiqueta: Bisavó.

Oh! Maio por que te escolhi um mes diferente?

Bjs

Maysa

PS: O texto dedico, com carinho e amor, às minhas três netas e neto.



quarta-feira, 27 de maio de 2009

Nada Por Mim - Composição de Paula Toller - Interpretação Renato Russo

Paulinha Toller compôs e gravou. Muitas outras gravações, dessa música, são incríveis, tem até uma do Nelson Gonçalves mas, esta interpretação do Renato Russo é a que mais me apaixona!
podem conferir!
Bjs Maysa



segunda-feira, 25 de maio de 2009

CECÍLIA MEIRELES - CÂNTICOS



Em setembro de 2003, descobri uma preciosidade, no Salão Nacional do Livro Infanto Juvenil (FNLIJ), que costumo frequentar, e nessa época se realizava, no galpão anexo ao Museu de Arte Moderna.

Um pequeno livro de capa cinza, feito em brochura, fino, de uma beleza discreta e misteriosa. O tratamento editorial cuidadoso. À capa, de Moema Cavalcanti, um desenho de lírios, em delicados traços brancos, no alto à direita . Um pouco abaixo, à esquerda, o nome da autora, em fonte de cor branca , com fundo vermelho: Cecília Meireles.

O nome do livro: CÂNTICOS

A oferenda Teu nome é liberdade

A edição , terceira, traz ao lado de cada poema, o manuscrito da autora, reproduzido em fac-símile. Duas ilustrações da própria Cecília estão no livro. Poemas inéditos. Dele, um dos cânticos que mais aprecio.


III


Não digas onde acaba o dia.

Onde começa a noite.

Não fales palavras vãs.

As palavras do mundo.

Não digas onde começa a Terra,

Onde termina o céu.

Não digas até onde és tu.

Não digas desde onde é Deus.

Não fales palavras vãs.

Desfaze-te da vaidade triste de falar.

Pensa, completamente silencioso.

Até a glória de ficar silencioso,

Sem pensar.


Cecília Meireles, in Cânticos, 3a edição, Editora Moderna.



Beijos
Maysa


Dica:

O próximo Salão Nacional do Livro Infanto Juvenil , acontecerá durante os dias 10 à 21 de junho, no Centro Cultural Ação da Cidadania, no bairro da Saúde, aqui no Rio. Mais informações aqui.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

OLHAI COMO O TEMPO PASSA




A vida , numa cidade como o Rio de Janeiro, é corrida. No seu dia-a-dia, o contato humano muitas vezes, se dá quando v. esbarra nos desconhecidos, igualmente, empilhados nos vários transportes de massa.


Moro num bairro tranquilo do Rio, Santa Teresa, aqui, ao invés de multidão , nos penduramos num sobe e desce entre as ladeiras, ruelas e travessas, muitas com calçamento da época do império. Se o bonde não faz o seu caminho, você pode vislumbrá-lo, com o encanto de criança, serpenteando, barulhento pelos trilhos.
Não, não é uma volta ao passado, aqui,você entra em acordo, ou não, com o tempo. Um outro tempo.
Tempo interior, mais que cronológico. Os apelos do entorno, quase sempre, não são invasivos, apenas, sugeridos, percebidos, usufruidos.
Sim, você pode escolher, entre viver, lá embaixo, a disputa pelo centímetro de calçada, as supresas constantes e desagradáveis,com os ruídos em decibéis acima do permitido. A multidão apressada e com frequência deseducada...problemas decorrentes do tipo de urbanização ,diz o meu lado de socióloga, mas, o meu melhor argumento para morar aqui, é o prazer com que renovo minha vida todos os dias.
Tenho tempo, para me encantar com as flores singelas, algumas hoje - raras na cidade grande- surgem no jardim do meu minúsculo quintal. Brindo suas presenças como quem prova a qualidade de um vinho, com apelação respeitada.
Meus olhos e ouvidos percorrem paisagens e sons bucólicos. Bons para o apaziguamento e elevação da alma.
Viver aqui precisa de um ritual diário entre a sensibilidade e a paisagem, o clima, as pessoas.
Por isso, contrapondo-se à precária presença e baixa conservação pelo poder público no bairro, mais que um acaso, viver por aqui, é uma escolha.
Tem em seus aspectos difíceis: o acesso, por transportes coletivos, não coberto em muitos trechos; ruas com iluminação precária ou inexistente, escadas imensas sem manutenção, apoios ou corrimãos.
É ,uma forma de vida arrastada e saboreada ,por seus moradores, anos a fio.
Amo o meu bairro. Paixão de criança, de quando visitei, com mãe e avó, uma prima vinda do Maranhão.
Voltando para nossa casa, em Botafogo, à tardinha, dentro do bondinho, vi a bela Baía de Guanabara, soberana, do alto do morro, alí bem perto , no Largo dos Guimarães, onde termina a rua Cândido Mendes.


Bjs
Maysa

terça-feira, 19 de maio de 2009

VILLA LOBOS -BIDÚ SAYÃO - Bacchiana n. 5



20 DE MAIO DE 2009

Ouçam junto comigo a bela voz de BIDÚ SAYÃO, nessa comovente peça do Maestro Heitor Villa-Lobos.

Beijos


Maysa






POR CAUSA DE VOCÊ - TOM JOBIM / DOLORES DURAN







Este mes de Maio flagrou a minha veia nostálgica.Mas, beleza é.
Em qualquer quilate, meridiano ou temperatura.
Procurando uma música - melodia e letra - que me deixou apaixonada desde que a ouvi pela primeira vez... achei POR CAUSA DE VOCÊ .
Espero que gostem e, se discordarem, avisem que é prá eu saber com que ando compartilhando preferências!
Bjs

Maysa





domingo, 17 de maio de 2009

FESTA LITERÁRIA DE SANTA TERESA - MAIO 2009








LYGIA BOJUNGA, a autora homenageada.
Na programação do evento um café da manhã em sua companhia. Ótima idéia, mas o encontro, logo a seguir, com seus leitores foi inesquecível. Amorosa, vibrante, conversadeira, uma criatividade desconcertante, generosa, educadora na ativa. Notável presença de mulher, também moradora do bairro. Passei todo o tempo, ouvindo-a comovida. Um luxo existencial.
A equipe de professores do CEAT-Centro Educacional Anísio Teixeira - os criadores; seus alunos, os intérpretes.



FERREIRA GULLAR, o autor sempre festejado. Suas histórias irônicas, tempos passados revisitados com sabedoria, simplicidade e bom humor. O público, apaixonado.
ONDJAKI, a " fala " sensível e madura de um autor jovem.
A 1a Festa Literária de Santa Teresa, foi um sucesso.Estive lá.

Encontros prazerosos entre autores e leitores, público atento, alegre. Gerações de mestres e alunos, pais e filhos, moradores e visitantes.Uns, atraídos pela primeira vez buscando, no prazer de ler e ouvir histórias, o fio longo das diversas linguagens literárias. Outros, flanando pelo bairro de Santa Teresa, amado e descoberto de várias maneiras.
A única livraria,Largo das Letras, ponto de referência de alguns lançamentos, oficinas de ilustração e contação de histórias, troca de livros.
Os doces portugueses de Alda Maria , no platô da livraria. A própria doceira servindo suas delícias na barraquinha.
Ateliês abertos,restaurantes superlotados, exibindo filas civilizadas. Música,poesia, grupos jovens, estrangeiros curiosos , brasileiros de tantos lugares e sotaques.
De tudo um pouco acontecia.
Alí, no Largo dos Guimarães, ainda pela manhã, presenciei cena de disputa explícita, por um ponto de mendicância, entre uma mulher decidida e um homem acuado. Ela, vociferava sobre a ocupação do lugar e ele, contrapunha envergonhado, a garra e o espaço já perdidos.
Apresentações, parcialmente, interrrompidas por insólitos ruídos cotidianos do bairro.
A adaptação do livro "A Bolsa Amarela" , de L. Bojunga, com os alunos do CEAT, recebeu primorosa ajuda de sonoplastia, contundente e regular, na decolagem dos aviões do Aeroporto Santos Dumont . As repetidas manobras dos motorneiros dos bondes, no Museu do Bonde , local da encenação, contribuiu do mesmo modo, para testar a atenção e a capacidade auditiva da platéia .
No Centro Cultural Laurinda Santos Lobo, a voz intimista de Ferreira Gullar, por algumas vezes foi abafada pelo pregão da paçoca num megafone possante e, por latidos fortes de um cachorro incomodado com os passantes. Enquanto isso, o poeta discorria sobre a poesia neo-concreta, o exílio, as arbitrariedades das ditaduras, a urgência em fazer o Poema Sujo - "que já nasceu com nome". Santa é assim...
O público só ficava inquieto quando não conseguia entrar nas salas lotadas dos encontros.

Neste ponto,cabe sugestão à coordenação do evento. No próximo, não se furtem, ao colocar na recepção, pessoas da equipe que encaminhem e possam orientar na organização das filas de entrada, de autógrafos. Protagonizei um tombo prosaico, e bastante dolorido, para conseguir um ambicionado autógrafo. Nem o autor nem a leitora precisavam do constrangimento causado pelo fato inesperado(!).
Pensando no conforto do público leitor e do autor, a acomodação de ambos, nos espaços escolhidos tanto quanto a organização das filas é " organização de cidadania".
Este ano, adultos, com alguma frequencia, não deram aos jovens o melhor exemplo.
Vi muita coisa que ainda estou digerindo, deliciosamente, como os "bem-casados "de Alda Maria.
Os musicos de partido alto,Tantinho da Mangueira e Marquinho China , dando um show de malícia e "repente" nos versos improvisados do desafio musical, no lançamento do livro " Na ponta do verso: Poesia e improviso no Brasil", de Alexandre Pimentel e Joana Correa.
À noite, também no Jasmin Manga, o grupo Balaio Carioca, encantava e empolgava a plateia, com alegria , ritmo, afinação e a bela interpretação de Agenor, do pandeiro, alí, cantando um samba de raiz, e depois Vika Barcellos, soltando a voz e a beleza , num repertório brasileiro de primeira. Estavam todos no paraíso!


A 1a Festa Literária de Santa Teresa valeu. Parabéns. Os que lá estiveram vão querer voltar no próximo evento. Daqui há dois anos? Isso não foi revelado.
Bjs
Maysa



Um último presente inspirado na FLIST, um poema de ONDJAKI.

“intimidar o poema a ser raiz”


era um poema lateral aos sentidos.
ganhava formato ébrio
ao nem ser escrito.
longe dos pensamentos
imitava uma pedra
[aí as palavras drummondeavam].
longe das lógicas
– com tendência vagabunda –
o poema driblava lados avessos
de noites
e animais
[aqui as sílabas manoelizam, barrentas].
mas uma estrela nunca brilha
tão solitária;
encarece-se também de luuandinar,
miar à couto,
esvair-se para guimarães...
era um poema carente de afectar-se
a ramos gracilianos.
assim alcançava
o estatuto
de raiz.
cheirado, emitia brilhos tímidos
– fosse um pirilampo.