sexta-feira, 16 de abril de 2010

GRAÇA CARPES - poeta, atriz, clown. Pessoa linda




Ela é mignon. Tem mil jeitos de ser... enquanto respira
faz poesia ! É atriz, clown, fotógrafa, videoasta , contadora de histórias...
Nos conhecemos numa oficina sobre mitologia.
Depois, encontrei-a , aqui em Santa, numa sexta no bar do Marcô com seu cartões poéticos. Recolhi algumas expressões líricas:

- Vagarosamente caminho
o caminho
do coração


- O melhor da vida
são os encontros
encontre-me!


-A qualquer momento
um vento mais forte
vai trazer tua imagem
miragem
miragem


A gente quase não se vê, mas se gosta! li recente uma entrevista sua aqui e para vocês começarem a gostar do que ela escreve reproduzo duas poesias:

Semente




que o semelhante
:
semente ante o outro – espere o broto
perceba a luz da
cor
.
permita que nasça o
diferente
;
ouça a música veja o
som
arome
.
.
.
arome cheiro diferente
,
novo respirar
reaprender
;
reencontrar o princípio de
si
.



Prisma

por que assusta ser
livre e
fecundante
se o prisma
do
poema reflete a
luz
das
manhãs
?
assim como o
oculto em escuridão
da
noite
é
intocável
reconhecível
intocável


Podem acompanhar a arte de Graça Carpes também nesses endereços:

http://pulsarpoetico.zip.net/

www.myspace.com/gracacarpes

http://www.youtube.com/user/gracacarpes

Um abraço carinhoso

Maysa

sábado, 10 de abril de 2010

DE ERIC ROHMER À MANOEL DE BARROS - O CINEMA: IMAGEM E PALAVRA

Dir:Rohmer/ma nuit chez Maud/1969/
Fotografia: Néstor Almendros















Acompanho com emoção e grande prazer a mostra " O cinema de Eric Rohmer", na Caixa Cultural -Rj . A obra do cineasta francês, recém falecido, representa um singular olhar no movimento de renovação da cinematografia francesa, conhecido por nouvelle vague.
Plural sem deixar de ser autoral, desde a temática escolhida, a imagem poética produzida, o lirismo de uma época... está tudo lá. Impossível deixar a platéia distante dos seus personagens, suas angústias, pequenas misérias, ingenuidades e reflexões honestas, sem moralismo. Tudo contado com maestria, mostrado com refinamento estético, elegância e arte.
Suas histórias acontecem, hoje e sempre, com quase todos os hominídeos - fiéis depositários da palavra.
A mostra vai até amanhã, dia 11. Quem passar pelo Rio clique no site da Caixa Cultural-RJ ou confirme a programação pelos jornais.



No entanto, ainda, não vi o premiado documentário sobre o poeta pantaneiro: Manoel de Barros. Não vou perder. Muito bem recomendado à partir do título : Só 10% é mentira. E, claro, da sua obra poética. Palavra tratada com o requinte da simplicidade.
"A invenção é um negócio profundo"...
Querem ver o triller?
http://www.cinesanta.com.br/sodezporcentoementira.htm


Um abraço de sábado carinhoso.
Maysa

quinta-feira, 8 de abril de 2010

O DIA SEGUINTE

foto cel. maysa/ pato na lagoa/25.01.10














O DIA SEGUINTE

Amores. Vidas. Ilusões se acabam.
Há dor que não cessa
parece com a chuva que não passa.
A cidade chora.
O coração sofre.
Por que se deixa
o amor ao próximo
tão longe?
Em que local se planta
um jardim de cuidados?
Em que nuvem branca
estará a promessa de sol?

Santa Teresa, 08.04.10
Abraço
Maysa

terça-feira, 6 de abril de 2010

SIMETRIA NO OLHAR




foto cel/maysa/fundoquintal10.09



" que tormento, mas que tormento, mas que tormento!" fui confessando e recolhendo nas palavras o licor inútil que eu filtrava, mas que doce amargura dizer as coisas, traçando num quadro de silêncio a simetria dos canteiros, a sinuosidade dos caminhos de pedra no meio da relva, fincando as estacas de eucaliptos dos viveiros, abrindo com as mãos cavas a boca das olarias, erguendo em prumo as paredes úmidas das esterqueiras, e nesse silêncio esquadrinhado em harmonia, cheirando a vinho, cheirando a estrume, compor aí o tempo, pacientemente.

Raduan Nassar
in Lavoura arcaica, Companhia das Letras, 3a edição revista pelo autor, cap.8, pág. 50
Abraço
Maysa

domingo, 4 de abril de 2010

FEIRA AOS DOMINGOS !

foto/Vv.mariano/abril2010






A madrugada avança, mas é noite ainda! Posso imaginar o esplendor que se prepara, com suavidade e volúpia, em mais um amanhecer.
A vida contém além...
Raios dourados e alaranjados do sol levantam-se, pipocam os ruídos urbanos que acompanhamos ou construímos sem prestar tanta atenção.
Em caixotes de madeira vão se abrindo formas, cores e cheiros!
O suco está logo ali, cenoura com laranja, morango ou a fruta da estação.
Brilha o sol mais alto do que a linha do horizonte - é dia! Os raios claros da manhã iluminam a multicolorida exposição.
A feira é feita de cor, suor, sons, pregões, muita imaginação.
A faina do feirante instala barracas, toldos, cordas. Pregos aparentes destampam surpresas e sabores.
Há texturas que não só o tato acaricia, mostram-se aos olhos, permitem um passeio e por fim a captura do instante.
O desejo abre o apetite.
- Que tal um bolo de aipim?
-Não, prefiro comer um bobó de camarão!
-Chuchu beleza!
Cozinheiros! o alimento deve ser apreciado antes de comprado. Há quem tenha um ritual para entrar numa feira. Percorrê-la primeiro. Olhos atentos - do começo ao fim!
E, depois que ela termina todo cuidado, motorista, para não furar o pneu no asfalto.
Não esqueçam: Os sonhos serão arrebatados ao sono incomodado em seu ciclo do repouso. Quem consegue dormir sossegado com o som da feira?
É domingo na Glória.


PS: Esse texto fiz para a foto recebida de Vv.mariano. É uma brincadeira nossa, nova e está aberta aos que por aqui passam. Vv. gostou?

Abraço
Maysa

PÁSCOA






F E L I Z












P Á S C O A



Para todos

Maysa

sábado, 3 de abril de 2010

ALELUIA


Pela manhã pretendi postar a ALELUIA DE HÄNDEL, ou a de MOZART.Não consegui. As modificações no Youtube me desarticularam. É por isso que me nomeio uma blogueira principiante. Então num sentido diferente do que imaginava passo por aqui e deixo meu abraço de sábado de ALELUIA.
Revi, hoje, as comemorações de Aleluia, no Centro do Rio, feitas por vários grupos do Maranhão, radicados aqui no Rio, entre eles o Brilho de Lucas, as Caixeiras do Divino. Tudo lá na Rua do Mercado. Foi maravilhoso! Ver o Boi. Tirei fotos que logo, logo mostrarei a todos.Por enquanto fiquem com este vídeo de 2007
Um abraço

Sugiro uma visita ao site do grupo as tres marias sobre o Boi Brilho de Lucas. Aqui

Maysa


sexta-feira, 2 de abril de 2010

SEXTA-FEIRA SANTA

Flores para CHE/ Foto cel./ Maysa M.2010



É uma sexta-feira diferente. Sempre assim. Nela, a cada ano, há surpresas visíveis e outras que só nos dizem respeito. Dessas, não falo para confirmar o significado pessoal e instransferível de algumas vivências e descobertas que temos, e só à nós devem servir.

Mas sensações da infância, vêm à tona. Relembro uma ou outra. Conto a primeira.

Em criança, bem pequena, acompanhava minha mãe à igreja e tinha uma vontade louca de fugir do templo, para não ver a imagem, em tamanho natural, do Cristo Morto.

Era um sofrimento atroz. Pavor e dor. Sangue representado com a maior verossimilhança, afugentava o meu sangue-frio o mesmo que a cultura nos exige como dom maior.

Fechava os olhos. Sentia, então, o calor da mão de minha mãe, e assim ficava na extensa fila para beijar o Cristo Morto.

Era tão cálida aquela mão, sensação de tanta segurança me passava que sofria um pouco menos. Mas já sabia o que nos aguardava no fim da fila: Aquele homem frio.

Frieza dada pela morte, ausência, distância definitiva para nós crianças ou adultos.

Difícil era aceitar, como verdadeira, a versão de que na mesma semana ele estaria ressugindo e subindo aos céus...

Vida de criança tem momentos muito difíceis...


(continuo amanhã)


Abraço


Maysa

quarta-feira, 31 de março de 2010

MIOU- MIOU " A emoção de lidar"

Foto cel./ Bela Miou /Maysa M. 2009

Eram 3 gatinhos recem-nascidos oferecidos numa caixa de papelão.
O dia, 25 de dezembro, Natal do ano de 1996.
Uma vizinha teve a idéia magistral de revelar minha antiga preferência por felinos, à uma estranha, quebrando assim regra de ouro de vizinhança.
Fiquei braba com a inconfidência. Não queria mais criar bicho. Meus planos eram de liberdade. Após o crescimento dos filhos queria voar, passear, descobrir alhures novos horizontes. Deu no que deu. O filho mais novo alquebrou minha resistência. Insistiu. Durou um tempo a queda de braço. O meu coração de mãe inquieto, insatisfeito, aquietou-se.
Ficaram assim Edgar, Nise e Miou-Miou. Amamentei-os em conta-gotas e seringas sob o olhar, desconfiado e surpreso, do farmaceutico à cada vez que comprava mais apetrechos para lidar com os babies gatinhos. E o olhar de desânimo... de um pretendente à namorado.
Tempos depois o filho se prepara para casar e a futura nora decreta: -As gatas não vão!
Sofri. Elas viviam comigo, tolhiam minha limitada liberdade e não encontrava quem se dispusesse a tratá-las com igual cuidado.
Fracassei de novo. Agora, no propósito de doação. Elas foram ficando.
Minhas viagens resumiram-se a qualquer lugar pertinho e, não por mais de dois dias! O filho mais novo, a essa altura casado, longe, bem longe, dos problemas deixados.
Miou sempre foi a mais dengosa, miava bastante pela manhã, assim que me via sair do quarto. Enfiava-se em todos os pares de sapatos que o cansaço me fazia jogar em algum canto quando retornava à casa. Nesses momentos chamava-a de Imelda, lembram-se da 1ª dama das Filipinas?
Foi ela, ainda, quem descobriu o asa-a-asa da passarinha fazendo o ninho, que deu metade do nome deste blog.
Ela era tão rápida nos salto em altura quanto gulosa. Caçava e trazia o resultado, para mim repugnante, com visível orgulho e alegria. Assim, fui apresentada aos restos mortais de um beija-flor, extrai de sua garganta uma cigarra, ainda em pleno canto, e conheci uma coleção respeitável de camundongos.
Passei bons e maus pedaços com a convivência não escolhida e majoritária: Duas felinas e uma pós-humana. O Edgar sumira na semana do casório.
A manutenção de animais é cara, trabalhosa e muitas vezes conflituosa.
Encontrei bons e maus profissionais para lidar com as várias circunstâncias, clínicas quase sempre -apenas- comerciais, resistência de categorias como taxistas.
Lutei comigo mesma, e com meus médicos alergistas, para aceitar tomar medicamentos evitando crises maiores causadas pela intolerância que tenho ao pelo de animal.
No entanto, a semana que passou sofri muito com seu estado de saúde. Definhou em 15 dias, a caquexia produzida por uma neoplasia no fígado, tomou conta da bichana alegre, dengosa, que tinha requintes ainda não presenciados em outros de sua espécie.
Tirava com a patinha, grão por grão de ração e jogava-os certeiros dentro da boca. Se o sol ou a claridade fossem excessivos usava-a para se proteger. Era conversadeira por demais da conta. Invadia minha solidão na maior.Ufa!
Chorei de ficar sem respiração, ontem, dia 30, quando a entreguei nas mãos da veterinária. Não dormi na véspera até tomar a decisão de sacrificá-la.
Mas o que entendi de vez foi a abordagem da Dra Nise da Silveira, quando relacionou o modo de lidar com os sofrimentos dos excluidos da sociedade - por doenças psico-emocionais- à emoção que um animal produz em cada um de nós.
A poeta Adélia Prado sublinha:
Minha mãe achava estudo a coisa mais fina do mundo. Não é. A coisa mais fina do mundo é o sentimento...
PS:
Em homenagem à Miou-Miou, para ilustrar, incluo charge do meu querido amigo Liberati - Gato e Pipa. Gatinha na camiseta lilás de uma amiga e marca da campanha Adote um Gatinho, do blog decoeuração, da Viviane Pontes.





segunda-feira, 29 de março de 2010

A ENSEADA E O RIO ( Um poema de Páscoa)

Baía da Guanabara/ Foto Cel.
Maysa M. /fev. 2010















A ENSEADA E O RIO




Maysa M. 


Pedra. Passeio. Praia. Penhascos
Pedra inteira ou aos pedaços?
Piso mosaicos, sombras
Pés e passos.
Resvalo na grama pouca
Contemplo cada instante
Em mente o conta-gotas
F-o-t-o-g-r-a-f-o!
A Pedra bruta acaricia
Leva e traz pelos ares
Fantasia. Miragem.

Há homens e pássaros!
E o caminho construído
Mirante dos mares.
Céu. Nuvem. Água. Água
Açúcar... Miríades do afeto
oferecido aos netos. Aos filhos.
Ao ninho. Em meu caminho
Vento. Sol. Leve brisa
Percorro a enseada.
SORRIO.

Santa Teresa
29.03.10

PS: Páscoa é passagem

domingo, 28 de março de 2010

DOMINGO DE RAMOS ou "não há mal que sempre dure, nem bem que nunca se acabe."

Entrada em Jerusalém








Vou concluir meus dias, aqui, neste plano terrestre, imersa em dúvidas.
Claro, logo após essa constatação, passei a viver um pouco melhor. Aceito-as e serão bem vindas! Aprendo muito.
Minha qualidade de vida subiu 90%. Entreguei-me, assim, aos grandes êxtases que viver oferece a todos.
O maior deles, para mim, é o mistério da vida. Ela vem e vai sem pedir licença. Não, não somos manipulados pelo ato de existir. Qualquer um, desde pequeno, faz lá suas escolhas por mais simples e incógnitas.
Acredito no processo e em suas variadas etapas. Não tenho respostas definitivas para nada, mas alguns prazeres... em que aposto e insisto. E, errar é humano.
Na infância serena e amada em que a vida, os pais e a avó materna me proporcionaram não desfrutei de inteira liberdade nem qualquer opulência material.
Recebi educação familiar marcante. Os papéis eram bem definidos. Como muitos da minha geração fui uma garota contestadora, enfrentei valores e destino (!).
Hoje, minha neta mais nova, Cecília, em seus quatro anos incompletos, encanta meus êxtases de avó avisando:
- Vó, eu sei o que é um Ser Humano!
- Sabe mesmo, querida?
- Hã, hã. É uma pessoa, vó!
- Maravilha! respondo.
Então com toda a liberdade, aproveito o pretexto para comemorar o Domingo de Ramos.
Essa liturgia cristã sempre me comoveu. A história conta que o Cristo, entra em Jerusalém como rei e durante a semana, que hoje se inicia, vive sua paixão, morte e ressurreição! Aclamado e crucificado.
" O sentido da festa do Domingo de Ramos trata tanto da entrada triunfal de Cristo em Jerusalém, e depois recorda sua Paixão, é que essas duas datas estão intrinsecamente unidas. A Igreja recorda que o mesmo Cristo que foi aclamado como Rei pela multidão no Domingo, é crucificado sob o pedido da mesma multidão na Sexta. Assim, o Domingo de Ramos é um resumo dos acontecimentos da Semana Santa, e também sua solene abertura". Mais aqui
É mais um dos mistérios entre o percurso que cada um de nós desenvolve, nesse processo a que chamamos vida, dentro de si e na relação com os outros, desde a busca por significados à dimensão da condição humana.
Minha avó Sindoca - Maria da Conceição- sempre repetia, acabei aprendendo:
" Não há mal que sempre dure nem bem que nunca se acabe!"
Na fortuna ou na dor.
Para todos, cristãos ou não cristãos em seus vários credos, agnósticos ou ateus, nesta semana reflitam sobre seus valores, crenças e êxtases.
Meu sincero desejo é que descubram seu único e mutante lugar nesse caminhar.

Um abraço afetuoso

Maysa

sábado, 27 de março de 2010

UM PÉ DE JAMBO

foto cel. Maysa/2009
No meu caminho tem um pé de jambo!
Apareceu alí para me encantar e juntar reminiscências da infância.
Apaixonada sonho: Quem dera todo dia essa cor púrpura... tapete para pisar.

Não! Para namorar...contemplar essa aparição da surpresa de mãos dadas com a beleza .
Não é cotidiano o meu jambeiro, encontrei -o indo ao Instituto Moreira Salles, na Gávea, Rio.
Agora, mora para sempre nas minhas mais extasiantes lembranças!

Cliquei com meu celular - "maquininha" que pode trazer tanto a beleza quanto a felicidade, é só usarmos seu lado silencioso, cúmplice e gravar imagens vistas pela alma.

Um bom abraço e muitas caminhadas.



Maysa

domingo, 21 de março de 2010

GEORGES BRASSENS - Les Copains D'abord









Essa maravilha,ainda, não experimentei cantarolar por inteiro. Mas escuto com prazer, há muitos e muitos anos!



Les Copains D'abord

Georges Brassens


Non ce n'était pas le radeau de la méduse, ce bateau
Qu'on se le dise au fond des ports, dise au fond des ports
Il naviguait en père peinard
Sur la grande mare des canards
Et s'app'lait les copains d'abord, les copains d'abord
Ces fluctuat nec mergitur, c'était pas d'la littérature
N'en déplaise aux jeteurs de sorts, aux jeteurs de sorts
Son capitaine et ses mat'lots
N'étaient pas des enfants d'salauds
Mais des amis franco de port, des copains d'abord
C'étaient pas des amis de luxe
Des petits Castor et Pollux
Des genres de Sodame et Gomor, Sodame et Gomor
C'étaient pas des amis choisis par Montaigne et La Boétie
Sur le ventre ils se tapaient fort , les copains d'abord
C'étaient pas des anges non plus
L'évangile ils l'avaient pas lu
Mais ils 'aimaient toutes voiles dehors, toutes voiles dehors
Jean-pierre, Paul et compagnie, c'était leur seul litanie
Leur crédo, leur confiteore, aux copains d'abord
Au moindre coup de Trafalgar, c'est l'amitié qui prenait le car
C'est elle qui leur montrait le Nord, leur montrait le Nord
Et quand ils étaient en détresse, leur balançaient des SOS
On aurait dit des Sémaphores, les copains d'abord
Au rendez-vous des bons copains, il y avait pas souvent delapins
Quand l'un d'entre eux manquait à bord, c'est qu'il était mort
Oui mais jamais au grand jamais, son trou dans l'aune serefermait
Cent ans après coquin de sort, il manquait encore
Des bateaux j'en ai pris beaucoup mais le seul qui aie tenu lecoup
Qui n'aie jamais viré de bord, mais viré de bord
Naviguait en père peinard, sur la grande mare des canards
Et s'app'lait Les Copains d'abord, les copains d'abord
(... instruments ... )
Des bateaux j'en ai pris beaucoup,
Mais le seul qui aie tenu le coup
Qui n'aie jamais viré de bord, mais viré de bord
Naviguait en père peinard sur le grande mare des canards
Et s'app'lait les copains d'abord, les copains d'abord







Ainda bem que dá prá repetir certos gostos!
Et voilá! mon cadeau pour ce dimanche.

Meu carinhoso abraço
Maysa

sexta-feira, 19 de março de 2010

FADO DA SUGESTÃO - COIMBRA




Como adoro cantar vou, aqui, lembrando devagarinho minhas preferências.
Entre elas este fado de Coimbra, o da SUGESTÃO.
Quem me ensinou foi Rui Nazareth, um querido amigo, português de nascimento e, hoje, carioca de coração; pois aqui no Rio formou sua família e trabalha todos esses anos. Conhecemo-nos lá na Faculdade Nacional de Filosofia, na Av. Presidente Antônio Carlos. Ele fazia o curso de Física e eu o de Ciencias Sociais. Ficamos amigos. Frequentava minha casa, em Botafogo, e levava-me às festas em casa de uma família portuguesa, bem na esquina da Av. Rainha Elizabeth com Raul Pompéia, em Copacabana. Ainda hoje, sempre que passo por lá, olho com o olho de ver o prédio erguido em lugar daquela casa alegre, hospitaleira, musical.
As imagens dos pais, das filhas, do casal jovem misturam-se ao som das guitarras portuguesas, e essa lembrança é tão vívida que supera qualquer ruído que na rua, seus passantes, carros e transportes coletivos estejam produzindo.
Com saudade as risadas invadem meus ouvidos, a esquina, e não deixam nenhum lugar para as atuais estridentes buzinas.
Lá ouvi muitas vezes este fado. Meu amigo paciente a me explicar a diferença entre um fado de Lisboa e um de Coimbra.
Hoje, pela manhã, a conversa ocasional e prazerosa que tive com uma senhora portuguesa de 87 anos - D. Olga, fez-me lembrar de tudo isso e aqui estou, graças à tecnologia atual compartilhando mais uma melodia, uma poesia, uma lembrança boa que a vida e os anos não destruiram. Espero que gostem.

Abraço

Maysa



Fado da Sugestão


Não digas não dize sim,
Muito embora amor não sintas.
O não envenena a gente.
Dize sim, ainda que mintas.

Não digas não dize sim,
Sê ao menos a primeira.
Falta-me embora a verdade,
Não sejas tão verdadeira.

música: Alexandre Augusto de Rezende Mendes
letra atribuída à Edmundo Alberto Bettencourt





sábado, 13 de março de 2010

CARTOLA - ACONTECE




Adoro cantar, de preferência no banheiro, a acústica lá é melhor. Mesmo assim, fiquei anos inibida, os filhos adolescentes só queriam heavy metal e hard rock na veia.
Quando me ouviam cantarolando diziam : Pára maêêê! Eu parava.
Algum tempo depois começaram a gostar de chorinho, e dos melhores de nossa música popular: Cartola, Nelson Sargento, Paulinho da Viola.
Na casa de meu pai, em Botafogo, já referi muitas vezes, os bambas do bairro compareciam.

Com meus filhos atualizei os blues e aprendi a gostar do swing de Tim Maia, descobri o repertório de Marisa Monte, a guitarra do Gary Moore, com Phil Lynott - Parisienne Walkways (live) . O gosto do mais velho misturei ao do mais novo e namorei os hits que apontavam para o rock do Lynyrd Skynyrd. Amo música e meus filhos também.

Mas, em meu coração, é com o velho e amadíssimo Cartola que tudo Acontece.
Retomei um sonho dos meus vinte anos, agora.
Com essa música ACONTECE fiz minha entrevista de seleção para a Escola de Música Villa Lobos e a mestra não disse para parar não! ao contrário diz que tenho uma bela voz.
Tô acreditando! E vou fundo no aprendizado.
Um beijo de sábado
Maysa











domingo, 7 de março de 2010

NELSON CAVAQUINHO - JUÍZO FINAL






ARTE X MORTE

No constante duelo entre arte X morte, a segunda leva mas não acaba, não destroi, nem mata a primeira. A presença artística fica como referência.Temos lamentado, além da conta, demais para qualquer mortal, aqui, a perda recente de artistas no meio da música, espaço em nossa cultura popular, a que mais de perto nos dedicamos.
Salve o querido Johnny Alf! Qualquer hora posto uma das suas lindas canções.

Hoje resolvi trazer a voz, inusitada, a presença forte de Nelson Cavaquinho, que como todos podem provar não morreu em nossos corações! nem em nossa cultura.
Ponto pra vida, pra arte, pra beleza. Para poesia de seus versos e melodias. Quem conhece FOLHAS SECAS?

Quando eu piso em folhas secas
Caídas de uma mangueira
Penso na minha escola
E nos poetas da minha estação primeira
........................................

Neste Domingo penso e, compartilho, a arte do querido Nelson Cavaquinho. Tive o imenso prazer em conhece-lo, cantarolar junto e partilhar mesa no Lamas. Falamos a lingua dos apaixonados pelo samba, nós dois Mangueirenses.Valeu e valerá no meu juizo final!

Em 1986, ano que se encantou, a Mangueira tinha acabado de ser Campeã. Se quiser saber mais clique aqui.



Juízo Final
Nelson Cavaquinho
Composição: Élcio Soares / Nelson Cavaquinho
O sol....há de brilhar mais uma vez
A luz....há de chegar aos corações
Do mal....será queimada a semente

O amor...será eterno novamente
É o Juízo Final, a história do bem e do mal
Quero ter olhos pra ver, a maldade desaparecer

Repete a música 2 vezes:

O amor...será eterno novamente





Abraços

Maysa

quinta-feira, 4 de março de 2010

LÊDO IVO - Poeta preferido





Filha de pai alagoano, muito cedo senti atração, mesmo sem o convívio geográfico, com as Alagoas. O interesse e encanto pela obra de homens como Graciliano Ramos, Lêdo Ivo, e mulheres com o pioneirismo de Nise da Silveira, traduzem o vigor e a riqueza nordestinas.
Mostram minhas raízes de que mais e mais me aproximo.
Domingo assisti, num canal de TV paga, à belíssima entrevista feita pelo repórter Geneton de Moraes Neto com o poeta Lêdo Ivo a quem admiro desde meus vinte e poucos anos.
Semana passada dividimos a mesma calçada no Centro do Rio, tive desejo de pará-lo cumprimentá-lo e agradecer por sua poesia, mas deixei-o seguir quieto, com sua fisionomia tranquila e saudável, por inteira admiração. Os fãs dos poetas são diferentes dos fãs dos pop stars!
Transcrevo aqui trecho do encontro entre o repórter e o poeta, mais a poesia Queimada.
Sugiro, ainda, que leiam a matéria no site do Geneton.
....
GMN- Por que o senhor diz que detesta escritores que consideram a criação poética “um suplício” ? .
Ledo Ivo: “Tenho horror desses camaradas que passam o tempo todo dizendo que gemem e suam na hora de escrever. A minha criação literária é uma felicidade. Quando escrevo, parece que as coisas já vêm prontas,organizadas subconscientemente. Pensa que “capino” o meu texto. Mas o meu texto vem espontaneamente. Não tenho nenhuma simpatia por escritores que cortam. A minha simpatia maior é pelos escritores que acrescentam !
João Cabral uma vez me disse que passava noites acordado, com angústia. Eu dizia “Você só diz que passa noites acordado para ver se me causa inveja, mas não causa não!”.
GMN : Ao contrário do que dizia Carlos Drummond de Andrade,escrever não é “cortar palavras”, mas acrescentar ?
Ledo Ivo: “Um escritor francês disse que o bom escritor é aquele que “enterra uma palavra por dia”. Para mim,o bom escritor é o que desenterra uma palavra por dia ! Porque o escritor lida com um patrimônio lingüístico. De vez em quando o brasileiro ressuscita palavras esquecidas”.

...mais adiante

GMN : O que ficou da amizade com Manuel Bandeira ?
Ledo Ivo: “Minha ligação com Manuel Bandeira foi profunda. De todos os poetas, talvez o que mais me tenha marcado e ensinado foi Manuel Bandeira. Quando eu era menino, mandei poemas para ele. Recebi de volta um cartãozinho em que ele tocou em um ponto que ainda hoje permanece na poesia: “Há muita magia verbal em seus poemas”.
Depois percebi que, para mim, a operação poética é como se fosse um encantamento da linguagem – uma magia. Sou um poeta que acha que a poesia é o uso supremo da linguagem. Bandeira fez esta descoberta em meu momento inicial. Deu-me lições perenes : por exemplo,a de que o poeta deve ser um intelectual culto. Só a cultura tem condições de abrir caminhos. Ao poeta,não basta apenas ter talento e vocação. Por que o poeta deve ser realmente um homem culto ? Porque a poesia é um sistema milenar de expressão. É preciso conhecer os mestres. A criação poética não é,portanto,um problema só de sensibilidade. É um problema de cultura. Somente o vasto conhecimento da poesia e da literatura é que permite ao poeta exprimir-se.
A fidelidade à literatura deve ser o emblema do escritor. Devemos continuar segurando o estandarte. Vivemos um tempo de mudanças. Somos uma civilização de massas, uma civilização eletrônica, uma civilização consumista. Tudo alterou a posição do escritor e do poeta no Brasil.
Já não temos aqueles poetas populares de que Drummond foi o último grande exemplo.
O poeta vive hoje em uma época de anonimato. Os ícones são diferentes,os gurus são outros. A linguagem literária hoje compete com a linguagem eletrônica, o CD-Rom, o cinema,o disco . Mas,há alguma coisa que só a poesia tem condições de dizer. A poesia,então,existirá sempre,como linguagem específica,porque só ela pode dizer,sobre a condição humana,algo que não pode ser dito de nenhuma outra maneira. O cinema e a televisão lidam de uma maneira diferente”.
GMN : O poeta, então, deve se resignar a ser anônimo, nesse mundo dominado pela fama e pela mídia eletrônica?

Lêdo Ivo: “A função do poeta na sociedade é escrever poemas.A notoriedade é secundária”.

....

"A Queimada" :

"Queime tudo o que puder :
as cartas de amor
as contas telefônicas
o rol de roupas sujas
as escrituras e certidões
as inconfidências dos confrades ressentidos
a confissão interrompida
o poema erótico que ratifica a impotência
e anuncia a arteriosclerose

os recortes antigos e as fotografias amareladas.
Não deixe aos herdeiros esfaimados
nenhuma herança de papel.

Seja como os lobos : more num covil
e só mostre à canalha das ruas os seus dentes afiados.
Viva e morra fechado como um caracol.
Diga sempre não à escória eletrônica.

Destrua os poemas inacabados,os rascunhos,
as variantes e os fragmentos
que provocam o orgasmo tardio dos filólogos e escoliastas.
Não deixe aos catadores do lixo literário nenhuma migalha.
Não confie a ninguém o seu segredo.
A verdade não pode ser dita".


Para os que desejam saborear essa antológica entrevista de Geneton de Moraes Neto com o poeta LEDO IVO é só clicar aqui .
Alguns trechos da reprodução, deste feliz encontro, foram destacados, em itálico ,por esta blogueira.

O Rumor Da Noite é o novo livro de Lêdo Ivo.

Um abraço

Maysa

segunda-feira, 1 de março de 2010

RIO - 445 ANOS TEM NOSSA CIDADE MARAVILHOSA

Otto Stupakoff. Tom Jobim, 1957.




Primeiro de março para muitos que por lá passam é só um nome de rua, no centro antigo da cidade. Mas é também a data de fundação da muy leal cidade de S. Sebastião do Rio de Janeiro. Ah! cidade encantadora, bela, maravilhosa. O mundo inteiro se apaixona e comenta sua beleza. Natural só não! O povo que vive aqui é cordial , bonito, hospitaleiro. A paisagem embrulha tudo para presente! do Leme ao Pontal como o querido Tim Maia cantou. Mas uma letra de Vinicius eternizando música de Garoto, enaltece sua GENTE HUMILDE, dos suburbios com cadeiras baldias na calçada.
Ah! Você que só passou e que sonha voltar, um dia. Você que ,ainda, não veio conhecer de perto as belezas da cidade e o charme dos cariocas...Vai concordar: o Rio é um lugar lindo de se morar. Democrático na orla, no bar, no maraca, nos grupos de musica popular. Nos blocos de rua, mais de 500 neste carnaval!
Não sei de outro estado ou cidade em que o viajante chegue e uma semana depois já se considera da terra: carioca.
As vezes bate um ciúme em quem de fato nasceu aqui. Eu carioquinha, por exemplo, gosto de dias nublados ! mas a gauchinha fez uma linda canção e poetou que nós não gostamos... É hilário! Tá bom eu aceito: Ser carioca é mesmo um estado de espírito, o melhor, o bem humorado de ser brasileiro!
VIVA O RIO DE JANEIRO em seus 445 anos !

Beijos carinhosos de carioca
Maysa



domingo, 28 de fevereiro de 2010

WALTER ALFAIATE - O SAMBA DE BOTAFOGO ESTÁ DE LUTO






Paulinho da Viola, nascido com eu em Botafogo, reapresentou aos cariocas, em um show seu, o sambista Walter Nunes. O Walter Alfaiate, nome artístico dado pelo Da Viola e por Sérgio Cabral.
Transcorria meados dos anos 70. Nós, corríamos com os anos de chumbo. Alegria andava escassa por essa época.
O palco, até ali, do príncipe do samba ,de forma generosa e fraterna, foi oferecido para mais um bamba de nosso bairro querido.
Eu estava presente. Assisti a tudo! Junto de uma platéia entusiasmada, surpresa,e finalmente feliz! Tanto quanto o carinhoso anfitrião.
O palco refletiu a luz peculiar da alegria, essa do cotidiano, do homem comum brasileiro. Que é difícil tirar! O cinza chumbo transformou-se na vibração dos amarelos, dos verdes, vermelhos. Quem sabe sambar não enjoa. Dançando com elegancia o miudinho, reacendia esperanças.
Alfaiate, alegrou-nos por mais de três décadas desde àquela noite memorável.
Falar da tristeza que se sente ao ver um facho de luz se apagar é corriqueiro e repetitivo. É melhor compartir os momentos bons que ele deixou em nossos corações.
O seu batia apressado pelo nosso time Botafogo. Pela Portela. E abria num sorriso encantador para saudar as cabrochas que visse passar ou sambar.
O vi muitas vezes fora do palco, em família, em casa de amigos. Frequentou assíduo as rodas alegres da casa de meu pai - Manoel Machado, na rua S. Clemente, a mesma que dá nome à escola de samba de Botafogo. Na R. Real Grandeza, na casa de César, pai de Paulinho; em Laranjeiras na casa de meu irmão William.
Figura alegre, educadíssimo. " O Magnata Supremo da Elegância Moderna" partiu. E parece que, ainda, o estou ouvindo...na minha casa paterna, feliz, convidativo - sorriso escancarado - na hora em que o almoço estava para ser servido:
- Vamos ao buffet!

Essa música em ritmo sincopado foi criação do grande Ciro Monteiro. Ele a trouxe para nós, a garotada dos anos 70, que estava sem motivos para viver com alegria.
Mas a minha preferida sempre foi - A.M.O.R amor - de sua autoria.



Sacode Carola

Walter Alfaiate
Mexe e remexe com jeito, carola
E deixa o papai te aplaudir

(Oi)
Sacode carola
Faz aquele de babado
Faz mais um jogo de samba, carola
E mete o teu sapateado
(Oi de babado e coisa e tal)

(Oi)
Sacode carola
Que eu quero ver sacudir
Mexe e remexe com jeito, carola
E deixa o papai te aplaudir








Bom dia amigo, que a paz esteja contigo.

Um abraço a todos


Maysa

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

CUSTÓDIO COIMBRA - IMAGENS DO RIO- Fotos, exposição e livro.

fOTO CUSTODIO COIMBRA.2008
Um raio despenca sobre a imagem do Cristo. Num átimo o registro é eternizado pelo fotógrafo e jornalista Custódio Coimbra.
É de rara beleza . Dessas que faz o profisional experiente, o artista mais feliz e conhecido. Acrescenta à notoriedade nova emoção. A homenagem ao Rio não fica só na beleza reproduzida, tem exposição, livro e muito amor por nossa cidade.
Descobri esta pérola , no blog do Fernando Rabelo: Images&Visions, sugerido na lista dos meus preferidos ao lado.
Chequem os detalhes da informação aqui

Abraços

Maysa

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

CÉSAR FARIA - violonista




Inda agora, sob o calor intenso que faz em nossa cidade, debaixo de um abençoado chuveiro cantarolava - com o prazer de amadora - a canção TU, composição de Ary Barroso.
Aprendi-a com César Faria. Era meu aniversário de vinte anos! Na sala de estar em nossa casa, no bairro de botafogo, os acordes de seu violão apresentaram àquela menina a voz e a canção, numa interpretação intimista. Foi um dos melhores presentes ganhos por mim. César tinha um olhar doce, um sorriso maroto e uma delicadeza pessoal misturada à sofisticação do espírito.
Sem dúvida tanto ele quanto sua mulher, a querida Paulinha, povoam ainda as nossas vidas e são um prêmio bom de recordar.

Benedito César, violonista por mais de 70 anos, integrante do Conjunto de Jacob do Bandolim - Época de Ouro - partiu, há quase três anos. Deixa-nos muita saudade e a lembrança de suavidade, bom humor e dedicação.

O curioso, prá não dizer emocionante, é que em meio à cantoria do banheiro lembrei-me da data de seu aniversário, jamais esquecida em toda nossa amorosa convivência familiar.
Ontem, dia 24 de fevereiro estaria completando 91 anos.
E por mais de 40, aquela menina agradecia ao amigo querido sua melhor surpresa de aniversário. A voz suave e doce, a descoberta da canção romântica e o violão inconfundível comemorando os verdes vinte.

Liguei para Eliane, sua neta, confirmando a lembrança e sintonia.
Estamos aqui em casa, juntas, celebrando com alegria a data do aniversário de Benedito César para sempre em nosso afeto.


Um abraço,

Maysa


Eliane Faria é cantora desde o início dos anos 90. Filha de Paulinho da Viola, sobrinha do compositor Anescarzinho - do Salgueiro. Neta de Benedito César.Tem um Cd que vale conhecer e ouvir com emoção : ALMA FEMININA.
Se quiser mais sobre a cantora clica aqui



segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

PULSAÇÃO - Por enquanto poesia apenas.







Amo a vida com o meu mais total e devotado amor. Amo-a na alegria e na tristeza, na saúde e, porque não? Na doença ou na paixão. É tudo do mesmo. Ora! não é que tem amor que nos adoece? Então, tô casada com a vida.
Ela é a companhia mais imprevisível que conheço. Oferece surpresas, mimos. Também sabe ser dura e exigente, mas até aqui a gente se entende. Temos uma boa convivência!

Sair assim, em plena vibração, sintonizada com o que há de mais delicado e inteiro... é sorte, benção,aprendizado, um naco de vida reencontrada.
Pulsação é poesia apenas. Para celebrar a vida que me acolhe no olhar carinhoso dos amigos depois de um desencontro desamoroso. O que não trocava, não somava, não queria ser, agora, está renascendo e sendo em mim, de novo.
O sentimento sincero vai ficar. Eterno em meu viver, pois que o AMOR tem mesmo seus motivos para não morrer.
O que um dia,nasce as vezes renasce e ainda pode florescer.

Pulsação é também uma letra de música que fiz à pedido de um músico amigo. Sua melodia está nascendo...está vindo.




PULSAÇÃO


Maysa M.

Pulsa a vida e a canção
Bate e espera coração
Vem o amor sem parceria
Tardo, ardo em solidão.

Marca o surdo esta emoção
Abre – alas, oh! nostalgia
Traz o sonho e a traição
Acorda senhora ilusão

Pulsa a vida e a canção
Desfaz-se a dor e a paixão.
Desperta, clamo em alegria
Liberta toda minha fantasia.



( Ipanema, 25 de janeiro de 2010)

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

MANHÃ DE CARNAVAL- ELIZETH CARDOSO e LUIZ BONFÁ

foto Maysa M.





Hoje é Quarta-feira de Cinzas. O Carnaval de 2010 terminou. Muitos romances começaram assim numa Manhã de Carnaval e ... outros terminaram sem que nem por que!!! antes mesmo da quarta-feira de cinzas chegar!!!

Num dos sambas mais antigos, de Paulinho da Viola, Coração Vulgar , a gente aprende:

Morre mais um amor no coração vulgar
deixa desilusão a quem não sabe amar
e quem não sabe amar há de sofrer
por que não poderá compreender
O amor que morre é uma ilusão
e uma ilusão deve morrer!

É, quando acaba um amor os momentos mágicos fincados na lembrança nem sempre morrem. Quando menos a gente imagina lá está a frase, o gesto singelo e definitivo, o copo gelado da bebida predileta. Tudo diante de você, ou mesmo o silêncio que conta e reconta em cada canto de parede e lugares os sons, agora abafados, do amor. Os olhos perdidos, para sempre, na ilusão.
É, só nos resta esperar pelo próximo Carnaval e quem sabe o próximo amor!

Boa semana, pós Carnaval, para todos!

Escolhi ouvir Manhã de Carnaval, dos inspirados Luiz Bonfá, música e Antonio Maria, letra. Cantada pela divina Elizeth Cardoso

Um abraço cheio de carioquice.

Maysa




terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

É CARNAVAL



A FANTASIA

Maysa Machado


Aquele coração, assim, desnudo não sabia mais brincar.
Fantasmas,fandangos, fanfarras,
fantoches, fanzines
... tudo podia se embaralhar.
Doía tanto e tão fundo.
Tirou o antiácido do bolso.

Criou forma nova de se enganar.
Saiu no bloco, anônimo, porém destaque em originalidade.
Sua fantástica fantasia cheia de brilho,
purpurina e em seda furta - cor desavisava:
A DOR PASSA JÁ!


Santa Teresa, 11 de fevereiro de 2010.

Um abraço de Colombina para os passantes !

Maysa



quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

CARLOS LYRA e CHICO BUARQUE - ESSA PASSOU



Para alguns, neles me incluo, só a música cura a dor de amor, paixão recolhida ou mal resolvida.
Um dia, felizmente, a gente pode exclamar: ESSA PASSOU!
Ou talvez: Passei por essa... e saí viva.

Se não aprendessemos com CHICO e com CARLOS jamais iríamos descobrir que nossa dor correu sete léguas e a sede (de amor?) fez-nos beber sete litros de mar!

Essa Passou

Composição: Carlos Lyra - Chico Buarque

Foi ela que me convidou
Fui eu que não soube chegar
Foi ela que me castigou
Fui eu que não soube chorar
Andei sete léguas de amor
Chorei sete litros de mar
Mas ela não se saciou
Mas ela não soube esperar
Foi ela que me condenou
Sou eu que vou lhe perdoar
Foi ela que tanto pecou
Sou eu que vou me confessar
Foi ela que se ajoelhou
Sou eu que vou ter que rezar
Foi ela que me arruinou
Sou eu que vou ter que pagar
Foi ela que me incendiou
É fogo na roupa contar
É mais um história de amor
Que outro me tome o lugar
Não está mais aqui quem chorou (bis)
Um outro que venha chorar(bis)
É mais uma história vulgar
Mas se ela bater faz entrar
É mais um história de amor
Mas se ela chamar diz que eu vou
Correr sete léguas de dor
Beber sete litros de mar
Pra ela dizer que acabou
Pra ela dizer que acabou
Pra ela dizer que não está
Pra ela dizer que não está
Prá ela dizer que cortou
Prá ela dizer que cortou
Pra ela dizer que não dá
Prá ela dizer que não dá
Pra ela dizer que gorou
Prá ela dizer que gorou
Pra ela dizer que vá lá
Pra ela dizer que vá lá
Pra ela dizer que pifou
Pra ela dizer que pifou
Pra ela dizer que pifou


Album de CARLOS LYRA -" E no entanto é preciso cantar", selo Phillips, com participação de CHICO BUARQUE.



Um cordial abraço.
Maysa

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

O TEMPO

Foto Maysa M.














O TEMPO

Maysa M.

A diferença, não está nos outros, encontra-se em teu peito acalentado ou sofrido.
O tempo escorre por entre os dedos. Ouço a expressão, desde pequenina, aplicada para outras preciosidades como fortuna, sorte, amor, beleza.
Para mim, só agora faz sentido... O tempo acaba.
Feito água da chuva, não se pode reter, nem com a mão cheia. Escorre... Escorre.
Feito ducha quentinha saída do chuveiro. Nada além do prazer. Termina-se o banho. A toalha seca à nossa espera. Enxuga-se o quê?
O minuto que acabou de acabar e jamais retornará? A vida escoa silente e não dá outra chance, nem...
Na infância sequer nos apercebemos que o tempo corre célere. Igual para todos é democrático, em parte de seu percurso. No momento derradeiro, não. Onde está o fim? Envolto em mistério, outra história e outro deus, lá no Olimpo.
Se fosse possível escolheria como envelhecer... Feito uma árvore solitária em que a fronde sustenta tempestades e ninhos.
Na condição humana a mais insistente companhia é um tipo de solidão que fragiliza sem apreços ou parcerias qualquer desavisado coração.Tentem esvaziá-lo de expectativas de paixão.
Tentem, tentem. Continuem tentando...e procurem pela boa solidão. Ela existe.
Digo e repito, em silêncio, contrapondo o final feliz dos contos de fadas: Eles nunca foram felizes, para sempre!
Eles? Só eles não. Nós não fomos, não somos.
Então? Nada é para sempre.
Viver pode ser afirmar que sob o manto do tempo, tudo se transforma, destrói, degrada... Mas se reconstrói. Descobre-se.


Ah! O TEMPO brinca...! Escorre, esgueira.
Camaleão transforma ...! Brinca com ele se puderes
Engana-o, vai ser divertido!
Ficar mudo, por um tempo... Ajuda!
O próximo passo é não ouvir, nem voz interior.
Cala-te, não digas quase nada!
Deixa que o mar fale e, se for bravio, esbraveje.
Deixa que o rio corra, por entre matas, forme cascatas e um lago.
Deixa que o silêncio te descubra te aceite e, te encubra dos males desta vida.
Não por tua omissão.
Deixa que o amor fugaz te faça feliz, apenas por um minuto.
...O que já é bom.
Deixa que o vento se dome, e somente, para te agradar
se transforme em brisa.
Deixa que as lembranças balancem , venham, voltem
Esmaeçam, apareçam de surpresa.
Adormece tranqüilo, tu podes ter dormido ou morrido.
É TEMPO de ver!

Santa Teresa, este texto foi escrito em 20 de setembro de 2009


Um abraço a todos.
Maysa

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

SÓ PRÁ LEMBRAR A POESIA de PAULO LEMINSKI






É tudo que sinto


Inverno
É tudo o que sinto
Viver
É sucinto.

x x x x x

Amei em cheio
Meio amei-o
Meio não amei-o

x x x x x

Nem toda hora

É obra

Nem toda obra

É prima

Algumas são mães

Outras irmãs

Algumas

Clima

x x x x x

Vazio agudo

Ando meio

Cheio de tudo


Quem quiser ler mais é só clicar e viajar na poesia do poeta curitibano


Abraço quem por aqui passar.

Maysa

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

FUTUROS AMANTES - CHICO BUARQUE







Futuros Amantes


Não se afobe, não
Que nada é pra já
O amor não tem pressa
Ele pode esperar em silêncio
Num fundo de armário
Na posta-restante
Milênios, milênios
No ar

E quem sabe, então
O Rio será
Alguma cidade submersa
Os escafandristas virão
Explorar sua casa
Seu quarto, suas coisas
Sua alma, desvãos

Sábios em vão
Tentarão decifrar
O eco de antigas palavras
Fragmentos de cartas, poemas
Mentiras, retratos
Vestígios de estranha civilização

Não se afobe, não
Que nada é pra já
Amores serão sempre amáveis
Futuros amantes, quiçá
Se amarão sem saber
Com o amor que eu um dia
Deixei pra você

PS: O amor renova cada dia e a vida inteira.

Abraço

Maysa




quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

MEU RIO DE JANEIRO





Amo minha cidade. Um amor alegre, quase infantil, solto, leve. Cotidiano.

Também incondicional. Amor com lado de paixão que a gente esconde "prá não dar bandeira".
Cultivo e guardo toda minha emoção neste pedaço de Brasil em que nasci. Desde as ruas, de Botafogo, percorridas na infância às poucas moradas do passado, nos bairros da Urca, Leblon e, hoje, Santa Teresa.

Caminhadas, com ou sem destino, dadas ou que ainda vão acontecer. Esquinas e lembranças frequentes tomam meu coração e o assaltam, algumas são boas outras dolorosas e mesmo cruéis.
Moro aqui desde que nasci. Acompanho a transformação para o bem e para o mal, da minha querida cidade maravilhosa. Testemunho governos e povo numa suspeita união! Já observaram os políticos que nosso povo elege para cuidar da cidade?
Ruas esburacadas, sujeira, falta de educação, pobreza, descaso institucional. Omissão, desinformação.
Comportamentos hostis nos trazem inusitadas situações. À exemplo, fica a pergunta: Por que , predomina, nos homens de todas as idades, o hábito deselegante de urinar nas vias públicas?No período de carnaval que se aproxima vamos usar tapa narinas misturando-os, nas ruas, aos tapa - sexos momescos?

Minha cidade também é uma cidade de passagem! E com frequencia acomete as pessoas num estado de deslubramento e medo.
Espio como os transeuntes a tratam em suas incursões pelos espaços. Será que é amor produzir e jogar lixo em áreas públicas, bueiros, encostas?
Será que é sinal de pertencimento, presença, de expressão criadora pichar muros?
Nada contra os grafiteiros que ilustram, registram.
E o que pensar dos moradores desta linda e aprazível baía que, nas praias, deixam resíduos, detritos para saudarem a natureza bela e acolhedora?
Esqueceram dos donos de cachorros? AH! os animais não são mal educados ... O que comentar sobre seus inocentes e descuidados donos?

Sonho sim com uma cidade limpa, cheirosa, ajardinada por muitos Burle Marx...Tenho a fórmula: Basta que, cada um de nós, aprecie a obra de amor à vida e à beleza que os jardins do mestre entoam! Os pássaros já agradecem, as flores também! E nós fazemos o quê ?


Queria que no peito de cada carioca batesse o amor tão forte que sinto , mas que bate calado, desafinado, como na canção, por que estou só no meu amor.
Só ? Pode ser exagero!
Eu não ando só, só ando em boa companhia, com meu violão, minha canção e a poesia! O carioca, Vinicius de Moraes, já nos ensinou.
De fato tenho companhia.
Quero campanhas muitas! Promovidas por nós cariocas.
Cuide de seu Rio com amor, com carinho. Sorria para o seu Rio.
Quem ama não maltrata!
Só ,assim , até você que não nasceu aqui, mas quer - e pode - se transformar num CARIOCA adotivo, será mais um entre nós. Adote então a nossa cidade com muito AMOR e AÇÃO.

O tal falado Estado de Espírito, certidão de nascimento de alguns habitantes como investidura para ser Carioca precisa de muito amor pela cidade escolhida para viver, amar , passear ou envelhecer e morrer.


Vamos cuidar bem do Rio como cuidamos de quem se ama? Quem sabe , assim, arrancamos as flechas do peito de S. Sebastião?


Abraços carinhosos de uma carioca apaixonada por sua cidade.


Maysa





sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

NINHO






NINHO

(Maysa M.)




Ninho.
Apenas um ninho
Vazio de passarinho
Vazio...
Ninho vazio é ninho
Ou é percepção, indício?

O Senhor Tempo dá destino
À gente, bicho, coisa e...
Até ninho.
Tudo que é ... às vezes não é
Outras, deixa transparecer
O que até, então, procurava ser.
Apareceu. Está aqui, ali.
Escondido em mim em você.
A Tempestade capturou
O breve destino daquele ninho.
As nossas capturam o quê?

Ninhos vazios de passarinho.
Resta-nos a beleza da forma
O símbolo em construção
Abrigo... Origem.
Um outro caminho
Ou um destino travado
Destituído de movimento e intenção.
Desejo confinado no Se...
Eis a nova questão!


Santa Teresa, 21.03.09
(Revisto em 15.01.2010).
Abraços a quem por aqui passar.
Maysa

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Narciso Yepes - Estudio 1 de Villa-Lobos

É só ouvir e sentir!Além do que é bom compartilhar a música de Mestre Villa Lobos!


quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

DIA DE REIS














Estas imagens têm ou não têm gosto de infância?

É DIA DE REIS hoje!

É dia de renovar a esperança, deixar o amor emergir e afagar nosso peito e o de quem está perto!
Renove-se amando ! acredite que o fugaz pode ser eterno. A vida é chama os poetas ensinam.


O MENINO DEUS
VISITADO POR TRÊS REIS
NOS DÁ FÉ,PAZ,AMOR!

Haicai - Maysa M.



Abraço cada um que por aqui passa.
Maysa


AINDA O VERÃO




















Vem muso verão
sol, chuva, amor, desilusão
Benvinda estação!


Haicai - Maysa M.



Muito amor, saúde, admiração pela poesia dessa vida
Um abraço para quem por aqui passar1

Maysa

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

A BRINCADEIRA







A BRINCADEIRA


Maysa M.


Cão e gato, gato e rato
Brincadeira antiga.
Perdida no tempo
E, em toda ilusão.

Cão corre atrás...
Gata se esconde.
Treme o focinho
Arrepia o pelo.
Espera...
Nenhuma pata se vê.
Quatro então...
Desistiu?

Gato e rato
Brincadeira deliciosa
Rato veloz debocha do gato.
Nem saiu do buraco!
Se espreguiça o bichano...
Sai do sossego...
Só engorda e traz preguiça!
Muuuiiitaaa....
Miaaaauuuu!

Gente e gente
Brincadeira antiga
Deliciosa.
Esconde, esconde...
Sumiu!
Pode ser doída...
Tem perdedor?
Os dois repetem
Ou se repetem?

Cão corre atrás...
Gata se esconde
Rato veloz
Vence a preguiça...
O gato ronrona
Na almofada macia.
Perdida no tempo
E, em toda ilusão.

Até parece igual!
Tudo continua.
Lá fora...

Santa Teresa, 29 de setembro de 2009.


A poesia é um jeito de brincar com a dor .

FELIZ
2010!
MUITA SAÚDE, ALEGRIAS e SUCESSO !

Um abraço de ANO NOVO

Maysa