quinta-feira, 23 de setembro de 2010

SE É PRIMAVERA...É TEMPO DE BRINCAR DE AMARELINHA.




Junquilhos domesticados (2) foto by cel. Maysa 2010













ESTAÇÃO BACANINHA


Maysa Machado



Primavera, verinha,
Prima do Antonico, do veranico
E da joaninha ...
Primavera nossa parente
Vem bem chegadinha.
Traz flores, mel, sorrisos.
A paz feita em cores...
Sons, alegria.
Suaves trinados dos passarinhos
É tempo de brincar
Saltar na amarelinha.
Visita do agrado de toda a gente
Num tal e qual setembro
Mes que se adivinha
Quente e seco
Chuvoso e frio.
Coração e céu nevoentos.

Santa Teresa, 23 de setembro de 2010

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

LOUCOS POR MÚSICA



Sou louca por música. E vocês?
Se encantou minha infância aprender as letras de Caymmi, Noel Rosa, Luiz Gonzaga e muitas melodias que se ouvia nas rádios... Acompanhou as incertezas do coração e da cidadania, quando os anos sessenta chegaram.
Nossa cultura musical é rica. A bossa-nova e o choro entraram de vez na minha história. Aos dezesseis tentei aprender violão... Faltava às aulas para ir namorar escondido.
Fiz a escolha errada e fiquei no prejuízo. Não trouxe para minha vida a autonomia, a liberdade de sonhar, de criar que dá tocar um instrumento.
Nos dias de hoje, retornei às origens e estudo música na Escola Villa-Lobos.
Quer companhia melhor que música? Nas horas em que a tristeza vagabundeia por nossos corações, nos momentos de perdas afetivas, nas emoções mais sinceras...
Quando estamos alegres cantarolamos. Escolhemos uma melodia que expresse nosso estado de espírito.
Li de um amigo sua história com a música.
Fiquei mais feliz depois da leitura, encontrei nossa forte ligação ali representada. A música.
Nestes tempos de eleições e decisões sobre candidaturas, meu amigo é candidato, é músico.
Entre sua história tão corajosa e bonita de se conhecer, viveu e sobreviveu ensinando música.

Deixo, n'O Ninho, as dicas sobre a história vivida por Carlos Eugênio Clemente. Se amarem, como nós, música ...Cliquem aqui e aqui .
Se gostarem façam como eu o escolham. Ele se compromete, caso eleito, a lutar pela:

· " Pela valorização do músico;
· Direitos autorais a quem de direito;
· Contra o lucro excessivo e indevido das sociedades arrecadadoras;
· Aulas de música nos currículos das escolas públicas, com remuneração justa para os professores.



Que tal ouvirmos Nara cantando Canto Livre ?






Um carinhoso e sonoro abraço

Maysa

sábado, 18 de setembro de 2010

MÃOS GULOSAS, SENSAÇÕES PASSAGEIRAS, LEMBRANÇAS DURADOURAS.



Pitangas e beijos/arranjo: Ana W. R./foto Maysa by cel/2009

















Preparando a Primavera as pitangas explodem, exibem multivariados tons do vermelho sob, e diante, a sacada do meu balcão. Medieval, invento!
Já descrevi, por aqui, meu quarto não é um quarto é uma alcova. Não tem janelas. Maior luminosidade e ventilação são garantidas pela porta que dá para a pequena varanda.
Agora tudo floresce, como nas primaveras passadas: os dois pés de café, a pitangueira -flores e frutos- e um tanto atrasado, o jasminzeiro. Desculpem, sei que a forma correta é jasmineiro, porém, prefiro usar o jeito que trouxe da infância.
O tema é recorrente... A emoção, no entanto, renovada. É estimulante ter a companhia das flores e frutas miúdas, inunda os olhos, o olfato. O diálogo suave com os netos inunda o afeto.
Vida se renova nas pequenas alegrias, algumas indizíveis no momento mesmo em que acontecem.
Do júbilo instalado, em meu quase insensato coração, passo a degustar os doces e amargos sabores.
Colho as miúdas e reluzentes frutas do pé. Muitas já foram provadas pelos ligeiros pássaros. Não tendo asas chego depois, um tanto apressada, e escolho as mais vermelhinhas; procurando as doces encontro, vez que outra, as azedinhas.
Não fosse renovada, minha surpresa seria idêntica a de minha neta de seis anos, percebo em nossa conversa por telefone. A dela é inaugural, lá por outros pomares ou jardins, encontra-se
com um pé de pitanga; curiosa e gulosa vai à cata. Depois me conta:

-Vovó escolhi uma pitanga, bem vermelhinha, e ela estava azedinha!
- Querida, acontece... da aparência enganar a gente.
- Eu posso não ter visto direito, vó! Talvez, ela era cor de abóbora e, eu me enganei!
- Vovó também procura as bem vermelhas, certa de que estarão mais docinhas, mas minha mão gulosa se engana e colhe rápido, muita vez, as azedinhas!
-Vó, vou olhar bem direitinho!Vou procurar as cor -de -vinho!!
- Isso , querida experimentando você escolhe doçuras e os suaves sabores ...Não precisa ter pressa para saborear.

A primavera se prepara em flores, cheiros, sons, movimentos inesperados. Nós fazemos parte desses encontros e desencontros, traduzindo-os em relatos e vivências recorrentes, como as estações, mas únicos em cada acontecer.

Santa Teresa, 18 de setembro de 2010

Um abraço

Maysa

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

TRECHO de CELESTINA de Fernando de Rojas

Junquilhos domesticados/foto maysa by cel/fev.2010













"Na Espanha do século XV para o XVI, surge a história de amor entre Calisto e Melibéia. Ele um burguês, perdidamente, apaixonado por ela, filha de um nobre. Rejeitado procura Celestina, dona de um prostíbulo e casamenteira, e lhe pede ajuda. O tempo corre aliado às artimanhas da velha alcoviteira, em breve os dois jovens ficarão cegos pela paixão...

O trecho escolhido, é um diálogo entre Melibéia e Celestina:

Melibéia -Tia, se é assim, sofres muito pela idade que perdeste. Gostaria de voltar a ela?
Celestina - Louco, senhora, é o caminhante que, desgostoso com o trabalho do dia, quer voltar ao início da jornada, para chegar outra vez ao mesmo lugar.

Pois todas aquelas coisas cuja posse não é agradável é melhor possuí-las logo do que esperar por elas. Por que está mais perto do fim do mal quem está mais afastado do seu começo. Ao extenuado pela viagem não há coisa mais carinhosa do que a estalagem. Quer dizer,embora a mocidade seja alegre o verdadeiro velho não deseja voltar a ela. Só o desajuizado ama apenas o que perdeu.

Melibéia - Mas só para viver mais, ainda assim é bom viver.

Celestina- Senhora, tão depressa vai o cordeiro como o carneiro. Ninguém é tão velho que não possa viver mais um ano, nem tão moço que não possa morrer já.
Aí os jovens não nos levam vantagem."

Ontem, um fato inusitado me aconteceu e estas reflexões vieram bem à calhar. O livro tem tradução e adaptação do Millor Fernandes. Editado pela L&PM Pocket. Vol. 696- Junho de 2008

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

PÁSSARO ILUMINADO






Pássaros na noite recolhidos
pássaros se aninham...
ainda que sozinhos.
Penas macias descansam asas
adiam vôos,
arrulham apenas.

Só, o grande pássaro
cria do homem
banhado em tanta luz
Avança
Risca o céu e atravessa
o som nos ares
... ainda que sozinho
com o ronco do seu motor.


Maysa 01.09.10

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

ARTE DE PORTAS ABERTAS - SANTA TERESA



Recado do querido artista plástico DONY GONÇALVES , compartilho com as visitas:

Olá Pessoal

Segue o convite do ARTE DE PORTAS ABERTAS.
Aguardo vocês na Coletiva do Parque das Ruínas e no meu atelier,
Rua Paschoal Carlos Magno, 07, nos dias 4, 5, 11 e 12 de setembro de 11h às 18h.
Abraços.

PS1: Então, nos dois próximos fins de semana Santa Teresa ferve, ladeiras e escadas... abaixo, acima. Vamos? Eu vou!
Abraços
Maysa
PS2: Cliquem em cima do convite para lerem os detalhes!

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

"O POEMA DA GATINHA"

photo by cel/2009/NISE














Sobre O POEMA DA GATINHA, publicado aqui no domingo, 18 de julho, quem leu gostou.
A menina que o escreveu diz:
Tenho outros mais! e faz planos... com os olhinhos castanhos sonhadores deixando escapar no ar um jeito precoce e inteligente.
Imaginação não lhe falta e o caminhante é quem faz seu caminho.

AGORA O POEMA TEM CASA QUASE PRÓPRIA!
Está reproduzido em novo endereço:

http://gatinhasfofinhasoblogdamabi.blogspot.com/

A casa está em início de organização. Sua dona, com tempo, vai colocar tudo do seu jeito e no lugar. Aguardamos boas mudanças. Se gostarem da visita repitam.
Um abraço
Maysa

"Caminhante, não há caminho, o caminho se faz ao caminhar."Antonio Machado, poeta espanhol.

UMA ORQUÍDEA FLORESCE E DUAS DESAPARECEM

Maysa/foto by cel. set./2009



Moro num condomínio de casas, em Santa. Para quem passa por aqui: No bairro de Santa Teresa, no Rio, na cidade Maravilhosa.

Sou feliz no sossego e no silêncio de um lugar diferente e bucólico, cheio de artistas, pessoas que amam a vida. Alguns estrangeiros descobrem o jeito de cidade do interior e vão chegando. De uns tempos para cá tem ficado com cara de Capri, isso mesmo, aquele frisson de lojinhas e compras do ponto turístico italiano, tal e qual. Os preços triplicaram. Serão estimados em euros?
Visitei uma casa que até vinhedo tem...Aqui são inúmeras as surpresas; guarda, ainda, alguma semelhança com Montmartre.
Bem, antes de concordarem, pensem no descuido clássico que as nossas autoridades mantêm com as vias públicas. As escadarias são os acessos de pedestres. Nunca presenciei manutenção, conserto ou coisa que o valha para nossos degraus.
O Morro resiste à violência urbana e à precariedade dos serviços oferecidos.


Herdei, sem escolha, duas gatas de um filho, há dez anos. Hoje, só uma me tira o sossego, a liberdade, e tenta me fazer companhia. Não faz.
Sou do tipo incapaz de maltratar um animal, mas não dependo deles para amenizar solidão.
Solidão é um acontecimento especial, artigo raro, se bem cuidada e aceita. Um luxuoso estado de espírito, requintado e para poucos, como eu, apreciarem.
Não reclamo e até sinto falta...se a invadem. Bem estávamos na gata, que tal qual um adolescente, não me faz companhia e tira minha liberdade.
Pois é, no cotidiano apressado, me reabasteço com a variedade aqui de perfumes, formas, cores, sons. Gosto de plantas, de flores e folhagens. Estas sim me fazem falta.
Gosto dos pássaros livres, vindo nos visitar toda manhã e à tardinha. Destaco meu encantamento com os beija-flores que dispensam qualquer comentário.
Outro dia, pela manhã, ouvia uns sons inquietos, no pequeno jardim da frente, onde está a pitangueira. Acreditando ser um novo trinado olhei curiosa!...Eram saguis, enlouquecidos de alegria em movimento de galho em galho, de fio em fio. Dei risada pelo meu forte componente urbano.
Nesse instante descobri a orquídea, que havia algum tempo pendurado no tronco do jasminseiro, começando a floração. Está lá , soberana e plena em sua beleza imaculada.
O êxtase sentido prejudicado pelo desaparecimento, misterioso e insólito, de dois vasos da mesma espécie. Foram levados do lugar onde, o zelador e eu, colocamos para um tratamento especial de carinho, luminosidade e fortalecimento.Um estágio de cura, em área comum, reservada aos moradores.


Moro num condomínio de casas, em Santa... Dois vasos de orquídeas foram levados, por algum vizinho que, identificando na etiqueta da planta sua origem, ignorou o amor e o cuidado por mim dedicados. Tenho muita dificuldade em lidar com quaisquer tipos de abusos...Prefiro imaginar:
Um caso de amor à primeira vista do gatuno de orquídeas ...ou as plantas eram fujonas?


Se alguém encontrar subindo e descendo ladeira ou mesmo a escadaria quebrada as duas orquídeas, ainda sem flores, avisem aqui no Ninho.





Abraços


Maysa

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

POR FALAR EM INSPIRAÇÃO...













Escritora já consagrada CLARICE LISPECTOR iniciou-se como entrevistadora. Muitas foram as personalidades escolhidas por ela. A Ed. Rocco , em 2007, publicou um livro delicioso, "Entrevistas". São conversas de abrir o coração, faz uma falta danada, hoje em dia, esse diálogo sincero com alguém, para compartilhar nossa visão de mundo.
Destaco um trecho em que Chico Buarque, entrevistado por Clarice , a entrevista: (Pag. 100)
C.B. - E como é seu trabalho?
C.L. - Vem às vezes em nebulosa sem que eu possa concretizá-lo de algum modo.Também como você, passo dias ou até anos, meu Deus, esperando. E, quando chega, já vem em forma de inspiração. Eu só trabalho em forma de inspiração.
C.B. - Até aí eu entendo, Clarice. Mas a mim, quando a música ou a letra vêm, parece muito mais fácil de concretizar porque é uma coisa pequena. Tenho a impressão de que se me desse idéia de construir uma sinfonia ou um romance, a coisa ia se despedaçar antes de estar completa.
C.L. - Mas Chico, aí é que entra o sofrimento do artista: despedaça-se tudo e a gente pensa que a inspiração que passou nunca mais há de vir.
C.B. - Se v. tem uma idéia para um romance, você sempre pode reduzí-lo a um conto?
C.L. - Não é bem assim, mas, se eu falar mais, a entrevistada fica sendo eu.(...)

Essa entrevista, suponho, foi decisiva na vida do Chico escritor.
Um abraço
Maysa

domingo, 15 de agosto de 2010

Ah! juventude onde foi que v. se escondeu?









Ah! juventude...que mal lhe fiz prá você se distanciar tanto de mim e dos amigos mais antigos? onde v. se escondeu?
Não, não adianta culpar o tempo. Isso faz parte da história e, ele é democrático, quando o destino deixa passa igualzinho para todos.
Mortais, bem sabemos há coisa pior que envelhecer... morrer cheio de sonhos e ilusões. Não viver!
Entretanto, a vida continua sem nós, tanto faz assistir ao que se desejou ou não ... doses duplas de espantos, em dias que se alongam, noites que não amanhecem...
Um aspecto da solidão é pior que constatar as rugas indeléveis... A insatisfação consigo.
A maturidade, quando se apresenta vestida em serenidade, fica bondosa e acolhe - com gosto -as mudanças físicas, emocionais, existenciais. É para saborear.
Aceitar a passagem do tempo e ficar distante daquela juventude impetuosa pode nos levar à outras descobertas, algumas revigorantes e muitas com o viço das novas floradas.


Ah! juventude onde v. se escondeu? Passou por nós tão rápido que fomos obrigados a inventar novos sonhos e desafios. A vida...continuará a nos encantar nas coisas boas que recebemos e deixamos.



Santa Teresa, 15 de agosto de 2010


Um abraço


Maysa

terça-feira, 10 de agosto de 2010

A TERRA DOS MENINOS PELADOS - GRACILIANO RAMOS




A leitura é capaz de despertar mundos adormecidos, saberes esquecidos, alguns guardados na memória da infância.
Mas é possível que faça aflorar, em aprendizado insólito, lições perdidas pela vida à fora.
Reli, com muito saboreio, A terra dos meninos pelados, do velho Graça(1892-1953) referência carinhosa a que me acostumei, no tratamento dado pelos que com ele conviveram, parentes ou amigos.
Nesse livro, Graciliano Ramos, traz o tema da diferença.
"Havia um menino diferente dos outros meninos: tinha o olho direito preto, o esquerdo azul e a cabeça pelada. Os vizinhos mangavam dele e gritavam:
- Ó pelado!" (p.7)
A pungência da solidão humana é vista com os recursos da imaginação fértil , então, inventa um país: Tatipirun.
Aguardo, com certa ansiedade, o momento de sugerir essa leitura para meus netos.
As crianças irão aproveitá-la e saborear a narrativa peculiar de Graça. À começar por expressões e verbos empregados traduzindo o jeito nordestino de contar uma história universal.
A arte que tudo transforma, torna possível o sonho, abre caminhos para se acreditar num país onde a diferença não poderá jamais ser punida.
Impossível, deixar de revisitar minha infância, a de filha de pai alagoano. Aquele mesmo estranhamento provado pela menina urbana, ao ouvir os verbos "mangar, debicar, troçar, bolir, sapecar", aprendidos em casa, mas jamais ouvidos na escola.

"Isso é uma arenga besta!" (pag.54), no dizer de Caralâmpia, a menina princesa de Tatipirun. Homenagem de Graça feita à amiga e conterrânea Nise da Silveira, que tinha esse apelido na infância.
É a fala de sertanejo, apregoada e depreciada, tanto tempo, por caipira.
O inusitado prazer sentido ao reler as peripécias do menino Raimundo que inventa seus iguais. E deixa de ser olhado com desprezo, desconfiança.
Ou a troça com a velhice na fala da guariba paleolítica:

" - Como é, sinha Guariba? A senhora, com essa cara, deve conhecer história antiga. Espiche uns casos da sua mocidade.
- Eu não tive isso não, meu filho. Sempre fui assim.
- Assim coroca e reumática? estranhou Raimundo.
- Assim como vocês estão vendo.
- Foi nada! A senhora antigamente era aprumada e vistosa. Sapeque aí umas guerras do Carlos Magno.
-Eu sei lá! Estou esquecida. Sou uma guariba paleolítica.
- Paleo quê?
- Lítica "
(pag.59, 60)


O excelente projeto gráfico e ilustrações são de Roger Mello. Ed. Record, 37ª edição. 2008

Para os mais jovens deixo aqui como sugestão de bibliografia, sobre o autor, visitar o endereço: http://www.releituras.com/graciramos_bio.asp
Um carinhoso abraço
Maysa

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

O TEMPO... PASSA.

Tina Modotti- 1925-wires telephones











O TEMPO... PASSA. UM MES DEPOIS.








Maysa M.



Olhe em volta.
Movimentos atam e desatam.
Brotam, fecundam, ferem.
Mas desabrocham.

Sentimentos moldam felicidades
Recursos as conformam
... Ou tudo desaba.
É preciso começar do zero
Do zero?
Não acredite
Fica sempre algo escondido
Nos escombros
Sementes de vida...
Ou restos mortais de raiva.
Fato possível é ...
germinar uma nova
(... ) variada.
Lado direito e avesso
Tudo é
Tocar pra frente.
Acreditando ou não
Em parceria.
Como os fantasmas...
Só a gente insiste em desconfiar.



Santa Teresa, 24 de fevereiro de 2010


É ver para acreditar.
Um abraço

Maysa

quinta-feira, 29 de julho de 2010

URGENTE É A VIDA - ALCIONE ARAÚJO








Em 2005, a EMERJ Cultural ofereceu um Curso Livre." Eu - Mundo: A Aventura Poética da Descoberta". O escritor, dramaturgo e ensaísta ALCIONE ARAÚJO ministrou as quatro palestras, que durante o mes de outubro assistimos. Acabara de receber o prêmio Jabuti, na categoria Contos e Crônicas, com URGENTE É A VIDA.
Deste livro, retiro trechos da crônica A Vida é Urgente. Foram quatro encontros deliciosos, com traços da nossa cultura e diversos aspectos da condição humana, selecionados pelo escritor mapeando elementos da relação homem-mundo.

"A vida é urgente. Não se pode deixar escapar nenhum instante de prazer, de alegria, de humor. Sobretudo, não se pode perder nenhuma migalha de amor. Esses instantes nunca vão se repetir da mesma maneira, com as mesmas pessoas, no mesmo clima. Se é que se repetirão. Pode ser que sejam os últimos. A vida é urgente porque é finita.
Enredado nos seus paradoxos, o homem faz de tudo para se esquecer da morte. Sobretudo da própria morte. O adolescente ou o adulto jovem nem se consideram mortais. Falar de morte com eles é como falar de algo longínquo, incerto, quase desconhecido. A volúpia e a alegria da vida e a roda-gigante dos sonhos são tão intensas que eles se sentem eternos. E mais: sentem que podem ser o que escolherem, que podem ter o que quiserem, que podem, enfim, abraçar o mundo com as pernas. Nessa fase da vida,parece que não há limite nem limitação. É belo, emocionante e legítimo que se sintam assim. Afinal, suas vidas são constituídas de uma matéria chamada futuro. E o futuro ainda é uma folha em branco. Tudo poderá acontecer.
O problema surge quando, mais tarde, o adulto passa a esconder de si mesmo a própria morte. Finge que não sabe que a vida é urgente e finita.
.....................................................................................

Admitir a própria morte é difícil, quase impossível. Mas, enfim, é tratá-la como parte da vida. Revela a maturidade dos que já se perguntaram:" Afinal, o que é a vida?".....................................


In: " Urgente é a vida" , de Alcione de Araújo, Editora Record.2004. pgs 159/160

Selecionei uma entrevista do autor, se quiserem lê-la, é só clicar aqui.
Um carinhoso abraço
Maysa

quarta-feira, 21 de julho de 2010

SER... CARIOCA! EU SOU.



O que é ser carioca? Eu sou. Nasci aqui, não basta!
Vivo aqui, não basta!
Alguns passam por aqui, se apaixonam, não basta!

Aceitar a vida aqui na alegria e na dor, talvez seja o caminho...Mas ser carioca é como amar, não há definição que baste!

É para ser alegre ou triste... o intuito Guimarães Rosa já nos revelou (...) O coração mistura amores. Tudo cabe (p.204)

Ou (...) Somente com a alegria é que a gente realiza bem, mesmo até as tristes ações. (p.434)


Então? Vamos amar nosso Rio com os traços de alegria e tristeza aparecidos nas belezas perdidas; uma delas a tranquilidade de passear, de ir e vir. E voltar...e voltar. E ficar!
Queria que a cidade - e porque não todo o estado? - tivessem governantes cuidadosos, agindo mais que mal se apoiando em discursos falsos.
As ruas limpas , os jardins ...jardins, os corpos suados ou cansados sem perder os gestos educados e os sons... ah! esses sim, como seria bom parar... ouvir o canto dos pássaros.
Prá que buzina minha gente? E ainda por cima estridente!!
Motoristas atentos profisionais ou amadores, cedendo a vez , respeitando a velocidade permitida pelas leis.
Quanto às festas familiares: Não precisam mais comemorar aniversário ...dentro do sono do vizinho!
Sejamos felizes com a felicidade possível do outro!
Ah! Eu sou carioca, mas ando encontrando poucos!
(...)Viver é descuido prosseguido.(p 86)
Abraços
Maysa
PS: As citações de João Guimarães Rosa,em Grande Sertão Veredas, foram tiradas do catálogo da Instalação Grande Sertão:veredas, concebida por Bia Lessa para a inauguração do Museu da língua portuguesa, S.Paulo, março de 2006

domingo, 18 de julho de 2010

POEMA DA GATINHA - MABI RYFF










POEMA DA GATINHA


Mabi Ryff


Toda vez que acordo, escuto:
miau, miau, miau.
É a gatinha ronronando
querendo leite e mingau.
Tudo que ela quer pede miando.
Só não pede para tomar banho.
Quando saio é um grude
que não acaba mais...
Se meto o pé fora
ela corre atrás


Barra, 15.07.2010


PS: A autora do poema tem 8 anos. Adora escrever, ler , contar e ouvir histórias. Perguntou-me se podia publicar no blog seu Poema da Gatinha.
Com prazer e muito feliz , aqui, o trancrevo .

Abraços para quem passar.

Maysa

quarta-feira, 14 de julho de 2010

GALOS - Lições da Noite

Tina Modotti/Stair Case/México 1925
















Um galo canta
Quatro e vinte da madrugada
Não durmo não canto
Esquecimento abandono
Mais nada.

Santa Teresa, 12.07.10


A vida é assim, ora preenchida por lacunas,vazios, sins e nãos.
Mas tá tudo indo prá algum lugar ou vindo... saber, a gente não sabe, nunca antes!!!


Abraços
Maysa

terça-feira, 13 de julho de 2010

PAULO MOURA - CHORANDO BAIXINHO (17.02.33 - 12.07.10)




Com tristeza transcrevo a notícia da partida do grande músico PAULO MOURA.
Em inúmeras noites, fomos presenteados com suas interpretações espetaculares, na Estudantina, no Circo Voador, aqui no Rio. Melódico, perfeccionista, erudito e popular, o Maestro Paulo Moura era um músico completo.
Não vai ser esquecido por todos os que amam a música em sua dimensão mágica e transformadora, do popular ao clássico. Aqui para sempre nossa admiração!





" RIO - Morreu no fim da noite desta segunda-feira (12.07) o saxofonista e trompetista Paulo Moura, de 77 anos. O músico estava internado na Clínica São Vicente, no Rio, desde o dia 4 de julho com um linfoma (câncer do sistema linfático). Compositor e arranjador de choro, samba e jazz, Paulo Mouro é um dos maiores nomes da música instrumental brasileira, tendo tocado com Ary Barroso, Dalva de Oliveira, Elis Regina, Milton Nascimento e Sérgio Mendes.

Para Paulo Moura não existiam fronteiras. Com seus clarinete e saxofone, o músico - nascido em 17 de fevereiro de 1933, São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, e radicado no Rio desde o fim da adolescência - passeou com talento por muitos gêneros e formações. Tocou tanto em orquestras sinfônicas quanto de gafieira ou grupos de regional, rodando o Brasil e o mundo com sua arte.

De uma família de músicos, ainda em sua cidade natal, incentivado pelo pai, Pedro Moura, carpinteiro de profissão e clarinetista nas festas e nos fins de semana, Moura começou a estudar piano aos 9 anos, passando quatro anos depois para o clarinete. Ele tinha 17 anos quando a família se mudou para o Rio, radicando-se na Tijuca. Paulo Moura ingressou na Escola Nacional de Música estudando teoria, harmonia, contraponto, fuga e composição, enquanto, por pedido do pai, também aprendeu o ofício de alfaiate. A música falou mais alto e, em meio aos estudos - incluindo mestres como Guerra Peixe, Moacir Santos, Paulo Silva e Maestro Cipó -, começou a atuar em bailes e gafieiras. Junto a amigos da Tijuca como João Donato, Bebeto Castilho, Pedro Paulo, Everardo Magalhães Castro também formou um grupo de jazz influenciado pelo som da West Coast dos Estados Unidos.

Ainda nos anos 1950, começou a viajar o mundo, participando do grupo de Ary Barroso e de Zacarias e sua Orquestra. Nos estúdios, estreou num disco da cantora Dalva de Oliveira. E, em 1957, fez seu primeiro trabalho solo, "Paulo Moura e sua Orquestra para Bailes". Ainda este ano, fez uma gravação de "Moto perpétuo", de Paganini, que virou um clássico instantâneo. Dois anos depois, gravou "Paulo Moura interpreta Radamés", com alguns temas escritos por Radamés Gnatalli especialmente para esse disco.

Sempre trafegando entre a música clássica, o jazz e a música popular, o clarinetista e saxofonista também foi um assíduo frequentador do Beco das Garrafas, o reduto em Copacabana que concentrava os principais bares e clubes noturnos da bossa nova e do samba-jazz, no início dos anos 1960. Como instrumentista e arranjador, trabalhou com artistas como Elis Regina, Milton Nascimento e Sérgio Mendes (com este, no grupo Bossa Rio, participou em 1964 do clássico álbum "Você ainda não ouviu nada", um marco do instrumental brasileiro). A partir de fim dos anos 1960, liderou seus próprios grupos, gravando discos como "Fibra", "Mistura e manda", "Confusão urbana, suburbana e rural", que também fizeram escola no instrumental brasileiro, fundindo elementos do jazz com o choro e o samba.

Incansável, apaixonado pela música, nos anos 1980 dirigiu por dois anos o Museu de Imagem e do Som (MIS), no Rio.

As duas últimas décadas foram de muito trabalho, excursionando pelo mundo e gravando discos como, entre outros, "Dois irmãos" (em 1992, ao lado do violonista Raphael Rabello), "Instrumental no CCBB" (em 1993, com o saxofonista e flautista Nivaldo Ornelas), "Brasil musical" (em 1996, com o pianista Wagner Tiso), "Pixinguinha: Paulo Moura & Os Batutas" (de 1998), "Mood ingênuo" (em 1999, com o pianista americano Cliff Korman), "Paulo Moura visita Gershwin & Jobim" (em 2000), "El negro del blanco" (em 2004, com o violonista Yamandú Costa), "Dois panos para Manga" (em 2006, belo reencontro musical com um amigo de juventude, o pianista João Donato) e "AfroBossaNova" (em 2009, em dupla com o guitarrista e bandolinista Armandinho Macedo).

Em junho de 2006, durante as entrevistas de lançamento do disco com Donato, Paulo Moura sintetizou numa frase um dos segredos para o estilo de ambos:
- Nós começamos a tocar profissionalmente em gafieiras. E essa ligação com a dança nunca acaba mais. Art Blakey dizia que, quando a música é boa, as pessoas acompanham com os pés.

Em outra entrevista ao GLOBO, em 1999, para o músico Mario Adnet, Paulo Moura explicou como via a relação entre o jazz e o choro:
- Uma coisa que, hoje, não tenho mais nenhum pudor em apresentar é a aproximação do choro com o jazz, que na verdade existe desde os anos 40 e tem em K-Ximbinho seu maior expoente. As orquestras do Zacharias e do Fonfon, que foram dos nossos maiores bandleaders e que pouca gente ouviu falar, também faziam essa mistura. Tenho certeza de que tudo isso ainda virá à tona novamente para que se revele aos estudiosos da música brasileira a existência de uma tradição e uma continuidade, apesar da interferência de mercado, nesse choro orquestral que tem muito a ver com os recursos de improvisação emprestados do jazz. Esse gênero foi muito executado no tempo dos cassinos e dos dancings que possuíam as melhores orquestras da época. Tudo isso entrou em decadência com a mudança de capital para Brasília. Grande parte dos políticos da área federal que moravam no Rio era freqüentadora assídua desses lugares, principalmente dos dancings, que além das taxi-girls tinham os melhores músicos.

Paulo Moura era casado com a psicalinista Halina Grynberg, também sua empresária e produtora musical".

Fonte: 12/07 às 23h52 Vivian Oswald - O Globo

sábado, 10 de julho de 2010

JORGE MAUTNER e BANDA no SESC-GINÁSTICO




A produção do artista enviou o flyer que reproduzo aqui n'O Ninho e a Tempestade
Adoro Jorge Mautner. Sua obra é pontuada pela brilhante inteligência, irreverência sofisticada, filosófica. Além dessas observações sublinho que Mautner é um ser humano elegante e doce.
Numa noite, em comemoração ao Dia da Cultura, encontrei-o no saguão do Palácio Capanema, centro do Rio. Tive a alegria de conversar com o homem arguto, leve e bem humorado que é. Pura poesia.
Vamos assistí-lo no Ginástico?
Mas antes dê uma passada no site oficial do artista, você vai gostar tanto como eu!




DO KAOS AO REVIRÃO.

Dia 13 de julho, às 19 horas
horário da bilheteria: 13hs às 20hs
Telefone:2279-4027
www.sescrio.org.br


Um abraço carinhoso
Maysa

terça-feira, 6 de julho de 2010

FRIDA KAHLO






Frida Kahlo (1907-1954), Pintora Mexicana

1- A foto em p/b é de autoria da fotógrafa Tina Modotti. Registra no 1 de maio de 1929, cidade do México, o muralista Diego Rivera, Frida Kahlo, artistas e ativistas políticos mexicanos.
2- Um dos muitos autoretratos de Frida. Frida com Bonito , 1941
A história desta mulher notória é a de uma artista com vida e obra reveladas por todas as mídias.
Inspirou filmes, moda, livros. Cultuada na sociedade de massas e por movimentos sociais.
Aqui http://www.fridakahlo.com/ , você encontra mais sobre a pintora mexicana.
Hoje dia de aniversário de seu nascimento, com a foto de Tina Modotti - já selecionada para a homenagem, surprendo-me com a iniciativa semelhante do provedor e site de buscas mais importante. Em ícone pop Frida foi transformada, mas sua arte resiste, confira no site.
Abraços
Maysa

segunda-feira, 5 de julho de 2010

PHILIPPE JAROUSSKY - Opium (Mélodies Françaises)

O vídeo é um presente compartido pelo professor de Panorama Musical, da Escola de Música Villa-Lobos, Leandro Gregório - aos afortunados, como eu , que frequentam sua página.

Sensível e prá lá de especial o professor nos apresenta o maravilhoso intérprete. A programação registra doces canções francesas do período barroco e da belle époque.

O belíssimo registro de voz de Philippe Jaroussky, contratenor, nesta gravação é acompanhado por quatro dos principais instrumentistas franceses da nova geração.
Cello (Gaultier Capuçon), piano ( Reynaldo Hahn) primorosos, muito bom...sem ser demais! Ouçam e encontrem o céu alcançado através só da música!

Aos que têm interesse em ler sobre registros vocais, sugiro dar uma passada aqui

"Contratenor é um cantor masculino adulto que canta numa tessitura correspondente à do alto ou até mesmo à do soprano, adaptando normalmente a técnica do falsete. Apesar de as propriedades vocais variarem entre contratenores, é comum a todos eles o timbre, perceptivelmente, distinto da voz feminina, para um ouvido atento." ( fonte:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Contratenor)

Abraço

Maysa

domingo, 4 de julho de 2010

TINA MODOTTI - FOTÓGRAFA E ATIVISTA POLÍTICA

Tina Modotti - Easter Lily Bud- 1925







Surpreendam-se com a beleza definitiva desta foto. A autoria é da fotógrafa e ativista política TINA MODOTTI (Udine/Itália/1896- México/1942).
Em seus 46 anos de vida movimentou paixões arrebatadoras, participou das lutas do início do século XX e fez arte.
Primeiro nos Estados Unidos para onde foi, vinda de sua cidade natal Údine, depois no México, polo de grandes acontecimentos políticos e artísticos.
Deixou-nos arte tão plural em contraponto com sua curta vida. Fez arte engajada, arte sem adjetivações, como esta foto em que o lirismo transborda. A poesia comove sem abandonar o agudo olhar para as violencias de sua época. A foto do imaculado lírio permanece, atravessando este longo caminho onde sonhos, paixões e violência também estão.

Como presente de Domingo cliquem aqui para reverem ou conhecerem mais o trabalho dessa sedutora mulher e genial fotógrafa!



Um carinhoso abraço
Maysa

sexta-feira, 2 de julho de 2010

SAMSON FLEXOR, NO MAC EM NICTY

Samson Flexor (Soroca, 1907 — São Paulo, 1971) foi pintor, desenhista. Veio para o Brasil em 1948 e radicou-se na cidade de S.Paulo.


Abre amanhã, às 17 hs, no Museu de Arte Contemporanea, em Niteroi, nova exposição de Samson Flexor. Tempos atrás mencionado aqui neste blog.



O Museu exibirá algumas peças de Flexor, integrantes do seu acervo e, também, desenhos exibidos no Instituto Moreira Salles, aqui no Rio. A mostra vai de 3.07 à 22.08 de 2010.


Lembro aos que passam pelo Ninho que lá estarei, amanhã.
Aproveito para, em nome dos familiares do artista, estender o prazeroso convite a todos que curtem a arte de Flexor, a de Oscar Niemayer - o arquiteto criador do MAC de Nicty City.

Um abraço

Maysa

quinta-feira, 1 de julho de 2010

ISABEL ALLENDE CONTA HISTÓRIAS DE PAIXÃO

http://www.ted.com/talks/lang/por_br/isabel_allende_tells_tales_of_passion.html


Isabel Allende estará na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) para lançar seu novo livro “A ilha sob o mar”.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

O MAR, CAYMMI...MOREYRA... LEMBRANÇAS QUE EMBALAM A INFÂNCIA, JUVENTUDE e MATURIDADE.














"As Amargas Não..." ensinou-me, para toda a vida o escritor gaúcho Alvaro Moreyra(Porto Alegre, 1888 - Rio de Janeiro, 1964), em livro com o sábio título.

Recaídas, fragilidades próprias da condição humana, lembranças quem não as tem? Sonhos, quimeras...
Mas e daí? Levantar acontece ser melhor que ficar
chorando pitangas...
Então, chegamos ao último dia do mes de junho. Início do inverno de 2010 - ainda com cara de outono - coincidindo com o término do semestre.
Lembranças queridas renovadas com a nova idade, esperanças contidas, um vago olhar embalado pelo mar batendo nas pedras... supostas repetições da admiração primeira.

O mar desgovernando-se em espumas, sua forma mágica de não parecer diferente quando tudo, a nossa volta, é.

Horas de só olhar, ouvir e ver!

O que está a nossa frente ou o que a memória insiste em trazer por mero capricho. Viver é esquecer! prá depois lembrar, em novo contexto. Viver é parir sempre! Um novo instante mal chega se acaba com a promessa de um outro que está prestes a ser. Viver é enfim permitir a contemplação subjetiva e substantiva.
Mais um término de semestre,aulas e aprendizados se acomodam num vai e vem como as constantes ou erráticas ondas do mar...Daqui ou d'Além...
Abraços


Maysa

PS:
Dorival Caymmi, cantor, compositor baiano.(Nascido 30/04/1914, Salvador e morto a 16/08/2008, Rio de Janeiro).
Escolheu o Rio para viver, morar e influenciar sua obra à partir dos anos quarenta.As canções praieiras convivendo com a inspiração boêmia da cidade maravilhosa, cheia de encanto e glamour.

Curtiu depois a pintura,entretanto, não deixou de ser referência para muitas tribos musicais.

Todos que me conhecem sabem que admiro sua arte, a poética exuberante de suas letras e melodias. É amor antigo, de menina de pouco mais de 2 anos!

Como o mar ... ao que parece nem tudo mudou em mim, menos ainda esse gosto da infância.

As Amargas Não...

"...Das lembranças recolhidas pelo autor para formar o mosaico que lhe conta a vida, recortam-se cidades que marcam a vida pessoal e a vida literária de Alvaro Moreya: Rio de Janeiro, Paris e Porto Alegre. A primeira apresenta-se ora como espaço da memória, ora como espaço do presente, enquanto as últimas consagram-se tão somente como espaços da memória."
O RIO para muitos, é espaço só de memória, para outros tem sido espaço do presente. E que mudanças esse presente contém!





sábado, 26 de junho de 2010

Janet Baker: "Automne" by Gabriel Fauré

Repito: Nosso inverno carioca é generoso. Dias lindos, temperatura amena que nos brinda para afugentar as crises respiratórias... Raios doces de sol aconchegante. A vilã do nosso inverno é a umidade elevada!

Aproveito para lembrar que o outono, estação amada, sempre deixa saudade. Recordem... o que puderem!

E se a curiosidade ajudar cliquem aqui para recordarem de Janet Baker, mezzo soprano inglesa que interpreta Automne de Gustave Fauré.

Abraço

Maysa

quinta-feira, 24 de junho de 2010

A POESIA DE GILKA MACHADO E A PAIXÃO NACIONAL





Com surpresa achei e aqui transcrevo um poema de Gilka Machado (1893/1980). Expressiva poeta carioca, representante do simbolismo e pré-modernismo em nossa literatura.

Ela recebeu da crítica aplausos e reprimendas; ficou conhecida por sua poética erótica, por sua coragem e liberdade em abrir a fala da mulher sobre o desejo, rompendo com os tabus da época. Manoel Bandeira incluiu e deu destaque à sua poesia na antologia sobre literatura brasileira que publicou.
Jorge Amado, convidou-a para concorrer à uma vaga para a ABL- Academia Brasileira de Letras, assim que os estatutos permitiram a entrada de mulheres. Não aceitou. A Academia, então, conferiu-lhe o premio Machado de Assis, em 1979.
Desde que descobri a poeta carioca me agrada ler seu texto exuberante ou melancólico. Este que descobri , causou-me surpresa pela oportunidade do tema. O curioso poema reflete a paixão nacional, foi publicado no final dos anos 30.

Amanhã o país cala, é só olhos e ... coração à bater rápido. O grito prepara-se na garganta... Futebol também é poesia!

Vale ler mais sobre Gilka aqui e aqui


Aos heróis do futebol brasileiro



Eu vos saúdo
heróis do dia
que vos fizestes compreender
numa linguagem muda,
escrevendo com os pés
magnéticos e alados
uma epopéia internacional!


As almas dos brasileiros
distantes
vencem os espaços,
misturam-se com as vossas,
caminham nos vossos passos
para o arremesso da pelota
para o chute decisivo
da glória da Pátria.


Que obra de arte ou de ciência,
de sentimento ou de imaginação
teve a penetração
dos gols de Leônidas
que, transpondo balizas
e antipatias,
souberam se insinuar
no coração
do Mundo!


Que obra de arte ou de ciência
conteve a idéia e a emotividade
de vossos improvisos
em vôos e saltos,
ó bailarinos espontâneos
ó poetas repentistas
que sorrindo oferecestes vosso sangue
à sede de glória
de um povo
novo?


Ha milhões de pensamentos
impulsionando vossos movimentos.


Na esportiva expressão
que qualquer raça entende
longe de nossa decantada natureza
os Leônidas e os Domingos
fixaram na retina do estrangeiro
a milagrosa realidade
que é o homem do Brasil.


Eia
atletas franzinos
gigantes débeis
que com astúcia e audácia,
tenacidade e energia
transfigurai-vos,
traçando aos olhos surpresos
da Europa
um debuxo maravilhoso
do nosso desconhecido país.


Publicado no livro Sublimação (1938).
In: MACHADO, Gilka. Poesias completas. Apres. Eros Volúsia Machado. Rio de Janeiro: L. Christiano: FUNARJ, 1991


Abraço
Maysa

domingo, 20 de junho de 2010

DOMINGO DE JUNHO - CEU AZUL, SOL MAIOR , CANÇÃO NO AR

Foto by cel. Maysa fev.2010

Meu Rio é assim. Lindo. Maravilhoso, surpreendente, aconchegante.
Muita festa para os olhos de quem chega, só saudade para quem vai.
Vivo aqui desde que num Domingo de junho, cheio de luz, sol e azul ...nasci. Pois é sou carioca, e apaixonada pelo meu lugar.
Era pequena, de poucos invernos, e não entendia a narrativa materna para o dia esplendoroso do meu nascimento.
A menina que fui se perguntava:
- Mas não era inverno?
- Por que mamãe insiste no sol, na luz clara, no azul de encantamentos?
Na juventude esqueci por completo dessa especial história que intrigava minha infância.
Vivíamos os anos de chumbo, nossas vidas eram contadas e entendidas pelo antes e depois do golpe de 64.
A maturidade chegou. Tinha já sobrevivido a tantas perdas... afetivas, materiais.
Entretanto, o país mudara e com a participação dos que aqui estavam. Eu estava.
Não pensara em todos aqueles anos nas conversas amorosas de mãe e filha. Continuavam, como quando foi preciso, secretamente guardadas.
Sonhos e realidade bem misturados fui me redescobrindo. Outras histórias vivendo, outros momentos de receber e dar, alguns de nada acontecer! A vida sempre nos brinda com desafios e caminhos não visitados!
Estou, ainda, aqui e há muitas histórias para contar. Se os netos gostam? Surpreendo-me com algumas que a memória presenteia. Outras invento, outras ouço atenta...
Essa continua minha preferida: Nasci no inverno, num domingo de junho, de sol esplendoroso, céu azul anil. Em uma maternidade de Botafogo, a primeira filha de pais muito felizes...
O tempo se deu a mim para que pudesse descobrir, como todos sabem, que nosso inverno também é assim generoso de luz e cor...e sons!
Abraço
Maysa

sexta-feira, 18 de junho de 2010

JOSÉ SARAMAGO











SARAMAGO...SEM FIM.




Se morrer fosse o fim de tudo...
Não é!
Vive-se no coração de quem ama.
Os que já partiram...
Saboreiam como eternidade
Referencias respeitosas
Contínuas no dia-a-dia
Lembranças, lições
e até mesmo,
A saudade...
Deixada como semente...



Maysa Machado
Santa Teresa, 18. 06.10


Abaixo o link para os Cadernos de Saramago. Essa postagem foi a última do Instituto que leva seu nome.

http://caderno.josesaramago.org/2010/06/18/pensar-pensar/

Abraço quem por aqui passar.

Maysa

quarta-feira, 16 de junho de 2010

A BELEZA E O AMOR ESTÃO POR PERTO...

foto maysa by cel/meu jardim/falsa iris/2009

Minha noite foi insone. Alérgica que sou passei por muitos desconfortos, quase perdi as forças! O frio carioca e a elevada umidade, em minha casa, aprontam...
Os caprichos do tempo não são para brincar.
Hoje, o dia lá fora está tão lindo e comovente quanto a foto (es)colhida ao lado.
Descobri que nos momentos difíceis me socorro com o belo.
Não importa se o que vem à tona está por perto mesmo ou aflorando na lembrança...
E por falar nisso... nesta data, amanhecia feliz de novo, com minha segunda maternidade.
O filho caçula nascera, numa terça, 15 de junho. Tão comovente abraçar um ser querido, parido por você. Impregnada de um sentimento de júbilo e fragilidade...
As emoções não se repetem!
Imagine-se em situações e circunstâncias semelhantes, sei que vai concordar, o quão diferentes foram vividas.
Amar os pais, filhos, netos... Aprende-se ? o papel da cultura acrescenta, e somos invadidos pela emoção do afeto genuíno. Passados tantos anos, no atual período de individualismo exacerbado, as relações familiares mudam e os cuidados com pais e mães estão..., de alguma maneira , sendo revistos.
Minha solidão é caprichosa como o tempo, se alterna em dias bonitos e amenos, em encontros e despedidas de mais um outono de vida.
Acredite não é preciso nada. Está tudo aqui bem perto do coração! Basta mantê-lo aquecido.
Em um bom dia de céu azul anil, de verdes brilhantes nas folhas das árvores, de luz, muita luz resplandecendo as manhãs para torná-las claras e serenas. Então, estas sucedem às noites indormidas acompanhadas por um tipo indesejado de solidão, umidade e frio.
Neste final de manhã de outono, um caloroso abraço
Maysa

quarta-feira, 9 de junho de 2010

ALMANAQUES DE ONTEM, HOJE E SEMPRE







Quem gosta de ler ou reler almanaques? Pois é, eu gosto! E agora estou entrando num da FOLHA DE S.PAULO. Caí nele como Alice em suas aventuras de menina!

É incrível saber que não podemos advinhar os lugares onde a curiosidade e o acaso nos levam ... E o que encontramos nesse lá desconhecido!

Passei por aqui.
Agora estou aqui! Vou deixar o caminho registrado, nas indicações do lado direito do blog, pois é mesmo divertido passear por essas folhas, anos, inspirações, caprichos e conceitos ...da moda feminina.

Fico encantada só de ver minhas netas, ainda bem pequenas, conduzindo com destreza, faro apurado, e alegria arrebatadora, a mesma ingênua brincadeira, de avós e mães : vestir e trocar roupas em bonecas de papel cartolina. De forma reciclada, é verdade!
É tudo tão rápido nos sítios da internet! um clique após outro trocam-se bizarros acessórios, cor de cabelos, pele, olhos, cenários. Os conceitos misturam-se diante das expressões dos rostos e dos seus olhares extasiados e insaciados, sobretudo os da menor.

Era uma das brincadeiras favoritas da minha época de menina. Copiar, recortar e colar roupitchas - com orelhas pontilhadas - nos manequins fixados na cartolina.

A precisão, com que se fazia cada etapa, era o requinte.
O tempo outro. Refiro-me , também, ao passo- a -passo daquela atividade lúdica.
Viver, brincar era coisa que levava um dia... e este tinha 24 horas!
O Hoje já é ontem; o tempo é fast, too fast.

Nem se derramam mais lágrimas porque uma tesoura apressada avança na linha pontilhada... As ferramentas são virtuais. As bonecas... idem!
São vistas, vestidas, despidas, remexidas e sobretudo são tocadas de raspão, pelas ávidas criadoras mirins de moda, como nos backstages dos desfiles da moda real.
Nossas bonecas de papel cartolina eram acariciadas por nossa ilusão, em nossas mãos eram quase meninas de verdade!



***
Abaixo destaque para outros endereços sobre croquis de bonecas, de moda e sítios de jogos de meninas:


http://www.jogarjogosdemeninas.com/jogos-garotas/59/Vestir-Garotas.html

http://www.hyperjogos.com/games/babbie/

http://www.2.uol.com.br/modabrasil/biblioteca/grandesnomes/alceu/alcecro.html

http://www.penetrasmoda.fashionblog.com.br/12754/croquis/--


Espero que curtam!

Um carinhoso abraço
Maysa

segunda-feira, 7 de junho de 2010

A PAZ

foto maysa by cel /jan.2010/lagoa Rodrigo de Freitas















A PAZ

(Maysa Machado)





Fosse
representação apenas
ou símbolo
despido de adornos.

Ela pousada
......................
pequena aparição
ao sol do meio dia...

no piso aquecido

esperava...


Santa Teresa, o7.06.10



xxxxxxxxxxxxxxxxxx



A todos meu abraço
Maysa




sábado, 5 de junho de 2010

AKIRA KUROSAWA - O POVOADO DOS MOINHOS ( Village of the Watermills)

Assisti, hoje, ao filme SONHOS, do diretor japonês AKIRA KUROSAWA.(1910-1998) .
" O filme é dividido em oito episódios curtos e foi concebido a partir do inconsciente e de experiências pessoais do próprio cineasta".Ver mais aqui .

Que esplendor! Um pequeno trecho do último sonho, está reproduzido e selecionado por mim. Mas se quiserem vejam um pouco mais aqui.

Postagem em homenagem ao Dia Internacional em Defesa do Meio Ambiente .

Abraços

Maysa

quarta-feira, 2 de junho de 2010

A POESIA de MÁRIO DE ANDRADE







Estou pesquisando o Mário musicista, que valorizou a expressão popular, a musicalidade das regiões do Brasil, sobretudo, a nordestina. Mário de Andrade foi tão importante para a música, sua divulgação nas escolas; o estudo regular do nosso folclore deve muito a ele.

Mário ainda paira por aí, não só em sua Paulicéia Desvairada ...
Primeira pista: aqui mesmo no Rio, entre os bairros da Glória e Catete, precisamente, no início da Rua Santo Amaro.
Nos dois anos em que morou em nossa cidade um dos prédios onde residiu exibe, orgulhosamente, a placa.
É interessante que esses registros sejam incentivados por projetos culturais, mantidos pelas Prefeituras. Servem para aproximar o cotidiano com nossa arte, os artistas e suas obras com seu povo.
Um poeta, é um poeta, é um poeta...Sua poesia irá embalar outro alguém, como eu , como você ... Irá nos acordar para o que nossos olhos não vêem.
A poesia está em cada um de nós e paira , como Mario, em todo lugar.
Nas bibliotecas públicas, que ele tanto incentivou, existirá aquele livro e algum poema que você escolha para ser seu.
Quanto à poesia selecionei essa delicada, irônica, original...que me foi apresentada nos bancos de ginásio, lá no C.P.II, seção Sul, no Humaitá.



Poemas da amiga


A tarde se deitava nos meus olhos
E a fuga da hora me entregava abril,
Um sabor familiar de até-logo criava
Um ar, e, não sei porque, te percebi.


Voltei-me em flor. Mas era apenas tua lembrança.
Estavas longe doce amiga e só vi no perfil da cidade
O arcanjo forte do arranha-céu cor de rosa,
Mexendo asas azuis dentro da tarde.


Quando eu morrer quero ficar,
Não contem aos meus amigos,
Sepultado em minha cidade,
Saudade.


Meus pés enterrem na rua Aurora,
No Paissandu deixem meu sexo,
Na Lopes Chaves a cabeça
Esqueçam.


No Pátio do Colégio afundem
O meu coração paulistano:
Um coração vivo e um defunto
Bem juntos.


Escondam no Correio o ouvido
Direito, o esquerdo nos Telégrafos,
Quero saber da vida alheia
Sereia.


O nariz guardem nos rosais,
A língua no alto do Ipiranga
Para cantar a liberdade.
Saudade...


Os olhos lá no Jaraguá
Assistirão ao que há de vir,
O joelho na Universidade,
Saudade...


As mãos atirem por aí,
Que desvivam como viveram,
As tripas atirem pro Diabo,
Que o espírito será de Deus.
Adeus.

Se quiser reler ou descobrir mais poemas de Mário clique aqui

Um primeiro abraço de junho

Maysa

domingo, 30 de maio de 2010

MES DE MAIO - UM FELIZ ANIVERSÁRIO





Mes de Maio é assim: surpresas transbordam para além de mim.

Descobri há exatos 8 anos que meu coração tinha ficado mais bonito!
Como assim? Perguntaram-me logo pessoas curiosas que assistiram à transformação.
Bem no início não tinha pronta resposta, mas agora sei, na ponta da língua!


O que faz todas as coisas e pessoas ficarem mais bonitas?
Você aí curiosinho, responda!
Ou apenas ... Sorria, porque - é claro- sabe a resposta.
..................................................................................................
Num flash, tudo aconteceu: um sentir diferente, um ângulo novo, um pulsar forte e juvenil, um orgulho por estar viva e ter chegado até ali...uma alegria ainda não saboreada!
Fiquei gelada, fiquei vermelha, o rosto foi abençoado por lágrimas de ALEGRIA!
É pouco! a emoção nem dava para descrever.
Palavras muitas vezes nos levam à caminhos desconhecidos, que nos instigam a buscar mais e mais... E naquele instante ... Preferi o silêncio.
Acreditem, meu mais permanente-amigo e temido-companheiro.
Naquele instante só o que precisava era ficar perto, olhar a cria da cria!
Depois pegar no colo, sentir o cheiro delicioso de uma vida nova. Com a minha ajudei a tecê-la, agora, em meus braços amorosos, ela me nutria de júbilo.
Alí, naquele instante, todo um sentido que é buscado para a vida surgiu! A nossa passagem por ela, nossos descendentes trazem consigo. Assim tem sido.
Tornei-me avó pela primeira vez... E ninguém jamais esquece o sabor de um inaugural laço afetivo.
Parabéns minha querida M.B. Feliz Aniversário.
Parabéns a todos que já sentiram esse enlevo.
Um abraço especial de Domingo.
Maysa

sexta-feira, 28 de maio de 2010

"A BAHIA DE EUCLIDES DA CUNHA" - Documentário de Carlos Pronzato








Hoje, sexta - feira, 28 de maio, às 18 hs, acontecerá o lançamento de: "A BAHIA DE EUCLIDES DA CUNHA".
O documentário, do cineasta CARLOS PRONZATO, será exibido no Teatro José de Alencar, da Academia Brasileira de Letras, na Av. Presidente Wilson, 203, 1º andar, no Castelo, centro do Rio.
O cineasta tem em sua trajetória, e bagagem, inúmeros títulos desenvolvidos; documentários assertivos, livros , poesias ... uns cobrindo etapas de nossa história latinoamericana, outros destacando vultos de expressão mundial , como Chê.
Para conferir vá ao site do cineasta aqui

Quem ficar interessado na incrível história de Euclides da Cunha, pode assistir ao filme, e depois ao debate, com a presença do diretor.
Tudo com entrada franca, na ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS .
É um excelente programa para quem conhece a importância de Euclides da Cunha, na história de nosso país ou para os jovens que ouvem falar dele, pela primeira vez.
" O documentário oferece um panorama dos passos de Euclides da Cunha na Bahia, quando lá esteve em 1897, durante a guerra de Canudos, imortalizada em seu livro " Os Sertões".
Um abraço a todos e excelente fim de semana.
Maysa

segunda-feira, 24 de maio de 2010

GRUPO ARMORIAL (1) - DOMINGUINHOS E RICARDO HERZ (2) em FEIRA DE MANGAIO






E a atividade de pesquisa sobre a música brasileira, da Região Nordeste, continua.
Essa música FEIRA DE MANGAIO de SIVUCA E GLÓRIA GADELHA, corre mundo! É a sanfona nordestina, no cenário mundial da música. Se invade nossas emoções mais distantes ou as muito próximas... não importa!
Oh! Brasil tão querido, amado e musical.
Tanta beleza que não cabe no sentir de um só! vamos espalhando, compartilhando e reverenciando os mestres: E pedindo a benção!
Benção São Sivuca! ( Itabaiana, 1930/João Pessoa 2006)

Curtam as duas leituras da peça, mais que linda referência à alma brasileira. Estou curtindo.
Abraços
Maysa










terça-feira, 18 de maio de 2010

NAS ONDAS DO RÁDIO - JACKSON DO PANDEIRO

Um dia ainda vou contar tim-tim por tim-tim sobre a alegria que o rádio trazia para dentro das casas. Na minha infância era assim! Desde a manhã até a hora de dormir o companheiro estava presente.
Pela manhã o noticiário era ouvido enquanto meu pai fazia a barba, e logo após saía para o trabalho! Alegre assoviando alguma canção. Na hora do almoço e à noite o Reporter ESSO.
Avançando o relógio os programas de variedades acompanhavam a lida diária de minha avó. Nós brincávamos e à noitinha seriados como Jerônimo, o herói do sertão ou O ANJO encantavam todas as crianças com mistérios e aventuras.
À noite as novelas, os programas humorísticos relaxavam a família . Tinha um, em horário bem tarde, uma vez por semana, e nós não tínhamos autorização para ouví-lo: eram histórias sobrenaturais. Almirante, um radialista importante apresentava aquele programa - Incrível , fantástico , extraordinário!
O Nordeste presente com seus ritmos trepidantes, ingênuos, bem humorados invadiam nossos ouvidos, davam vez às nossas alegrias, nos fazíamos brasileiros .
Luiz Gonzaga, Manezinho Araújo, Dorival Caymmi, Jackson do Pandeiro
e tantos outros traziam o Brasil para dentro de nossas casa.
Hoje o que a TV brasileira programa para essa integração , um direito de todos?







Com saudade da infância encomendei Dose Dupla de Jackson do Pandeiro! Espero que gostem e aprovem!

"No Rio, já trabalhando na Rádio Nacional, Jackson alcançou grande sucesso com O Canto da Ema, Chiclete com Banana, Um a Um e Xote de Copacabana. Os críticos ficavam abismados com a facilidade de Jackson em cantar os mais diversos gêneros musicais: baião, coco, samba-coco, rojão, além de marchinhas de carnaval."
Querendo saber um pouco mais sobre esse artista, para muitos a verdadeira matriz de tantos outros, como João Gilberto, Gilberto Gil clique
aqui



Abraços

Maysa

PS: Peço a compreensão de todos os que por aqui passam, mas a partir dessa data, estarei usando a ferramenta disponível para moderar os comentários. É que há algum tempo , comentaristas anônimos vêm fazendo uso do blog com objetivos que destoam dos nossos. Um blog sobre nossa cultura, com destaque para a poesia e a música e outros encantamentos daqui e de alhures.
Não desistam dos comentários fico bastante feliz ao lê-los.