Receita de Maios
Andei aqui, espalhando lembranças de alguns maios de minha vida... Este, de 2009 está indo embora. Que se vá com alegria, promessas de novos encontros e descobertas pelo ano afora.
Maio das flores, das noivas, das mães, de 68, já foram nossos comentários. Deixei as impressões do atual maio para conversar agora .
Desejos misturados às lembranças...dentro de mim.
Garotas, ainda, queremos crescer rápido e ficar mocinhas. O nosso espelho é
nossa mãe. Seus vestidos, sapatos, jóias - nos tempos de hoje, bijuterias - nos atraem e a imitação é inevitável. Em primeiro lugar, desejamos ser nossas mães.Em pequenas, lhes devotamos admiração integral.Crescemos, as mães envelhecem, algumas partem cedo e de modo definitivo, por abandono ou morte. Deixamo-nos lá atrás, apenas, como recordações de infância.
Aproveito o mes, diante de recentes acontecimentos, para arrumar minhas gavetas. De diferentes conteúdos e tamanhos, uns volumosos outros magrinhos... mas no
mesmo armário, fui reorganizando tudo, meus papéis e seus significados.Comecei ,com muito cuidado, pelo primeiro que tive em minha vida e já não
mais existe de fato, só de alguns direitos e lembranças...Filha.Os outros foram vindo, e de forma suave, atenta, como quem embrulha ou desfaz os
embrulhos das louças, na mudança, revisitei-os... sem espanto e com saudade.O de neta coloquei-o na gaveta ao lado do de filha; pensei em juntar, nesta mesma gaveta, o de sobrinha; tais as semelhanças e alegrias. Mas, desisti. Eram apenas parecidas e bem juntinhas estavam aguardando um lugar mais amplo e merecido.
Então resolvi: Daqui prá frente, coisa boa fica guardada num espaço de destaque, abri a terceira gaveta sobrinha e, coloquei todos os guardados de tias, afinal foram quatro e três moravam distante.
Quando aqui cheguei herdei: Pai e mãe, tia-avó e avó materna, um avô emprestado, e uma tia. Todos, no Rio. Duas tias e um tio, em Recife, com seus maridos , mulher e filhos - duas primas e um primo. Não nasci sozinha!
Fui, tentando entender a arrumação. Até considerar como cada papel chegou, uns num tempo diferente de outros, muitas vezes em distintos lugares. Alguns juntos, mesma cidade, espaços próximos, mas interesses variados.
Por exemplo, o de irmã foi fácil organizar... meu único irmão, chegou dois anos e sete meses depois ... Organizo, todo dia, essa gaveta inusitada e, todo dia, aparece desarrumada ! Desconfiem do singular quando forem arrumar papéis em gavetas.
A gaveta de prima estava uma bagunça total, levei muito tempo para me situar.
Prima que nasceu antes de você agora é, dez anos, mais nova! Gaveta que coloca tempos e lugares bem misturados. Perde até lembranças! É uma surpresa atrás da outra. Quase um local de achados e perdidos.Ah, finalmente, etapa concluída. Nada havia quebrado, saldo positivo na mudança inventada. Lugares e tempos arrumados, lembranças revisitadas.
Mas vocês , não queiram imaginar a trabalheira que dá, só de pensar,
nas gavetas que, ainda, tenho para abrir espaço e arrumar.Será preciso muita paciência, calma e ajuda. Sabedoria para não continuar a embaralhar papéis.Esposa, mulher, companheira, mãe, nora, cunhada, tia, sogra,avó, profissional, amiga. Prá não falar do país e época em que nasci ! Ufa! São muitos!
Para alguns já é necessário abrir gaveta: papéis arquivados.
E, como a realidade embaraça a gente, não custa nada sonhar um pouquinho com
uma pequena e mimosa gaveta com a etiqueta: Bisavó.Oh! Maio por que te escolhi um mes diferente?
Bjs
Maysa
PS: O texto dedico, com carinho e amor, às minhas três netas e neto.
quinta-feira, 28 de maio de 2009
ANTES QUE ESTE MAIO ACABE
quarta-feira, 27 de maio de 2009
Nada Por Mim - Composição de Paula Toller - Interpretação Renato Russo
podem conferir!
Bjs Maysa
segunda-feira, 25 de maio de 2009
CECÍLIA MEIRELES - CÂNTICOS
sexta-feira, 22 de maio de 2009
OLHAI COMO O TEMPO PASSA
Maysa
terça-feira, 19 de maio de 2009
VILLA LOBOS -BIDÚ SAYÃO - Bacchiana n. 5
POR CAUSA DE VOCÊ - TOM JOBIM / DOLORES DURAN
Este mes de Maio flagrou a minha veia nostálgica.Mas, beleza é.
Espero que gostem e, se discordarem, avisem que é prá eu saber com que ando compartilhando preferências!
Bjs
Maysa
domingo, 17 de maio de 2009
FESTA LITERÁRIA DE SANTA TERESA - MAIO 2009
Pensando no conforto do público leitor e do autor, a acomodação de ambos, nos espaços escolhidos tanto quanto a organização das filas é " organização de cidadania".
Um último presente inspirado na FLIST, um poema de ONDJAKI.
ganhava formato ébrio
ao nem ser escrito.
longe dos pensamentos
imitava uma pedra
[aí as palavras drummondeavam].
longe das lógicas
– com tendência vagabunda –
o poema driblava lados avessos
de noites
e animais
[aqui as sílabas manoelizam, barrentas].
mas uma estrela nunca brilha
tão solitária;
encarece-se também de luuandinar,
miar à couto,
esvair-se para guimarães...
era um poema carente de afectar-se
a ramos gracilianos.
assim alcançava
o estatuto
de raiz.
cheirado, emitia brilhos tímidos
– fosse um pirilampo.
sábado, 16 de maio de 2009
MAIOS DE ONTEM E HOJE II
quinta-feira, 14 de maio de 2009
MAIOS DE ONTEM E HOJE
copyright Tine Soares
rosas.jan 09
Maio chegou ! este de 2009 já está quase a meio, duas semanas corridas, e meu tempo é ...agora.
Sim, faço-o como um exercício de reflexão sobre as histórias de ontem e as que estão acontecendo.
As primeiras lembranças da minha infância, remetem à Maria, imaculada, aos cânticos doces e emocionados em seu louvor.
Mãe e tia, católicas praticantes,filhas de Maria... os rituais religiosos recontados por elas mas não seguidos pela menina quase agnóstica, que fui.
Minha emoção, no entanto, volta inteira, ao ouvir os cânticos. Acho-os lindos. Um delicado olhar humano para saudar a figura, também delicada, serena, apesar do sofrimento, de Maria.
Desconfio ser possível existir em cada mulher,um lugar de doçura e amor incondicional, inexpugnado! A cultura construiu-o para muitas gerações antes da nossa.
Almejar esse impregnado e inatingível estado de ser do "feminino", aqui na terra será delírio, êxtase?
Os tempos, são bem outros. Do Maio, mes de Maria e das Noivas, ao Maio de 68.
Primeiras manifestações coletivas, nos jovens da França, depois no mundo todo.
Esse tempo do Proibido Proibir, mudando comportamentos e criando outras esperanças.
Desse maio, que a história recente conta e reconta, temos muitas evidências e sabemos bem da sua importância.
Mudou a cara do mundo.A relação entre jovens e as gerações que os antecederam. Faz parte do imaginário de todos que o viveram e dos que viram e ouviram os resultados. Nas artes, nos relacionamentos, nos sonhos e nas decepções.
Há, ainda, no mes de maio, o Dia das Mães, hoje, absolvido por quase todos, do apelo comercial, da estratégia de vendas que o originou.
Mãe é mãe, pelo menos assim se pensava, enquanto Freud tratava os sintomas e as causas de tanta dor humana.
Hoje, o que significa o singelo mes de maio, para um coletivo cada vez maior de pessoas, nesse mundo globalizado?
Não sei, para mim ainda sinto o perfume das rosas... que vieram de abril.
Bjs
Maysa
sábado, 9 de maio de 2009
DIA DAS MÃES - Maio de 2009
Unanimidade, entre mulheres de muitas gerações, tem o músico Paulinho da Viola.
Converso com as jovens estudantes e profissionais, ouço suspiros, elogios. Todas as mulheres mais velhas e, queridas, da minha família "foram apaixonadas" pela música do Paulinho.O verbo está no tempo passado porque elas já se foram.
Nossos pais conheceram-se na juventude, cultivaram a amizade,deixando-nos como testemunho, um sentimento surpreendente,duradouro perdurando por toda a vida dos dois, César e Manoel.
Neste Domingo, D. Paulina, mãe do cantor é a única sobrevivente do grupo originário de amigos.Para ela, minha singela homenagem, neste DIA DAS MÃES.
Amiga e mãe dedicada, uma benção tê-la por perto. Os que a conhecem sabem do quilate.
Reproduzo, aqui, a sua música preferida, composta pelo filho famoso: Coisas do Mundo Minha Nêga. Aproveitem a delícia de voz , a suavidade do encontro letra e música.
Saudades de minhas queridas ancestrais: Mãe, avó, tia. E das amigas que já partiram, Emilita,Regina,Marina, Júlia e muitas mais.
Bjs
Feliz Dia das Mães
Maysa
sexta-feira, 8 de maio de 2009
CRY ME A RIVER - Diana e Julie
Escolhi, Cry me a River, tocada e cantada por Diana Krall, versão contemporânea excelente. Mas, encontrei a primeira que me encantou, com Julie London , resiste ao tempo como um bom vinho. Provem, são duas safras excelentes. Garanto.
Bjs
Maysa
DIANA KRALL
JULIE LONDON
terça-feira, 5 de maio de 2009
HECKEL TAVARES - PENAS DO TIÊ II
A criação e produção de uma revista eletrônica,como o blog, traz inúmeros desafios mas,prazeres e descobertas imprevisíveis.Recomendo.É sobretudo, exercício e criação constantes.
O Ninho e a Tempestade está longe, ainda, de alcançar minha meta de trabalho e lazer.
O ninho real está pronto, mamãe passarinha escolheu o galho, a árvore, o quintal (o meu), faltam os filhotes abrindo o bico atrás de comida...A tempestade afugentou-os.
O Ninho virtual segue... engatinho, ando, paro, caio...volto não, necessàriamente, nessa ordem.
Sonho, com um espaço sempre acolhedor, que traga coisas, ideias e representações da cultura, sem passar correndo pelas escolhas...Quero-o também dinâmico, moderno, melhor dizendo, contemporâneo. Parecido comigo nas coisas boas, se aproximando do desconhecido desejo, do outro, que também é meu.
Estou apaixonada pelas possibilidades e dedico minhas tentativas aos amigos que pacientes ensinam e tiram minhas dúvidas, aos que simplesmente passam e lêem, alguns deixam sugestões. Tem até os que elogiam ... ah! esses não são desse mundo, mesmo! Sou a todos grata. Merci.
Por serem múltiplos os olhares, as emoções -volto hoje- com a canção Penas do Tiê, interpretada por Maria Betânia e Omara Portuondo. Show em SP, março de 2008.
Betânia, assisti pela 1a vez, na sua estreia no Teatro Opinião, no Rio, substituindo Nara, ela tinha 17 anos. As nuances que imprimem à essa canção são tão distintas quanto igualmente lindas.
O autor de Penas do Tiê é Heckel Tavares (1896/1969), clique aqui e v. estará no Dicionário Cravo Albin, de Música Popular Brasileira, onde encontrará dados da biografia e obra, deste alagoano, músico com formação erudita e popular.Compositor, regente,pianista e folclorista. Dele também: Azulão, Funeral de um Rei Nagô, Casa de Caboclo. Parceiros como Ascenso Ferreira, Luiz Peixoto, o poeta Olegário Mariano.
Beijos
Maysa
Sometimes I' m happy, sometimes I'm blue - Nat King Cole
Felizmente, há impressões do prazer indeléveis.Essa música cantada por Nat King Cole é uma.
Estou só começando - O lado A dos anos sessenta- Poesia em melodia e imagem.
Spring 1957. Nat, e seu trio: John Collins, Joe Confort e Lee Young.
Se gostarem é só clicar e bis.
O lado B daqueles anos ... deixa prá lá.
Bjs
Maysa
domingo, 3 de maio de 2009
ANO DA FRANÇA NO BRASIL
Pretendo durante o período, continuar trazendo aspectos da cultura e arte francesas que tanto me emocionam. A programação de mostras de cinema, artistas das mais várias áreas, apresentações imperdíveis, para quem - como eu - é amante da cultura francesa.
Percebe-se o declínio da hegemonia que a fez representante, no mundo pré- globalizado, do novo para muitos povos.
Em nosso convívio,observo, nem sempre de igualdade, fraternidade mas, de paixão intensa e liberdade criadora, alguns fatos históricos estão ainda intocáveis, quando não deveriam.
Desde Villegagnon e seu sonho de uma França Antártica, fundando em 1555, nosso primeiro núcleo urbano - Henriville - localizado entre o Rio Carioca e o Morro da Glória, os contatos dos indígenas, habitantes que aqui viviam e os franceses foram, predominantemente, amistosos.
Àquela, pode ter sido uma tentativa para a criação de uma sociedade utópica, idealizada nos trópicos,com a principal característica da ajuda mútua entre seus membros.
Moro bem próximo desse belo canto da cidade do Rio de Janeiro, hoje, compreendendo parte dos bairros do Flamengo, da Glória e no alto, a soberana presença, de Santa Teresa,bairro mirante, de todas as épocas.
É região com um acervo histórico, político e social, contendo patrimonio cultural inestimável.
O bairro da Glória é lugar de memória à céu aberto, inúmeros vestígios importantes, de nossa história estão, ainda que precariamente, alí ,atestando etapas da construção cultural, social e política de nosso país e não só da cidade maravilhosa.
Não preciso ressaltar o abandono em que permanece, relegado pelas autoridades públicas, nas esferas federal, estadual e municipal, quanto à sua pertinência e testemunho de épocas imemoriais .
Destaco-o como mais referente, neste momento de confraternização histórico-cultural França e Brasil, pois aqui está a colina onde ficou situada a Cidade de Henri, de 1555`a 1560, sede da França Antártica.
Acredito, que o fatos falem mais que as versões . Os acervos de nossos museus dimensionam e registram o fato histórico como ação de corsários. Inevitável à ótica colonial...mas quanto a nós?
Quem tiver interesse acesse os sites do museu histórico, da biblioteca nacional, do arquivo nacional, do arquivo geral da cidade. Gastei tempo e adquiri experiência, mais uma vez.
Um cartão postal e político merece toda a atenção dos que governam para serem avaliados na posteridade. O bairro da Glória abriga esse valioso postal.
Um dia quem sabe, assim como Villegagnon foi absolvido do papel exclusivo de pirata e, queiram ou não, criou o primeiro núcleo urbano da região, deixando marcas significativas de sua passagem...alcaides futuros, moradores do presente, turistas curiosos e estudiosos de sempre valorizem e cuidem desse mágico e primevo lugar.
Renovo as esperanças de que todo o patrimônio referido, memorial e imemorial, seja tratado com a visão integrada dos profissionais e políticos para essas áreas públicas. Que a população ame-o , respeite e defenda.
Nada parecido com a recente e equivocada reforma municipal, do alcaide anterior, na principal rua do devastado bairro, outrora primeiro núcleo que nos constituiu.
Quem sabe uma campanha , ainda nesse ano de 2009, salva o lugar e reconta essa história de forma mais próxima da que os fatos nos apontam.
Bjs
Maysa
sábado, 2 de maio de 2009
PENAS DO TIÊ de HECKEL TAVARES com NARA e FAGNER
Desculpem pela sucessão de imagens,associadas, algumas beirando o brega, que o " pacote" impõe, mas fiquemos com a doçura e afinação da voz de Nara que tudo pode!
O compositor Heckel Tavares, bem merece a homenagem que a gravação registra.
Beijos
Maysa
terça-feira, 28 de abril de 2009
Histórias de Vó...verdadeiras- Maysa Machado
HISTÓRIAS DE VÓ... VERDADEIRAS
Maysa Machado
Dos quatro netos abençoados que tenho só um menino reina no pedaço. As três mocinhas com seis, cinco e quase três revezam-se em me alegrar... Não fiz filhas mulheres.
Haja coração de vó, abuela, nonna!
Eles e você? Não, num play com jardins suspensos, árvores e quadras esportivas, cheio de crianças, babás, e nenhuma outra benemérita avó. Olhos atentos, numas e noutras. Tudo com o mais apurado e discreto olhar.
O lugar, como disse, era agradável, o espaço esplêndido e... Enorme! Tudo ia bem, nem estava tomando gol! Até, já começava a me orgulhar do próprio desempenho... Assim brincávamos felizes!
Mas, eis que, surge um garoto do mesmo porte, pequeno e, igualmente, fissurado.
É incrível ver a fisionomia, a garra desses pequenos craques!
E o garoto corria, a bola já sob domínio. Corria tanto... Ameaçando a zaga. Apavorei. Senti a iminência do gol!
Coisa pro Nelson Rodrigues levantar da tumba com uma crônica prontinha debaixo do braço. Pensei.
Descobri que meu neto é um cavalheiro e eu uma instituição!
segunda-feira, 27 de abril de 2009
CRAVOS, CRIANÇAS, ERA UMA VEZ ...TANTO MAR!
História de Uma Flor
Autor: Matilde Rosa Araújo
Editor: Caminho 32 págs., 9,99 euros .
sábado, 25 de abril de 2009
OLHARES
É incrível como pedem pouco... carinho e sol !
sexta-feira, 24 de abril de 2009
OTTO STUPAKOFF
Um olhar provocante, requintado,elegante,agudo... se foi, mas deixa a memória de sua época. Um pouco minha e de todos que amam a beleza e a poesia em imagens.
foto de Ruy_Fraga
Fotos, da mais alta sofisticação; não porque o assunto ou objeto, no começo, fosse a própria moda. Sua estética, sim, irradia um requinte - o da emoção em saber lidar com o êxtase.Os objetos dessa busca foram múltiplos.O resultado:uma arte da fotografia vigorosa e bela.
Era esse o olhar. Intenso, preciso, agudo e.. fez o périplo! Captura desenvolvida com maestria.
Um ser malicioso, alegre, feliz ,como um menino descobrindo a vida, do sabor ao som das palavras, da vivência à inquietude de inventar mais, menos que o conhecimento já dominado pela técnica.
Assim, o vi pela primeira e última vez. Dia 15 de fevereiro, em seu vernissage, no Instituto Moreira Salles, na Gávea, Rio.
Aconteceram, no mesmo dia e lugar: sua belíssima exposição e outra , igualmente preciosa, de Samson Flexor( 1907-1971) aqui, já comentada.
Revi amigos, alguns, como ele, fotógrafos, Paulo Jabur, Zeka Araújo. Foi um momento lindo.Otto, recebia , à todos com elegância e simplicidade. Acolhia os elogios com um sorriso maroto.
Que notícia triste a da sua partida. A vida é mesmo feita de urgências. Provocadas por algumas tempestades... que nos paralisam.
Tempestades, como a que atingiu o Rio, à noite desta quinta feira, dia de São JORGE.
Reproduzo, aqui, parte da notícia , veiculada pela agência UOL:
"Morreu, aos 73 anos, na madrugada da última quarta (22/4), o fotógrafo Otto Stupakoff. Pioneiro da fotografia de moda no Brasil, Stupakoff vivia num flat no bairro do Itaim, em São Paulo, onde teria passado mal. A causa da morte ainda é desconhecida. O artista, famoso internacionalmente desde os anos 60, realizou ensaios para revistas de moda como a americana Harper's Bazaar, a francesa Elle (cujas fotos viraram acervo do MOMA de Nova York) e a Vogue Paris. Na última revista, uma das publicações mais importantes e influentes de moda do mundo, foi responsável pelas capas a partir de 1972. Além do trabalho na área de moda, Stupakoff é também conhecido por seus retratos de estrelas do cinema como Jack Nickolson, Paul Newman, Sophia Loren e Bette Davis. O velório será realizado no Cemitério São Paulo a partir das 16h30. Fonte: UOL"
Com pesar, deixo minha simples homenagem, a esse artista que amou, conheceu e criou o belo.
Se quiserem mais detalhes sobre sua última exposição, ocorrida no Instituto Moreira Salles, cliquem aqui, O blog, Catando Poesias deu dicas de links, mostrou fotos.Vale à pena ver.
Beijo
Maysa
PS: Se algum amigo quiser postar comentário ou enviar fotos para homenagear OTTO, fique à vontade. Está aberto o espaço.
JORGE DA CAPADÓCIA - 23 DE ABRIL DE 2009
São Jorge desenhado por Roger Mello!
Upload feito originalmente por Massarani
JORGE cavaleiro, guerreiro e santo!
Das terras distantes, díspares.Povos e suas culturas, sob sua proteção, se amparam.
Da misteriosa Capadócia a lenda se espalha e o mundo a reconta, de novo conta, canta, ajoelha e reza ! Inglaterra, Portugal, Alemanha, Brasil...Outros mais o reverenciam.
Protetor querido, elo entre pessoas e lugares. Devoção mais forte que uma só religião possa dar conta. Força maior que uma só lenda possa contar.
Vencido o mítico dragão, continua a lutar e, no imaginário de todos, montado em seu cavalo branco, são muitos os JORGES e um só, que virá para nos livrar do mal, da injustiça.
OGUN, nosso pai. Seus filhos todos guerreiros, combatentes do bem, trazem encantos e poderes.
VIVA SÃO JORGE!!!
Nas artes, em especial na música, nossos Jorges estão aí, Benjor, Mautner, meus preferidos.
O caminho é para se caminhar e quem puder continuar.
Salve a criatividade de um Jorge Amado, Jorge de Lima, a simpatia e alegria do Jorge Veiga, cantor de incomparável registro. Estarão, todos, em bom lugar mais perto do Santo Padroeiro.
SALVE SÃO JORGE!!!
Na casa de meus pais, uma imagem fluorescente do Santo, despertava em mim, além da curiosidade, uma aura de mistério... vinda dos silêncios profundos e recolhimento nas orações que os adultos faziam. Houve um tempo em que a imagem ficava no meu quarto. Assistia meu pai, cena que se repetia à cada dia, antes de sair para o trabalho, parar diante do Santo e se persignar, contrito. Um rito forte na imagem e no significado.
SALVE SÃO JORGE!!!
Beijo
Maysa
segunda-feira, 20 de abril de 2009
Beatriz Bandeira - poetisa, militante política, uma brasileira centenária
Uma centenária mulher... estive com ela , hoje. Foi bom.
quarta-feira, 15 de abril de 2009
TRADUZIR-SE Ferreira Gullar
Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.
Uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.
Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.
Uma parte de mim
almoça e janta:
outra parte
se espanta.
Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.
Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.
Traduzir uma parte
na outra parte
_ que é uma questão
de vida ou morte _
será arte?
in, TODA A POESIA, Na vertigem do dia ( 1975-1980),pg.335. 17ª edição .José Olympio Editora
Ferreira Gullar, é um dos meus poetas mais queridos. Sorte minha gostar de poesia e ter nascido aqui, nesta terra tão fecunda em lirismo, pluralidade, sensibilidade...
Traduzir-se, poema que hoje transcrevo, é um dos meus preferidos.
Agradeço e dedico à Maria Dolores, amiga recente, cuja sensibilidade une novos e antigos companheiros e também os amantes da poesia. A lembrança deste poema brinda nossa busca por beleza e autenticidade.
Com amor e carinho por F.Gullar e sua obra.
Maysa
terça-feira, 14 de abril de 2009
Marguerite Duras
domingo, 12 de abril de 2009
quarta-feira, 8 de abril de 2009
AMAR - Carlos Drummond de Andrade
Jardim da tia Ysa/ Ana Paula/janeiro de2009
Que pode uma criatura senão,
entre criaturas, amar?
amar e esquecer,
amar e malamar,
amar, desamar, amar?
sempre, e até de olhos vidrados, amar?
Que pode, pergunto, o ser amoroso,
sozinho, em rotação universal, senão
rodar também, e amar?
amar o que o mar traz à praia,
o que ele sepulta, e o que, na brisa marinha,
é sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia?
Amar solenemente as palmas do deserto,
o que é entrega ou adoração expectante,
e amar o inóspito, o áspero,
um vaso sem flor, um chão de ferro,
e o peito inerte, e a rua vista em sonho, e uma ave de rapina.
Este o nosso destino: amor sem conta,
distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas,
doação ilimitada a uma completa ingratidão,
e na concha vazia do amor a procura medrosa,
paciente, de mais e mais amor.
Amar a nossa falta mesma de amor, e na secura nossa
amar a água implícita, e o beijo tácito, e a sede infinita.
OOOOO
Ah! Seu Carlos, por que ir tão fundo?
Só prá lembrar que até "nossa falta mesma de amor" pode ser amada?
A tal sede infinita é , bastante conhecida, por todos...mas, o que fazer? como qualquer mortal, sozinho, ao perceber-se...assim "e na concha vazia do amor a procura medrosa, paciente, de mais e mais amor."
Confesso, já amei o áspero, o inóspito, distraída e apaixonada, pela vida, que sou!
Prossigo interrogando, com certo desconforto, meu peito - ainda juvenil - em seus muitos equívocos amorosos ,vida inteira...
Nesse poema , descubro: as interrogações fazem parte da essência do amor, mais que as certezas!
Então, estou à caminho... bem melhor do que já ter encontrado!posto que a vida, por ser breve, melhor não ser conclusiva, senão fica uma chatice, dura de contornar.
Este AMAR, do Drummond, é bom para mim, para v. que está no blog e, minha escolha dedico a duas especiais jovens. Bebel e Ana P.
Bjs Maysa
domingo, 5 de abril de 2009
QUE FLOR É ESSA?
Chique, não é tirar do pobre, do trabalhador, da classe média e emprestar para o FMI, não , presidente! Isso, de que o senhor se gaba , é outra coisa! mas, deixa prá lá se não azeda!
quarta-feira, 1 de abril de 2009
Ou Isto ou Aquilo - Cecília Meireles
Jardim da tia Ysa/ A.Paula/2009
Ou se tem chuva e não se tem sol,
ou se tem sol e não se tem chuva!
Ou se calça a luva e não se põe o anel,
ou se põe o anel e não se calça a luva!
Quem sobe nos ares não fica no chão,
quem fica no chão não sobe nos ares.
É uma grande pena que não se possa
estar ao mesmo tempo nos dois lugares!
Ou guardo o dinheiro e não compro o doce,
ou compro o doce e gasto o dinheiro.
Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo...
e vivo escolhendo o dia inteiro!
Não sei se brinco, não sei se estudo,
se saio correndo ou fico tranquilo.
Mas não consegui entender ainda
qual é melhor: se é isto ou aquilo.
Ou Isto ou Aquilo, 1964. In, Cecília de Bolso.org de Fabrício Carpinejar, L&PM Pocket. 2008
Cecília Meireles, é para uso interno e externo, sempre.
Ontem, li este poema que tanto me comove e, a tantos, aponta a inquietude humana.
Hoje, li ,ainda, uma entrevista com Bartolomeu Campos de Queiroz, autor mineiro,de belíssimos livros, para público de várias gerações, onde o mesmo poema é citado pelo o autor de: Até passarinho passa.
Releio e sinto-o. Foi escrito em 1964, ano também da morte de Cecília. Naquele ano conturbado, a jovem que eu era , ainda, não o conhecia. Escolhas , também, não podiam ser feitas impunemente. Nunca foi tão presente e imprescidível saber/sentir e ficar tranquilo: ou isto ou aquilo.
Hoje, 45 anos depois do Golpe de Estado, que vitimou muitos brasileiros e algumas gerações , a minha sobretudo, reflito sobre o tanto que se perdeu em sonho, alegria e coragem para transformar o país.
Para a Poesia, felizmente, sempre é tempo de descobrir e fazer.
Na violência e autoritarismo, o golpe foi contra a Nação e seu povo. O Estado Brasileiro , até hoje, reflete na falta de seriedade dos homens públicos, o compromisso rompido com os desejos mais legítimos de vida digna e igual para todos .
A Educação está entregue aos oportunistas, despreparados e descompromissados, os exemplos são muitos, salvo raríssimas excessões.Quem perde é o povo que, sem escolas gratuitas, democráticas, com professores capazes e valorizados, não pode aprender a escolher: Ou isto ou aquilo.
Onde fica a lucidez dos governantes? Ouçam essas vozes, como a densa poesia de Cecília, educadora desde os 16 anos.
A utopia de Darcy Ribeiro, que não pensava o Brasil dividido em quotas e sim amalgamado em suas singularidades.
Elas, continuam se multiplicando continuam ouvidas... dúvida , demasiado humana,que aponta nossa precária condição. Então, talvez acredite que tudo não foi em vão...
Não sei se brinco, não sei se estudo,
se saio correndo ou fico tranquilo.
Um bom mes de Abril para todos.
Bjos
Maysa
sábado, 28 de março de 2009
Ho Chi Minh - Diário de Prisão
segunda-feira, 23 de março de 2009
A 4ª Madrugada
solidão da vida
Na total solidão da madrugada
silêncios falam.
Então, gatos nos muros e telhados,
anunciam
o espetáculo do gozo prolongado.
Estridentes são os sons.
Confundem-se com o choro
de fome dos recém nascidos.
O mundo lá fora continua a correr
a partir... a deixar de ser...
sem vestígios ...
Onde um tempo mínimo
só para se bem viver?
O hoje, desfaz o ontem.
O dia seguinte amanhece
sem ter dormido como eu.
Não há sono, nem sonhos.
Não sei de você,
nem de mim.
Maysa
.../setembro / 2007
Madrugadas de insônia são mais frequentes do que se pode acreditar. Vá lá, tenho uma gaveta de papéis... amarrotados, que não devia mais ler! A insônia é uma prima distante do sono fujão, contei para minha netinha numa historia que inventamos juntas.
Bjs Maysa
sábado, 21 de março de 2009
April in Paris - Billie Holliday and ...
Finalmente, fui à exposição , no MAM, do Vik Muniz. Acaba Domingo. Pressa, muita pressa. Não dá prá perder!
Ele capturou tudo que o séc. XX destacou e produziu e o que este início do XXI já nos mostra. O imaginário de nossa época está lá (des) embrulhado e devolvido sob as mais várias formas, leituras, materiais e temas. Não deixem de observar bem a distribuição, das sucatas eletrônicas, realizada pelo artista, no espaço territorial do seu Mapa Mundi.
Agora, vou fiando uma conversinha bem despretenciosa ... e sobretudo com linguagem musical variada em torno de um só tema.
O próximo mes de abril é lindo em qualquer lugar! No Rio, em Paris...Aqui , outono, lá ...printemps.
Vou pedir aos amigos (as) e os que acompanham este blog para deixarem sua impressão sobre a estação !
O que tem de bom o Outono prá você? Já sabe ou não descobriu ainda?
Que tal acessarem este link?
http://www.youtube.com/watch?v=huNEW6lazvs
ou este?
http://www.youtube.com/watch?v=S6dKi-R6Vqcou ainda este?
http://www.youtube.com/watch?v=tsUDC80ieCo&NR=1
http://www.youtube.com/watch?v=3ZWYun6GzMo&feature=related
Eu gostei, muito dos quatro!
Bjs Maysa